quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Blog chega aos 19 mil acessos mensais e deseja um bom 2016 a todos os seus leitores

         O Blog Luiz Reni/Revista Mundo agradece às centenas de mensagens de Natal e Feliz Ano Novo recebidas e retribui a todos desejando que 2016, apesar da crise política e econômica do país, proporcione realizações, paz e bem estar social. O Blog chega ao final de dezembro com uma média de 750 acessos por dia, cerca de 19 mil visualizações mensais, números que o colocam entre os portais mais lidos do segmento no Brasil.
         Atualizado em tempo real, o Blog é a evolução do trabalho editorial lançado pela Sinal Comunicações em 1991, com o Jornal Portos & Comércio Exterior (depois transformado na Revista Mundo). A meta para 2016 é aperfeiçoar e ampliar ainda mais a cobertura dos temas de interesse dos profissionais de atividades de exportações e importação.
         A Sinal Comunicações aproveita para comunicar que a partir de agora, seguindo a revolução nos meios de comunicação provocada pelo desenvolvimento das novas tecnologias, concentra sua atuação no Blog e reservará a edição impressa da Revista Mundo para momentos específicos, voltados, por exemplo, para grandes feiras. Nestas oportunidades, produzirá edições especiais direcionadas e distribuídas principalmente ao público participante.

Porto de Santos terá novo edital de licitação ainda em janeiro para dragagem que está paralisada desde início de dezembro


          A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) anunciou que deve publicar nos primeiros dias úteis do ano um novo edital de licitação para contratar a dragagem de berços do Porto de Santos. Enquanto isso, o serviço segue paralisado desde o último dia 10. Segundo a estatal que administra o complexo santista, não há risco de redução de calado dos pontos de atracação por conta do assoreamento, comum nesta época do ano.
         A dragagem de berços tem como objetivo garantir o calado operacional dos pontos de atracação, estratégico para a competitividade do complexo santista. O calado é a altura da parte do casco do navio que permanece submersa. O serviço era realizado pela Dratec Engenharia desde 21 de outubro do ano passado. No entanto, a empresa se recusou a continuar realizando o serviço e informou à Docas, que realizou uma nova licitação em 23 de outubro.
         Três empresas enviaram propostas, mas todas foram consideradas muito altas. A Autoridade Portuária estimou o custo da obra em R$ 17 milhões, valor extrapolado pelas firmas. A dragagem dos berços mantém a profundidade dos pontos de atracação Apesar de ter desistido de dragar os berços de atracação do Porto, a Dratec se juntou à EEL Engenharia Ltda. e formou um consórcio para concorrer no certame. As firmas apresentaram a menor proposta para a obra, de R$ 21,6 milhões.         O consórcio foi desclassificado porque, segundo a Docas, a proposta apresentada não atendeu às exigências do termo de referência. A EEL Engenharia é a primeira colocada na licitação promovida pela Secretaria de Portos (SEP) para a dragagem de no canal de navegação, das bacias de acesso aos berços e dos locais de atracação do cais santista. A expectativa é de que o contrato seja assinado até o mês que vem.
         Já a segunda menor proposta de preço para a dragagem de berços foi a do consórcio formado pelas empresas Great Lakes Dredge e Dock do Brasil Ltda., no valor de R$ 30 milhões. A empresa aceitou negociar o lance, mas a redução não foi suficiente pra a Docas. A terceira proposta foi encaminhada pela Van Oord Operações Marítimas, que hoje é responsável pela dragagem do canal de navegação do Porto. A firma, que mantém dois contratos com a Codesp, cobrou R$ 70,8 milhões pela manutenção das profundidades dos berços do cais.

Pressionada pela crise, Log-In busca alternativas e recebe proposta de investidor para compra do controle acionário


         A Log-In Logística Intermodal chegou ao fim do ano seguindo na busca de caminhos para se reestruturar. A armadora recebeu proposta firme de investidor interessado em adquirir o seu controle acionário, mas a operação ainda não está fechada. A companhia também abriu negociações com bancos credores para conseguir um desconto da dívida, processo conhecido como "haircut". A proposta apresentada desagradou muito aos bancos, segundo disseram fontes próximas das negociações.
         Para conduzir o processo de reestruturação da dívida, a Log-In contratou a assessoria financeira Moelis & Company, que vem conduzindo as discussões com os bancos. A Log-In tem uma dúzia de bancos como credores. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a Moelis está "apertando" os bancos para aceitarem uma redução no valor que têm a receber. Procurada, a Moelis não se pronunciou. A assessoria financeira fez apresentações aos bancos sobre a Log-In, empresa criada a partir de ativos da Vale.
         A mineradora já foi sócia da Log-In, mas vendeu sua participação há alguns anos. Hoje, os sócios são a Petros e fundos de gestoras (Lapb, Fama, Arbela e Fator). A Log-In também tem uma fatia do capital negociado na BM&FBovespa, onde a ação da empresa fechou ontem cotada a R$ 0,97, com queda de 71,47% no acumulado do ano. O rmador recebeu esta semana R$ 6,1 milhões de empréstimo do BNDES, mas enfrenta a crise no estaleiro EISA
          As dificuldades da Log-In são antigas, mas se aprofundaram em 2015. A crise econômica reduziu, por exemplo, o volume de quase todas as cargas no Terminal de Vila Velha (TVV), em Vitória (ES), porto que está entre os principais ativos da Log-In. De janeiro a setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa caiu 12% sobre igual período de 2014. Parte dos problemas da empresa decorre de atrasos nas obras de construção de quatro navios encomendados ao Estaleiro Ilha S.A. (EISA), do Synergy Shipyard, da família Efromovich, também controladora da Avianca.
         Os atrasos na construção dos navios pelo EISA reduziram as perspectivas de geração de receitas da Log-In. Este mês o EISA pediu recuperação judicial na Justiça do Rio e demitiu 90% dos mais de três mil trabalhadores, criando novas incertezas para a Log-In. Nos últimos dias, inclusive na véspera do Natal, Log-In e EISA vêm discutindo alternativas. As negociações devem prosseguir nos próximos dias, de acordo com as fontes.
        No mercado, há quem entenda que os 200 trabalhadores que o EISA deixou no estaleiro para manter a construção dos navios da Log-In é insuficiente para concluir as embarcações dentro dos prazos e custos acertados em uma renegociação no ano passado, quando o estaleiro chegou a ficar parado por alguns meses. Fonte próxima do EISA disse que é possível concluir os navios da Log-In nos termos acertados em 2014. O estaleiro discute com outros armadores a retomada de obras para dar novo fôlego ao estaleiro, apesar do pedido de recuperação judicial.
         No caso da Log-In, há uma série de alternativas sendo discutidas de forma paralela: existe a proposta de corte da dívida com os bancos e está sobre a mesa a proposta de um investidor para fazer uma oferta de aumento de capital na empresa. Existe ainda a possibilidade de a Log-In entrar com um pedido de recuperação judicial. Embora hoje essa não seja a primeira alternativa considerada, o pedido de proteção à Justiça não pode ser descartado caso as negociações com o investidor interessado não cheguem a um bom termo a curto prazo.
         A Log-In tem uma frota de barcos para transporte de contêineres na costa do Brasil, faz transporte de bauxita por navio na região norte do país, possui terminais logísticos e um terminal portuário especializado em contêineres, o TVV. No ano passado, a empresa teve receita de cerca de R$ 1 bilhão.
Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre, a Log-In informou que sua posição de caixa era de R$ 27,9 milhões e a dívida bruta somava R$ 1,88 bilhão. Há dívidas com bancos privados (Itaú, Santander e HSBC, entre outros) e com bancos públicos: Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Procurados, os bancos não se pronunciaram.
         O BNDES atua nesta operação como repassador dos recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de financiamento de longo prazo para a indústria naval. O Valor apurou que nas discussões para tentar reestruturar a Log-In o BNDES, como credor, aceitou que a empresa reduza os valores dos pagamentos das parcelas devidas ao banco para construir os navios no Eisa. A Log-In pagará parcelas menores ao BNDES até 2018 e depois passará a fazer pagamentos maiores. Não haverá dilatação nos prazos da dívida com o BNDES, nem redução nos valores finais pagos, segundo apurou o Valor. Procurado, o BNDES não se pronunciou.
         De acordo com fontes, a Log-In está muito pressionada, com perda de Ebitda e com um endividamento elevado junto ao BNDES e bancos comerciais. Apesar dessa situação, o BNDES liberou esta semana para a Log-In parcela de financiamento no valor de R$ 6,1 milhões. Há alguns meses, a Log-In negociava com um fundo de private equity, que poderia manter o negócio inalterado. Mas havia também a possibilidade de divisão dos ativos portuário e de navegação da companhia. Muitos dos interessados, porém, foram desistindo do negócio por diversas razões.

Companhia Docas da Paraíba fecha 2015 com superávit e tem expectativa favorável para o próximo ano


         A Companhia Docas da Paraíba fecha o ano 2015 com superávit, apesar da crise econômica que assola o país e que também afetou o volume de cargas no Porto de Cabedelo. A expectativa é que em 2016 ocorra mudanças no cenário atual e novos negócios sejam realizados, segundo avaliação da diretora-presidente, Gilmara Temóteo (ao centro, na foto).
         “Finalizamos o exercício de 2015 superavitário, fruto de uma gestão realmente comprometida com toda a orientação do governador Ricardo Coutinho. Conseguimos equilibrar despesa e receita. Além disto, prospecções de novos negócios para 2016 e acreditamos que o cenário atual será revertido”, destacou a executiva.
         De acordo com Gilmara Temóteo, a Companhia Docas cumpriu fielmente a redução de custos estabelecida pelo plano de contingência orientado para todos os setores do Poder Executivo. Em 2015, houve ainda um melhor aproveitamento do que o porto dispõe em termos de estrutura e da parte de pessoal.
        “Em 2016 a gente já inicia com a licitação para implantar a sinalização náutica, um investimento muito importante para o porto de Cabedelo. Nós vamos renovar toda nossa sinalização náutica e substituir as bóias que sinalizam o canal de acesso do porto”, anunciou Gilmara Temóteo. No próximo ano, o porto também será equipado com containeres refrigerados para armazenar produtos e melhorar a logística.
         A gestora do porto de Cabedelo ressaltou ainda a parceria firmada com a Petrobras para implementar a operação ship to ship. Este sistema operacional compreende a atracação de dois navios a contrabordo em um mesmo berço, transferindo até 50.000 toneladas de derivados de petróleo de um navio maior para o de menor porte. Gilmara Temóteo, explica que a operação ship to ship vai aumentar em 50% a movimentação de combustíveis no porto. “O navio menor, após receber o combustível do navio de maior porte, sai para abastecer outros portos”, explicou.
         Alguns navios já estão programados para atracar no porto em janeiro e nesta terça-feira (29) atracou um navio petroleiro com mais de 14 mil toneladas de combustíveis, sendo 10 mil toneladas de gasolina e 4 mil toneladas de diesel. Esta semana o porto está recebendo uma carga de granito paraibano, aproximadamente 14 mil toneladas que serão importadas para o exterior. Esse embarque de granito ocorre a cada 60 dias.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"The Economist" escolhe crise brasileira como tema da sua 1ª capa de 2016 e alerta para "ano desastroso à frente"

        A revista britânica The Economist escolheu a crise brasileira como tema da sua primeira capa de 2016. Com o título de "Queda do Brasil" e uma foto da presidente Dilma Rousseff de cabeça baixa, a capa alerta para "ano desastroso à frente". Em vez do clima de euforia que seria de se esperar por causa da realização das Olimpíadas, apontou a revista, o Brasil enfrente "um desastre político e econômico".
         No texto, a revista citou a perda de grau de investimento pela agência de classificação de risco Fitch Ratings e a saída do governo do ministro da Fazenda Joaquim Levy, menos de um ano depois de assumir o cargo. A previsão de que a economia brasileira encolha até 2,5% ou 3% no ano que vem também é citada. "Até a Rússia vai crescer mais do que isso", alfineta a tradicional publicação do Reino Unido.
         Os problemas na esfera política são outro destaque da reportagem, que lembra que o governo tem sido desacreditado por causa do escândalo de corrupção em torno da Petrobras. E que a presidente Dilma, acusada de esconder o tamanho do déficit orçamentário, enfrenta um processo de impeachment no Congresso Nacional.
         A The Economist ressaltou que como o B do Brics, o Brasil "supostamente deveria estar na vanguarda do crescimento das economias emergentes. Em vez disso, enfrenta uma turbulência política e, talvez, um retorno à inflação galopante". Segundo a revista, "somente escolhas difíceis podem colocar o país de volta ao curso, mas, no momento, a presidente Dilma não parece ter estômago para isso".
         A revista enfatizou ainda que o "sofrimento do Brasil", como o das demais economias emergentes, se deve em parte à queda dos preços das commodities globais. Fora isso, o déficit fiscal aumentou de 2% do PIB (Produto Interno Bruto), em 2010, para 10%, em 2015.

Porto de Antonina começa operações de exportações de farelo de soja

         O terminal Ponta do Félix, no Porto de Antonina (PR), especializado nas operações de importação de fertilizantes, exportação de congelados e açúcar ensacado, deu início à sua primeira operação de embarque de grãos, em que serão exportadas 25 mil toneladas de farelo de soja. O produto é 100% produzido e processado no Paraná e não é transgênico. Este é o primeiro carregamento de farelo de soja pelo terminal de Antonina, que estima exportar mais 450 mil toneladas ao longo de 2016 e com previsão de crescimento para os anos seguintes.
         A modernização do Porto de Antonina foi fundamental para atrair novos exportadores e permitir a movimentação de novos produtos. A dragagem, por exemplo, é apontada pelos empresários que movimentam estas cargas como fundamental para que as novas operações sejam realizadas pelo porto da cidade. Em 2015, o porto retomou as exportações de açúcar e, agora, passa a operar grãos.
         Ao todo, foram mais de R$ 70 milhões investidos pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) em modernizações nos terminais Barão de Teffé e Ponta do Félix realizados ao longo dos últimos quatro anos. Antes disso, o porto tinha passado por um período de 40 anos sem investimentos públicos. Hoje, o Porto de Antonina consegue atrair operações pela sua atracação rápida dos navios proporcionada pelo novo calado.
         “Conseguimos aumentar o calado do canal, revitalizar o porto e devolver a competitividade ao porto de Antonina. Isto beneficia não só economia local, mas também de todo estado do Paraná. A obrigação da APPA é buscar novas alternativas de movimentação de cargas para elevar a oferta de serviços portuários no Paraná e com isso promover a concorrência”, comenta o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
         Para o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, essa é uma nova etapa para o crescimento dos Portos Paranaenses. "Paranaguá acaba de ativar o quarto novo shiploader, batemos todos os recordes de movimentação no Corredor de Exportação, e, agora, abrimos uma nova porta para a exportação em Antonina. É importante ressaltar que o produto movimentado em Antonina é totalmente produzido em solo paranaense", finaliza Richa Filho.
         As 25 mil toneladas deste carregamento foram produzidas, colhidas e processadas no Paraná. O produto será exportado para a Europa pela empresa paranaense Imcopa. Fundada em Ponta Grossa, em 1967, posteriormente expandiu seus negócios para a cidade de Araucária, construindo a maior fábrica de farelo de soja concentrado em larga escala do mundo e a única da América Latina.

Cesa confirma interesse na venda de 23 unidades em todo o Rio Grande do Sul

         O presidente da Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns), Carlos Kercher, anunciou nesta quarta-feira (30) que o governo deverá se desfazer das 23 unidades da estatal instaladas em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a ideia é a partir das vendas zerar o passivo da empresa, de cerca de R$ 500 milhões, principalmente envolvendo questões trabalhistass.
         Desativadas, as unidades de Caxias do Sul, Nova Prata, Passo Fundo, Ibirubá e Santo Ângelo devem ser negociadas em um primeiro momento. O Governo gaúcho, antes, procurar cooperativas ou companhias privadas interessadas em comprar esses ativos.
         "As que estão em estágio de negociação mais avançado são as de Nova Prata, que interessa a uma cooperativa, e a de Passo Fundo, que terá a metade oferecida em leilão, por R$ 12 milhões", adiantou Kercher. "Queremos repassar a outros a administração, esse é o projeto, mas faremos isso de maneira ordenada, sem prejudicar o produtor", ressalvou ele.
         A Cesa conta com 142 funcionários, com nove cargos de confiança. O presidente da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado), Carlos Joel da Silva, manifestou apoio parcial a decisão do executivo estadual de negociar as unidades. "A gente é favorável à venda das que são deficitárias e que não são importantes para a agricultura familiar, como as de Estrela e São Luiz Gonzaga", defendeu o dirigente.

Disputa pela exportação de frango mobiliza terminais portuários do Sul


         A produção brasileira de frango provocou um aumento na pressão sobre os portos do Sul do país. Os terminais espalhados por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul iniciaram uma disputa entre si pelos contêineres carregados com a proteína branca, visando maior participação de mercado. O cenário motivou investimentos do setor para reforçar a infraestrutura, ao mesmo tempo em que amplia as opções de escoamento da cadeia produtiva nos três estados, de acordo com a Expedição Avicultura 2015 em roteiro pelas principais zonas portuárias do Sul.
         O crescimento no abate de aves (3,5% em 2015) e o câmbio favorável às vendas externas dão lastro para as exportações subirem 4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas de janeiro a dezembro, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Nós só refletimos a pujança da cadeia produtiva. O produtor é que nos dá condições para crescer”, argumentou o diretor superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva.
         O terminal paranaense desbancou o porto de Itajaí (SC) neste ano, assumindo a liderança nacional. Escoou 1,3 milhão de t de frango, 12,8% a mais que o volume de 1,1 milhão do porto catarinense (jan-nov) e 6,3% além de seu resultado geral de 2014. Com acesso ferroviário, Paranaguá se beneficia da limitação de espaço para entrada de navios e do clima desfavorável a Itajaí. “Mantivemos o mesmo perfil de movimentação de cargas, mas a chuva intensa, potencializada pelo El Niño, prejudicou”, garantiu o assessor da superintendência do porto catarinense, Heder Moritz. Os rios fazem correnteza e dificultam a entrada dos navios na baía onde ficam os terminais.
Contra-ataque
          Com o objetivo de retomar a liderança nacional nos embarques, os terminais privados que atuam em Itajaí (foto) reforçam investimentos. A APM Terminals anunciou ter R$ 180 milhões disponíveis para investir, dependendo apenas de garantias governamentais para executar as obras (leia ao lado). “Com isso podemos ampliar facilmente entre 15% e 25% nossa movimentação”, afirmou o gerente comercial da empresa, Felipe Kaufmann. No outro lado do rio, em Navegantes, a Portonave já tem um projeto de expansão pronto, dependendo apenas do aumento na demanda para iniciar as obras. Ao mesmo tempo, o TCP pede prorrogação da concessão para investir R$ 1,1 bilhão até o final da década.

Canal do Panamá está com 96% das obras concluídas, mas abertura não será mais em abril


          O novo Canal do Panamá já está com 96% das obras concluídas, mas não será aberto para o tráfego comercial em abril, como estava previsto. A autoridade portuária local alega que o projeto passou por um ano de provações e atribulações, com as novas eclusas tendo que se adaptar a embarcações de capacidade superior a 14 mil teus, quase o triplo dos navios Panamax que hoje circulam nas passagens centenárias.
          Greves trabalhistas, litígios e vazamento, no entanto, foram responsáveis por mais de um ano de atraso na inauguração oficial. “Estamos chegando perto”, diz Jorge L. Quijano, diretor e CEO da Autoridade Portuária do Canal do Panamá. “Nunca se fez uma expansão como esta, e deveríamos comemorar o ponto a que chegamos”, argumenta.
          A notícia do atraso foi divulgada após os vazamentos encontrados em agosto na estrutura de concreto que separa as câmaras baixa e média da eclusa de Cocoli, no lado Pacífico do canal. A autoridade notificou o Grupo Unidos Por el Canal, o consórcio responsável pela construção do canal, alegando que passaria a “rejeitar a condução dos trabalhos em andamento até que as falhas sejam reparadas “.
          De acordo com as previsões de Quijano, o reforço nas eclusas será concluído em meados de janeiro, quando a equipe iniciaria os testes. Só então, teriam início os testes com um navio charter, previstos para abril. A data da inauguração de fato, no entanto, ainda não foi divulgada. A autoridade portuária disse esperar poder cortar a fita de abertura somente no segundo trimestre de 2016. Em seguida, a abertura comercial será determinada.
          O projeto, cujo valor foi originalmente estimado em US$ 5,25 bilhões, teve a primeira previsão de conclusão estabelecida para outubro de 2014, de modo a coincidir com o centésimo aniversário do Canal, porém desentendimentos entre a autoridade portuária e o GUPC relativos a gastos extrapolados foram prorrogando a previsão de término.
          Em seguida, conflitos trabalhistas adiaram as estimativas, até que a recente descoberta de vazamento veio gerar o terceiro atraso. Quijano, no entanto, ainda permanece otimista em relação à abertura do canal no início de 2016, principalmente porque o ministério internacional do país já enviou convites a 70 chefes de Estado para a cerimônia de abertura.
          Enquanto isso, o mercado já começa a se questionar se o Canal do Panamá está começando a perder sua posição de dominância na rota de importadores da Costa Leste dos Estados Unidos, trazendo mercadorias da Ásia. A dúvida levantada é se o canal conseguirá recuperar os serviços que vem perdendo para a rota de Suez, quando o canal finalmente concluir as obras de expansão.
          As opiniões são variadas, em grande parte por dependerem de níveis comparativos de taxas vigentes na época em que o canal for inaugurado, no entanto as mudanças econômicas globais já tendem a questionar a posição do Canal do Panamá como uma via marítima estratégica.
          Quando o projeto para a terceira via de eclusas foi lançado, em 2004, o mercado tinha por certo que o projeto de expansão traria mais uma rota para o mercado da Ásia para a Costa Leste americana. As novas eclusas teriam capacidade para receber navios de até 13 mil teus, um ganho real, se comparados aos limites então estabelecidos para navios Panamax de cerca de 5 mil teus.
          Com o passar dos anos, no entanto, o que vimos foi uma mudança nos parâmetros dos navios da rota Ásia – EUA, que possivelmente tenha direcionado o mercado de contêineres para o Canal de Suez com mais frequência do que para as rotas do Panamá.
          Os atrasos efetivos na abertura do canal, portanto, não vêm colaborar em nada, uma vez que o mercado vem se ajustando seguidamente. Além disso, mesmo com a expansão, as novas eclusas não terão capacidade de operar os novos navios de 16 e até 18,4 mil teus, prestes a serem introduzidos no mercado internacional.
           O antigo administrador do canal, Alberto Aleman Zubieta, arquiteto responsável pela expansão, declarou no ano passado que a rota ainda deveria receber outra expansão quando os grandes navios porta-contêineres fossem inseridos no mercado, uma possibilidade que a atual gestão vem considerando.
          “As novas eclusas virão para mudar o jogo” disse Oscar Bazan, gerente de marketing da autoridade portuária do canal. “Assim que a nova rota for inaugurada, esperamos reconquistar parte do volume que migrou para Suez”. Para isso, Bazan acredita que o comércio entre os Estados Unidos e a China continue a crescer.
           De acordo com John Vickerman, presidente da consultoria marítima Vickerman & Associates, seja qual for o resultado da concorrência, o Panamá não terá desperdiçado o enorme investimento, uma vez que a expansão já está atraindo novos investimentos do setor privado em terminais, centros logísticos e negócios regionais.
          “O Panamá está se tornando a Cingapura da América Latina. Ainda vemos grandes portos de transbordo na entrada do Pacífico do Canal, onde um navio de 18 mil teus pode atracar e distribuir cargas para a região”. Ele complementa ainda que “a conectividade oferecida pelo Canal do Panamá vai nos permitir ganhar novos tráfegos oriundos da América Latina, onde ainda há mercado para a conteinerização de produtos”. Como exemplo, Bazan menciona os novos terminais de contêineres em Balboa, do lado Pacífico, e as novas áreas logísticas que virão fortalecer as rotas marítimas.



Superintendente da Hamburg Süd/Aliança diz que "estratégia do grupo é cortar custos e investir em novos clientes"

          O diretor superintendente da Hamburg Süd e Aliança Navegação e Logística, Julian Thomas, disse, ao examinar as perspectivas para o Brasil que “ainda não enxergamos um cenário positivo para o fim desta crise, mas a estratégia para driblá-la é cortar os custos e investir em clientes novos”. O executivo, que está no país desde 1997, comemora o fato de a Hamburg Süd  ter conseguido crescer 4% no primeiro semestre do ano e, embora ainda não tenha fechado os números para o fim de 2015, espera manter o mesmo ritmo.
          Segundo ele, uma boa opção para diversos setores comerciais do país ainda é a cabotagem, embora a movimentação deste modal, quando analisada isoladamente, tenha se mantido similar nos três primeiros trimestres do ano. Dados da Aliança dão conta de que o período de janeiro a outubro de 2015 registrou movimento de 142.296 Teus em navegação doméstica, enquanto, no ano anterior, o número chegou a 142.520 Teus.
          Para 2016, a expectativa de Thomas é bastante simples e encorajadora: “Que o Brasil volte a crescer”. Para a empresa, ele diz que a meta é atingir o mesmo crescimento de 2015, cerca de 5%. “O panorama é de carência, seja em qualidade e quantidade, e, com isso, o setor perde muitas oportunidades de negócio por não poder atender ou por não ser competitivo", frisou.
          "Entre as conquistas do setor, podemos citar o PIL, que voltou a ter a atenção do governo neste ano”, cita Thomas, comparando entraves e conquistas da navegação no último ano. Diante da introdução dos supernavios nas principais rotas internacionais, ele alerta: “Isso demandará investimento em infraestrutura portuária por parte do nosso governo”. Para ele, toda a infraestrutura precisa ser fortemente melhorada, portos, ferrovias, rodovias, armazéns, processos de informação, desburocratização do setor, tributação, etc.
          “O país precisa ter mais planejamento, para uma ação coordenada dos projetos de investimento; garantias do Governo promovendo a transparência, segurança e retorno destes investimentos ao setor privado; reforma Tributária como agente facilitador de novos negócios, parcerias público privadas na execução de projetos de infraestrutura,” observa.
          Nos últimos dois anos, a Aliança investiu em novos navios, o que elevou a capacidade da cabotagem para acima de 30%. O objetivo, em 2016, seria manter esta capacidade e expandir em serviço agregado. Com o desenvolvimento da ATM (Aliança Transporte Multimodal), a empresa passou a funcionar também como ponto de distribuição e coleta do serviço de carga fracionada.
          A partir da nova coligada, a Hamburg Süd pretende coletar e entregar cargas de pequeno e médio volume na porta do cliente, a um custo logístico competitivo, com garantia da integridade da mercadoria, frequência de embarques e confiabilidade operacional.
          “A cabotagem teve um desenvolvimento admirável nos últimos 10 anos, mas estabelecer um serviço competitivo com o setor rodoviário ainda tem sido um grande desafio. A capilaridade e flexibilidade do transporte terrestre demandam da cabotagem em seu serviço semanal um grande esforço em oferecer a confiabilidade e segurança com que o setor está acostumado a trabalhar em sua cadeia logística”, disse Julian Thomas.
          Segundo ele, o mercado precisou aprender a ajustar sua produção e estoque à frequência do transporte marítimo, de modo a aproveitar todas as vantagens que o modal oferece. “Além de garantir o mesmo serviço porta a porta com um transit time competitivo, o transporte marítimo garante segurança, baixíssimos índices de roubos, avarias, e impacto ambiental. Neste sentido, o mercado vem cada vez mais reconhecendo a Cabotagem como uma excelente opção para o transporte de longas distâncias”, afirmou.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Demanda global por transporte aéreo deve crescer quase 7% em 2016

         A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) espera que a demanda por transporte aéreo no mundo cresça 6,9% em 2016 em relação a 2015, de acordo com relatório de projeções divulgado pela entidade.
         Caso concretizado, o aumento na demanda global em 2016 marcará o melhor resultado desde 2010, representando também um avanço em relação à média dos últimos 20 anos, com crescimento médio de 5,5%. As projeções da Iata também apontam para um aumento na oferta global de voos em 2016, que deverá expandir 7,1% no ano que vem ante 2015.
         Na análise por regiões, o Oriente Médio deve registrar o maior crescimento da demanda aérea em 2016, com alta de 12,5% ante o resultado deste ano, seguida pela região da Ásia-Pacífico, com alta projetada de 8% na demanda aérea no ano que vem. Em sequência, aparecem América Latina (6,8%), Europa (5,9%), América do Norte (4,4%) e África (1,4%).
         De acordo com o documento, o yield (valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro) deve recuar, em média, 5% em 2016 em comparação com este ano. A receita das companhias aéreas globais deve totalizar US$ 717 bilhões no ano que vem, um aumento de 0,9% em relação a 2015.
         As despesas, por sua vez, irão aumentar num ritmo menor, de 0,5%, totalizando US$ 658 bilhões em 2016. Dentre as despesas, os custos com combustíveis responderão por US$ 135 bilhões, o que representará 21% do total, a menor porcentagem desde 2004, quando esses gastos responderam por 17% dos custos totais.
         O lucro líquido consolidado do setor deve ser de US$ 36,3 bilhões em 2016, aumento de 10% ante a expectativa de lucro de US$ 33 bilhões em 2015. Segundo a Iata, a margem Ebit global deve ficar em 8,2% no próximo ano - a entidade espera que a margem Ebit do setor fique em 7,7% em 2015.

Analistas dizem que preços dos metais básicos dependem das compras da China

         O anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) do seu primeiro aumento de juros em quase uma década, há cerca de duas semanas, levou os investidores dos mercados de metais básicos a prestarem atenção na China, cujos planos de reduzir o excesso na oferta doméstica geraram esperanças de que os preços dessas commodities se recuperem em 2016.
         As cotações do cobre e do alumínio, os dois metais mais negociados do mundo, estão 5% e 6%, respectivamente, acima das mínimas em vários anos atingidas recentemente. Incertezas sobre a ação do Fed e seu impacto no dólar ajudaram a limitar os ganhos dos metais antes do anúncio do BC norte-americano. A maioria das commodities, caso dos metais, é atrelada ao dólar.
         Analistas, no entanto, dizem que é muito cedo para declarar uma recuperação plena dos metais e os preços continuam baixos pelos padrões históricos. O contrato de alumínio para entrega em três meses é negociado atualmente a US$ 1.515,00 por tonelada na London Metal Exchange (LME), e o cobre, a US$ 4.660,00 por tonelada.
         "Só esperamos ver alguma recuperação dos fundamentos no segundo trimestre do próximo ano", comentou Helen Lau, analista da Argonaut Securities. Parte do avanço recente dos metais é atribuída a medidas anunciadas pela China com o objetivo de diminuir o excesso de capacidade em alguns setores, como o siderúrgico. A consolidação chinesa deverá envolver a fusão de estatais e cortes na produção ou encerramento de operações.
         "Prevemos que a China implementará reformas no lado da oferta ao longo de 2016 e acelerar a consolidação na indústria do aço e de outros setores que fazem uso intensivo de energia", disse Lau. Neste mês, o regulador chinês de ativos estatais anunciou que a mineradora e negociadora de metais China Minmetals Corp. irá assumir o controle da Metallurgical Corp. of China.
         Além disso, produtores chineses de alumínio, cobre e níquel revelaram planos de reduzir produção nos próximos meses. Mais especificamente, produtores de cobre e níquel disseram no mês passado que irão cortar a produção em 5% e 15%, respectivamente. Já os 14 principais produtores de alumínio da China declararam que não vão retomar produção que tenha sido suspensa ou iniciar novas operações no ano que vem.
         Em relatório recente, o Citi previu que mais siderúrgicas chinesas deverão encerrar atividades após o feriado lunar de Ano-Novo da China e que o mercado de alumínio poderá precisar de mais tempo para se equilibrar. "No lado da consolidação, não esperamos o fechamento imediato (de unidades produtoras de metais). Isso deve acontecer ao longo de meses, mas o progresso será mais rápido do que em anos anteriores", disse Lau. "Acreditamos que a recuperação da demanda será gradual."
         O vice-presidente da Moody's baseado em Xangai, Jiming Zou, por sua vez, estima que cerca de 50% a 60% das siderúrgicas chinesas estão operando no vermelho. "Até agora este ano, o fluxo de caixa operacional (das siderúrgicas) tem sido suficiente apenas para pagar juros sobre empréstimos", diz Zou, ressaltando que, em 2016, o fluxo de caixa de muitas empresas não bastará para isso. A produção total de aço da China este ano deverá ser de cerca de 800 milhões de toneladas e a demanda, em torno de 710 milhões de toneladas, segundo estimativa de Zou.

MME autoriza importação de energia elétrica do Uruguai em caráter excepcional

         O Ministério de Minas e Energia (MME) reconheceu a necessidade de importação de energia elétrica do Uruguai, de forma excepcional e temporária, por meio das Conversoras de Frequência de Rivera (70 MW), situada na fronteira do município de Rivera, Uruguai, e Santana do Livramento (Rio Grande do Sul), e da futura Conversora de Melo (500 MW) no município de Melo, Uruguai, próximo da fronteira com o município de Jaguarão, também no RS.
         A importação está autorizada em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (29) e será realizada por meio de ofertas semanais de energia elétrica ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), tendo como destino o Mercado de Curto Prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN), "podendo haver ajustes conforme programação diária ou mesmo por necessidades em tempo real".       
        A Eletrobras será o agente responsável pela importação perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os custos relativos à importação que ultrapassarem o Preço da Liquidação de Diferenças (PLD), por ocasião da contabilização pela CCEE, poderão ser recuperados por meio do encargo destinado à cobertura dos Custos do Serviço do Sistema. As disposições da portaria já estão em vigor e terão vigência até 31 de dezembro de 2018.

Governo gaúcho consegue aprovar projeto de venda ou fechamento da Cesa sem necessidade de plebiscito

         O Governo do Estado do Rio Grande do Sul conseguiu aprovar nesta segunda-feira o projeto que desobriga a realização de plebiscito para a venda ou fechamento da Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns), empresa deficitária. A ideia do executivo é de desmembrar as diversas unidades da estatal e passar a iniciativa privada aquelas que despertam interesse e encerrar as atividades das demais. A Cesa há muito deixou de cumprir papel importante no sistema de armazenamento de safras e acumula dívidas enormes, especialmente relativa a um passivo trabalhista, que poderá ser liquidado com a sua venda, pelo menos de forma parcial.

Exportadores de frutas, beneficiados pela desvalorização do real, apostam na conquista de novos mercados


          Os produtores brasileiros, depois de um ano em que as exportações de frutas do país foram beneficiadas pela forte desvalorização do real, apostam agora na abertura de novos mercados para continuar ampliando os embarques a taxas acima de dois dígitos nos próximos anos. Na mira, estão países como China, Japão e Estados Unidos, que mantêm barreiras tarifárias e fitossanitárias às frutas brasileiras, além da Rússia, que ainda precisa de fontes alternativas de abastecimento diante das barreiras derivadas de divergências de Moscou com a União Europeia e, mais recentemente, também com a Turquia.
         Nesse contexto, a expectativa de Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafrutas, é de que as vendas de frutas frescas brasileiras ao exterior alcancem 700 mil toneladas, ou US$ 850 milhões, em 2016. A entidade reúne produtores e exportadores que representam quase 90% da receita dos embarques do segmento. Em 2015, estima Barcelos, serão, no total, 650 mil toneladas, ou US$ 750 milhões.
         O dirigente lembra que a diversificação de destinos também é vital para diluir na balança o peso da União Europeia, que hoje absorve 90% das exportações do Brasil. Ele destaca que o acordo que está mais perto de ser fechado é com a China, que recebeu neste ano a documentação necessária para derrubar a barreira fitossanitária que impõe à melancia brasileira e, em janeiro, enviará ao país uma missão para inspecionar a produção.
         A Abrafrutas espera que o Brasil possa fornecer melancia à China, onde o consumo per capita da fruta chega a 42 quilos ao ano, durante o inverno no país asiático, quando não há produção local.
Os exportadores também esperam que em breve o Japão aceite os certificados sanitários do Brasil para autorizar a exportação de melão. Esperava-se que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, anunciasse a abertura em viagem que estava agendada para dezembro para aquele país, mas a visita foi cancelada.
         Uma vez derrubadas as barreiras sanitárias, as exportações aos dois países asiáticos também poderão ser beneficiadas pela reforma do canal do Panamá, que deverá ser concluída em junho. Além do custo menor com frete, com o "novo" canal as frutas levarão 10 dias a menos para chegar a esses mercados. Outra frente de batalha dos fruticultores está nos EUA. Os exportadores reunidos na Abrafrutas contrataram o escritório de advocacia King&Spalding para convencer os congressistas americanos a ampliarem a janela de isenção de tarifa para a importação de melão brasileiro, hoje restrita para entre dezembro a maio. Na prática, porém, o Brasil só consegue exportar até janeiro, por causa da sazonalidade da produção.
         Fora dessa janela, a fruta do Brasil entra nos EUA com tarifa de 28%, enquanto países da América Central estão isentos "Queremos ampliar o período de isenção em ao menos dois meses, a partir de outubro, quando começa a esfriar nos EUA e não há produção por lá", diz Barcelos. A maior abertura americana ao melão brasileiro poderia elevar os embarques da fruta em 240 mil toneladas por ano, ou cerca de US$ 200 milhões, afirma o executivo.
         Os EUA também mantêm barreiras fitossanitárias para abacate, limão e mamão brasileiros. No caso do abacate, a Abrafrutas contratou uma consultoria para identificar as exigências das autoridades americanas e, provavelmente, os produtores terão que entregar um plano de controle de pragas para conseguir aval. Na avaliação de Barcelos, o Brasil tem potencial para exportar US$ 150 milhões por ano em abacate aos americanos. No caso do limão, o fim da barreira permitiria embarques da ordem de US$ 100 milhões, diz ele.
          Os norte-americanos já permitem a entrada de mamão de algumas regiões do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, mas há outras ainda impedidas. Caso se confirme a derrubada das barreiras, há potencial para elevar as exportações em US$ 50 milhões. No caso da Rússia, em novembro comitiva formada pela maior rede de supermercados (Magnit/Tander) e pelas duas maiores importadoras de vegetais (Nevskaya e FriendFruits) do país veio ao Brasil e se reuniu com executivos da Abrafrutas e da Apex. A reunião ainda não rendeu frutos, mas deve resultar em contratos no próximo ano. A fruta brasileira mais promissora para os russos é a maçã.

Professor da USP diz que elevação do nível do mar afogará manguezais e provocará assoreamento no Porto de Santos


         O engenheiro Paolo Alfredini, da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), previu que a elevação do nível do mar afogará 50% da vegetação dos manguezais no entorno de Santos até 2100, fazendo com que sedimentos finos sejam liberados em grande quantidade, o que provocará o assoreamento do estuário do porto, tornando inviáveis as operações. A declaração foi feita a partir da conclusão de estudos sobre os impactos costeiros, liderados por ele, para um relatório da extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
         Segundo o engenheiro e professor, até 2100 o mar subirá 80 centímetros em Santos e a cidade precisará de grandes obras de adaptação para salvar as operações portuárias. Além do assoreamento, a subida do mar reduzirá o espaço entre o cais e a água - de 1,6 metro na época da construção para 48 centímetros em 2100. "Com isso, uma simples ressaca será suficiente para inundar o cais", afirmou.
          A principal recomendação do pesquisador foi a construção de dois molhes - maciços de pedra revestidos de blocos de concreto - com cinco quilômetros. "Eles confinariam as correntes de maré, aumentando a velocidade da água no canal. Isso ajudaria a limpá-lo, evitando o assoreamento com a areia do mangue," argumentou Alfredini.

SEP aprova projeto de investimentos do Tecon Salvador

         A SEP (Secretaria Especial de Portos da Presidência da República) aprovou, em caráter preliminar, o plano de investimentos apresentado pela Tecon Salvador, para o arrendamento portuário localizado no Porto de Salvador, na Bahia.
         De acordo com portaria publicada nesta segunda-feira no “Diário Oficial da União”, o arrendamento (Contrato de Arrendamento nº 012/2000) ainda deve ser analisado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
         O Tecon Salvador é uma empresa do Grupo Wilson Sons, que também administra o Tecon Rio Grande, no extremo Sul do Brasil.

Obra de reestruturação do canal de navegação em Itajaí é iniciada

         A primeira fase das obras de reestruturação do canal de navegação do Porto de Itajaí já começou. Serão investidos R$ 122 milhões do governo do estado e R$ 165 milhões com recursos do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
          Com as obras, o porto do Norte de Santa Catarina, que atualmente é administrado pela prefeitura da cidade, poderá continuar recebendo navios de grande porte.
          O Porto de Itajaí movimenta cerca de 1,1 milhão de containers por ano e ocupa o segundo lugar no ranking nacional de movimentação de cargas de containers, atrás apenas do Porto de Santos.

Santos Brasil vai reduzir em 64% emissão de CO2 com uso de lâmpadas de LED


          A Santos Brasil, dentro do projeto de substituição da iluminação das unidades na Baixada Santista, realizou a troca das lâmpadas da Oficina de Manutenção, portões de entrada e segurança, escritórios e Terminal de Veículos do Tecon Santos por tecnologia LED. Os próximos pontos a receberem nova iluminação serão os prédios administrativos do Tecon Santos e Clia Santos, com previsão de término para junho de 2016.
          A empresa optou pela troca por conta da economia de 70% em relação às outras lâmpadas e não emitem raios ultravioleta e infravermelho. De acordo com o gerente de Infraestrutura da Santos Brasil, Heitor Carbone, a lâmpada permite um resíduo limpo com ganhos significativos de sustentabilidade à empresa.
          Consideradas ecologicamente corretas, as lâmpadas de LED dispensam descarte especial, podendo ser desmontadas e destinadas ao ciclo comum de reciclagem, ao contrário do que ocorre com as lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, que possuem metais pesados em sua composição.
          A Santos Brasil acredita que reduzirá em 64,3% as emissões de CO2 no meio ambiente com a troca de lâmpadas, na comparação com a quantidade liberada por meio da iluminação tradicional. O cálculo tem como base o índice utilizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para elaboração de inventários corporativos a fim de medir a redução de energia consumida.



 


Codesp participa de plano para atendimento de acidentes de poluição por óleo no mar

         A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) participou, no mês de dezembro, da oficialização do Plano de Área do Porto de Santos e Região (PAPS), para atendimento a acidentes de poluição por óleo no mar. O evento aconteceu na Faculdade Unimonte, em Santos. A organização é do Comitê do Plano de Área do Porto de Santos e Região, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com participação da Codesp, dos terminais portuários e Marinha do Brasil.
          O Plano de Área reúne os Planos de Emergência Individual (PEI) de 47 instalações portuárias localizadas em Santos, Cubatão e Guarujá. Para o diretor-presidente da Codesp, Alex Oliva, a assinatura do documento é um compromisso com o futuro: “Temos que deixar um legado para as outras gerações e isso depende do trabalho que fizermos hoje”, declarou. Alex Oliva destacou ainda o empenho de todos os envolvidos na elaboração do Plano de Área. “Nossa equipe atuou muito para assinarmos hoje este termo que coroa um intenso trabalho; isso é sinal de maturidade”, frisou.
          O capitão dos Portos de São Paulo, Ricardo Fernandes Gomes, saudou a assinatura do Plano de Área. “Temos certeza de que esse planejamento foi árduo, tendo em vista as dificuldades para harmonizar os diversos interesses. Por isso, chegar a esta etapa hoje é um grande sucesso”, disse o capitão. O PAPS é uma exigência prevista na Lei nº 9.966/00 e regulamentado pelo Decreto nº. 4.871/03, posteriormente complementado pelo Decreto nº 8.127/13.
         A assinatura em nome dos órgãos ambientais foi feita pela secretária estadual Adjunta de Meio Ambiente, Cristina Maria do Amaral Azevedo, e os presidentes do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marilene Ramos, e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Otavio Okano. A presidente do Ibama ressaltou a importância do documento. “Esse é um grande passo para estabelecermos as condições adequadas para combate a incidentes de poluição por óleo no mar”, declarou ela.
          O presidente da Cetesb destacou a necessidade da união para combater acidentes. “O Porto de Santos concentra uma série de instalações onde podem ocorrer vazamentos. Assim, integrar esforços, compartilhar recursos das 47 instalações portuárias é essencial para fortalecer respostas à acidentes que envolvam derramamento de óleo, a fim de minimizar os danos”, disse Otavio Okano.
          Participaram também do evento os representantes legais das 47 instalações do PAPS, que assinaram o referido documento, bem como representantes das Prefeituras de Santos e Guarujá, da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Estado de São Paulo. O Secretário de Assuntos Portuários do município de Santos, Eduardo Lopes, reforçou a importância do Plano de Área. “Todos sabem a preocupação que as cidades têm com seu ar, solo e mar. Assim, é bom ver todos juntos e preparados para enfrentar eventuais problemas futuros”.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Petrobras recebe R$ 1,93 bilhão da Mitsui Gás e conclui venda de 49% do capital da Gaspetro

         A Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda (Mitsui-Gás) pagou nesta segunda-feira (28), à Petrobras, R$ 1,93 bilhão pela participação de 49% na Petrobras Gás S.A. (Gaspetro), holding que consolida as participações societárias da Petrobras nas distribuidoras estaduais de gás natural.
          Segundo a Petrobras, a transação foi concluída com o pagamento depois da empresa atender a todas as condições precedentes previstas no Contrato de Compra e Venda de Ações, firmado em 23 de outubro deste ano. A estatal informou que houve também a aprovação definitiva e sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
         A Petrobras destacou ainda que, com a venda, foi atingida a meta do Programa de Desinvestimento da empresa. "Esta operação, feita por meio de processo competitivo, faz parte do Programa de Desinvestimentos previsto no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 e permitiu atingir a meta de US$ 700 milhões estabelecida para 2015, conforme anunciado em 5 de outubro de 2015", concluiu a nota da companhia.

Blog chega ao final do ano ultrapassando a marca de 19 mil acessos mensais

         O Blog Luiz Reni/Revista Mundo agradece às centenas de mensagens de Natal e Feliz Ano Novo recebidas e retribui a todos os seus amigos, leitores e parceiros desejando que, apesar da crise que atinge o país, 2016 seja um ano de realizações e, sobretudo, de bem estar, paz, saúde e felicidade. O Blog é a coroação do trabalho editorial desenvolvido pela Sinal Comunicações desde 1991, voltado para os profissionais que atuam em atividades relacionadas com o comércio exterior.
         Atualizado em tempo real, o Blog chega ao final de dezembro com uma média de mais de 750 acessos diários, cerca de 19 mil visualizações mensais, números que o colocam entre os portais mais visitados do segmento no Brasil. A meta para o próximo ano é ampliar os esforços, inclusive agregando, gradativamente, novas iniciativas.
         A Sinal Comunicações, editora do Blog, aproveita para comunicar que a partir de 2016 passa a destinar a versão impressa da Revista Mundo a edições especiais.Serão publicações específicas produzidas com tiragens expressivas, que circularão em grandes feiras e outros eventos, distribuídas principalmente ao público presente a essas iniciativas.

Dilma está reunida com equipe econômica discutindo projetos prioritários para o começo de 2016

         A presidente Dilma está reunida, em Brasília, com a equipe ecômica para discutir os projetos prioritários para o começo de 2016. O encontro começou por volta das 15h e não tem previsão de horário para terminar.
         Participam da reunião os ministros da Fazenda, Nelson  Barbosa, da Casa Civil, Jaques Wagner, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão. O chefe da Secretaria de Governo, ministro Ricardo Berzoini, que não faz parte da junta orçamentária, também está presente.
         Pouco depois do início do encontro, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, esteve por alguns minutos no Palácio da Alvorada. Pezão esteve em Brasília para uma reunião mais cedo com Barbosa e outros governadores.

Balança comercial registra superávit de US$ 2,024 bilhões na quarta semana de dezembro

         A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,024 bilhões na quarta semana de dezembro (21 a 27), conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 28, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações somaram US$ 3,623 bilhões e as importações, US$ 1,599 bilhão.
         Com o resultado semanal, no mês de dezembro, a balança comercial acumula superávit de US$ 5,243 bilhões. As exportações somam US$ 14,514 bilhões no mês e as importações, US$ 9,272 bilhões.
No ano, a balança comercial registra um superávit de US$ 18,684 bilhões até a quarta semana de dezembro. O saldo é resultado de exportações de US$ 188,866 bilhões menos importações de US$ 170,182 bilhões.
         A exportação de uma plataforma para extração de petróleo, no valor de US$ 818 milhões, contribuiu para o resultado da balança comercial brasileira na quarta semana de dezembro, segundo dados divulgados pelo MDIC. Com essa operação, na semana, a média diária das exportações foi de US$ 905,8 milhões, valor 16,4% acima da média de US$ 778 milhões registrada até a terceira semana do mês.
         Esse incremento na média diária exportada foi decorrente do aumento de 45,4% das exportações de manufaturados (com destaque, principalmente, para a exportação da plataforma para extração de petróleo, bombas e compressores, calçados, torneiras/válvulas, papel e cartão, máquinas para terraplenagem); crescimento de 5,7% das vendas externas de semimanufaturados (com destaque para celulose, ouro em forma semimanufaturada, couros e peles, óleo de soja em bruto).
         Em contrapartida, caíram as vendas de produtos básicos 10,3%, em razão, principalmente, das exportações de minério de ferro, petróleo em bruto, milho em grão, carne bovina e farelo de soja.
As importações tiveram uma média diária de US$ 399,8 milhões, o que representa uma queda de 27% na comparação com a média verificada até a terceira semana do mês, de US$ 548 milhões.
         Essa queda, segundo dados do MDIC, é explicada, principalmente, pela diminuição nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes, químicos orgânicos/inorgânicos e adubos e fertilizantes. Na semana, o saldo comercial foi superavitário em US$ 2,024 bilhões.
        No mês de dezembro, até o dia 27, as exportações têm média diária de US$ 806,4 milhões, o que representa uma alta de 1,4% na comparação com a média registrada em dezembro de 2014. Esse ligeiro aumento é decorrente da alta de 16,5% das vendas de produtos manufaturados (com destaque para plataforma para extração de petróleo, tubos flexíveis de ferro/aço, bombas e compressores, automóveis de passageiros, tratores, etanol e aviões).
         Por outro lado, caíram 9,9% as vendas de básicos, em razão, principalmente, por causa das vendas de minério de ferro, petróleo em bruto, café em grão, carne bovina e de frango e farelo de soja, e queda de 2,4% nas vendas externas de semimanufaturados (em razão das vendas de ferro-fundido, ferro-ligas, alumínio em bruto, couros e peles, semimanufaturados de ferro/aço).
        Na comparação com novembro deste ano, a média diária exportada cresceu 16,8%, em virtude do aumento das vendas das três categorias de produtos: básicos (+6,6%), semimanufaturados (+10,6%) e manufaturados (+31%).
         Com relação às importações, no acumulado do mês de dezembro, a média diária está em US$ 515,1 milhões, o que representou uma queda de 34,1% em relação à média importada em dezembro de 2014. Nesse comparativo, caíram os gastos com combustíveis e lubrificantes (-63,2%), aparelhos eletroeletrônicos (-42,2%), veículos automóveis e partes (-41,2%), plásticos e obras (-35,4%), siderúrgicos (-32,7%) e equipamentos mecânicos (-32%).
         Na comparação com novembro deste ano, houve retração de 18,3% na média diária importada. Essa queda foi puxada pelas menores compras de combustíveis e lubrificantes (-36,8%), aparelhos eletroeletrônicos (-26,1%), plásticos e obras (-24,4%), químicos orgânicos/inorgânicos (-23,3%), veículos automóveis e partes (-21,9%) e equipamentos mecânicos (-18,8%).

Executivo-chefe da Freeport-McMoRan renuncia por causa dos baixos preços globais dos minérios

         O executivo-chefe da Freeport-McMoRan, James R. Moffett, renunciou ao cargo em meio às dificuldades enfrentadas pela mineradora norte-americana por causa da queda nos preços globais das commodities. Às 14h25 (de Brasília), as ações da companhia caíam 8,85% em Nova Iorque.
        O principal diretor independente da Freeport, Gerald J. Ford, assumirá como presidente da empresa. "Durante seus mais de 50 anos de carreira no setor de recursos naturais, Jim Bob se tornou um ícone da exploração", declarou Ford. Moffett havia atuado como executivo-chefe da mineradora entre 1984 e 2003.  Ele foi cofundador da McMoRan Oil & Gas em 1969 e esteve presente na fusão com a Freeport Minerals.
        Em agosto a companhia informou que iria cortar os investimentos previstos para 2016 em 29%, reduzir em cerca de 10% a força de trabalho nos EUA - em torno de 1,5 mil empregos - e diminuir a produção. No mesmo mês o investidor Carl Icahn afirmou que pretendia ter representação no conselho da empresa e que gostaria de um corte nos gastos e nos pagamentos a executivos.

Volkswagen aposta em vendas externas para compensar crise no mercado brasileiro e começa a exportar o Up! para o Peru

         Maior exportadora de veículos produzidos no Brasil, a Volkswagen informou na manhã desta segunda-feira (28), que vai começar a exportar o up! para o Peru a partir do primeiro trimestre de 2016. Produzido na fábrica da montadora em Taubaté, no interior de São Paulo, o modelo já é exportado para Argentina, Uruguai e México, além de comercializado no próprio mercado interno.
         Com a queda das vendas no Brasil e a depreciação do câmbio, as montadoras têm apostado cada vez mais no mercado externo. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as unidades exportadas por todas as marcas cresceram 18,9% em relação a igual período do ano anterior, para 369,4 mil, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No mercado doméstico, as vendas recuaram 25,2% no mesmo tipo de comparação, para 2,34 milhões de veículos.
         Mesmo sendo uma novidade no mercado, o up! não ficou imune à retração das vendas. Lançado em fevereiro de 2014, o modelo somou 49,3 mil vendas no acumulado de janeiro a novembro de 2015 (onze meses), recuo de 16% nas vendas internas ante o período entre fevereiro e dezembro do ano passado (onze meses). Com a exportação do up! para o Peru, a Volkswagen pretende ampliar seus resultados no exterior. A montadora alemã apresentou crescimento de 27% nas vendas externas totais em 2015, com 107 mil veículos exportados.
         Internamente, a empresa registra queda nas vendas, de 35% no acumulado do ano, e perde participação de mercado, de 17,33% em 2014 para 14,79% em 2015. No Brasil, o up! é oferecido em oito versões, mas para o Peru serão apenas quatro: take up!, move up! e high up! 4 portas e câmbio manual.
         O modelo mais exportado pela Volkswagen em 2015 foi o Gol, com 47.222 unidades. O maior cliente dos veículos produzidos pela marca no Brasil continua sendo a Argentina, para onde foram embarcadas 57.870 unidades.
        "A Volkswagen reforçou sua estratégia de exportação e incrementou o portfólio com novos produtos, como up!, o CrossFox, e versões do Gol e Saveiro, por exemplo, que têm tido uma excelente aceitação nesses mercados, conseguindo com isso impulsionar as exportações da marca. Em 2016, novos mercados devem receber nossos produtos", afirma o vice-presidente de Vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, Jorge Portugal.

Relatório Focus eleva para 2,81% previsão de retração da economia em 2016

         Analistas do mercado financeiro revisaram mais uma vez suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 para baixo. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central, a perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,80% para 2,81%. Há um mês, a mediana das projeções estava em 2,04%.
         Para 2015, a previsão de contração do PIB ficou estável em 3,70% - um mês antes estava em queda de 3,19%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na última semana, o BC revisou de -2,7% para -3,6% sua estimativa para a retração econômica deste ano.
          Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2015 saiu de -7,70% para -7,69 % - um mês antes estava em -7,50%. Para 2016, a queda passou de -3,45% para -3,50%. Há quatro semanas, estava em -2,30%.
         No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção dos analistas ficou estável em 35,50% - quatro edições antes estava no mesmo valor. Para 2016, a taxa passou de 40,20% para 40,00% - um mês antes também estava em 40,00%.
         O Relatório de Mercado Focus revelou manutenção das estimativas dos analistas para a balança comercial de 2015, em US$ 15 bilhões. Quatro boletins atrás estava em US$ 15 bilhões. O ponto central da pesquisa de 2016 também ficou paralisado em US$ 33,00 bilhões - quatro edições atrás do documento estava em US$ 31,68 bilhões.
         Já as previsões de déficit para a conta corrente de 2015 ficaram estáveis em US$ 64,00 bilhões - um mês antes estavam em US$ 64,70 bilhões. Para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi alterado de US$ 38,50 bilhões para US$ 38,60 bilhões - um mês antes estava em US$ 39,68 bilhões.
         Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) permaneceu em US$ 63,00 bilhões para 2015. Um mês atrás estava em US$ 62,80 bilhões. Para 2016, ficou estável em US$ 55 bilhões. Quatro semanas atrás estava em US$ 58,00 bilhões.

Escoamento de grãos pelos portos do Arco Norte cresce 51% de janeiro a novembro



         O escoamento de grãos pelos portos do Arco Norte – Amazonas, Bahia, Maranhão e Pará – cresceu 51% de janeiro a novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo o Departamento de Infraestrutura, Logística e Geoconhecimento para o Setor Agropecuário, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A expectativa do Mapa é que os quatro estados possam embarcar 25,5 milhões de toneladas em 2016.
         Os portos que compõem o Arco Norte são os de Itacoatiara (AM), Salvador e Ilhéus (BA), São Luis (MA) e Barcarena e Santarém (PA). De janeiro a novembro, eles embarcaram mais de 18,2 milhões de toneladas de soja e milho, antes 12 milhões de toneladas exportadas em igual período de 2014. “Isso mostra que os exportadores estão preferindo a porta de embarque pelo Norte e Nordeste”, diz Carlos Alberto Nunes Batista, assessor do Departamento de Infraestrutura, Logística e Geoconhecimento do Mapa.
         A estimativa de que a capacidade de exportação do Arco Norte aumente em mais de 40% no próximo ano se baseia em dados da Companha Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal projeta uma colheita de 102,5 milhões de toneladas de soja, com embarques de 72 milhões de toneladas. A empresa também prevê uma safra de 72 milhões de toneladas de milho, com vendas externas de 30 milhões de toneladas.
         “A expansão dos portos acima do Paralelo 16º Sul contribui para a redução do custo logístico na exportação. Com isso, há menor pressão sobre os portos do Sul e Sudeste, devido à proximidade com as áreas de grande produção de grãos, como o Mato Grosso”, assinala Carlos Alberto Nunes Batista. 
         De acordo com ele, a melhoria da logística de escoamento pelo Arco Norte pode reduzir em quase US$ 50 por tonelada o custo logístico – porteira/porto de embarque –, favorecendo as exportações de milho e soja em larga escala e beneficiando principalmente os produtores situados a cerca de 2 mil quilômetros dos atuais embarcadouros do Sul e do Sudeste.