segunda-feira, 31 de maio de 2021

Novas tecnologias para rastrear navios apresentam resultados positivos surpreendentes


 

O navio-tanque de bandeira cipriota "Berlina" estava à deriva este ano perto da ilha caribenha de Dominica quando a tecnologia de rastreamento mostrou que ele parou e em dois minutos girou 180 graus sobre si mesmo. Foi uma curva surpreendentemente rápida, já que o navio de 274 metros (quase 900 pés) de comprimento leva cerca de 10 vezes mais tempo para realizar tal manobra, relata a APNews.

Ainda mais intrigante foi que mais ou menos na mesma época em que o "Berlina" transmitia sua localização no mar, ele foi fisicamente detectado enquanto descarregava petróleo na vizinha Venezuela, apesar das sanções americanas nesse mercado.

Enquanto isso, outros nove navios, alguns deles ligados ao mesmo dono do "Berlina", baseado na Grécia, foram monitorados digitalmente movendo-se perto dali em velocidade e direção idênticas com mudanças bruscas de carga, indicando que de alguma forma eles haviam sido completamente carregados de petróleo bruto, embora aparentemente estivessem no mar.

O caminho impossível da "Berlina" pode representar a próxima fronteira de como os estados desonestos e aqueles que tornam as coisas mais fáceis para eles manipulam sistemas de rastreamento parecidos com os do GPS para esconder seus movimentos enquanto fogem das sanções.

Nos últimos anos, à medida que os Estados Unidos expandiram as sanções econômicas e a tecnologia de rastreamento tornou-se mais amplamente usada, as empresas adotaram várias técnicas para evitar a detecção. A maioria envolve o desaparecimento de embarcações dos sistemas de rastreamento, desativando seu sistema de identificação automatizado obrigatório ou "falsificando" a identidade e as informações de registro de outra embarcação.

 

Antaq divulga estudo mostrando expansão de 20% na navegação interior e de 6% na cabotagem

 

O estudo Radiografia do Transporte de Cargas na Costa e Navegação Interior no Brasil por meio de Estudos Simplificados, divulgado pela ANTAQ, revelou que houve aumento de 20,7% no indicador de TKU (toneladas úteis por quilômetro) para hidrovia transporte e 6% na cabotagem em 2019 em relação a 2018. O período foi o último com resultado concluído.

O levantamento apresentou a estimativa de 2019 da demanda por transporte fluvial de carga, expressa em TKU, nos corredores fluviais brasileiros dos rios Solimões-Amazonas, Madeira, Tocantins-Araguaia, Paraguai, Paraná-Tietê e Hidrovia do Sul, e as principais rotas ao longo da costa, individualizada pelos principais pares de origem e destino da navegação interior da rota longitudinal e cabotagem.

O indicador TKU é utilizado na representação quantitativa do desempenho dos modais de transporte aplicáveis ​​ao planejamento, monitoramento e fiscalização da atividade econômica, bem como às atividades de interesse público e privado. T é, por definição, a carga útil total transportada na rota, ou seja, apenas o peso da carga, sem considerar a tara do equipamento utilizado. Já o TKU é determinado multiplicando-se a tonelada útil transportada pela distância percorrida.

Na cabotagem, em 2019, o indicador TKU foi de 223.370 milhões de t-km, 6,03% a mais que em 2018 (210.660 milhões de t-km), retomando a tendência de crescimento persistente.

 

Crise entre agentes marítimos e o Siscargo provoca tensão no Porto de Santos

Os agentes marítimos que atuam no Porto de Santos estão perdendo a paciência com um novo problema, que não existia há um ano. É a penalização, ou seja, suspensão das atividades um ou dois dias por atraso na entrega da documentação de cargas.

Ante o impasse e à procura de uma solução que já afetou de fevereiro até agora seis agentes (Libra, Geodis Gerenciamento de Fretes, Zim do Brasil, Maersk, MSC Mediterranean e Rochamar) marcaram uma audiência para tratar do tema.

 A iniciativa, denominada "As penalidades do Siscarga, multas, penas de advertência, suspensão e cassação". A sessão foi promovida pela Câmara Municipal de Santos para discutir o Siscomex Carga, também conhecido como Siscarga, que é o sistema responsável por controlar todo o movimento de cargas, contêineres vazios e embarcações que transitam nas vias aquáticas do país.

A lei determina que a cada três atrasos por mês na entrega da documentação os agentes marítimos são advertidos. E caso sejam reincidentes as atividades alfandegárias são suspensas por um período de um dia a um ano.

A audiência pública tratou de um dos temas mais sensíveis à comunidade do Porto de Santos que, neste ano, passou a aplicar as penas de suspensão das atividades por um ou dois dias aos agentes marítimos e agentes de carga, além da já conhecida multa de R$ 5 mil pela prestação de cada informação prestada intempestivamente no Siscomex Carga.

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Wilson Sons mais que quadruplica importação de fertilizantes pelo Tecon Rio Grande


 

A Wilson Sons mais que quadruplicou a importação de fertilizantes no mês de março pelo Tecon Rio Grande. O produto apresentou alta de 463% em comparação ao mesmo período de 2020. Ao todo, foram movimentados 169 contêineres, maior volume em quatro anos para o período, contra apenas 30 registrados de março do ano passado.

O Brasil é o maior importador global de fertilizantes. Dados recentes da consultoria MacroSector apontam que as importações de fertilizantes deverão aumentar 7,5% este ano, enquanto as vendas crescerão 4,5%. Outro dado, da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (AMA), mostra que o setor teve um crescimento médio de 3% a 4 % ao ano na última década. Com os animadores números da safra recorde de soja deste ano, a necessidade do Brasil pelo produto é alta, principalmente em estados como o Rio Grande do Sul, onde há uma grande produção do grão.

Em sua estrutura, o Tecon Rio Grande conta com vantagens para as operações de importação de fertilizantes. Para oferecer a melhor logística aos clientes, o terminal conta com três opções para a desova deste tipo de carga: entrega de big bags, com a carga sendo descarregada no pátio do terminal e enviada para o cliente; carga a granel, em que um adaptador instalado nas empilhadeiras possibilita a desova em big bags no caminhão de forma eficiente e rápida; e desova a granel, basculando o container nas instalações do cliente.

O Tecon Rio Grande tem fomentado a importação de fertilizantes via contêineres. Além de melhores custos, os importadores ganham mais independência para compra de seus produtos, maior eficiência no fluxo de caixa e garantem estoques menores. “O setor de fertilizantes vem em uma crescente e a expectativa é que siga essa tendência de crescimento, apesar da crise decorrente da pandemia”, avalia Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande.

Outra vantagem da importação de fertilizantes é a disponibilidade de contêineres vazios para as exportações que partem do Rio Grande do Sul.  É fato que quanto maior a importação melhor é a logística de vazio para o armador. Em 2020 mais de 550 contêineres reefers desligados trouxeram fertilizantes; melhorando a disponibilidade do equipamento em Rio Grande.

 

 

Iata adverte para necessidade de aumentar digitalização no trâmite de credenciais sanitárias nos aeroportos


A International Air Transport Association (IATA) alertou sobre o caos potencial dos aeroportos. Advertiu a que o único modo de evitar é se os governos adotarem rapidamente processos digitais para gerenciar credenciais de saúde em viagens (testes Covid-19 e certificados de vacina) e outras medidas no contexto da pandemia.

De acordo com a IATA, antes da Covid-19, os passageiros gastavam em média 1,5 hora nos processos de viagem (check-in, segurança, controle de fronteira, alfândega e retirada de bagagem). Os dados atuais indicam que o tempo de processamento nos aeroportos disparou para 3 horas na hora do rush, com um volume de viagens de apenas 30% dos níveis anteriores à Covid-19. Os maiores aumentos são no faturamento e no controle de fronteiras (emigração e imigração), onde as credenciais de saúde para viagens são verificadas principalmente como documentos em papel.

Segundo a associação, os modelos sugerem que, sem melhorias nos processos, o tempo investido no trânsito aeroportuário poderia chegar a 5,5 horas por viagem, considerando níveis de tráfego de 75% antes do surto de Covid-19, e 8 horas por viagem em níveis de tráfego equivalentes a 100% antes do início da pandemia.

“Sem uma solução automatizada de controles contra Covid-19, podemos ver no horizonte a possibilidade de grandes interrupções nos aeroportos. O tempo médio de processamento e espera dos passageiros já dobrou em relação ao que era antes da crise na hora do rush, atingindo três horas inaceitáveis. E que muitos aeroportos estão empregando funcionários no mesmo nível pré-crise para uma pequena fração dos volumes pré-pandêmicos ", disse Willie Walsh, CEO da IATA.

"Ninguém vai tolerar horas de espera no check-in ou nos procedimentos de fronteira. Precisamos automatizar a verificação das vacinas e testar os certificados antes que o tráfego aumente. Existem soluções técnicas. Mas os governos devem concordar com os padrões para os certificados digitais e alinhar os processos para aceitá-los. E eles devem agir rapidamente ", disse Walsh.