terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Importações crescem 20% no Teca do Aeroporto Internacional de Porto Alegre no ano passado

        O Terminal de Logística de Carga (Teca) do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), apresentou crescimento de 20% no volume de importações em 2016. Foram movimentadas 6.988 toneladas de cargas contra 5.818 registradas no ano anterior.
        A gerente de Negócios em Logística de Carga em exercício do terminal, Simone Doro, atribuiu esse número como resultado do trabalho realizado por toda a equipe que atua no Teca, principalmente com importadores, por meio da fidelização e manutenção dos clientes. "O cronograma de visitas foi concluído com sucesso, trazendo aumento no grupo de clientes fidelizados, passando de 10 empresas em 2015 para 17 no final do ano passado", explicou.
       Segundo ela, um dos destaques foi a entrada de uma grande companhia do ramo de calçados femininos na carteira de clientes. Entre os principais segmentos que utilizaram o terminal gaúcho para importação estão o automotivo, de calçados e bolsas e metalmecânico e tecnologia. "Também tivemos cargas de clientes dos setores farmacêutico, químico, têxtil, equipamentos e instrumentos médicos e outros", acrescentou.
        A expectativa para este ano é de continuar trabalhando com igual foco. "Vamos atuar na manutenção dos clientes fidelizados, pois temos o compromisso de prestar um serviço de boa qualidade, como sempre fizemos", garantiu Simone Doro. "O terminal de cargas é muito dinâmico, trabalhamos com a visão de melhor atender nosso público, pois essa é a marca da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária)", assegurou a executiva.

Cosco reverte expectativa de prejuízo e fecha 2016 com lucro de US$ 22 milhões

         A Cosco Shipping Development revelou o segredo de como alcançar rentabilidade no negócio de navegação: se livrar da sua linha de navegação. Após a fusão das chinesas China Ocean Shipping Company, a Cosco, e China Shipping Container Lines, a CSCL, abrindo a temporada de fusões que mudaria o cenário da navegação no decorrer de 2016, as muitas unidades das empresas foram reorganizadas e seu foco de negócios foi ajustado.
         A CSCL foi renomeada se tornando: COSCO Shipping Development e, no curso, a pesada transportadora de contêineres se tornou uma rentável unidade financeira do grupo. Mesmo após a empresa principal, a Cosco Shipping Holdings, ter alertado os investidores sobre uma possível perda de US$ 1,4 bilhões em 2016, o resultado foi na contramão do esperado, e em um comunicado emitido pela empresa, o aviso foi de um lucro positivo no ano em torno de USD 22 milhões.
         "Em decorrência da reestruturação, a empresa eliminou certas empresas de transporte de containers com perdas e transformou-se em uma plataforma integrada de serviços financeiros", afirmou a Cosco Shipping Development em comunicado. A empresa afirmou “ter vindo para desenvolver e integrar várias empresas de serviços financeiros”, o que de fato, contribuiu para o aumento da sua rentabilidade global, bem como seu lucro líquido esperado para 2016, em comparação com o prejuízo registado no ano anterior.
         Essa perda líquida de US$ 456 milhões foi registrada pela CSCL em seu último resultado anual como uma empresa independente antes da fusão com a COSCO. O negócio de transporte de containers do grupo foi consolidado pela COSCO Shipping Lines durante 2016, liberando a COSCO Shipping Development “do negócio não rentável”, permitindo que a empresa pudesse integrar novos caminhos mais lucrativos.
         Com novos focos em seus negócios e alguns ajustes, a empresa não focou apenas no setor de transporte marítimo. Metade dos recursos de uma oferta de ações estimada em US$ 1,7 bilhão foi destinada aos setores médico, de energia e educação.
         No entanto, a Cosco Shipping Development afirmou que manterá uma conexão com seu negócio através da empresa de leasing de containers Florens, que assumiu a operação do braço operacional do grupo Cosco Shipping Ports. A empresa pagou US$ 1,2 bilhão para a Florens e recebeu US$ 1,18 bilhão da Cosoco Shipping Ports para os ativos do terminal da CSCL, basicamente uma concessão de empréstimo. A Florens é a segunda maior empresa de leasing de contêineres do mundo, com 19,6% de participação no mercado global e uma frota de mais de 3,5 milhões de Teu.

Porto do Recife aposta na retomada do crescimento das operações

         Após a confirmação de que o Governo Federal vai devolver a autonomia das concessões portuárias para Pernambuco, algo que ficou comprometido desde 2013, com a promulgação da Lei dos Portos, o setor começa a vislumbrar dias melhores a partir da retomada de licitações importantes. No Porto do Recife, o diretor comercial do ancoradouro, Carlos Vilar, vê a notícia com entusiasmo. “Podemos dizer que agora começamos 2017 com o pé direito. Vamos destravar os processos licitatórios de todos os portos que estavam freados há anos”, comenta.
         Segundo ele, além do Terminal Marítimo de Passageiros - que apesar de ter sido uma obra que entrou em operação para a Copa do Mundo, permanece sem arrendatário até o momento, por conta da burocracia da Lei dos Portos - outras iniciativas que prometem abrir o leque para despertar o interesse dos investidores privados. “Entre as principais, podemos destacar a instalação de um terminal para coque de petróleo e a do terminal de barrilha, matéria-prima da indústria de vidro. Esses projetos que estavam represados há cinco anos e agora podemos vislumbrar um cenário melhor para 2017”, acredita Vilar.
         Por não saber exatamente qual será o teor do decreto que o presidente irá assinar para autorizar a retomada da autonomia do Estado nas concessões dos portos, o Porto do Suape informou que ainda não tem como precisar qual dos projetos travados serão priorizados.
         De acordo com a Assessoria de Imprensa do ancoradouro, devido ao tempo em que estão paradas as concessões, até os estudos técnicos que viabilizavam as obras âncoras, como a do segundo Terminal de Contêineres (Tecon II); o Terminal de Grãos; dois terminais de Granéis Minerais e o Pátio de Veículos, se tornaram obsoletos. Será preciso refazer essas etapas para fazer as adaptações necessárias.
         Como os projetos estão parados há anos, a mudança do cenário econômico também precisa ser considerada. Professor de logística da Faculdade Boa Viagem, Paulo Alencar, lembra que, mesmo que as concorrências sejam lançadas ainda este ano, qualquer avanço positivo nas negociações só deverá ocorrer de fato, a partir do próximo ano. “Essa retomada apenas irá acelerar a burocracia, mas não vai resolver o problema, garantindo investimento. Isso está na mão da iniciativa privada, que está receosa em investir nesse momento econômico atual”, argumenta o professor.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Declaração Única de Exportação aumenta potencial exportador do Brasil



          A Declaração Única de Exportação (DU-E), lançada para testes em dezembro do ano passado pelo governo, em sua primeira versão para testes abertos, faz parte do Projeto Nova Exportação do Portal Único de Comércio Exterior. Participando ativamente das discussões sobre o projeto como uma das empresas mantenedoras do Instituto Aliança Procomex (Aliança Pró Modernização de Comércio Exterior), a Thomson Reuters e o Instituto Aliança Procomex analisaram as vantagens que as empresas terão ao participar dos testes e adotar, desde já, o novo modelo de declaração.
          Além disso, a companhia lançou uma nova funcionalidade Integração para Declaração Única de Exportação na solução Onesource Global Trade, uma plataforma de gestão de comércio exterior. De acordo com a empresa, com esta integração, os clientes da Thomson Reuters poderão testar o recurso enviando informações de seus processos já no novo modelo e contribuindo com o projeto.
          “Atualmente, a principal obrigação das empresas exportadoras é o registro da exportação, que se trata de um modelo de trabalho com mais de 10 anos e que exige das empresas um volume muito grande de informações, que muitas vezes se repetem em outras declarações”, disse Rodrigo Mendes, Especialista em Comércio Exterior da Thomson Reuters.
         Segundo explicou o executivo, o desenvolvimento desse novo modelo (DU-E) é o primeiro passo do governo para modernização do sistema de exportação “e poder participar dos testes abertos representa uma grande oportunidade para que as empresas participem ativamente da mudança”.
         Agora, com a fase de testes abertas para a DU-E, John Mein, Coordenador Executivo do Instituto Aliança Procomex, diz incentivar que as empresas participem do processo “e contribuam diretamente para o desenvolvimento de um modelo que lhes traga benefícios e aumente seu potencial exportador”.

Pesquisa aponta indicadores positivos de desempenho no Porto de Imbituba

         O levantamento de 2016 da Pesquisa de Satisfação do Porto de Imbituba (SC) apontou indicadores positivos de desempenho, com a maioria dos percentuais de avaliação entre Bom e Muito Bom. Um exemplo é o índice de qualidade dos equipamentos utilizados na operação portuária, avaliado positivamente por 97% dos respondentes.
         A pesquisa foi realizada durante o último ano com 135 comandantes dos navios que utilizaram a estrutura portuária de Imbituba. Entre as características avaliadas estavam a qualidade da sinalização náutica, do canal de acesso e berços de atracação, condições de segurança para a realização das operações, facilidade de comunicação com autoridade portuária e operadores, além de itens de infraestrutura.
          Outra referência é a de que 94% dos comandantes recomendam o Porto de Imbituba para futuras operações. O índice de recomendação se iguala ao valor atingido em 2015. No entanto, representa uma fatia muito maior de entrevistados, 141% a mais que no ciclo de análise anterior, evidenciando um aumento na satisfação geral dos comandantes que aportam suas embarcações no Porto de Imbituba.
          Além de avaliar as condições operacionais do porto, a pesquisa permite que os comandantes façam comentários e sugestões de melhorias, as quais são avaliadas e servem como balizadores para o aprimoramento da segurança, atendimento, operação e infraestrutura portuária.

domingo, 29 de janeiro de 2017

DP World poderá construir terminal portuário fluvial no Paraguai

         O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, anunciou, durante visita aos Emirados Árabes Unidos, que está próximo o primeiro passo para um possível investimento da DP World na América do Sul. O ministro de Indústira e Comércio paraguaio, Gustavo Leite, que participou da missão, revelou que a companhia do Oriente Médio poderá construir e operar um terminal portuário fluvial no país.
         A ideia é de que o complexo  seja erguido em Pilar, no Departamento de Neembucú, nas margens do Rio Paraguai. O local será visitado em breve por representantes da empresa dos EAU. 
          Segundo Leite, a ANNP (Administración Nacional de Navegación y Puertos de Paraguay) também destinará financiamento de US$ 8,4 milhões para o fundo financeiro para o desenvolvimento de Cuenca del Plata, o Fonplata. Os recursos serão utilizados pelo fundo que tocará as obras para ampliação da capacidade de armazenagem de contêineres do terminal da região em 20 mil m2.
         Os trabalhos, que representam um crescimento de 67%, formam parte de um projeto de modernização do terminal portuário. A licitação proposta para estas obras despertou interesse de três companhias:: Constructora Tecnoedil, Barrail Hnos e Consórcio Purto Pilar, integrado pela CDD e a Vial Sur. A avaliação das propostas técnicas e econômicas deverá ser concluída em fevereiro e o início dos trabalhos deve ocorrer em março. (imagem da hidrovia no Paraguai)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ministro dos Transportes assina contrato para dragagem do Porto de Itajaí

         A ampliação da dragagem no Porto de Itajaí é uma obra de extrema importância para o fortalecimento da infraestrutura de transportes de Santa Catarina. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, que participou do ato de assinatura da ordem de serviço, com a presença do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, na manhã desta quinta-feira (26), na Superintendência do Porto.
         “A ampliação da dragagem vai permitir a entrada de navios de grande porte; cada metro de dragagem significa 800 contêineres a mais que o navio pode transportar. O Porto de Itajaí é fundamental para a economia da região”, afirmou Côrte. Ele ressaltou ainda a relevância da expansão do Aeroporto de Navegantes, para o qual, também nesta quinta, o ministro assinou acordo de cooperação técnica com a prefeitura local.
         Com as fortes chuvas que atingiram Santa Catarina em outubro de 2015, o canal do Porto de Itajaí perdeu cerca de 2 metros de profundidade, o que restringiu a navegabilidade e comprometeu a segurança da navegação. Por isso, restabelecer um calado operacional de 14 metros representa ganhos de produtividade e a possibilidade de estar de acordo com as demandas da Marinha Mercante. Além de assinar a ordem de serviço para o aumento da profundidade do rio Itajaí, o ministro informou que nas próximas semanas serão anunciados recursos para ampliar a extensão dos berços 3 e 4.
         O ministro Maurício Quintella anunciou o lançamento, em breve, do Pacto Nacional pela Infraestrutura, que inclui os governos federal, estaduais e municipais, o Poder Legislativo e os órgãos de controle. “É preciso que a infraestrutura do Brasil deslanche de uma vez por todas”, declarou. Na opinião dele, nesse momento de restrição fiscal é necessário priorizar e se adequar à realidade orçamentária. Ele destacou a manutenção das obras em território catarinense nas BRs 280, 470 e 116. Informou também sobre planos de concessão de ferrovias e, em Santa Catarina, de rodovias e do Aeroporto Hercílio Luz, de Florianópolis.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Governo do Ceará investe R$ 6,5 milhões para garantir água ao Complexo do Pecém

         Com um investimento da ordem de R$ 6,5 milhões, o governo do Estado inaugurou nesta quarta-feira (25) uma bateria de poços, adutoras e estações de bombeamento que possibilitarão o aproveitamento do Aquífero Dunas, em São Gonçalo do Amarante. A intervenção adiciona cerca de 200 litros de água por segundo ao sistema de abastecimento metropolitano.
         Dessa forma, a intervenção gera uma "água nova", que não era aproveitada e, com isso, o sistema metropolitano passa a mandar menos água para a região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), aumentando a garantia hídrica também na RMF. Além do CIPP, a água do novo sistema reforçará a garantia hídrica de São Gonçalo do Amarante e distritos.
         A obra de Aproveitamento do Aquífero do Pecém foi possível graças a estudos que já haviam sido desenvolvidos pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), avaliando o potencial hídrico da região. Os estudos apontavam para considerável reserva de água no subsolo, com possibilidade de recargas diretas e anuais.
         A água produzida nos 38 poços é reunida em duas Estações de Bombeamento (EB). Dessas EBs, são aduzidas ao Reservatório Apoiado do Pecém (RAP), de onde seguem para alimentar os consumidores finais.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

ApexBrasil leva 87 empresas do país à feira de alimentos em Dubai

         A Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) levará este ano 87 empresas brasileiras à Gulfood, principal feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio. O evento acontece entre os dias 26 de fevereiro e 2 de março, em Dubai, Emirados Árabes. Para esta edição da feira, a Apex-Brasil espera ultrapassar os US$ 728 milhões em expectativa de negócios fechados registrado no ano anterior.

         A Gulfood atinge, além do mercado árabe, compradores da África e Ásia. O Brasil participa da feira desde 2007 e este ano terá um recorde de participantes. Além disso, foram identificadas 39 empresas brasileiras com potencial para participar da oitava edição do The Gulfood Innovation Awards, que premia a excelência e a criatividade de alimentos e bebidas inseridas no cenário global.  Os empresários farão as inscrições diretamente com a organização da Gulfood e vão concorrer junto com outras empresas inscritas.
         Com o crescimento da feira, a organização decidiu dividir os pavilhões nacionais por segmentos diferentes de acordo com os produtos comercializados: world food (alimentos em geral), grains, beverages e general meat, a exemplo de outras grandes mostras como Anuga e Sial Paris. Nos espaços destinados a carne e alimentos gerais haverá mezaninos onde serão oferecidas degustações de comidas típicas brasileiras, como açaí, pão de queijo, cortes de carnes brasileiros e tapioca, que serão preparados por um chef brasileiro. Os eventos receberão como convidados compradores internacionais estrategicamente selecionados pela Apex-Brasil por meio de seu escritório de negócios em Dubai, dos Setores de Promoção Comercial do Itamaraty e outros parceiros institucionais.

         Em 2016, as exportações brasileiras para os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Bahrein e Omã - totalizaram US$ 6,04 bilhões e as importações, US$ 2,66 bilhões. O saldo foi positivo para o Brasil em US$ 3,38 bilhões. Somente para os Emirados Árabes Unidos, onde a feira é realizada, as exportações brasileiras totalizaram US$ 2,23 bilhões e as importações ficaram em US$ 366 milhões, em 2016.
         Considerando apenas alimentos e bebidas, o total é de US$ 3,93 bilhões em exportações brasileiras para os países do CGC em 2016, com destaque para carne de frango, açúcar e carne bovina.

Porto de Santos atinge terceira maior marca em movimentação de carga da sua história em 2016

         O Porto de Santos atingiu em 2016 um total de 113,815 milhões de toneladas de cargas. Esse foi o terceiro maior movimento da história do complexo portuário paulista, apesar da redução de 5,1% verificada em relação a 2015 (119,931 milhões t).
         O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alex Oliva, comenta que “esse volume, apesar de representar uma redução na comparação com o apurado em 2015, devido, principalmente, à expressiva queda nos embarques de milho, foi concretizado num cenário econômico global adverso, mostrando o bom desempenho do Porto de Santos, inclusive, em situações adversas”.
         Outro fator determinante para esse resultados, apontado pelo diretor de Relações com o Mercado e Comunidade, Cleveland Lofrano, foi a diminuição nas operações com cargas conteinerizadas naquele ano, afetadas por fatores conjunturais, como a valorização do Real, que afetou a competitividade das exportações brasileiras de maior valor agregado, em um cenário global de demanda ainda reprimida.
         As exportações somaram 81,423 milhões t, 7,0% abaixo do mesmo período do ano passado (87,565 milhões t), e as importações atingiram 32,391 milhões t, 0,1% acima das descargas verificadas em 2015 (32,366 milhões t).
         O destaque na movimentação ficou com o açúcar, cujos embarques totalizaram 20,255 milhões t, 11,4% a mais do que no ano passado (18,185 milhões t), seguido pelo complexo soja, com 19,125 milhões t, 7,6% a mais do que no último período (17,772 milhões t). Desse total, 14,560 milhões t são de soja em grãos e 4,565 milhões t de farelo de soja, que apresentaram, respectivamente, aumento de 10,7% e redução de 1,2% se comparados a 2015.
         “Os embarques de açúcar e soja em grãos contribuíram para amenizar a queda na movimentação, favorecidos por uma boa safra e preços internacionais em recuperação”, comenta Lofrano.
O milho, a terceira carga mais movimentada (7,943 milhões t), apresentou uma queda de 49,7% diante dos 15,786 milhões t embarcados no ano passado, caracterizando-se como o principal fator para a redução no movimento anual. A celulose somou 3,087 milhões t, ficando 9,5% abaixo do movimento do último ano (3,411 milhões t). Ainda no fluxo de exportação, aparecem o álcool, com 1,129 milhão t e o café em grãos, com 1,350 milhão t.
         No fluxo de importação destacam-se o adubo, com 3,549 milhões t, um aumento de 47,4% sobre o movimento do ano passado (2,408 milhões t), e o enxofre, com 1,732 milhão t, queda de 12,2% sobre o volume registrado em 2015 (1,972 milhão t). A carga conteinerizada somou 3,564 milhões teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), ficando 5,7% abaixo do total verificado no ano passado (3,779 milhões teu). O fluxo de embarcações somou 4.723 atracações, 8,2% abaixo do registrado em 2015 (5.144).
         O Porto de Santos respondeu por 28,5% (US$ 92,108 bilhões) do fluxo de comércio brasileiro, que atingiu US$ 322,787 bilhões. Os embarques pelo complexo santista somaram US$ 51,643 bilhões, 27,9% do total Brasil (US$ 185,235 bilhões), e as descargas US$ 40,464 bilhões, 29,4% do que importou o Brasil (US$ 137,552 bilhões). Essa foi a maior participação anual do complexo portuário santista na movimentação das trocas comerciais brasileiras (em valor) em toda a sua história.
         O recorde anterior foi de 27,3% registrado em 2015. A movimentação do porto santista superou a soma das participações dos sete portos que ocupam da 2ª a 7ª colocação no ranking das trocas comerciais brasileiras.
         Os três principais destinos das exportações brasileiras foram a China (14,1%), os Estados Unidos (11,8%) e a Argentina (5,9%). As três principais origens das importações foram a China (20,4%), Estados Unidos (17,3%) e Alemanha (10,1%).
         Destacam-se entre as cargas de exportação o açúcar, com 12,2% do total (Índia, China e Argélia); a soja, com 10,2% (China, Tailândia e Taiwan); e o café, com 8,0% (EUA, Alemanha e Japão).
         Na importação aparecem o gasóleo, com 2,12% (EUA, Suiça e Holanda); caixas de marchas, com 1,37% (Japão, Indonésia e Coreia do Sul); e inseticidas, com 1,30% (EUA, Bélgica e China).

CMA-CGM anuncia criação de centro de navegação e operações portuárias de última geração

         A abertura de uma instalação de última geração foi anunciada pela armadora francesa CMA CGM, com o intuito de garantir a segurança da carga e otimizar as rotas existentes. O Centro de Navegação e Operações Portuárias teve como localização a sede APL, em Cingapura.
        Durante a cerimônia, que teve a presença de Rodolphé Saadé, Vice-Presidente do Grupo CMA CGM, o executivo afirmou que a escolha por Cingapura se deu com o objetivo de implementar o novo Centro de Navegação, “uma unidade crítica de apoio à navegação das operações dos navios do grupo”. De acordo com o executivo, a novidade “reflete o compromisso da CMA CGM de fortalecer a presença do Grupo em Cingapura e reforçar o papel da cidade-estado como um importante pólo marítimo”.
         Concebido para ser o terceiro centro de comando de navegação do Grupo para a sua frota combinada de mais de 500 navios porta-contêineres, a instalação de última geração aproveita as mais recentes ferramentas e tecnologias de navegação para rastrear e analisar informações náuticas, meteorológicas e geográficas abrangentes. Em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
         Ele conta que o centro, em Cingapura é dedicado a servir o fuso horário asiático. Os outros dois centros do Grupo - localizados na sede da CMA CGM em Marselha, França, e seu escritório regional em Miami nos Estados Unidos - assumem o controle dos fusos horários europeu e americano, respectivamente.
         Com base em análises reais das velocidades operacionais dos navios, correntes oceânicas, previsões meteorológicas e áreas de tráfego intenso, Saadé conta que a equipe de peritos de cada centro está habilitada para avaliar, antecipar e mitigar quaisquer riscos relacionados com a navegação para as operações dos navios do Grupo. “São fornecidas orientações precisas e alertas aos oficiais do convés sobre como as rotas, as velocidades e o consumo de combustível dos navios podem ser otimizados em toda a sua frota, garantindo simultaneamente a segurança das suas tripulações e embarcações em todo o mundo”, finalizou.

Maiores rebocadores do Brasil já estão operando em Paranaguá

         Os maiores e mais potentes rebocadores da costa brasileira começaram a operar no Porto de Paranaguá nesta semana. As duas embarcações, de 32 metros de comprimento e 12 metros de largura e tração estática de 77 toneladas, são capazes de manobrar navios maiores com mais rapidez e eficiência.
         Os dois rebocadores são frutos de um investimento de US$ 20 milhões de dólares da empresa dinamarquesa Svitzer, que chega a Paranaguá para suprir a demanda de navios cada vez maiores que estão previstos na programação do porto.
         “O Porto de Paranaguá está com canais e berços dragados e preparados para receber embarcações cada vez mais imponentes e carregadas de mercadorias. Toda a estrutura de apoio, de prestadores de serviço à operação portuária, também deve acompanhar esta evolução”, afirma o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino.
         Desde 2011, os Portos do Paraná receberam cinco campanhas de dragagem de manutenção dos seus canais e berços. A última delas, encerrada em dezembro de 2016, foi fruto de um investimento de R$ 156,9 milhões.
         Além disso, a Appa também realizou a reforma do cais e dos berços de atracação, no valor de R$ 93 milhões, que permite que todos os berços tenham a mesma profundidade mínima de 13,8 metros.
Para este ano, já foi recebida a licença de instalação da primeira dragagem de aprofundamento em 20 anos dos Portos do Paraná. Com a obra, o cais do porto chegará a ter 16 metros de profundidade. A dragagem ocorrerá em três áreas que permitem o acesso de navios numa extensão de, aproximadamente, 45 quilômetros.
         “Desta forma, o Porto de Paranaguá está preparado para receber os maiores navios que atracam no Brasil, além de poder carregá-los com carga máxima sem riscos, diminuindo os custos do frete para os usuários do porto”, completou Dividino.
         Segundo o gerente de operação da Svitzer, Wallace Ribeiro Vieira, algumas manobras com navios de maior porte poderão ser realizadas com apenas dois rebocadores grandes ao invés de três embarcações de médio porte. “Isso torna a manobra mais ágil e segura”, afirma Vieira.          Os rebocadores também são equipados pelo sistema Fire Fighting 1, o mais moderno no combate a incêndios. Cada embarcação conta com dois canhões de água, que podem auxiliar em emergências em terra, em navios e até offshore. Eles também contam com dois tanques cada, um com água e outro com espuma, cada qual para um tipo de ocorrência.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Porto de Ilhéus deve receber obras de dragagem para movimentar navios maiores

         A inclusão do Porto de Ilhéus no Plano Nacional de Dragagem (PND2) foi confirmada por Domenico Accetta, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), unidade de pesquisa da Secretaria de Políticas Portuárias do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Ele visitou semana passada o porto e os diretores da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), para já iniciar os estudos e projetos de engenharia para a dragagem, que deixará o porto com profundidade de 12 metros.
         É prioridade da Codeba a dragagem de aprofundamento, além da revitalização da estrutura portuária, visando tornar o porto mais competitivo. O diretor do INPH informou que dos três portos públicos baianos, o de Ilhéus deve receber mais intervenções do PND. “A partir desse ano se iniciam os estudos, obtenção das licenças junto aos órgãos, até a formação do processo licitatório”. Domenico estima que o Porto de Ilhéus já deve iniciar as obras de dragagem em outubro de 2018.
         No PDN2 dez portos públicos já estão em estudo desde dezembro do ano passado, com conclusão prevista para daqui a um ano e meio. Domenico acredita que o PND resolverá os principais entraves dos portos públicos do país, no que se refere a melhoria do acesso aquaviário. “Só pra termos uma ideia, o Porto de Santos tem assoreamento de 6 milhões de metros púbicos por ano, e, se não for feita nenhuma intervenção, o porto fica restrito. Além disso, o Plano permite que os portos atendam a navios de portes maiores”, declarou.

Projeto de construção de uma faixa de infraestrutura no Pontal do Paraná vai mudar a cara da região

         A audiência pública realizada na segunda-feira (23) sobre a construção de uma Faixa de Infraestrutura em Pontal do Paraná, no litoral do estado, trouxe à tona a discussão do projeto que promete mudar a cara da região. A proposta prevê a construção de uma nova rodovia para desafogar a PR-412 e para ligar a PR-407 à zona portuária. Mas o projeto ainda está em fase de debate e depende de licenças ambientais e de financiamento para sair do papel, o que não deve acontecer tão cedo.
         A ideia de construir uma nova rodovia em Pontal do Paraná é um desejo antigo do estado. A proposta passou por uma série de modificações até chegar na Faixa de Infraestrutura, projeto que ganhou corpo na gestão do governador Beto Richa (PSDB).
        A Faixa de Infraestrutura seria um espaço construído em paralelo à PR-412, a dois quilômetros de distância no sentido Mata Atlântica. O espaço começaria na PR-407, próximo à Praia de Leste, e iria até Ponta do Poço, no balneário de Pontal do Sul, onde está localizada a zona portuária de Pontal do Paraná. Seriam 19 quilômetros de extensão e 175 metros de largura.
         Com uma população de quase 25 mil habitantes, Pontal do Paraná tem PIB de R$ 358 milhões e o setor de serviço como a principal atividade arrecadadora de impostos. A faixa contaria com uma rodovia com pista dupla, sendo duas faixas por sentido, separadas por canteiro central e acostamentos. Essa rodovia teria quatro ligações para a PR-412, que dá acesso às praias do balneário da região. Além da rodovia, a faixa contaria ainda com um canal de macrodrenagem, espaço para construção de uma nova ferrovia e melhorias nas linhas de transmissão de energia elétrica, saneamento e gasoduto.
         O projeto levado para discussão em audiência pública prevê a construção, apenas, da rodovia e do canal de dragagem. O tempo necessário para fazer a obra seria de 24 meses e o custo é avaliado em R$ 369 milhões, incluindo o valor para desapropriações. As demais estruturas (ferrovia, linha de transmissão de energia e tubulações de água e esgoto) terão seu lugar reservado durante as obras, mas só serão construídas se houver necessidade. Para isso, terá que haver financiamento à parte.
         A primeira audiência pública foi realizada na segunda-feira (23) e nela foi apresentado o Relatório e o Estudo de Impacto Ambiental. O projeto ainda pode sofrer mudanças e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vai analisar os documentos apresentados pelo governo para ver se pede estudos complementares.
Só depois é que o órgão ambiental vai decidir se concede o licenciamento ambiental, dividido em três etapas. A primeira seria a licença ambiental prévia, uma espécie de autorização do projeto. Depois, seria necessária a expedição da licença de instalação para início das obras e, por último, licença de operação.
         José Richa Filho, secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, afirma que a licença prévia não deve sair antes de dez meses. Nesse período, o governo ainda precisa definir como fará o financiamento da obra, caso ela seja autorizada. O caminho em estudo, segundo o secretário, seria parceria público-privada e a construção de uma pista simples na nova rodovia, para depois duplicá-la.
         Com projeto de infraestrutura para Pontal do Paraná, o governo quer tornar a região do litoral paranaense uma zona portuária. A faixa de infraestrutura ligaria até a Ponta do Poço, onde está a zona portuária da região. O local conta apenas com a Techint operando e é esperada a construção do Terminal Portuário Porto Pontal, além de outros empreendimentos portuários privados.
         “Vamos desenvolver a vocação natural da cidade com a zona portuária”, afirma José Richa Filho, secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná. O secretário também destaca que o município de Pontal vive uma “situação deprimida”, com uma série de dificuldades porque tem somente a PR-412 como principal via, misturando diversos tipos de tráfego em um só local.
         A proposta de transformar Pontal em uma região portuária é vista com bons olhos pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Pontal do Paraná. Segundo seu presidente, Gilberto Espinosa, com as obras o município “sairia de uma situação de penúria para uma situação de destaque portuário e turístico”.
         Ele destaca o crescimento da arrecadação municipal com a possível instalação de terminais portuários na região e a valorização do mercado imobiliário. Também crê que o projeto geraria empregos, principalmente fora da temporada, única época em que a região recebe turistas e movimenta o comércio. “O que precisaríamos é cria um observatório social para ver se o que seria arrecadado seria revertido em benefício para o município”, diz Espinosa.
         Ricardo Bueno Salcedo, diretor do Terminal Portuário Porto Pontal, afirma que sem a construção da nova estrada não há condições de o terminal operar. A empresa responsável pelo empreendimento, a JCR Participações, doou ao governo o projeto de engenharia da faixa de infraestrutura realizado há cerca de três anos.
         A principal polêmica em torno do projeto está no seu impacto ambiental e nos efetivos ganhos para a população. Em artigo publicado na Gazeta do Povo, a coordenadora executiva do Observatório de Conservação Costeira do Paraná (OC2), Dailey Fischer, e o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Junior Ruiz Garcia, afirmam que o projeto é um cavalo de troia para Pontal do Paraná.
Eles defendem que o projeto visa atender interesses da indústria portuária e que a construção de uma nova rodovia com tráfego intenso de caminhões traria poluição química e degradação ambiental. Outra preocupação apontada por ambientalistas consultados pela reportagem é que as obras causem supressão de mata nativa, com prejuízos para a biodiversidade do estado. Além disso, poderia afetar a região de mangue e os mananciais, o que traria prejuízos para toda à população.
         Jorge Augusto Callado, presidente do Conselho Regional de Biologia, afirma que é preciso desenvolver o projeto dentro dos parâmetros ambientais seguros para se preservar a região. Ele também condiciona a aprovação do projeto à adoção de medidas compensatórias e mitigatórias para diminuir os prejuízos causados pela construção e desenvolvimento da zona portuária.
         O professor do departamento de infraestrutura da UFPR, Eduardo Ratton, lembra que o projeto terá que passar por valoração, ou seja, terá que ser colocado na balança os pontos positivos e os negativos para estabelecer se ele tem condições de ser aprovado ou não. Caso os pontos positivos sejam maiores que os negativos, seriam criadas medidas mitigatórias para compensar os danos ambientais.
         O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, afirma que a faixa de infraestrutura vai melhorar o zoneamento da cidade, estabelecendo, em conjunto com o Plano de Diretor, as áreas que seriam de preservação e quais poderiam ser ocupadas. Ele também afirma que a atividade portuária não vai prejudicar o turismo da região. Com uma população de quase 25 mil habitantes, Pontal do Paraná tem PIB de R$ 358 milhões e o setor de serviço como a principal atividade arrecadadora de impostos.

Empreendimentos colocam Suape entre os portos mais movimentados do País

         O Porto de Suape vem se mantendo entre os mais movimentados do País graças à Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape e a Fábrica da Jeep, e ainda ajuda a ampliar a presença de Pernambuco no exterior. Prova disso é que os granéis líquidos que chegam e saem da refinaria já constituem o principal produto do ancoradouro e o trânsito de veículos mais que dobrou ao longo de 2016 com a produção da Jeep.
         “O crescimento desses empreendimentos nos impulsionou para outro nível de operação. Basta ver que, em todo o ambiente negativo da economia, Suape teve um crescimento de dois dígitos em 2016. Saímos de 19 milhões para 22 milhões de toneladas, um incremento de quase 15%. Em relação ao volume movimentado, Suape saltou até uma posição no ranking brasileiro, saindo do sexto para o quinto lugar”, confirma o presidente interino do Porto de Suape, Paulo Coimbra, frisando que a Refinaria e a Jeep têm um papel fundamental nesse salto.
         Ele explica que, em 2016, o volume de petróleo processado na Rnest subiu de 74 mil para 100 mil por dia. E todo esse material passa por Suape, seja para exportação ou cabotagem para outros locais do Brasil. “A saída interna ainda nos deixa na primeira posição da cabotagem no País”, conta Coimbra, dizendo que o movimento de granéis líquidos cresceu 21,6% no ano, alcançando 15,81 milhões de toneladas.
         Já os veículos tiveram um salto ainda maior: 147%. Segundo Suape, 54,6 mil automóveis passaram pelo porto em 2016. Desses, 38,9 mil foram exportados e 15,7 mil importados. E 72% desse movimento foi gerado pela Fiat. A montadora levou 39 mil carros para o ancoradouro no ano passado e 14 mil deles saíram da fábrica da Jeep em Goiana para exportação. Foram 7,5 mil unidades do Toro e mais 6,5 mil do Renegade. “Desde o início da operação da FCA aqui, começamos a experimentar uma nova logística. E em 2016 tivemos um crescimento considerável, tanto que o veículo hoje é o ponto chave da nossa pauta de exportação”, lembra Coimbra.
         De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o porto pernambucano exportou 1,63 milhões de toneladas em 2016, bem mais que as 917 mil toneladas registradas no ano anterior. E a expectativa é elevar ainda mais este número em 2017, com o aumento da produção automobilística e petroquímica. Coimbra garante, contudo, que Suape tem estrutura para suprir esse movimento.
         Apesar de não receber os produtos gerados nos novos polos industriais do Estado, o Porto do Recife também registrou saldo positivo em 2016. O ancoradouro, que exporta açúcar e importa insumos para a produção agrícola e industrial, teve um incremento de 8% na sua movimentação no ano passado e ganhou até um novo produto de exportação: o vergalhão de ferro. Quase 100 mil toneladas de ferro provenientes da Gerdau foram transportadas para outros países através do porto. Mas a expectativa para 2017 está mesmo na recuperação do açúcar, seu principal item de exportação.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Grupo Chibatão vai ampliar cais do Terminal de Manaus para até oito navios

         O Grupo Chibatão anunciou que está em fase de implementação da extensão do píer flutuante de seu Terminal Portuário em mais 826 metros, que passará de 1.420 metros para 2.246 metros, com capacidade para até oito navios, simultaneamente. Com a ampliação, Manaus terá o maior cais de porto flutuante do Brasil, no segundo semestre deste ano.
         A companhia também anunciou a aquisição de mais seis novos guindastes da marca Liebherr, modelo LBS 600. Para a empresa, o investimento faz com que o Polo Industrial e o comércio ganhem reforço na qualidade e eficiência em movimentação de cargas.
       Cada guindaste permite uma movimentação média superior a 25 contêineres/hora, otimizando a produtividade em 33%. Os novos equipamentos têm capacidade de até 140 toneladas, alcance de 58 metros e funcionam com sistema híbrido, operando com eletricidade ou combustão, garantindo continuidade na operação portuária mesmo se houver oscilação de energia elétrica.
         Segundo a empresa, os novos investimentos irão proporcionar às companhias marítimas que operam no Porto Chibatão uma redução de tempo de permanência dos navios, além de diminuir custos em virtude de uma operação portuária mais enxuta e rápida.

Ministro dos Trasportes assina contrato para melhorar acesso ao Porto de Itaqui

         O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, afirmou que o Porto de Itaqui (MA), é estratégico para o País por ser uma saída mais próxima dos mercados do hemisfério norte. Ao realizar uma visita técnica no Maranhão, o ministro assinou ordens de serviço para melhorar o acesso ao porto.
         “O Porto de Itaqui tem posição privilegiada. É nosso porto mais ao Norte e mais próximo desses mercados. Potencializar o escoamento da produção por esse porto vai garantir o barateamento de custos da nossa produção”, argumentou.
         Quintella visitou obras como a BR-135, que teve a primeira fase finalizada, e garantiu que haverá “a conclusão definitiva da obra”. Ele ainda assinou uma ordem de serviço que que vai possibilitar o asfaltamento de 100 km da BR-226. “É o governo federal no Nordeste, trazendo obras, garantindo a retomada do emprego e do crescimento”, afirmou.
         O Porto de Itaqui, juntamente com os terminais privados da Vale e Alumar, integra o segundo maior complexo portuário em movimentação de carga do País. Integrado diretamente a ferrovias e rodovias, a estrutura tem vantagens para produtores do eixo Centro-Norte, que conseguem escoar a produção a um custo menor.
         Além de Itaqui, os portos do País devem receber R$ 40 bilhões em investimentos privados nos próximos 25 anos, um incremento que foi possível depois da prorrogação de contratos pelo governo federal, da liberação de novas áreas e com a elaboração de novos projetos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Cesa tem homologado acordo que permite venda de unidades de armazenagem

         A Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns), do Rio Grande do Sul, obteve a homologação do acordo trabalhista fechado com o Sagers (Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado, que permitirá o início das vendas das suas unidades. A projeção é usar o dinheiro para começar a fazer o pagamento das parcelas da negociação.
         "Nos próximos 60 dias, devemos estar colocando à venda a primeira unidade", calcula o presidente da Cesa, Carlos Kercher. Pelos prazos estabelecidos pela Justiça, a companhia tem 30 dias após a homologação para começar a pagar os 30% a serem incorporados nos salários e 90 dias para início ao pagamento  do acordo, referente a uma ação do piso da categoria. Pelo acerto, serão pagos 40% dos R$ 272 milhões.
         Estão na lista inicial das unidades a serem vendidas as das cidades de Santa Rosa, Júlio de Castilhos, Cruz Alta, Nova Prata, Passo Fundo e Santa Bárbara. As quatro primeiras unidades encontram-se atualmente arrendadas.

Codesp assinará convênio para desenvolver projeto de acesso rodoviário ao Porto de Santos

         O presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), Alex Oliva, anunciou que, na próxima semana, assinará um convênio com a Secretaria Estadual de Logística e Transporte e com a Dersa para desenvolver um projeto de acesso rodoviário ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo.
         Segundo Oliva, será verificado o que deixou de ser cumprido no convênio anterior e o que falta ser feito para viabilizar a melhoria do acesso às entradas do cais santista. Já a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) informou que os projetos para novas intervenções viárias de ampliação do acesso ao Porto de Santos já foram concluídos pela Ecovias, e estão em análise nas áreas técnicas e jurídicas da agência para a inclusão no contrato de concessão.
         A Secretaria de Logística e Transportes revelou que uma reunião com a Codesp foi agendada para o próximo dia 23, com o objetivo de finalizar o processo do convênio. A Dersa segue com os projetos executivos das interligações da Avenida Nossa Senhora de Fátima à Via Anchieta e da Marginal Sul da Anchieta, na ponte sobre o Rio São Jorge.
         Ainda de acordo com o órgão, o projeto avançou e a secretaria já concluiu e entregou à Prefeitura de Santos os projetos básicos definidos no escopo do trabalho. A previsão é que em novembro deste ano o detalhamento executivo seja concluído. Após a aprovação e a assinatura, ainda sem previsão, as obras deverão ser iniciadas. O anúncio da criação dos projetos de melhoraria dos acessos ao Porto de Santos foi feito em agosto de 2013. A previsão, na época, era de que eles ficassem prontos em março do ano passado.

Tecon Salvador registra alta nas cargas de importações

         O Tecon Salvador registrou uma curva crescente nas importações que, pelo quarto mês consecutivo registrou alta em relação a 2015. Com destaque para a movimentação de equipamentos para os parques de energia fotovoltaica na Bahia, que reforçam a alta, somente em dezembro, o incremento foi de 51%. No acumulado de janeiro a dezembro, o setor de energia solar foi responsável por 11% das importações, o correspondente a 4.031 containers. Outros segmentos que se destacaram no período, foram: peças e equipamentos (+37%); borrachas (20%) e fertilizantes (+196%).
         De acordo com Patrícia Iglesias, diretora comercial do Tecon Salvador, o terminal baiano se destaca pela completa infraestrutura para atendimento portuário, rodoviário, desembaraço aduaneiro e amplo gerenciamento de risco para o transporte deste tipo de carga, conferindo agilidade e segurança para o cliente. Outro fator positivo é a proximidade com as fazendas de energia solar.
         Também em dezembro, a cabotagem apresentou alta de 10% em comparação ao mesmo mês no passado, com incremento no volume embarcado dos segmentos de químicos (+26%), alimentos (+10%) e siderúrgicos (+86%). No desembarque, os destaques foram polímeros (+571%), embalagens (+29%) e produtos de varejo (+83%). Ao longo de 2016, a cabotagem permaneceu em alta devido ao desempenho no desembarque de arroz (+12%), embalagens (+82%) e produtos de varejo (+86%), somado aos embarques de químicos e petroquímicos (+22%) - representando alta de 5% no volume da modalidade.

          Apesar do pouco crescimento nas exportações no mês de dezembro (alta de 0,4%), tendo entres os segmentos representativos, polímeros (+195%), celulose (+17%), minérios (+18%), sucos e polpas (+14%) e couros e peles (+43%), no acumulado do ano houve um incremento de 11%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais segmentos movimentados pela modalidade no terminal foram: polímeros diversos (+94%); minérios (+32%); siderúrgicos (+15%) e pneus (+13%).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hidrovia Tietê-Paraná vai dobrar movimentação de cargas para o Porto de Santos

         A Hidrovia Tietê-Paraná, principal do Estado de São Paulo, deverá dobrar sua movimentação de cargas com destino ao Porto de Santos em 2017. A projeção é do DH (Departamento Hidroviário) acredita que a hidrovia deva atingir  6,1 milhões de toneladas.
        Até novembro, a hidrovia movimentou 7,5 milhões de toneladas de carga no total (incluindo o trecho paraense) batendo o recorde histórico. Em 2013, o último período em que as operações ocorreram normalmente, foram totalizadas 6,3 milhões de toneladas transportadas. Os números atuais são o dobro do que era registrado em 2006.
         Para este ano, a projeção do DH para o trecho paulista é de 6,1 milhões de toneladas de cargas (milho, soja e cana, principalmente) e 1 milhão de tonelada de areia. No último ano, até novembro, foram 2,9 milhões de toneladas transportadas. A Administração da Hidrovia do Paraná (Ahrana) não divulgou a previsão dos números.
         O diretor do DH, Jairo de Almeida Machado Jr., diz que as projeções na movimentação da hidrovia em São Paulo devem-se, principalmente, à recuperação do nível do reservatório de Três Irmãos (em Pereira Barreto). Trata-se do trecho crítico que impediu a navegabilidade da via entre 2014 e 2015, comprometendo, segundo ele, a confiabilidade do sistema.
         A suspensão do tráfego de embarcações ocorreu a partir da estiagem, que diretamente evidenciou dois problemas. Um deles é a demanda do setor energético. Segundo o DH, a água que havia ali teve que ser destinada à geração de energia na hidroelétrica da região. A legislação, hoje, prioriza a utilização do recurso hídrico para a eletricidade.
         O outro, sob responsabilidade do Estado, corresponde aos entraves estruturais de Nova Avanhadava, que fica abaixo do reservatório. A existência de rochas submersas diminuiu ainda mais o calado operacional (profundidade de navegação) do rio, que já estava com os níveis reduzidos com a falta de chuva que afetou o Estado.
         O consultor, Frederico Bussinger, do Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente), fala que a melhor gestão do uso múltiplo das águas brasileiras poderia alavancar a utilização de hidrovias no País. Em paralelo, ele avalia que o modal atualmente consolida a confiança ao mercado ao ser o que mais cresce anualmente.
         Para Bussinger, o desenvolvimento do modal hidroviário no País, principalmente no Estado de São Paulo, é um caminho sem volta e deve ser tratado como prioridade. Ao afirmar isso, ele leva em consideração o Acordo de Paris, em vigor desde 2015, que estabelece ações sustentáveis para conter as mudanças climáticas em todo o planeta.
         "O acordo é um estímulo adicional para nós e para todo mundo. Ele, no trocadilho, joga água no modal hidroviário, já que entre os compromissos está o de reduzir a emissão de particulados que afetam a saúde das pessoas em áreas urbanas e outra regiões, diz. Ele lembra que transportar em hidrovia é menos poluente, mais barato e menos danoso.
         O consultor avalia que o crescimento na utilização do modal no Estado esteve na média de 11% até, pelo menos, 2014 em um intervalo de uma década. Trata-se da maior taxa entre os demais modais (rodoviário, ferroviário, dutoviário, por exemplo), cujo crescimento se manteve abaixo de dois dígitos no mesmo período.
         A crescente somente foi interrompida pela estiagem registrada nos últimos dois anos em São Paulo. Foi quando a Hidrovia Tietê-Paraná, a principal do Estado, teve as atividades paralisadas, total e parcialmente, por um intervalo de aproximadamente 20 meses. As operações só foram retomadas em 27 de janeiro deste ano.

Latam Cargo inaugura expansão do terminal de Fortaleza

         A Latam Cargo Brasil inaugura nesta quarta-feira a expansão do seu terminal de cargas em Fortaleza. Foram investidos R$ 4,1 milhões no equipamento que é considerado, pela companhia, como o maior e mais moderno da Latam na região Nordeste. Destinado exclusivamente para cargas domésticas, o terminal cearense aumentou em 33% sua capacidade de armazenamento após a reforma. De 1,5 mil toneladas mensais, agora ele passa a comportar 2 mil toneladas mês e está localizado nos limites do Aeroporto Internacional Pinto Martins, com área total de 1.687 m².
         Luis Quintiliano, diretor-geral da Latam Cargo Brasil, diz que a nova estrutura dará mais agilidade às operações. “No antigo terminal tínhamos três posições de atendimento onde atendíamos entre 16 e 17 clientes. Com o novo terminal, teremos oito posições de atendimento com capacidade para atender 45 pessoas confortavelmente”, diz.
         Parte do investimento total de R$ 94 milhões em reformas dos 22 terminais de carga da empresa no Brasil, a Latam não descarta “adaptações” no equipamento de Fortaleza no longo prazo. “Considerando um estudo conservador de aquecimento da economia, a capacidade nos atenderá nos próximos cinco anos. No caso de uma evolução otimista do cenário econômico, faremos as adaptações necessárias antes desse período”.
         Diariamente, a Latam contabiliza 20 voos comerciais de passageiros saindo do Aeroporto Pinto Martins e mais 20 chegando. A companhia aproveita as operações comerciais para operar carga também. Em se tratando exclusivamente de aeronaves cargueiras, há uma operação por semana.
         O volume de exportação pelo terminal de cargas de Fortaleza é de 67%, sendo o de importação de 33%. Segundo Quintiliano, o tipo de carga que mais passa pelo terminal são commodities. Como exemplos ele cita produtos farmacêuticos, peixes e frutas. “Chegam cargas e partem de e para todo o Brasil”.
         As perspectivas para 2017 são de recuperação do mercado de cargas. O diretor-geral da Latam Cargo Brasil diz que não teve como escapar dos efeitos da crise econômica. Isso porque o setor sofreu com a queda da produção industrial brasileira. No ano, a indústria acumula baixa de produção de 7,1% e, em 12 meses, de 7,5%, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no início de janeiro, com dados até novembro de 2016.
         “Para 2017, a minha perspectiva é de um momento de retomada da economia. Por isso que estamos investindo. Porque quero estar bem posicionado para agir quando ela passar. Como a gente acredita no futuro do transporte aéreo de cargas do Brasil, vamos continuar investindo. E, especificamente Fortaleza é um mercado importante para a gente em termos de importação e exportação”.

Francesa GeoPost assume controle acionário da JadLog

       A GeoPost, empresa de transporte de carga fracionada do Le Groupe La Poste ­ a companhia postal da França ­ comprou 60% do capital e o controle da brasileira JadLog, uma das cinco maiores no serviço de entregas rápidas do país, ao lado dos Correios, UPS, Fedex e Total Express. É o primeiro negócio do grupo francês nas Américas. O valor do negócio não foi revelado.
       O plano dos novos controladores é elevar o faturamento da JadLog dos atuais R$ 406 milhões apurados em 2016 para R$ 1 bilhão ao fim de 2019. Nesse período, a meta é ampliar a rede de atendimento de 508 franqueados para 2 mil pontos de processamento de encomendas, investir na automação dos centros de distribuição e lançar no país novos serviços para atender a demanda de entregas gerada pelo comércio eletrônico.
         "O Brasil é obrigatório para empresas globais de logística por ser o maior da América Latina. A penetração do comércio eletrônico no país tem crescido. Por isso, já estávamos pesquisando esse mercado brasileiro há dois anos", disse ao Valor o diretor da GeoPost em Portugal, Olivier Establet, que será o presidente do conselho da JadLog. "Escolhemos a JadLog por causa da rede de atendimento, do histórico de crescimento nos últimos anos e do modelo de negócio muito semelhante ao nosso", afirmou.
         "A entrada na GeoPost vai acelerar o crescimento da JadLog porque teremos acesso a uma rede mais ampla, tecnologia e capital", disse o executivo. "Nosso endividamento é baixo, então os recursos serão usados para expansão", afirmou o presidente da JadLog, José Afonso Davo, também um dos sócios fundadores da companhia, que será mantido na presidência da empresa com assento no conselho.
         A GeoPost, segunda maior rede de distribuição de encomendas na Europa, é a unidade de negócios que mais cresce dentro do grupo postal francês. No primeiro semestre de 2016 teve crescimento de 10% na receita e de 49% no lucro operacional ­ enquanto a holding apurou expansão de 2,7% e 38,3% nesses dois indicadores, respectivamente.
         A JadLog teve em 2016 crescimento de 12% no faturamento, apesar de o setor de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio terem registrado retração de 6,9% em 2015, ovimentando R$ 213,15 bilhões, conforme dados do IBGE ­ que ainda não consolidou os números de 2016. E segundo a Federação das Empresas de Transportes do Estado de São Paulo (Fetcesp), o setor voltou a encolher em 2016, cerca de 10%.
         O novo controlador da JadLog reconhece que a recessão econômica no Brasil gerou preocupações entre os executivos do grupo na França. Mas Establet disse que prevaleceu o entendimento de que o pior da crise brasileira já passou e que as oportunidades hoje compensam o investimento. "A situação [recessão] bateu no fundo. Já vemos sinais de melhora", afirmou o executivo da GeoPost.
         Segundo Establet, a correlação entre comércio eletrônico e atividade econômica não é tão grande, o que representa espaço para crescimento do setor de entregas rápidas. "Na Europa, percebemos que as pessoas ficam mais sensíveis a preços na crise", disse o executivo. "Isso favorece o comércio eletrônico, que gera demanda em nosso negócio."
         Além disso, disse Establet, a recente decisão dos Correios de encerrar o serviço e­Sedex, por meio do qual praticava tarifas mais baixas para pequenos varejistas do comércio eletrônico, deve forçar a migração de pequenos varejistas que usavam apenas o e­Sedex para empresas de entregas rápidas. "Na Europa, as entregas que atendem à demanda do comércio eletrônico representam de 40% a 50% de nossas receitas. No Brasil, esse segmento é hoje apenas 20% da JadLog. Temos muito espaço para crescer", disse o diretor da GeoPost.
         O presidente da JadLog confirma que o fim do e­Sedex ampliou o atendimento no comércio eletrônico. "Nossa meta para 2017 era repetir o crescimento de 2016 [12%], mas revisamos o plano para 20% de crescimento por causa do comércio eletrônico sem o e­Sedex dos Correios", disse Davo.
         No segmento corporativo, a GeoPost também planeja ampliar a carteira de clientes, oferecendo uma plataforma ampliada de atendimento para exportadores e importadores. "Vamos conectar nossas redes em 40 países com o Brasil", disse Establet, que ainda não estabeleceu prazos para concluir essa integração.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Companhia norte-americana vai instalar na Paraíba primeiro estaleiro de reparos de navios de médio e grande porte do Atlântico Sul

         A cidade de Lucena, no litoral Norte da Paraíba, entrará no mapa mundial do mercado marítimo. A empresa norte-americana McQuilling Services recebeu a Licença Prévia para dar prosseguimento ao projeto de construção do primeiro estaleiro de reparos de navios de médio e grande porte do Atlântico Sul.
O investimento gira em torno de R$ 2,8 bilhões e irá criar cerca de 6,5 mil vagas de trabalho diretos e indiretos, além de provocar uma verdadeira revolução na economia da região.
        A previsão de início das obras é no final de julho deste ano, com a conclusão do projeto em quatro anos. De acordo com o consultor Roberto Braga, da RB Consultores e Associados Limitada, o estaleiro de reparos terá um prazo de quatro anos para estar em pleno funcionamento, mas nos primeiros dois anos já terá condições de começar a operar com hidrolift (sistema de docagem de navios), em julho de 2019, e todo o conjunto estará funcionamento em julho de 2021.
         O projeto de construção do estaleiro de reparos em Lucena começou a ser desenvolvido em 2010, quando a empresa norte-americana decidiu por realizar o investimento no Brasil. “Em todo o Atlântico Sul não existe nenhum estaleiro de reparos para médios e grandes navios. Existe para navios menores no Uruguai e um para pequenos no Rio de Janeiro”, apontou Roberto Braga. De acordo com o consultor paraibano, atualmente o transporte transatlântico de mercadorias tem crescido muito, sobretudo, fazendo com que os grandes navios apareçam para transportarem cargas enormes, de 4, 5, 6 mil contêineres.
        “São navios de 500 a 600 metros de comprimento e que precisam passar por um estaleiro de reparos porque são como aviões: a cada tantas mil horas o avião tem que ir para um estaleiro também para fazer manutenção”. “Os navios, por lei internacional, não podem trafegar sem ter seguro, e a companhia de seguros, para se proteger, só faz o seguro da empresa se ela periodicamente parar num estaleiro de reparos de navios”, apontou Roberto Braga.
        Seguindo a lei internacional, em média, para navios novos, o reparo é feito a cada cinco anos. Após os cinco anos, tem que ir a cada três anos e meio. Roberto Braga enfatizou, que um estaleiro de reparos é completamente diferente de um estaleiro de construção naval, que tem muitos no Brasil, “mas todos falidos, porque o estaleiro de reparos é para a vida inteira”, pontuou. A construção do estaleiro em Lucena representará uma revolução nesse mercado, porque irá alterar de forma significativa a logística que as empresas de navios fazem para providenciar os procedimentos de reparos.
        “As empresas saem com os seus navios daqui e, quando estão perto de vencer o prazo, vão para Singapura, China ou Portugal. Há nos Estados Unidos também, mas dedicado a navios de turismo, que são diferentes, pelo acabamento”, disse Braga. Permanecendo no Atlântico Sul para os reparos, quando estiverem vazios, tem que viajar em busca de cargas e Singapura e a China ficam fora do eixo do grande foco dos transatlânticos. “Isso custa em torno de US$ 450 mil a US$ 500 de despesa ser for levado a Singapura e China”, revelou o consultor.
         A opção pelo investimento do estaleiro de reparos de navios surgiu inicialmente pelo desinteresse do Governo de Pernambuco quando foi procurado pela diretoria da empresa McQuilling Services, revelou Roberto Braga, consultor da RB Consultores e Associados Limitada. Na Paraíba, em menos de duas horas, durante um encontro dos diretores da empresa com o governador Ricardo Coutinho (PSB), foi batido o martelo para o início dos estudos de implantação do projeto. Uma semana após esse encontro, contou o consultor, uma equipe da empresa norte-americana estava desembarcando na Paraíba para escolher o local onde o estaleiro seria construído.
         A McQuilling Services já havia se associado à Promom Engenharia Ltda., de Portugal, que já havia feito um trabalho em Santa Rita para a instalação de um sistema de energia termelétrica e conhecia a área. “Quando falamos da área da pesca da baleia, lembraram que navios já paravam ali. Aí falaram que era área espetacular, primeiro, porque uma pergunta que sempre se faz quando se fala no investimento desse estaleiro, é como um navio de maior porte, como uma plataforma submersa dessas de petróleo, entra num canal desses, que só tem 11 metros de profundidade? Vazio ele fica com no máximo sete metros”, enfatizou Braga.
         O investimento de R$ 2,8 bilhões na construção do estaleiro de reparos em Lucena, pela empresa McQuilling Services, não irá acarretar em nenhuma contrapartida financeira por parte do Governo do Estado, nem da prefeitura de Lucena. “Não existe nenhuma contrapartida do governo, a não ser o que ele é obrigado a fazer, como estradas de acesso para que os caminhões cheguem com as mercadorias, água - apesar de que não vai ter e teremos de fazer poços, tratamento de esgoto também faremos -, garantir a energia na potência que se precisa. Tudo isso o governo tem que entrar, que é a infraestrutura mínima para captar investimentos”, disse.
        Por outro lado, enfatizou Roberto Braga, o governo precisa conclamar urbanistas, arquitetos, com responsabilidade de fazer um trabalho para que o estaleiro, ao chegar, e ainda tem seis meses para obra começar, para que tivesse um novo desenho do uso do solo. “Lucena precisa de um novo plano diretor. Aqui serão construídas casas para moradia", disse ele.
         As empresas que virão estarão numa área misturada com residências, com hotéis, então, muita gente se prepara. Quando atravesso a barca, todo mundo fica procurando casa para alugar, para vender, hotel, mas o grande trabalho que a Paraíba precisa se dar de presente é planejar bem a chegada desse estaleiro”. “O estaleiro chegou, mas Lucena e toda a área norte do estado saberão como aproveitar. Não é só Lucena não, isso vai tomar muito daquela área ali, em Santa Rita, Cabedelo...”. Para se ter uma ideia da revolução econômica que a instalação do estaleiro de reparos de navios irá provocar na economia de Lucena e região.          Roberto Braga revelou que a prefeitura arrecadou no ano passado cerca de R$ 1,4 milhão de ISS (Imposto Sobre Serviços). Com a atividade do estaleiro, essa quantia irá decuplicar para R$ 14 milhões. “85% do seu faturamento internacional (da empresa) e os outros 15% locais, tudo isso faturamento em dólar”. Para atender a demanda de empregos - serão criados cerca de 6,5 mil em uma cidade que conta com uma população de pouco mais de 11 mil pessoas -, já houve um contato com o presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Francisco Buega Gadelha, e com o superintendente do Sebrae da Paraíba, Walter Aguiar, que já acenaram para a possibilidade de capacitar os profissionais para a maioria das atividades que as empresas precisarão contratar. “Eles estão dispostos a ajudar de forma total no treinamento dessas pessoas. 85% da mão de obra são fácil termos aqui na região e não vai ter tudo em Lucena”, disse o consultor Roberto Braga.
       De acordo com consultor, a Promom Engenharia (de Portugal) vai se instalar na Paraíba por um período de um ano para iniciar o processo de treinamento dos brasileiros, se possível, todos de Lucena, “porque o americano quer que tudo aconteça dentro da cidade onde está instalado o empreendimento”. “Então, eles vão treinar esse pessoal durante um ano e certamente vão deixar a mão de obra brasileira tomando conta de tudo o que acontece”. Roberto Braga afirmou que já existem pequenos investidores que se agregaram a empresa americana, como uma italiana, que tem sede em Nova York, que tem 160 navios próprios.
         “A Transpetro quando era grande tinha 60 navios e essa tem 160 e já é sócia do estaleiro”. O estaleiro será instalado em área de 83 mil metros quadrados de galpões e oficina. Já há expectativa da vinda de, pelo menos, 16 empresas satélites que darão suporte de peças e acessórios para a McQuilling Services. De acordo com Roberto Braga, haverá vagas de trabalho para uma série de atividades, entre seguranças, eletricistas, engenheiros. São tantas as atividades que demandarão de mão de obra que é difícil enumerá-las, apontou o consultor paraibano. “São seguranças do estaleiro e da área, seguranças patrimonial, funcionários para restaurantes para alimentar todas essas pessoas, comércio, área de treinamento, centro médico, que inclusive vai ser aberto para a própria população, andaimes, por exemplo”, apontou. Recursos libertados e homenagem
         O nome do estaleiro é DPI. Eles homenagearam a Pedra do Ingá. A empresa já tem sede na Paraíba, em Lucena, num escritório com endereço e o nome é Empresa de Drocagem Pedra do Ingá, ou seja, DPI. No último dia 12 de dezembro do ano passado, o Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante aprovou para a construção do estaleiro recursos na ordem de R$ 2,15 bilhões. Todo mundo que trafega, paga frete quando importa e exporta, ou seja, se paga uma taxa à marinha mercante. “Esse dinheiro para o fundo de marinha mercante é um fundo bom, barato e que hoje tem tido arrepios por conta dos estaleiros de construção naval que tem financiado e não tem dado certo”, disse Roberto Braga.
         Segundo o consultor paraibano, o fundo de marinha mercante estava ávido para financiar um estaleiro que dê certo e é esse. “Foi aprovado por unanimidade, publicado no Diário Oficial da União, ou seja, o investidor que chegar agora para assumir tudo isso já tem o dinheiro garantido para fazer. É um fundo dirigido a construção de portos, navios, estaleiros obtidos dos impostos sobre fretes marítimos que constituem fundo para que área se desenvolva no país. No mundo inteiro é assim”, disse.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Edital para leilão de terminal de trigo no Rio de Janeiro mostra avanço do PPI

         O lançamento do edital para o leilão de um terminal portuário no Rio de Janeiro destinado à movimentação de granéis vegetais sólidos, especialmente trigo, mostra o avanço do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) no setor. O último leilão ocorreu em dezembro de 2015, ainda no âmbito da segunda etapa do PIL 2 (Plano de Investimento em Logística), quando três áreas no Porto de Santos foram concedidas à iniciativa privada. Segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o terminal possui uma área de 13,4 mil metros quadrados e será leiloado em 20 de abril.
        Os investimentos previstos são de R$ 93,1 milhões, ao longo de um período de 25 anos de arrendamento, prorrogável por igual período. Será declarado vencedor da disputa o concorrente que oferecer o maior valor de outorga ao governo. Este, no entanto, não é o primeiro investimento no setor portuário relativo ao PPI. Em novembro, o governo já havia autorizado a renovação antecipada, por mais 25 anos, dos contratos de arrendamento do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador e do Terminal de Fertilizantes do Porto de Paranaguá. A previsão de investimentos nos dois terminais é de cerca de R$ 850 milhões, sendo R$ 715 milhões em Salvador e R$ 135 milhões em Paranaguá.
        Além disso, o governo lançou, também em novembro, os editais de duas áreas para a movimentação e armazenagem de granéis líquidos de combustíveis no Porto de Santarém. O leilão dos ativos está marcado para o dia 23 de março. Ao todo, os investimentos somam R$ 29,9 milhões, ao longo de um prazo de 25 anos de concessão. Ainda no âmbito do PPI, estão previstas a abertura de consultas públicas para o leilão dos Terminais de Celulose e de Veículos do Porto de Paranaguá, cada um com investimentos previstos de R$ 72 milhões, e do Terminal de Celulose do Porto de Itaqu (MA), com R$ 221 milhões.

Porto Seco de Foz do Iguaçu fecha 2016 com recorde na liberação de caminhões

         O Porto Seco de Foz do Iguaçu(PR) fechou 2016 com um total de 182.323 caminhões liberados ao longo do ano, superando o recorde anterior, estabelecido em 2014, com liberação de 158.954 cargas. O aumento foi de 14%). Comparativamente a 2015, ano no qual trafegaram 147.526 veículos pelo recinto, o crescimento na movimentação foi superior a 23%. O principal responsável pelo incremento de todo esse fluxo de cargas foi a operação de importação, mais destacadamente, a de commodities agrícolas produzidas pelo Paraguai, operação que quase dobrou de tamanho quando comparada à movimentação de cargas vislumbrada em 2015.
          Dentro dessa operação os gêneros mais importados foram o milho (aumento de 2617% em relação a 2015), seguido do trigo (62%), arroz (37%) e soja (3%). Todas essas operações foram alavancadas pelos valores atrativos no mercado brasileiro, pois o país enfrentou dificuldades em algumas das safras citadas e teve que se socorrer do mercado externo. Pelo lado da exportação verificou-se redução de aproximadamente 9% na movimentação de cargas, finalizando 2016 com 64.467 cargas, em contrapartida a 2015, quando 69.670 caminhões carregavam cargas de exportação. Os principais gêneros exportados em 2016, por ordem de valor, foram: máquinas, plásticos e suas obras, adubos, veículos e tabaco. Partindo-se do ponto de vista comercial, o fluxo total de comércio estabelecido via recinto foi de 5,18 bilhões de dólares.
       Dessas divisas, US$ 2,63 bilhões foram oriundas de exportação e US$ 2,55 bilhões de importação. Consequentemente, a balança comercial da estação ficou positiva em 80 milhões de dólares em 2016. Tal superavit foi muito inferior ao atingido em 2015, ano no qual a balança do recinto ficou positiva em US$ 837 milhões. Em termos de saldo, o resultado de 2015 havia sido tão superior, pois naquele ano a restrição cambial foi responsável por forte decréscimo no volume das importações, ao mesmo tempo que incentivava a exportação, situação que foi amenizada ao longo de 2016.
         Os quadros da sequência apresentam os pesos e valores totais das cargas de importação e de exportação que ingressaram no Porto Seco de Foz do Iguaçu nos anos de 2015 e 2016, com o detalhamento do país de procedência/destino, bem como a evolução percentual dos respectivos valores. Com esse resultado, pelo quinto ano consecutivo, o Porto Seco de Foz do Iguaçu foi o maior da América Latina no quesito movimentação de cargas. Tais resultados devem-se aos sucessivos crescimentos de PIB do país vizinho. No ano de 2016, apenas o fluxo envolvendo Brasil e Paraguai respondeu por 74% de toda a operação da estação.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Porto de Cabedelo opera dois navios com cargas de coque de petróleo e trigo

         O Porto de Cabedelo, na Paraíba, recebeu dois navios cargueiros nesta quinta-feira (12). Os próximos dias serão movimentados com o descarregamento de 20 mil toneladas de coque de petróleo e de trigo. “As duas operações envolvem 616 trabalhadores portuários, com turnos de seis horas, e utilizando 22 trabalhadores por turno, em cada operação. Ainda estão sendo utilizados 33 caminhões operando 24 horas
.        O Porto começa com boa movimentação e a gente comemora porque isto aquece a economia, gera empregos”, destaca a presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Temóteo. O Spinnaker SW, de Bandeira Panamenha, procedente dos EUA, atracou às 5h55 e trouxe 10.000 toneladas de petcoke, o coque de petróleo.
         O produto sólido é resultante da destilação do petróleo, obtido a partir do craqueamento das frações residuais pesadas. É material tem granulometria que varia de 0 a 75mm, conforme fornecido pelas refinarias. No Brasil o petcoke é popularmente conhecido como petrocoque.
         Às 8 horas desta quinta-feira atracou o navio Latika Narre, de Bandeira da Tailândia. O cargueiro, procedente da Argentina, está descarregando 10.000 toneladas de trigo para abastecer o mercado paraibano. O navio Spinnaker SW – operação de Petcoke, trabalha com dois turnos, cada turno são 22 trabalhadores mudando de turno a cada 6 horas, operação prevista para durar 48 horas, totalizando 352 trabalhadores, operando com 30 caminhões rodando 24 horas.
         O Latika Naree – operação de trigo, com 1 turno nos armazéns infláveis. A operação de 72 horas, terá também em cada turno de seis horas, 22 trabalhadores. Isto totaliza 264 trabalhadores, operando com 3 caminhões rodando 24 horas.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Terminal da Eldorado Brasil atinge 1 milhão de toneladas em movimentação de cargas

         O terminal da Eldorado no Porto de Santos é resultado de um investimento de mais de R$ 90 milhões. Deste total, R$ 50 milhões foram para a compra dos direitos de exploração da área do Armazém XIII (13 externo), onde a unidade foi erguida. O contrato de arrendamento estava firmado com o Grupo Rodrimar, que o vendeu à empresa.
         A marca de 1 milhão de toneladas movimentadas foi atingida no mês passado, com a expedição de uma carga de cerca de 10 mil toneladas. A mercadoria, embarcada no navio Saga Fjord, teve como destino o mercado europeu, pontualmente nos portos de Livorno e Monfalcone, na Itália. O cargueiro escalou no primeiro complexo no último domingo e chegará no segundo na sexta-feira.
         Para o gerente geral de Logística da Eldorado Brasil, Flávio da Rocha Costa, o marco de 1 milhão de toneladas movimentadas é uma demonstração do espírito empreendedor e competitivo da empresa e de seus colaboradores. “Esse um milhão veio para contemplar todos os esforços que fizemos, resultando na melhora da prancha de embarque, na alta produtividade da operação e também na descarga de veículos. Anteriormente descarregávamos com trem e, agora, estamos com 100% de caminhões”.
         Com o aumento da produtividade na operação portuária, a empresa conseguiu, até o mês passado, uma redução nos custos logísticos de mais de R$ 60 milhões. O terminal tem uma área de 9,5 mil metros quadrados e utiliza moderna tecnologia de manuseio de cargas.
         Segundo Costa, as cargas produzidas em Três Lagoas (MS) percorrem, em caminhões, uma distância de 900 quilômetros até o Porto de Santos. Aqui, são embarcadas como carga geral ou em contêineres.
“Trabalhamos fortalecendo parcerias com armadores que acabam utilizando a Santos Brasil (operadora do Tecon, na Margem Esquerda, em Guarujá), a Embraport (na Área Continental de Santos) e a BTP (Brasil Terminal Portuário, na Alemoa), que são os três terminais com que a Eldorado trabalha no Porto de Santos”, explicou o gerente geral.
         Hoje, a Eldorado produz em torno de 1,65 milhão de toneladas de celulose por ano. Praticamente 90% dessa produção segue para o mercado internacional. O cais santista é responsável por 70% dos embarques.
         Os demais carregamentos são escoados pelos portos da Região Sul do País. Os complexos portuários de Paranaguá (PR), Itapoá (SC) e São Francisco do Sul (SC) estão nessa lista.
2017 Neste ano, os executivos da Eldorado do Brasil no Porto de Santos pretendem concentrar esforços em produtividade. “A nossa perspectiva com relação ao terminal é continuar nesse mesmo ritmo. Nós não temos nenhuma mudança com relação ao que a gente vem executando nos últimos meses. Nós tivemos uma evolução muito forte em volume em 2015 e no ano passado no Porto”, destacou Flávio Costa.
         Para manter esse desempenho operacional, a empresa pretende intensificar treinamentos com colaboradores para a utilização de equipamentos. Hoje, ela conta com mais de 90 funcionários diretos. “Uma coisa bem importante é o trabalho que a gente está fazendo em conjunto com o sindicato, com o Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra). Acho que é um trabalho bem bacana, bem aberto de acordo com eles”, explicou o executivo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Movimentação de contêineres nos terminais da Wilson Sons tem leve queda em 2016

         A movimentação de contêineres nos terminais portuários da companhia logística Wilson Sons cresceu 2,5% em dezembro de 2016, em relação a igual mês de 2015, para 83,5 mil teus (contêineres padrão de 20 pés).
         O avanço não foi suficiente, porém, para reverter o desempenho anual e a companhia fechou 2016 com uma queda de 0,5% na movimentação de contêineres, para 1.029,8 mil Teus.
         Em dezembro, o Tecon Rio Grande escoou 58,9 mil Teus, queda de 2%. No ano, foram 719,5 mil teus, baixa de 3,2% em relação a 2015.
         Já o Tecon Salvador movimentou 24,5 mil teus em dezembro e 310,3 mil teus em 2016, altas de 15,4% e 6,2%, respectivamente.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Governo aprova plano de investimentos da Libra Terminais

         O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MPTAC) aprovou o plano de investimento da Libra Terminais no Porto de Santos. No total, serão investidos R$ 776,3 milhões em obras civis e compra de equipamentos. Deste valor, R$ 400 milhões serão captados através de debêntures.
         Em setembro de 2015, o Governo Federal autorizou a renovação antecipada dos contratos de arrendamento do Grupo Libra no Porto. Assim, a empresa poderá movimentar cargas no cais santista até 2035. Mas, como contrapartida, além dos investimentos, a extinta Secretaria de Portos (SEP) determinou a negociação da dívida que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) cobra há 18 anos. A estimativa é de que ela ultrapasse R$ 1 bilhão.
         A partir da autorização do governo, o Grupo Libra apresentou o cronograma dos investimentos previstos no cais santista. Após análise, o material foi aprovado pela pasta que comanda os portos atualmente.
         Os R$ 776,3 milhões em investimentos serão divididos. A maior fatia será aplicada em obras civis, que devem custar R$ 560,9 milhões. O Grupo Libra também pretende adquirir equipamentos, que custarão R$ 130 milhões. Outros R$ 72,5 milhões serão investidos em serviços e R$ 12,9 milhões em instalações elétricas. Para viabilizar esses investimentos, será necessário recorrer à debêntures, que devem captar R$ 400 milhões.
         O plano prevê a unificação dos três contratos de arrendamento que a empresa explora no cais santista - o dos terminais T-33, T-35 e T-37. Assim, a Libra está autorizada a integrar as três áreas, que hoje operam separadamente, e construir um novo cais.
         Atualmente, a capacidade de movimentação de cargas do terminal é de 900 mil TEU (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés) ao ano. Com a nova configuração, a empresa espera elevar essa movimentação para 1,8 milhão de TEU.
         Esse crescimento ocorrerá com a unificação das três áreas, que hoje estão dividas e cortadas pela linha férrea que atende a empresa e as instalações de grãos no Corredor de Exportação (ao lado do T-37). Os ramais ferroviários serão retirados com as obras do novo trecho da Avenida Perimetral da Margem Direita (Santos), na Ponta da Praia, cujas intervenções deverão ter início nos próximos meses.
         Essa nova disposição possibilitará que o cais do terminal passe dos atuais 1.085 metros para os 1.312 metros, ampliando o local onde os navios podem ficar atracados. A área total do terminal unificado passará a ser de 200 mil metros quadrados.
         A negociação da dívida que é atribuída à Libra Terminais deve ser concluída em março de 2018, quando completará dois anos da desistência de ações judiciais sobre o assunto. Este é o pontapé inicial dos trabalhos, que são de responsabilidade do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. O órgão irá definir os valores a serem pagos pela operadora portuária à Docas.
         A disputa se arrasta desde 1998. Ela começou logo após o arrendamento da área do Terminal 35, na Ponta da Praia, quando a Libra contestou as faturas da Docas. A alegação era de que a área recebida era menor do que a prevista no edital. Além disso, a linha férrea não havia sido removida do meio do terreno e faltava profundidade nos berços de atracação.
         Calculado o valor do passivo, a operadora portuária terá o prazo máximo de cinco anos para quitá-lo.
A arbitragem é uma forma alternativa, prevista em lei, para acabar com conflitos sem utilizar o Poder Judiciário. A sentença arbitral tem o mesmo efeito da convencional, mas o processo é considerado mais rápido, levando até dois anos.

Rumo decide sair dos portos secos de Uruguaiana e Santana do Livramento

         O transporte ferroviário entre Brasil, Argentina e Uruguai poderá ficar comprometido a partir de fevereiro. A Rumo ALL, empresa do Grupo Cosan que administra dois portos secos (terminal alfandegado) em Uruguaiana e Santana do Livramento, decidiu sair do negócio e devolver a permissão dada pelo governo federal para prestar o serviço. Em carta enviada à estatal ferroviária argentina Belgrano, obtida pelo Estado, a empresa afirma que encerrará as operações a partir de 31 de janeiro.
         Embora a decisão de devolver os dois portos já vinha sendo esboçada desde o ano passado, a notícia pegou o governo federal no contrapé. Segundo fontes, ninguém ainda sabe como resolver o problema. Uma nova permissão demoraria algum tempo para sair e poderia prejudicar a importação e exportação de produtos pelo corredor. Há quem aposte numa solução de mercado, que seria transferir para outra empresa a administração os portos.
         Procurado, o Ministério dos Transportes afirmou que quem responde pelo assunto é a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O órgão regulador, por sua vez, disse que instaurou procedimento interno para apurar a informação e se manifestará no momento oportuno.
         No fundo, uma das grandes preocupações é que a devolução dos portos secos interrompa o tráfego ferroviário. A malha sul, como é conhecida, inclui o Corredor do Mercosul para o Uruguai no porto seco de Sant'Ana do Livramento e de Uruguaiana, que leva matéria-prima para as fábricas e indústrias argentinas.
Importadores, exportadores e despachantes já enviaram uma série de correspondências pra a ANTT, Ministério dos Transportes e Casa Civil alertando para o problema.
         O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público Federal no Paraná. Num dos trechos de carta enviada ao ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, os representantes do comércio exterior temem que, com a decisão da Rumo, tratados internacionais de integração de aduanas sejam descumpridos. E questionam sobre a possibilidade de a ANTT fazer uma nova licitação para a malha sul.
         Em nota, a Rumo admite que em 31 de janeiro fará a devolução da permissão dos portos secos. Segundo a empresa, que já demitiu os funcionários do recinto alfandegado, o contrato foi firmado em 2006 com a União, pela antiga ALL. Em 2011, diz a companhia, a Receita emitiu uma portaria autorizando a devolução. "A operação em questão não faz parte da estratégia da Rumo que, desde a fusão com a ALL, concluída em 2015, vem realizando grandes investimentos para promover o crescimento do modal ferroviário. O transporte ferroviário de cargas segue normalmente na região", destacou a empresa.
         Mas, de acordo com exportadores, que preferem não se identificar, a empresa vem minando o comércio exterior pelo corredor, especialmente no trecho Tatuí (SP) - Uruguaiana (RS). Um usuário da malha afirma que até 2015 transportava cerca de 1.500 contêineres. No ano passado, a Rumo liberou apenas 200 contêineres. O resto teve de usar o transporte rodoviário. Entre os produtos transportados pelo corredor, está bauxita, hidróxido de alumínio, cerâmica e papel em bobina. No ano passado, foram despachados 5.500 contêineres. Na década passada, esse número ultrapassou as 20 mil unidades. "Um transporte que durava 12, 15 dias passou a 40 dias. Isso faz com que o cliente fuja da ferrovia", disse um usuário.
         Segundo essa fonte, há um movimento para alertar o governo sobre o risco de extinção desse trecho. Atualmente, nesse trecho, a ferrovia representa cerca de 15% do comércio entre Brasil e Argentina feito por transporte terrestre. A ferrovia é usada mais por cargas de menor valor agregado e de produtos não perecíveis. Ainda que esteja caindo, o transporte sobre trilhos no corredor baliza o preço do frente rodoviários.