quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Autoridades reduzem calado nos terminais da Copersucar e Noble Agri, em Santos

         As Autoridades portuárias reduziram o calado permitido para atracação de navios nos terminais da Copersucar e da trading Noble Agri, no porto de Santos (SP), diminuindo de maneira significativa a capacidade de carregamento de açúcar e grãos nas embarcações, avaliaram executivos de agências marítimas. A Noble Agri é uma joint venture entre a Noble Group e um consórcio com participação da estatal chinesa Cofco.
          Segundo informações da Codesp Cia. Docas do Estado de São Paulo), citadas em relatório da agência Williams, a redução de calado no berço da Noble pode ultrapassar dois metros. No caso da Copersucar, a redução varia de 80 centímetros a um metro, dependendo da maré. “Com certeza vai impactar embarques, qualquer redução de calado é prejudicial para o terminal”, avaliou um funcionário encarregado de operações em uma outra agência marítima, em Santos, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.
         A mesma fonte explicou que cada 10 centímetros que um navio de granéis agrícolas perde em calado autorizado reduzem o embarque de 800 toneladas. Em uma redução de um metro de calado, por exemplo, 8 mil toneladas poderiam deixar de ser embarcadas, o que representa bem mais que 10 por cento da capacidade da maioria dos navios que carregam açúcar e grãos em Santos.
         A preocupação é ainda maior porque o Brasil está em plena safra de cana-de-açúcar, com grande movimentação de embarques em Santos, principal porto exportador de açúcar do mundo, onde a Copersucar é uma das principais embarcadoras. É igualmente grande o volume embarcado de milho neste momento no porto paulista, após uma safra recorde no país.
          A grade de escalas de navios mostra uma previsão de pelo menos quatro embarcações de milho e sete de açúcar saindo do terminal da Copersucar nos próximos dias. No terminal da Noble Agri, a previsão é de embarque de outros oito navios com milho e farelo de soja nos próximos dias, o maior deles com previsão de carregar de 65,5 mil toneladas do cereal.
          Executivos das agências marítimas afirmaram que o calado autorizado foi reduzido devido ao acúmulo de sedimentos na região dos berços de atracação. Não há previsão da realização de uma dragagem emergencial para resolver o problema. A restrição atinge ainda um píer de movimentação de combustíveis na Ilha Barnabé, também no complexo portuário de Santos, mas em menor escala.

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