Falta de espaços para armazenagem prejudica colheita agrícola brasileira

       A falta de espaços para guardar a colheita está prejudicando produção agrícola brasileira. A previsão é de fechar a safra em 208,8 milhões de toneladas. O déficit de capacidade de armazenagem já chega a 53,729 milhões de toneladas para grãos, pelo cálculo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo o órgão, o país pode armazenar 155,139 milhões de toneladas, a maior parte em silos privados. A capacidade de armazenagem da rede pública restringe-se a 2,3 milhões de toneladas, com silos construídos pela antiga Companhia Brasileira de Armazenamento, extinta em 1990.

       O presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, disse, contudo, que a capacidade de armazenagem não tem que ser igual à produção, porque as culturas são colhidas em meses diferentes. Em regiões com duas ou três safras no ano agrícola, e em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo há superávit de armazéns herdados do auge do ciclo do café.
        A carência real de unidades armazenadoras concentra-se, segundo ele, nas regiões de fronteira agrícola. Maior celeiro do país, o Mato Grosso, com produção prevista de 51,203 milhões de toneladas na safra 2014/2015, tem capacidade para estocar só 32,288 milhões. Falta espaço adequado para guardar 18,814 milhões de toneladas de cereais.
        Por causa das dificuldades dos produtores rurais para guardar a colheita, nas áreas de maior aumento de produtividade, o governo instituiu, no Plano Safra 2012/2013, uma linha de crédito específica, no valor de R$ 25 bilhões, para investimento em armazenagem. Destinado a produtores rurais, associações e cooperativas, os financiamentos serão oferecidos até a safra 2017/2018.