quinta-feira, 31 de março de 2016

Reservas de minério da Vale caíram 17% em 2015

         As reservas totais de minério de ferro da Vale caíram 17% em 2015, na comparação com o ano anterior, para 17,468 bilhões de toneladas de minério de ferro. O dado está no relatório 20-F, apresentado nesta quinta-feira (31) à noite pela companhia à Securities and Exchange Comission (SEC), o órgão regulador do mercado norte-americano.
        De acordo com a Vale, "a diminuição do total das reservas de minério de ferro entre 2014 e 2015 se deve principalmente à redução pela produção da mina". O volume informado significa um retorno a patamares de 2011 (17,165 bilhões de toneladas).
       Na última avaliação periódica de reservas a empresa concluiu que as reservas anteriormente informadas em Urucum e Corumbá, no Sistema Centro-Oeste, não são mais economicamente viáveis com base nos preços previstos no longo prazo, por isso excluiu as reservas dessas minas do relatório. De acordo com a mineradora, nada impede uma revisão futura, diante das expectativas de mudanças de preços.
         A Vale menciona ainda os efeitos do episódio da Samarco no cálculo das reservas. "Após a ruptura da barragem de rejeitos do Fundão em novembro de 2015 e a suspensão de suas operações, a Samarco está revisando as reservas da operação. Diante de tais circunstâncias, a Vale atualmente não está em condições de informar reservas para a Samarco em 31 de dezembro de 2015", informa.
         A Vale encerrou o ano passado com 74.098 funcionários, 2.433 a menos em relação a 2014. Nos últimos dois anos a mineradora reduziu seus quadros em cerca de 9 mil pessoas. Os dados constam do relatório 20-F, apresentado nesta quinta-feira, 31, à Securities and Exchange Comission (SEC), o regulador do mercado norte-americano.
       A maior redução se deu na América do Sul, onde a Vale concentra a maior parte de sua mão de obra, e na África. Na primeira região, o total de funcionários saiu de 60.903 para 58.830, enquanto no continente africano a mudança foi de 2.378 para 1.940.
    Por área de negócio, a empresa registrou mais baixas em minério de ferro, seu carro-chefe. O segmento de fertilizantes foi o único que aumentou os postos de trabalho: de 6.773 para 9.181 funcionários.

Governo de Mônaco denuncia escândalo de corrupção envolvendo companhias estrangeiras de petróleo

         O governo de Mônaco se uniu a investigadores do Reino Unido para apurar um "vasto escândalo de corrupção" que implica um número não especificado de companhias estrangeiras do setor de petróleo. A informação foi divulgada em comunicado no fim da quinta-feira pelo governo do principado europeu.
         O texto relatou que vários executivos da companhia UNAOIL, sediada em Mônaco, foram questionados nos últimos dias e que as casas deles foram alvos de buscas. As buscas e as "entrevistas" ocorreram na presença de funcionários britânicos, "como parte de um vasto escândalo de corrupção que implica várias companhias estrangeiras ativas no setor de petróleo", disse o comunicado. Não foram divulgadas quais empresas estariam envolvidas.
         Uma porta-voz da UNAOIL garantiu que a empresa não tinha comentários a fazer no momento. Uma reportagem publicada na quarta-feira pelo Huffington Post e pela australiana Fairfax Media acusa a UNAOIL de ter agido sistematicamente de forma corrupta no setor de petróleo global, ao enviar milhões em suborno em nome de conhecidas multinacionais. As informações se baseiam em centenas de milhares de e-mails internos trocados entre 2002 e 2012.
          A Fairfax esclareceu que o material dá evidências sobre subornos pagos para dirigentes do setor de petróleo no Oriente Médio e para outros funcionários, em alguns casos com o conhecimento ou mesmo eventualmente com a participação ativa das multinacionais envolvidas.

Maioria dos ministros do STF decide manter determinação de Teori Zavascki que suspende investigações da Lava-jato sobre Lula

         A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu há pouco manter decisão individual do ministro Teori Zavascki que determinou a suspensão das investigações da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a decisão, a parte da investigação que envolve Lula continuará no STF e não poderá ser conduzida por Moro. 
      Seguiram o relator, Teori Zavascki, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Faltam os votos de três ministros.
         Em seu voto, Zavascki defendeu as investigações da Lava Jato, mas disse que elas devem sere feitas dentro da lei para evitar anulações. Para o ministro, Moro não poderia ter divulgado as conversar por envolver a presidente da República, cargo que tem foro por prerrogativa de função na Corte.
         "Para o Poder Judiciário, sobretudo para o Supremo Tribunal Federal (STF), é importante que tudo isso seja feito com estrita observância da Constituição Federal. Eventuais execessos que se possa cometer, com a melhor das intenções de apressar o desfacho das investigações. Nós já conhecemos esta história. Já vimos esse filme. Iso pode reverter justamente o resultado contrário. Não será a primeira vez que por força de cometimento de ilegalidades no curso das investigações, STF e o STJ anularam procedimentos criminais.",
         O advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, elogiou hoje (31) a atuação do juiz federal Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato, mas disse que a decisão do juiz em autorizar a divulgação dos áudios entre Lula e a Dilma ofendeu a Constituição e a legalidade vigente.
         "Na medida em que alvos interceptados se comunicaram com a presidenta da República, com ministros de Estado e com parlamentares não poderia sua excelência Sérgio Moro ter feito qualquer consideração sobre esta matéria, sob pena de clara de usurpação de competência desta Suprema Corte", argumentou Cardozo.

Porto de Vitória será o primeiro no país a ter sistema automatizado de controle de tráfego de navios


         O Porto de Vitória investe em melhorias para aumentar sua competitividade, enquanto o Espírito Santo espera pela construção de um terminal de águas profundas.. O complexo é estratégico para o Estado e sua área de influência se estende por todo o Espírito Santo, bem como pelas regiões leste e oeste de Minas Gerais, leste de Goiás, Norte Fluminense, sul da Bahia e do Mato Grosso do Sul.
         Segundo a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), o Porto da capital capixaba será o primeiro do Brasil a contar com sistema automatizado de controle de tráfego de embarcações. O VTMIS permitirá reduzir o tempo ocioso dos berços de atracação. Hoje, no Terminal de Contêineres de Vila Velha, esse tempo é de 12 a 14 horas entre um navio e outro. De acordo com a empresa, o sistema deve entrar em operação dentro de três meses.
         O VTMIS será operado nos dois primeiros anos pelo Consórcio Indra, mesmo grupo que venceu a licitação para a implementação do sistema no Porto de Santos. "O VTMIS é como um sistema de radar em um aeroporto. Ele permite que o porto seja operado por instrumentos em condições de tempo e visibilidade em que normalmente não seria possível", explica Luis Claudio Santana Montenegro, diretor-presidente da Codesa. "Desse modo, ganhamos capacidade nos momentos de pico."
         Orçado em R$ 22,9 milhões, o projeto está sendo realizado pelo consórcio Indra VTMIS Porto de Vitória, formado pelas mesmas empresas que venceram a licitação para a implementação do sistema no Porto de Santos.
         O Porto de Vitória também aguarda a conclusão das obras de dragagem, para aumentar a profundidade de suas águas para 14,5 metros. O governo federal realizou apenas a primeira parte da obra, que é essencial para que o porto receba navios da classe Panamax. "A maior parte do tráfego internacional de carga é feita em navios dessa classe, e desse modo Vitória ficaria alinhada à maioria dos portos internacionais", diz Montenegro.
         O presidente da Codesa explica que com isso seria possível receber navios do tipo roll on roll off, usados para transporte de veículos. "Desse modo, poderíamos atrair montadoras para o Estado."
Montenegro conta ainda que Vitória será um dos primeiros portos do país a concluir o projeto de gestão do acesso rodoviário, desenvolvido pela Secretaria Especial de Portos. Com isso, Montenegro afirma que será possível acabar com as filas de caminhões parados à beira da estrada. "Estamos implantando um sistema de gerenciamento que permitirá agendar a chegada dos caminhões ao Porto."
         No plano da Codesa, está prevista a transformação de um dolphin (coluna de atracação para navios graneleiros) em mais um cais em berço contínuo, ao lado de Vila Velha. Do ponto de vista da gestão, o Vitória já completou a implantação do projeto de desburocratização Porto Sem Papel.

Terminal de Pecém ganha novo pier com três berços de atracação para cargueiros e porta-contêineres


         O Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), está concluindo um plano de investimentos de R$ 650 milhões que vai permitir a movimentação de 750 mil teus anualmente, com a entrada em operação de um novo píer com três berços de atracação de navios cargueiros ou porta-contêineres. "As obras já avançaram em 72%", diz Danilo Serpa, presidente da Cearáportos. A previsão é de conclusão até 2017. Os recursos são do governo do Estado e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
         Inaugurado em 2002, Pecém é um terminal off shore com calado natural de 18 metros em seu ponto mais afastado do continente, o que permite a atracagem de navios de grande porte, como os pós-panamax. A estrutura atual é constituída de dois píeres marítimos, um para carga geral e outro para granéis líquidos, protegidos por um quebra-mar de 1.768 metros de extensão, que agora será engordado em 1.100 metros. Uma nova ponte de acesso aos píeres também está sendo construída, para permitir uma melhor movimentação de caminhões até os berços.
         A principal motivação para os investimentos em expansão do porto é a entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), uma joint venture de US$ 5,5 bilhões entre a Vale e as coreanas Dongkuk e Posco, com capacidade para três milhões de toneladas de placas de aço ao ano, prevista para entrar em operação neste semestre. A siderúrgica deverá mais que dobrar a movimentação de cargas no porto, que teve seu recorde em 2014, com 8,2 milhões de toneladas.
         Entre a entrada de insumos siderúrgicos, como minério de ferro e carvão, e o embarque de chapas de aço, a movimentação anual quando a CSP estiver operando a plena carga pode chegar a 10 milhões de toneladas.
         A expansão do porto, na visão do governo do Estado, também credencia Pecém a postular a posição de hub port. Segundo Danilo Serpa, o Porto do Pecém se destaca em âmbito internacional por suas características naturais, que são favoráveis para a atracação de grandes embarcações. Outra vantagem é a localização.
         "Estamos a oito dias de viagem dos Estados Unidos, sete da Europa e 45 dias da China", diz. A expansão do Canal do Panamá, que receberá navios com capacidade de até 150 mil toneladas, mais que o dobro do limite atual, de 60 mil toneladas, também cria novas possibilidades de rotas internacionais para o Pacífico. Pecém, na opinião de Serpa, amplia assim suas vantagens como concentrador de cargas em relação aos portos do Sul e Sudeste.
         Uma vantagem regional, em relação aos demais portos do Nordeste, é a grande capacidade de abrigar novas indústrias do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), uma área de 13.337 hectares nos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, a aproximadamente 50 km de Fortaleza, apenas parcialmente ocupado. Nessa área, por exemplo, está instalada a única Zona de Processamento e Exportação (ZPE) efetivamente em atividade no país. São 4.271 hectares a seis km do porto.
         A área de influência do porto cearense ainda pode ser expandida com a entrada em operação da ferrovia Transnordestina, que deve trazer grãos e minérios desde o Cerrado piauiense até Pecém e o Porto de Suape, em Pernambuco. A obra, prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), não tem previsão de conclusão.
         Danilo Serpa diz que a condição de hub port permitirá um incremento da CIPP e da ZPE e, consequentemente da economia de todo o Estado. "Vamos estar no centro de diversas negociações econômicas e esse é o objetivo do complexo do Pecém, tornar o Ceará um importante centro econômico do país", calcula.
         No momento, a autoridade portuária cearense, segundo Serpa, se preocupa em aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados no Pecém para ampliar sua competitividade, por meio de intercâmbio com portos internacionais. No final de 2015 representantes do Porto de Roterdã fizeram um curso de gestão portuária no Ceará e representantes do Pecém foram ao Porto de Sohar, em Omã, em busca de aprendizados sobre atuação de hub ports e ZPEs.
         O governo cearense prepara ainda uma expansão de Pecém, que chegou a ser anunciada em 2014, mas está congelada desde a decisão da Petrobras de paralisar os esforços para a construção da refinaria Premium II, prevista para ser instalada nas imediações do porto. Os investimentos, calculados na época em R$ 1 bilhão, previam a instalação de seis berços, sendo dois para a movimentação de granéis sólidos e quatro para a demanda da refinaria.

Hornbeck apresenta no Porto do Rio de Janeiro a embarcação de apoio Hos Brass Ring



         A Hornbeck Offshore Navegação, do grupo Hornbeck Offshore Services, Inc., vai apresentar nesta quinta-feira (31), no porto do Rio de Janeiro, o "Hos Brass Ring", embarcação de apoio offshore do tipo DP-2, de bandeira brasileira, da classe Hosmax 310 EQH. Foi construído em Panama City, Flórida, e não tem contrato assinado com nenhuma petroleira.
         O "Hos Brass Ring" é um navio de suprimento, suporte à acomodação e reparo de embarcações que satisfaz a múltiplas exigências do trabalho em plataformas. Com 92 metros de comprimento e motorização elétrica a diesel, tem velocidade de cruzeiro de 10 nós e atinge velocidade máxima de 12 nós.
         A embarcação pode ser empregada na recuperação de óleo derramado no mar. Para isto, dispõe de tanques próprios no deck inferior com capacidade total de 3.400 metros cúbicos. Conta com 23 quartos de estadia, certificados para receber até 72 pessoas.
         Com sede nos Estados Unidos, a Hornbeck Offshore Services, Inc. fornece transporte marítimo e submarino e de serviços de apoio de acomodações para a exploração e produção de petróleo e construções offshore.
          A Hornbeck opera com uma frota própria composta de 62 OSVs (Offshore support vessels - navios de serviço offshore) e 6 PSVs (Platform supply vessels - navios de suprimento a plataformas), além de quatro MPSVs (Multipurpose supply vessels - navios de apoio de múltiplos objetivos) em construção, previstos para entrega em 2016 e 2017.

Governo do Estado de São Paulo publica edital de licitação para a ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná

         O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) publicou no Diário Oficial o edital de licitação para contratação de empresa que será responsável pela execução das obras de ampliação do Canal de Nova Avanhandava, no trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná. Os interessados em participar da concorrência pública deverão apresentar as propostas comerciais e a documentação necessária até o dia 3 de maio, às 17h, na sede do DH, em São Paulo. A abertura dos envelopes será realizada no dia 4 de maio na sede do departamento e a expectativa é de que as obras sejam iniciadas em julho deste ano.
          O investimento previsto é de R$ 289,6 milhões. As obras fazem parte do Programa de Modernização da Hidrovia Tietê-Paraná. A intervenção no canal de navegação de Nova Avanhandava, no reservatório de Três Irmãos, permitirá a o aprofundamento da via em 2,4 metros adicionais por 10 quilômetros da hidrovia, uma obra que possibilitará mais flexibilidade na operação das hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, sem interferir na navegação.
          Atualmente, as embarcações que navegam pela hidrovia compartilham o mesmo espaço físico das barragens das usinas hidrelétricas, construídas com o conceito de aproveitamento múltiplo das águas. De acordo com nota da Secretaria Estadual de Logística e Transportes, “a obra é de extrema importância para o futuro do modal por contribuir para a compatibilização do uso do reservatório tanto para o transporte de cargas como para a geração de energia”.
          Podem participar da licitação empresas isoladas ou reunidas em consórcios por meio de inscrição no próprio site da secretaria ou na sede do Departamento Hidroviário. O vencedor da licitação terá o prazo de 29 meses para executar os serviços, que deverão ser conduzidos por meio de escavação submersa (derrocamento) e a seco (céu aberto). As Licenças Ambientais de Instalação e de Operação necessárias às intervenções já foram concedidas pela Cetesb, órgão ambiental, em 27 de janeiro deste ano.
          Dos 2.400 quilômetros de extensão da Hidrovia Tietê-Paraná, 1.600 quilômetros estão localizados no Rio Paraná, em trecho administrado pela Ahrana (Administração da Hidrovia do Paraná, ligada ao Ministério dos Transportes), e 800 quilômetros no rio Tietê, sob responsabilidade do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH). A hidrovia integra um grande sistema de transporte multimodal que percorre os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, conectando áreas de produção aos portos marítimos, além de servir os principais centros do Mercosul.
          Em 27 de janeiro deste ano, o transporte de cargas de longo percurso foi restabelecido na hidrovia, depois de 22 meses de interrupção por conta do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira, o que afetou as cargas vindas de São Simão (GO) e Três Lagoas (MS), (soja, milho, celulose e madeira). Neste período, no restante do trecho paulista da hidrovia, houve navegação de cana de açúcar e areia.
          De 2006 a 2013, antes da interrupção, a quantidade de cargas transitando na hidrovia havia aumentado cerca 61%, passando para 6,3 milhões de toneladas movimentadas. A expectativa para 2016 é chegar à marca dos 7 milhões de toneladas para que, no futuro, já com os investimentos aplicados e as melhorias executadas, a hidrovia possa atrair cerca de 11,5 milhões de toneladas de cargas por ano.

Contrato para obras de dragagem no Porto de Santos é assinado, com um ano de atraso

         O ministro da SEP (Secretaria Especial dos Portos), Helder Barbalho, anunciou na segunda quinzena, durante fórum sobre o escoamento da safra 2016, em Santos, que assinaria também o documento autorizando o início da dragagem do complexo portuário santista, cujas obras foram definidas por meio de licitação um ano antes. Mas o contrato não foi assinado na ocasião porque a empresa não havia apresentado à Secretaria os documentos pendentes para a execução. “O que cabia à SEP já foi feito, porém a empresa precisa apresentar documentações que são fundamentais e nós não vamos assinar um contrato se a empresa não apresentar todas as documentações exigidas, garantindo a lisura do processo”, defendeu o ministro, na época.
          Nesta quarta-feira (30 de março), o documento finalmente saiu. O contrato para de prestação de serviço de dragagem de berços no Porto de Santos foi assinado pelo presidente da Codesp, Alex Oliva, o diretor de engenharia, Antonio de Pádua de Deus Andrade e o diretor da empresa Dratec Engenharia Ltda, Márcio Brando Batalha. Em seguida, o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, assinou a ordem de serviço autorizando o início dos trabalhos.
          O serviço de dragagem de berços é indispensável para manter as profundidades nos trechos de cais, permitindo otimizar a capacidade de transporte das embarcações e ampliando a produtividade das operações. O contrato, no valor de R$ 20,980 milhões, prevê a dragagem de 324 mil metros cúbicos no prazo de seis meses, volume estimado para recompor as profundidades de projeto dos berços de atracação numa faixa de 50 metros a partir do alinhamento do cais.
          A partir da assinatura da ordem de serviço, a estimativa é de que a dragagem seja iniciada em até 15 dias, tempo necessário para a chegada do equipamento, que será rebocado de Itaguaí, no Rio de Janeiro, para Santos, além da apresentação de planos de segurança, cumprimento de exigências ambientais e vistorias na Capitania dos Portos, entre outras providências.
          Os sedimentos retirados são encaminhados para uma área de 40 quilômetros quadrados situada fora da baía de Santos, onde, de acordo com a Codesp, “não há qualquer risco de o material retornar às praias, tampouco de provocar impactos significativos ao ambiente marinho”. A Codesp afirma que monitora mensalmente essa região e encaminha relatórios trimestrais à autoridade ambiental.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Bndes aprova criação de linha de R$ 200 milhões para projetos de infraestrutura

         O Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou a criação de uma linha de R$ 200 milhões para incentivar a elaboração de projetos na área de infraestrutura, informou o banco nesta quarta-feira (30). Chamado Bndes Pró-Estruturação de Projetos, essa linha vai apoiar financeiramente as consultorias especializadas na estruturação de PPPs (parcerias público-privadas) e concessões de infraestrutura.
        O foco é a chamada modelagem dos projetos. Isso inclui no caso da concessão de uma rodovia, por exemplo, desde o levantamento da situação atual da estrada e fluxo de veículos, até possíveis impactos ambientais ao formato da cobrança de pedágios. "Existe potencial grande para incentivar projetos de saneamento, iluminação públicas e concessões em áreas como rodovias, por exemplo", disse Henrique Amarantes Pinto, superintendente da Área de Estruturação de Projetos do Bndes.
         Segundo o banco, as empresas que vencerem as licitações dos governos (União, Estado ou municípios) para elaborar essas propostas de estudos técnicos de projetos de infraestrutura poderão pedir o apoio financeiro do Bndes. Mauro Ribeiro Viegas Filho, presidente da ABCE (Associação Brasileira de Consultores de Engenharia), diz que essas consultorias de projeto são atualmente ressarcidas futuramente pelo vencedor da licitação da PPP e da concessão.
        "O Bndes vai antecipar esse pagamento, assumindo o risco de não aparecer candidatos para a concessão ou a PPP. Esse era um problema, a falta de garantia, o que afastava as empresas de projetos", disse o presidente da ABCE. Os investimentos se tornaram um dos vilões da economia no ano passado, ao recuar 14,1% frente ao anterior anterior. A queda ocorreu em meio ao ambiente político ruim e à falta de confiança dos empresários com o futuro da economia.
        Para especialistas, a linha de crédito não vai destravar os investimento no país em curto prazo, que está mais relacionada a perda de confiança. O apoio financeiro pode, contudo, ajudar a melhor a qualidade de projetos de infraestrutura no futuro. Isso ocorre porque os governos têm limitações técnicas e financeiras para elaborar a modelagem dos projetos de infraestrutura.
        Cada consultoria poderá receber até R$ 15 milhões pelo projeto. Entre itens a serem apoiados estão recursos humanos (pesquisadores, especialistas e consultores), compra de softwares, bancos de dados e contratação de serviços ou equipamentos especializados. O banco já tem tem iniciativas de apoio técnico e financeiro à estruturação de projetos de concessões e PPPs, mas de forma indireta via parcerias com o IFC (International Finance Corporation), Banco Mundial, e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Indústria gaúcha registra alta em fevereiro, a primeira desde outubro de 2015

         A indústria gaúcha registrou alta em fevereiro, com o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) crescendo 1,2% em relação a janeiro, considerando os ajustes sazonais. Este foi o primeiro crescimento desde outubro de 2015, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs)
         O IDI-RS foi puxado especialmente pelo indicador de compras industriais, que registrou uma elevação de 4,6%, e pela Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que subiu 2,4%, o maior nível desde março do ano passado, e atingiu 79,8%.
         Ainda assim, conforme o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, esta alta é pontual. "A melhora, sem recuperar perdas acumuladas, deve ser entendida como pontual, um ajuste após meses de contração, e não como retomada. A demanda doméstica fraca em consumo e investimentos e sem perspectiva de reversão mantém os prognósticos negativos para o setor em 2016", afirmou.
         “O desempenho positivo ocorre por conta da baixa base de comparação, depreciada pela crise prolongada, pelo efeito do calendário, que aumentou o número de dias úteis, e pelo ajuste nos estoques”, alertou Müller. Seguindo a mesma tendência das compras e da UCI em fevereiro, o faturamento real das empresas se expandiu 1,5%.
        Os indicadores de mercado de trabalho continuaram negativos. A diminuição de 0,3% no emprego foi a 13ª seguida e a massa salarial registrou recuo de 0,7%. “A melhora, sem recuperar perdas acumuladas, deve ser entendida como pontual, um ajuste após meses de contração, e não como retomada. A demanda doméstica fraca em consumo e investimentos e sem perspectiva de reversão mantém os prognósticos negativos para o setor em 2016”, prevê Müller.
       Se o resultado for comparado ao mesmo mês do ano passado, e apesar de 2016 ter um dia útil a mais em fevereiro, o IDI-RS apresenta um forte recuo, de 4,6%, fechando 24 meses consecutivos de queda.
No acumulado dos dois primeiros meses de 2016, sobre o mesmo período de 2015, o IDI-RS caiu 7%. Dos 17 setores pesquisados, 15 registraram perdas.

Gol vai enxugar a frota de aviões e cortar rotas domésticas e internacionais

         O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira (30) que, além dos cortes na oferta de assentos, a companhia também trabalha com outras ferramentas para se adaptar ao cenário desafiador do setor aéreo brasileiro, incluindo readequações na malha e na frota de aeronaves. A Gol trabalha com uma redução na oferta total (ASK) de 5% a 8% em 2016.
         "Além das medidas estruturantes de redução de oferta e da contratação de assessores financeiros, também vamos promover neste ano a readequação em nossa malha, com redução de frequências e suspensão de destinos nacionais e outros internacionais", disse Kakinoff (foto), durante teleconferência com jornalistas. Segundo o executivo, no mercado internacional, serão canceladas rotas para os Estados Unidos, enquanto no nacional serão suspensos os voos para Altamira, Carajás e Ribeirão Preto.
         O presidente da Gol ainda afirmou que, em relação à gestão da frota, está previsto o subleasing de nove aeronaves, a alteração no recebimento de novas aviões entre 2016 e 2017, passando de 15 para um, e a devolução de cinco em regime de arrendamento financeiro.
         Kakinoff também destacou a contratação de duas empresas de assessoria financeira, de modo a auxiliar a Gol em seu processo de reestruturação: a PJT Partners, que irá auxiliar a tomar medidas para o fortalecimento da estrutura de capital, liquidez e perfil de endividamento, além de alternativas para a dívida sem garantia no exterior; e a SkyWorks Capital, assessoria especializada em discussões com arrendadores de aeronaves, de modo a renegociar os termos comerciais de arrendamentos.
         Segundo o executivo, apesar do momento delicado, a Gol não corre risco de insolvência no curto prazo, em função do colchão de liquidez da companhia - seu caixa total, incluindo aplicações financeiras e caixa restrito, somava R$ 2,299 bilhões no final do quarto trimestre de 2015, o equivalente a 23,5% da receita líquida dos últimos doze meses. "Olhando para o médio e longo prazo, é evidente que a atual estrutura de capital tem que ser trabalhada", disse Kakinoff.
         Para o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Gol, Edmar Lopes, o contexto de continuidade de dificuldades no Brasil tornou necessária a contratação dos assessores. "Olhando para frente, para o cenário do Brasil, com um novo patamar de câmbio, crescimento inexistente e demanda em retração, achamos por bem chamar os assessores para nos ajudar a avaliar qual a estrutura adequada de capital e o que precisamos fazer com as partes relacionadas para endereçar os problemas", disse Lopes. "No momento, não temos valores, mas está claro para a companhia que precisamos endereçar essas questões rapidamente."

Estado do Tocantins inaugura dois novos terminais intermodais, que permitirão um aumento no volume de grãos transportados


         O Estado do Tocantins inaugurou dois novos terminais intermodais (integrando transportes rodoviário, ferroviário e portos), que permitirão um aumento no volume de grãos transportados com destino ao Porto de Itaqui, no Maranhão. As unidades são operadas pela empresa VLI, que receberam investimento de R$ 264 milhões.
         Os ativos destinados ao transbordo e armazenagem de grãos estão localizados nas cidades de Porto Nacional e Palmeirante e fazem parte da estratégia da companhia para alavancar o crescimento do corredor logístico Centro-Norte. Trata-se de uma importante fronteira de produção agrícola, que engloba os Estados do Tocantins e Maranhão.
         As unidades seguem o modelo dos terminais integradores implantados pela VLI em outras regiões do Brasil e funcionam como polos concentradores de carga, aumentando a agilidade do escoamento de produtos pela ferrovia até o porto. Juntos, os novos empreendimentos terão capacidade para movimentar por ano cerca de seis milhões de toneladas de produtos como soja, milho e farelo, adicionando mais capacidade de movimentação para o corredor Centro-Norte e representando uma alternativa de escoamento em larga escala para a produção agrícola brasileira.
         “O governo federal apoia iniciativas dessa natureza, voltadas ao desenvolvimento do setor de transportes e ao desenvolvimento econômico do país. Parabenizo pelo importante papel que a empresa vem desempenhando no processo de transformação da logística no Brasil, enfatizou o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, ao participar da inauguração dos terminais, nesta terça-feira. Atualmente, o investimento total no corredor Centro-Norte chega a R$ 1,7 bilhão, entre investimentos públicos e privados.
         O ministro lembrou que a retomada da construção das ferrovias no Brasil aconteceu, após muito anos, apenas no governo da presidenta Dilma Rousseff, que permitiu, neste período, a entrega de mais de mil quilômetros de novos trechos e ressaltou a relevância da Ferrovia Norte- Sul para o setor. “A Ferrovia Norte-Sul será a espinha dorsal do nosso sistema ferroviário e se destaca como importante rota de exportação, sua concessão à iniciativa privada vem permitindo o surgimento de um importante corredor logístico de escoamento da produção”, disse Rodrigues.

Bovespa expande lucros apoiada pela saída do PMDB do governo e pelo bom humor dos mercados internacionais

         A Bovespa deu nesta quarta-feira (30), continuidade aos ganhos da véspera, apoiada na saída do PMDB da base aliada do governo, o que aumenta a expectativa de ruptura do governo Dilma, e também no bom humor dos mercados internacionais. As Bolsas europeias e futuros em Nova Iorque exibiram firmes ganhos, depois do discurso "dovish" da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que sugeriu que o Fed não pretende elevar juros no curto prazo.
         Nesta quarta, os dados de emprego do setor privado nos EUA tiveram resultados mistos, reforçando a sinalização de Yellen, na visão dos analistas. O setor privado do país criou 200 mil empregos em março, como o previsto, mas a criação de vagas em fevereiro foi revisada de 214 mil para 205 mil.
         A alta do petróleo também deu sustentação às bolsas, após a commodity acumular perdas por cinco sessões. Há expectativas sobre os dados de estoques semanais de petróleo do Departamento de Energia (DoE), que saem às 11h30min.
         Às 10h20min, o Ibovespa subia 1,09%, aos 51.713,55 pontos. Em Nova York, o Dow Jones futuro avançava 0,62%; o S&P500, +0,54%; e o Nasdaq futuro, +0,64%. Na Europa, Paris subia 1,99%; Frankfurt, +1,61%; e Londres, +1,63%.
         Na Bolsa brasileira, as ações da Vale sobiram, acompanhando a valorização das mineradoras no exterior, em um dia de recuperação generalizada das commodities. Mais cedo, na Europa, os papéis da britânica Lonmin subiam 12,2% na Bolsa de Londres, seguida por Anglo American (+10%), BHP Billiton (+6,7%), Rio Tinto (+6,6%) e Antofagasta (+4,6%). Ao mesmo tempo, os papéis da Petrobras se beneficiaram da recuperação do petróleo hoje e avançavam mais de 2%.
         Na última hora, o dólar aprofundou suas perdas ante o real, chegando a cair brevemente abaixo de R$ 3,60, após o Banco Central não vender a oferta integral de swap cambial reverso prevista para hoje. Dos 20 mil contratos ofertados, apenas 3 mil foram vendidos, com volume financeiro total de US$ 148,3 milhões. Às 10h24min, o dólar à vista no balcão recuava 0,68%, a R$ 3,6108. Na mínima, tocou em R$ 3,5995 (-0,99%). O dólar para abril recuava 0,78%, a R$ 3,6125.

Ministra da Agricultura propõe isenção do Pis/Cofins para importação de milho



         A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) enviou ao Ministério da Fazenda proposta de isenção do PIS/COFINS para a importação de milho. Segundo ela, a medida é necessária devido ao aumento das exportações brasileiras do grão. Por isso, há necessidade de incentivar a importação para abastecer o mercado interno, a fim de não encarecer os custos de produção das carnes suína e de aves, já que o milho é a base na alimentação dos animais.
         “O preço de paridade de exportação do milho exerce pressão no preço interno que, aliado à dificuldade do setor produtivo de carne em repassar os acréscimos de custos ao consumidor, recrudesce este cenário”, ressaltou a ministra no documento, protocolado nessa quarta-feira (29) no Ministério da Fazenda.
         Kátia Abreu salientou que a incidência de PIS/COFINS nas importações onera o custo do grão e tem reflexo na formação de preços regionais. Diante disso, considera importante a isenção desses tributos como forma de melhorar o equilíbrio na rentabilidade das cadeias produtivas de carnes e ovos.
         O secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, reforçou a proposta da ministra. “Apesar de não haver problemas de abastecimento nacional, hoje há excedente de milho apenas no Paraná, na Região Centro-Oeste e em algumas áreas de Minas Gerais”, argumentou.

Operações de cargas voltam a ser realizadas no Aeroporto de Bruxelas

         As operações de cargas do Aeroporto de Bruxelas foram totalmente liberadas e devem voltar ao normal mais rapidamente do que o esperado, segundo as autoridades da Bélgica. As movimentações foram suspensas depois das explosões ocorridas no terminal de passageiros na quinzena passada, provocadas por terroristas do Estado Islâmico, que deixou 30 mortos.
          O diretor de Cargas e Marketing do Aeroporto, Steven Polmans, confirmou que as operações de cargas já estavam sendo viabilizadas desde a tarde da quinta-feira (24 de março), quando conseguiram liberar os primeiros voos. A maioria das transportadoras foram retomando suas atividades normais nestes últimos dias, de forma que hoje praticamente já normalizamos as atividades.
          Além das companhias aéreas que operam carga geral, os voos all-cargo operados pela DHL no aeroporto também foram restabelecidos na última semana, e voltam a operar normalmente. Mas, sem a operação de voos de passageiros, a falta de disponibilidade para cargas que normalmente viajam nos porões das aeronaves foi bastante evidente, e vários clientes precisaram fazer uso de outros aeroportos europeus para compensar os serviços interrompidos em Bruxelas.
          “Esperamos retomar os voos de passageiros até o final desta semana, se conseguirmos providenciar a reabertura do aeroporto”, afirmou Polmans, reconhecendo que estão cientes da transferência de cargas para outros aeroportos da região por via rodoviária, de modo que a suspensão dos serviços não chegou a ser um problema para os usuários do aeroporto. “Porém não há dúvidas de que os volumes estão se acumulando, o que deve continuar nas próximas semanas”, reconhece o diretor do aeroporto.
          Na última quinta-feira, a administração do aeroporto começou a erguer uma estrutura provisória para ser utilizada como terminal de passageiros, incluindo as novas medidas de segurança que estão sendo implantadas em todos os aeroportos da Bélgica sob as ordens do governo do país.
          Em declaração oficial feita no domingo, o aeroporto divulgou que vem realizando análises extensivas na infraestrutura do terminal, estudando vários cenários possíveis para o reinício parcial das atividades. A data da retomada, no entanto, não está definida ainda. Ela depende de uma série de procedimentos que precisam ser restabelecidos, o que não é possível em meio à estrutura devastada como está.

Terminal de Pontal se prepara para receber os maiores navios do mundo

         A construção contínua e rápida de mega navios exige a mesma rapidez no quesito infraestrutura portuária brasileira. Mas à falta dela, muitos deles não conseguem atracar em portos do Brasil. A partir desta realidade, o Porto Pontal, no Paraná, está investindo R$ 1,5 bilhão, em uma série de estudos realizados por práticos de Paranaguá para se preparar para receber os maiores navios do mundo. “Nosso cais já tem essa capacidade, só precisamos ajustar a dragagem para a área de manobra dos navios”, afirmou Ricardo Bueno Salcedo, diretor do Porto Pontal.
          Realizando uma analogia ao considerado maior navio porta-contêineres do mundo, o Triple-E, da Maersk – com 400 metros de comprimento, 73 metros de altura – o que equivale a um prédio de 20 andares e capacidade para transportar 165 mil toneladas – o executivo disse que os benefícios e a eficiência do transporte dos mega navios, mas faz ressalvas quando o assunto é infraestrutura.
          “Este navio consegue transportar grande quantidade de carga com pouco combustível, o que se traduz em economia, eficiência e em uma redução de até 50% na emissão de poluentes. Mas infelizmente nenhum porto brasileiro tem capacidade para recebê-lo”, ponderou Salcedo.
          Outra novidade é o uso de RMG (rail mounted gantry) – guindastes de pórtico montados sobre trilhos – no lugar do sistema RTG (rubber tyre gantry), tendência mundial já usada em grandes portos europeus, como o Rotterdam Gateway, o Antwerp Gateway e o Euromax Terminal Rotterdam.
          O Terminal Portuário Porto Pontal irá ocupar um espaço de mais de 600 mil m² – e contará com um pátio de 450 mil m², o que constitui a maior área para depósito de contêineres do país. Operando integralmente, sua capacidade máxima de movimentação será de 2 milhões de teus.

SEP suspende leilão de áreas portuárias no Estado do Pará


          O ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Helder Barbalho, suspendeu o leilão de portos previsto para o Estado do Pará. Ele alegou o momento delicado da economia brasileira, áreas sem atrativos para investimentos e problemas técnicos, entre outros motivos.
          Seria o segundo leilão portuário, que aconteceria nesta quinta-feira (31) na sede da Bovespa em São Paulo, desde o anúncio de novas rodads de privatizações de áreas privadas, feitos pelo governo no ano passado. Apesar do argumento da SEP e do o modelo de concessão ser dispendioso, a região Norte vinha recebendo visitas de interessados nos seis lotes que seriam oferecidos no estado.
         A esperança da região concentrava-se no fato de que alguns investidores poderiam se interessar pela oportunidade, uma vez que a crise e o câmbio estariam fazendo com que os ativos brasileiros parecessem mais atrativos a empresas estrangeiras e grandes exportadores nacionais.
          A explicação oficial da Antaq para a suspensão do leilão foi de que o sistema da agência reguladora não teve êxito em apresentar todos os esclarecimentos necessários, o que gerou falta de resposta aos questionamentos enviados por consórcios interessados.
          De acordo com a agência, 48 pedidos de esclarecimentos ficaram sem resposta por problemas de informática. Em nota também oficial, a SEP (Secretaria Especial de Portos) afirma que o novo cronograma dos eventos relacionados aos procedimentos licitatórios em questão será publicado posteriormente, “culminando com a sessão pública dos leilões nos próximos 30 dias”. Outro motivo especulado pelo mercado seria que a Antaq já está sem um de seus diretores há mais de um mês, o que estaria gerando “desconforto” à agência.
          Segundo a Agência Estado, uma fonte do setor privado que atua no segmento portuário afirmou que o timing é desfavorável para esse tipo de operação. “O momento do mercado e do agronegócio mundial é conservador”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
          Outro ponto de vista que vem sendo considerado, mencionado é de que o momento de desvinculação do PMDB com o governo levou incertezas ao leilão. É de se lembrar que este é o partido do atual ministro dos Portos, Helder Barbalho, que, junto com o ministro de Minas e Energia, comunicou à cúpula do partido que deve entregar o cargo em algumas semanas, visto que têm “projetos em andamento em suas respectivas pastas”.









Tecon Salvador registra recorde de produtividade em março na movimentação de contêineres

         O Tecon Salvador, administrado pelo Grupo Wilson Sons, bateu recorde de produtividade com a marca de 92,6 movimentos/hora para a descarga de 355 contêineres, embarcando 396, no início de março. O recorde foi alcançado durante a operação de um navio vindo da Espanha e envolveu cargas diversas. “Muitos fatores contribuíram para o alcance deste índice, dentre eles podemos citar o investimento em equipamentos e ações de incentivo aos operadores”, afirmou Patricia Iglesias, diretora comercial do terminal baiano.
         Para atender à demanda crescente, o Tecon Salvador informou que já adquiriu mais três RTGs, em um investimento de U$ 1.6 milhões de dólares cada. Patrícia Iglesias disse ainda que os equipamentos devem compor as instalações em maio de 2017.
         Em fevereiro, as operações provenientes de cabotagem tiveram um crescimento de 11% no Tecon Salvador, se comparado ao mesmo período de 2015. O destaque do mês ficou para o aumento de 151% nas cargas de varejo, e 117% no setor alimentício, com aumento de 14% na movimentação de arroz, um dos principais produtos de cabotagem do terminal.
          Já a alta do dólar refletiu nos números de exportação, representando um aumento de 21% se comparado a fevereiro de 2015. A movimentação de minério, polímero e setor siderúrgico lideraram este crescimento, com alta de 115%, 650% e 55% respectivamente.

terça-feira, 29 de março de 2016

Embraer prevê entrega de 720 novos jatos de 70 a 130 assentos na América Latina em vinte anos

         A Embraer Aviação Comercial prevê que serão entregues na América Latina 720 novos jatos no segmento de 70 a 130 assentos ao longo dos próximos 20 anos, o que representa 11% da demanda mundial para esse segmento no período.
         A empresa divulgou ainda, durante a Feria del Aire y del Espácio (FIDAE) que a frota de jatos de 70 a 130 assentos em serviço na América Latina crescerá das atuais 310 unidades para 740 até o ano de 2034.
         "Apesar das adversidades atuais, que decorrem principalmente da instabilidade política e econômica da região, as perspectivas de crescimento a médio e longo prazo permanecem positivas nos próximos anos", relatou a Embraer, em nota enviada à imprensa.
         "Uma recuperação econômica é esperada, endereçando os desequilíbrios macroeconômicos e restaurando a confiança dos empresários. Esta recuperação resultará em distribuição de renda mais equitativa e integração regional mais profunda, o que aumentará a demanda por viagens aéreas", acrescentou a empresa.
         Segundo a Embraer, nos últimos cinco anos o crescimento anual da procura por transporte aéreo na América Latina tem estado em torno de 7%, ante a média mundial de cerca de 5%. Esta tendência deverá continuar ao longo dos próximos 20 anos, quando a região crescerá cerca de 6% ao ano, de acordo com estimativas da empresa.

Governo vai enviar até 15 de abril LDO de 2017 com novas metas de superávit primário

         O governo manterá o contingenciamento de R$ 21,2 bilhões enquanto o Congresso Nacional não aprovar a redução da meta fiscal deste ano, afirmou nesta terça-feira (29) o secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira. De acordo com ele, será publicado nesta quarta-feira (30), um decreto com os novos limites para as pastas.
         O secretário ressaltou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que as receitas e as despesas sejam ajustadas a cada bimestre para o cumprimento da meta e que o governo continuará trabalhando com o objetivo em vigor, que é de um superávit de R$ 24 bilhões. "Trabalharemos com esse limite até (a mudança) ser aprovada no Congresso Nacional. Não há outra forma de trabalho, não temos outra alternativa se não trabalhar com o limite imposto na LRF", afirmou.
         Até o ano passado, ao pedir mudanças na meta fiscal do ano, o governo já passava a manejar receitas e despesas de acordo com a nova meta. Mas essa prática foi proibida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao julgar as pedaladas fiscais. Segundo o secretário, até o dia 15 de abril, o governo enviará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, quando serão previstas novas metas de superávit primário para os dois próximos anos.
         Questionado se o governo conta com alguma "receita surpresa" neste ano, Ladeira disse ainda todos os recursos esperados estão detalhados no último relatório de avaliação de receitas e despesas. Em relação a receitas com IPOs de empresas públicas, Ladeira afirmou que é necessário esperar o mercado "abrir". "Estamos aguardando movimentos de mercado", afirmou.
         Ladeira destacou a queda de despesas discricionárias, como o PAC, que recuaram 10% em fevereiro. "É nas despesas discricionárias que o governo consegue fazer restrições para cumprir a meta", acrescentou. Ladeira afirmou que a margem para ajuste fiscal é pequena. Ele explicou que as despesas obrigatórias não permitem mudanças no curto prazo e que, até por isso, foi encaminhado ao Congresso uma proposta para diminuir o engessamento desses recursos, sobretudo em períodos de crise.
         Ele ainda admitiu que a arrecadação de receitas tem ocorrido em ritmo aquém do esperado pelo governo e que a proposta enviada ao Legislativo na semana passada, de alteração da meta fiscal com possibilidade de se aceitar um déficit de até R$ 96 bilhões, mostra a preocupação do governo com as receitas.
         Os investimentos do governo federal registraram queda nominal de 14,4% no primeiro bimestre. De acordo com os dados do Tesouro, os investimentos pagos somaram R$ 9,583 bilhões no período. Desse total, R$ 8,472 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016. Em fevereiro, as despesas com investimentos foram de R$ 4,095 bilhões.
         Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 3,225 bilhões em fevereiro e R$ 6,961 bilhões nos dois primeiros meses do ano. As despesas com o PAC subiram 7,1% em fevereiro e caíram 15,8% no bimestre.
        O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de R$ 201,2 milhões em fevereiro e R$ 11,571 bilhões no bimestre, provenientes de receitas de concessões. Na comparação entre fevereiro e igual mês do ano passado, houve alta de 214,4% e, no bimestre, as concessões cresceram quase 30 vezes frente ao início de 2015.
        Já os dividendos somaram R$ 1,1 milhão no mês e o Tesouro não informou qual instituição pagou os valores, classificados como "demais". No bimestre, esses pagamentos somaram R$ 2,6 milhões.
Para Ladeira, o Tesouro não poderá contar, neste ano, com receitas oriundas de dividendos de estatais.
        Segundo ele, a recessão afeta o desempenho das empresas públicas e os pagamentos à União serão limitados. No caso de Petrobras e Eletrobras, ele avaliou, não deve ocorrer nenhum pagamento.

Brasil ratifica acordo da OMC que deve incrementar em 10% o comércio global

         O diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, estimou que o comércio internacional terá incremento de R$ 1 trilhão quando o acordo global aprovado na conferência realizada em Bali, na Indonésia, em dezembro de 2013, estiver implementado.
         Esse volume representa crescimento de pouco menos de 10% nas transações comerciais internacionais, que giram em torno de US$ 13 trilhões. A maior parte do aumento, segundo a OMC, beneficiará os países em desenvolvimento (US$ 730 bilhões).
         O acordo foi ratificado nesta terça-feira pelo Brasil, o 72º país a fazer a adesão. Para entrar em vigor é necessária a ratificação por dois terços dos 162 membros da OMC (108 países).
         "Estamos chegando num momento em que a maioria dos países está concluindo esse trâmite interno nos parlamentos, congressos, executivos. Os trâmites são de tempos diferentes. Neste ano, já recebemos oito. Está acelerando um pouco", afirmou o embaixador, depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff. O tratado foi aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro e pelo Senado em março deste ano.
         O objetivo do acordo é diminuir os custos e o tempo que a mercadoria fica na fronteira, "tempo morto" que onera as transações mundiais. Segundo Azevêdo, o custo das trocas comerciais deve cair 14,5% na média mundial. "O exportador brasileiro vai ganhar duas vezes: na redução dos custos e do tempo para o produto sair do Brasil e também, de maneira semelhante, na entrada do país de destino. Os produtores brasileiros que usam insumo importado para fabricar os seus produtos também vão se beneficiar porque o custo da transação vai diminuir", explicou.
         Esse é o primeiro acordo da história da OMC, criada em 1995, em substituição ao antigo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt, da sigla em inglês). O último acordo comercial foi a Rodada Uruguai, concluída em 1994. Azevêdo disse que o tratado tem "DNA de última geração", com estrutura mais flexível para a implementação das exigências aos poucos pelos países e modelo a ser seguido em outros tratados.

Análise da Airbus aponta que frota de aviões de passageiros e de cargas mais que dobrará nos próximos 20 anos na América Latina



         A mais recente análise Global Market Forecast (GMF) da Airbus apontou que a América Latina precisará de 2.540 novas aeronaves de passageiros e carga entre 2015 e 2034 para atender ao crescimento de longo prazo na região. O volume inclui 1.990 aviões de um corredor e 550 de fuselagem larga como o A330, o A3350 XWB e o A380, no valor estimado de US$ 330 bilhões.
       Essa demanda significará que a frota de aviões de passageiros e cargas operados pelas companhias aéreas da região mais que dobrará para quase 3 mil aeronaves nos próximos 20 anos. Atualmente, 53% da frota em serviço na América Latina é de aviões Airbus, operados pelas principais companhias aéreas da região. Isso inclui o primeiro A350 XWB das Américas, entregue ao Grupo LATAM Airlines em janeiro e operado pela TAM.
         O tráfego na América Latina crescerá em uma média de 4,7% ao ano nos próximos 20 anos, acima da média mundial de 4,6%. O motor desse crescimento serão as companhias aéreas da região, com aumento de 5% ao ano, o que as coloca entre os três grupos de companhias aéreas de crescimento mais rápido do mundo.
         A urbanização da região latino-americana é um fator que impulsiona esse crescimento já que é uma das mais urbanizadas do mundo, perdendo apenas para a América do Norte, com cerca de 80% de sua população vivendo em cidades. Um crescimento econômico consistente também levará ao aumento do tráfego na região; segundo a GMF, nos próximos 20 anos, o PIB anual da América Latina deve crescer a uma taxa de 3,6%, acima dos 3,2% no mundo. Além disso, os passageiros da região terão um papel importante no incentivo ao crescimento do tráfego, fazendo em média mais que o dobro de voos até 2034 do que fazem atualmente.
      “A expansão das rotas de longo alcance na América Latina é iminente e já vemos as companhias aéreas reagirem a isso ao optar por aeronaves maiores, de mais longo alcance e mais eficientes como o A350 XWB e o A380, que começaram a operar na região em 2016”, afirma Rafael Alonso, presidente da Airbus para América Latina e Caribe. “Também estamos vendo as principais companhias da região modernizarem suas frotas com a família A320neo, o que as permite atingir ganhos de eficiência mesmo em um ambiente econômico não exatamente favorável”.
        Enquanto apresentou a Global Market Forecast da Airbus para a América Latina, durante uma coletiva de imprensa no evento FIDAE (Feria Internacional del Aire y del Espacio) no Chile, Alonso acrescentou que “até 2034, nove das 91 megacidades do mundo estarão na América Latina, inclusive Santiago, o que torna a região um mercado emergente líder mundial em aviação. No longo prazo, estamos otimistas com o panorama para a América Latina enquanto ela expande sua presença de aviação no cenário mundial”.
        Atualmente, o mercado de longo alcance apresenta uma oportunidade sólida para companhias aéreas latino-americanas retomarem sua participação. Hoje, as principais operadoras europeias e norte-americanas transportam a maior parte do tráfego de longo alcance de e para a região, com 80% e 75%, respectivamente. Segundo a GMF, os fluxos de tráfego internacional entre América do Sul e Europa Ocidental e entre América do Sul e Estados Unidos deverão estar entre os maiores no mundo até 2034.
       Da mesma forma, o mercado intrarregional e doméstico na América Latina também tem um grande potencial de crescimento, já que o tráfego deve quase triplicar nos próximos 20 anos, crescendo a uma taxa favorável de 5,3%. Passageiros na América do Norte e Europa podem contar com pelo menos um voo por dia para conectá-los às 20 maiores cidades de suas regiões, mas, na América Latina, esse número é menor. Apenas 43% das 20 maiores cidades da região estão conectadas por um voo diário, deixando as outras com menos de uma conexão por semana ou sem conexão alguma.
     As operadoras de baixo custo (LCC) da região cresceram muito nos últimos 15 anos, representando um salto de apenas 10% do tráfego aéreo na America Latina em 2003 para quase 40% atualmente. Antes concentrado exclusivamente no Brasil e no México, o modelo LCC emergiu em outros mercados essenciais como Colômbia e Chile.
       Com quase mil aeronaves vendidas e um backlog de mais de 400, mais de 600 aviões Airbus estão em operação na América Latina e Caribe. Desde 1990, a Airbus conta com 63% das ordens líquidas na região e, somente nos últimos 10 anos, a Airbus triplicou sua frota em serviço.