sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Secretário-geral da ONU pede transição para um sistema de transporte marítimo mais verde e descarbonizado


Este ano marca o 50º aniversário da adoção da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL), o principal tratado global para o cuidado do meio ambiente marinho, seja por causas intencionais, operacionais ou acidentais. Para comemorar os esforços da IMO para alcançar os objetivos deste tratado histórico, o tema do Dia Marítimo Mundial de 2023 é “MARPOL, 50 anos: o nosso compromisso continua”.

Além disso, por ocasião da comemoração, a OMI apela aos Estados-Membros e a todo o setor marítimo para que celebrem este dia e se inspirem nos efeitos positivos que a MARPOL teve. Na sua mensagem sobre o tema marítimo global para 2023, o secretário-geral da IMO, Kitack Lim, destacou as conquistas regulatórias já alcançadas para proteger a saúde dos oceanos, mas deixou claro que o setor marítimo ainda tem mais a fazer.

Os transportes devem abraçar a descarbonização, a digitalização e a tecnologia inovadora, incluindo a automação, garantindo ao mesmo tempo que o elemento humano permanece no centro da transição tecnológica e ecológica para garantir um planeta sustentável para as gerações futuras. A Convenção MARPOL fez a diferença para o transporte marítimo - e pela saúde dos nossos oceanos - e continuaremos a fazê-lo, olhando para os próximos 50 anos."

Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a que “todos comecem a trabalhar” para alcançar uma transição justa e equitativa para um setor de transportes marítimos mais verde e descarbonizado. "Ao longo das décadas, a Convenção MARPOL fez contribuições importantes para proteger o nosso planeta e os nossos oceanos, tornando o transporte marítimo mais seguro e limpo. Olhando para o futuro, vamos aproveitar o legado desta convenção e avançar para um futuro mais sustentável e próspero para este setor importante e mais seguro para a humanidade", disse Guterres.

O lema, "MARPOL, 50 anos: o nosso compromisso continua", lança luz sobre o importante trabalho regulatório da IMO ao longo de meio século para proteger o meio ambiente do impacto do transporte marítimo, e enfatiza o compromisso contínuo da Organização em fazer mais em apoio à Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A IMO convida os Estados-Membros e todo o setor marítimo a celebrar este dia nas redes sociais, utilizando a hashtag #WorldMaritimeDay e marcando @IMOHQ no X (antigo Twitter), Instagram, Facebook e Linked

Costa Oeste da América do Sul vira destino preferencial de Neopanamax vindos da Ásia

Um total de 62 navios Neopanamax (NPX) na faixa de tamanho de 13.000 a 16.550 TEUs entrarão em serviço ao longo de 2023. Esses navios representam uma capacidade de 928.000 TEUs ou 39% de toda a nova capacidade de transporte marítimo de contêineres a serem adicionados. para a frota este ano. Segundo a Alphaliner, quinze navios (23,9%) servem a diversos serviços Norte-Sul, correspondendo à rota Ásia - América Latina, nove navios; A África é responsável por três e o Médio Oriente e o subcontinente indiano outros três.

A percentagem de nova capacidade NPX alocada aos serviços Norte-Sul deverá aumentar ainda mais, uma vez que quinze novos navios a serem entregues (24,4%) ainda não estão incluídos nos cronogramas globais. Porém, os nomes dos navios como “CMA CGM Bahía” ou “Cosco Shipping Brazil” sugerem que provavelmente ingressarão nos itinerários Ásia – América Latina. Deve-se notar que a rota Extremo Oriente - Costa Oeste da América do Sul (WCSA) tornou-se uma área preferencial de implantação do NPX.

Embora ainda existam quinze pequenos Panamaxes de 3.000 a 4.700 TEUs operados por Wan Hai (dez unidades), PIL (três) e Yang Ming (duas), o tamanho médio dos navios nesta rota é atualmente de 10.216 TEUs. Dos 119 navios porta-contêineres que navegam atualmente entre a Ásia e a WCSA, 40 deles têm entre 13.000 e 16.550 TEUs de tamanho, incluindo dois Neo - Post-Panamax: o “CMA CGM Alexander Von Humboldt” de 16.020 TEU e o “Maersk Herrera” de 15.282. TEUs.

O maior navio porta-contêineres que atende os portos da WCSA é o NPX “MSC Chiyo”, de 16.550 TEU. Este navio navega como parte do serviço multioperado 'Andes Express', para o qual a MSC fornece dez navios de 13.050-16.550 TEUs. Enquanto isso, a ONE contribui com três navios de 10 mil a 11,9 mil TEUs para este serviço, enquanto a HMM e a Hapag-Lloyd participam com espaços.O tamanho médio dos navios operados pela MSC nesta rota é atualmente de 13.743 TEUs. 

Essa capacidade média só é superada pela CMA CGM, que opera doze navios com capacidade média de 14.733 TEUs por unidade. A Maersk é a maior operadora nesta rota com 12 navios NPX, elevando a capacidade média da sua frota Ásia-WCSA para 11.781 TEUs. MSC o Norte-Sul mais ativo A MSC tem sido a companhia marítima mais ativa no direcionamento da capacidade NPX para as rotas Norte-Sul (nove navios até agora).

No entanto, isto não é surpreendente, uma vez que a MSC está a encomendar o maior número de novos NPXs este ano. Vale ressaltar que a MSC receberá 27 unidades NPX no total em 2023, seguida por Wan Hai (dez) e ZIM (sete). ONE, Maersk e Hapag-Lloyd adicionam quatro NPX cada à sua frota este ano. A ONE está implantando esses novos navios sob a estrutura da Aliança no serviço Asia-Med 'MD1', enquanto a Hapag-Lloyd tem seus quatro NPXs frigoríficos de alta capacidade em serviço entre a Ásia e a América Latina.

Espera-se que os NPXs apareçam em várias rotas nos próximos anos. No dia 1º de setembro, globalmente, havia nada menos que 255 navios entre 12.500 e 17.000 TEUs em construção, representando 49% do total da carteira de pedidos. Espera-se que os 58 navios Megamax de 23.000 a 24.346 TEUs encomendados conduzam um reposicionamento em cascata de igual capacidade NPX da Ásia-Europa para outras rotas assim que entrarem em serviço. Atualmente, 30,5% de todas as embarcações ativas nas rotas Norte-Sul têm entre 12,5 mil e 15,2 mil TEUs, ante 19,6% em setembro do ano passado. Há dois anos esse percentual era de apenas 15,8%.

MMS recebe concessão provisória do molhe de contêineres em Itajaí

A MMS Empreendimentos obteve a concessão provisória por dois anos do cais de contêineres de Itajaí, em decisão da Agência Nacional de Transportes Aquáticos do Brasil (Antaq). A medida ocorreu depois que a APMT, que operava o terminal de contêineres dos cais 1 e 2 de Itajaí há mais de duas décadas, decidiu encerrar sua concessão.

A empresa apresentou a oferta mais vantajosa, que visa proporcionar tempo para a preparação e execução de uma licitação internacional. O prazo de concessão terá duração de 35 anos e início previsto para 2025.

A MMS comprometeu-se a movimentar um volume garantido de 0,79 MTEUs por ano durante o período de concessão. Contudo, alcançar este volume pode ser um desafio, dado que a APMT movimentou quantidades visivelmente menores em Itajaí nos últimos tempos.

Ações do Mapa são destaque na conferência da FAO sobre pecuária e mecanização em Roma

Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participam nessa semana da primeira Conferência Global sobre Transformação da Pecuária Sustentável, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma (IT). Durante os três dias estão sendo apresentados aos participantes ações e programas desenvolvidos pelo ministério que promovem a inovação e a sustentabilidade da agropecuária brasileira.

O evento reúne países-membros da FAO, produtores, instituições acadêmicas e sociedade civil com a finalidade de promover, a partir do compartilhamento de informações e conhecimentos, um amplo debate sobre como produzir, de forma eficiente, com menos impacto ambiental, menos impacto social e maior retorno econômico e equidade.

Representando o Mapa, a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), Renata Miranda, participou do painel de abertura, que trouxe como tema “Políticas para a Transformação Sustentável da Pecuária”. Em sua fala, apresentou o trabalho de inovação e tecnologias sustentáveis que vem modificando a agropecuária brasileira, com destaque para a Política Pública Setorial da Agricultura e Pecuária sobre Mudanças Climáticas, o Plano ABC+.

“O nosso compromisso setorial de mitigar as emissões de gases com efeito de estufa, bem como de adaptação aos efeitos adversos das alterações climáticas, por meio do Plano ABC+, está em implementação em todo o país há 13 anos. Seu programa de crédito rural oferece aos agricultores mais de US$ 1 bilhão por ano exclusivamente para adoção de práticas sustentáveis. Temos, hoje, no Brasil, políticas públicas pecuárias que estão nos movendo em direção à eficiência climática”, completou Renata Miranda.

Além de encontros bilaterais com autoridades do Quênia, Nova Zelândia, Costa Rica e Austrália, a secretária participa, ainda, de mais dois painéis que acontecerão durante a Conferência sobre Mecanização Sustentável, promovida também pela FAO, que acontecerá de 27 a 29 de setembro. Evento vai trazer informações objetivas sobre inovações acerca da eficiência, inclusão e resiliência aos vários componentes dos sistemas de mecanização agrícola sustentáveis, especialmente nos países em desenvolvimento.

A delegação do Mapa contou, também, com a participação do diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros,SDI/MAPA), Bruno Brasil, do coordenador-geral de Produção Animal (CGPA/SDI/MAPA), Bruno Leite, e do coordenador-geral de Mudanças Climáticas, Florestas Plantadas e Agropecuária Conservacionista (CGMC, SDI/MAPA), Adriano Santhiago de Oliveira.

 

Antaq anuncia datas de consulta e audiências públicas para concessão do canal de acesso em Paranaguá

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) anunciou nessa semana aos agentes do setor aquaviário nacional e demais interessados que realizará Consulta e Audiência Públicas entre 09/10/2023 a 22/11/2023. A intenção é obter contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos, relativos à realização de certame licitatório para a concessão do acesso aquaviário (canal de acesso) ao Porto de Paranaguá. A aprovação aconteceu na semana passada, durante a 551ª Reunião Ordinária de Diretoria.

Trata-se de um projeto inédito, onde as condições atuais do acesso ao Porto de Paranaguá fizeram com que o modelo proposto para a primeira concessão aquaviária do país fosse factível de ser implantada no Paraná. No relato do voto, Lima Filho, diretor relator da matéria, ressaltou a importância da audiência pública para as contribuições e melhorias ao modelo. “Entendo que as principais questões controversas foram adequadamente enfrentadas na instrução processual. Há, como indicado pela Assessoria Especial de Concessões de fato, temas que demandam uma maior reflexão e amadurecimento. No entanto, corroboro as considerações no sentido de que esses temas poderão ser debatidos concomitantemente ao procedimento de audiência pública”, disse.

O diretor Geral da Agência, Eduardo Nery, ressaltou a curva de aprendizagem que o setor portuário obtém a partir do projeto, que inicia em Paranaguá, e poderá ser utilizado como modelo de sucesso para outros portos. Por fim, destacou que, apesar da complexidade do projeto, os estudos foram elaborados em um nível altamente técnico pela INFRA S.A. “Parabenizo todos os envolvidos nessa construção, em especial a equipe do Ministério de Portos e Aeroportos e a Portos do Paraná”, apontou.

O escopo da concessão abrangerá a ampliação, manutenção e exploração do canal de acesso aquaviário, pelo prazo de 25 anos.  Das principais melhorias previstas no projeto destacam-se: aprofundamento, ampliação e alargamento do canal, o alargamento da bacia de evolução e o aprofundamento da área de fundeio nº 6, com isso, a previsão é passar para 13,3 metros ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão.

Na modelagem proposta – concebida pelo Ministério de Portos e Aeroportos, Portos do Paraná, ANTAQ e demais envolvidos – o futuro concessionário executará todos os investimentos necessários para atingir a meta estabelecida, incluído serviços de dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria, programas e monitoramentos ambientais, dentre outros.

De acordo com o projeto, esse incremento de calado é essencial para garantir melhores condições operacionais, permitindo assim o atendimento de embarcações maiores, atualmente restritas à profundidade e condições do canal, além da segurança a navegação.

O diretor Presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou a importância de o Estado estar à frente de uma concessão pioneira no País. “Esse processo é fundamental para a segurança da navegação e para o nível de serviço dos nossos portos. O atendimento de navios maiores permite que os usuários do porto firmem novos acordos comerciais, que até então não podemos atender devido as restrições operacionais. Além disso, no aspecto operacional, o porto ganha maior eficiência e agilidade”, destacou.

Participação Social - No Aviso divulgado pela ANTAQ, os documentos técnicos e jurídicos estarão disponíveis a partir do dia 09/10/2023, e as contribuições poderão ser dirigidas à ANTAQ até às 23h59 do dia 22/11/2023, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível no sítio indicado. Veja o Aviso: https://www.in.gov.br/web/dou/-/aviso-de-audiencia-publica-n-7/2023-antaq-de-25-de-setembro-de-2023-512263846.

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Wilson Sons registra crescimento de 339% na cabotagem de leite em pó pelo Tecon Rio Grande


A Wilson Sons obteve um expressivo crescimento nos resultados de cabotagem de leite em pó para a região Nordeste de janeiro a agosto de 2023 pelo Tecon Rio Grande. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o terminal mais que quadruplicou o transporte marítimo do produto pela costa brasileira, registrando um aumento de 339% nas remessas de Rio Grande aos portos de Salvador, na Bahia, Ipojuca e Suape, ambos em Pernambuco. Em números, foram 527 contêineres, 407 a mais do que no ano anterior. Isto equivale a 1054 TEU (unidade correspondente a um contêiner de 20 pés) e 14.334 toneladas embarcadas, respectivamente 814 e 11.194 superiores aos oito primeiros meses de 2022.

O principal motivo do aumento das embarcações de leite em pó para essa região é a redução de custos por meio da cabotagem, além do fator sustentável do modal.  A CCGL optou por transportar o leite em pó via esse modal por se tratar de um transporte com menor emissão de CO2 em comparação ao rodoviário. “É um tipo de transporte de maior sustentabilidade na operação logística, com menores custos e que proporciona maior competitividade da nossa marca perante o mercado”, frisou Luiz Felipe, coordenador de logística da unidade de laticínios. Outros fatores apontados pela CCGL como determinantes para a escolha do serviço foram a segurança, o menor risco de avarias e a possibilidade de melhor planejamento das demandas.

O Tecon Rio Grande é a principal via de acesso e saída do Rio Grande do Sul para o mundo e se tornou, ao longo de seus mais de 26 anos, fundamental para o desenvolvimento econômico do Estado. Atualmente, conta com mais de 3 mil clientes, entre importadores e exportadores, e recebe as principais linhas que escalam o Brasil, oferecendo serviços semanais para todos os trades do mundo a partir de 13 clientes armadores.

Para Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande, o significativo aumento da cabotagem de leite em pó é mais uma vantagem da estrutura logística do terminal. “O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de leite do Brasil e possui uma enorme capacidade de expansão de negócios. No momento em que os produtores gaúchos abrem novas frentes em estados do Nordeste brasileiro, como neste caso, o Tecon Rio Grande está preparado e com totais condições para realizar esta operação logística com eficiência, segurança e de modo sustentável”, observa.

A sustentabilidade é um dos pilares estratégicos para a Wilson Sons. Em maio passado, foi assinado um contrato para que o Tecon Rio Grande tenha sua energia fornecida 100% de fontes renováveis com o objetivo de reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Com isso, adquiriu  a certificação IREC (International Renewable Energy Certificates) para o triênio 2024/25/26, que pode ser utilizada para o reporte das emissões indiretas pelo consumo de energia no Programa GHG Protocol, metodologia internacional mais utilizada para quantificar as emissões de gases de efeito estufa. 

“Além de garantir a rastreabilidade da fonte de energia renovável que chega ao terminal, este certificado também zera as emissões de CO2 provenientes do consumo de energia nos anos citados. Por meio deste novo sistema energético, toda a energia gerada para o funcionamento do Tecon Rio Grande até o próximo ano virá de fontes renováveis”, explica Bertinetti.

 

Mapa conquista 44 novos mercados para os produtos brasileiros

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) conquistou 44 novos mercados para os produtos agropecuários de janeiro a setembro deste ano. Com uma pauta diversificada das exportações, a pasta intermediou negociações nas Américas (Argentina, Canadá, México, República Dominicana, Uruguai, Equador, Chile e Panamá), totalizando 19 mercados.

Na região asiática (Rússia, Indonésia, Singapura, China, Índia e Malásia) foram conquistados 11 mercados. No continente africano (Egito, Argélia, Angola e África do Sul) as tratativas contabilizaram sete produtos. Já na Oceania (Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Vanuatu) foram cinco mercados. E no Oriente Médio (Israel e Arábia Saudita), dois mercados.

As aberturas de mercados são resultado de transações bilaterais que culminam no acordo dos requisitos de sanidade a serem atestados e do certificado correspondente, sanitário, fitossanitário ou veterinário, que passará a ser aceito pelo país importador nos pontos de entrada da mercadoria.

Ainda há um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos parceiros, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação dos produtos agropecuários brasileiros.

A presença de adidos agrícolas também é fundamental para identificar oportunidades para comercialização dos produtos nacionais, atrair investidores estrangeiros e na superação de barreiras às exportações brasileiras.

De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa), entre os principais mercados alcançados destacam-se a comercialização para as carnes bovina e suína brasileiras para o México e a República Dominicana.

As exportações brasileiras do agronegócio subiram 6,6% em agosto deste ano, no comparativo ao mesmo mês do ano passado, atingindo US$ 15,63 bilhões. O valor correspondeu a 50,4% do total exportado pelo Brasil, segundo a SCRI.

 

México e Vietnam se beneficiam de investimentos de empresas chinesas que evitam sanções dos Estados Unidos


As sanções e tarifas dos EUA aplicadas por causa da Guerra Comercial com a China são fatores cruciais que levam empresas globais, incluindo as chinesas, a transferir sua produção para países que os Estados Unidos designam como “amigos” numa política que recebeu o nome de friendshoring, diz um relatório da Fundação Hinrich. Estudos recentes mostram que as compras de produtos mexicanos e vietnamitas pelos EUA entre 2017 e 2022 estão fortemente correlacionadas com o declínio da participação da China nas importações dos EUA.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estão investindo menos na China e mais no México e no Vietnam. Assim, por exemplo, a quota da China nas importações dos EUA atingiu um pico de 21,6% em 2017, caindo para 16,7% em 2022, e para apenas 14,6% nos 12 meses até Julho de 2023. A “perda” da China foi o ganho do Vietnam e do México.

Entre 2017 e 2022, o Vietnam aumentou a sua quota no mercado de importação dos EUA de 2% para 4%. De 2017 a julho de 2023, as exportações do México cresceram 1 ponto percentual, de uma base já elevada para 15%, tornando-o a maior fonte de importações dos EUA. Além disso, as exportações de produtos manufaturados do México para os Estados Unidos dispararam, crescendo 26%, de 320 mil milhões de dólares para 402 mil milhões de dólares entre 2020 e 2022.

Um estudo de agosto de 2023 realizado por Laura Alfaro, da Harvard Business School, e Davin Chor, da Tuck School do Dartmouth College, mostra como as importações do México e do Vietnam substituíram diretamente as exportações chinesas. A China registrou quedas entre 0,2 e 0,7 pontos percentuais nas exportações de calçado, vestuário e produtos eletrónicos para os Estados Unidos, como monitores e impressoras.

Ao mesmo tempo, as exportações mexicanas de produtos eletrônicos para os Estados Unidos aumentaram notavelmente, assim como o mobiliário, o aço, o vidro e as peças de automóveis, superando os seus concorrentes chineses. Entretanto, o Vietnam registou aumentos grandes ​​nas remessas de vestuário, calçado e eletrônica ligeira. A proximidade do México e as extensas ligações de comércio livre tornam-no num destino de investimento particularmente atraente para alimentar o mercado dos EUA.

O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) dos EUA nos setores automóvel e eletrônico do México foi claramente impulsionado pelo declínio do IDE na China. Em 2021, as empresas americanas investiram mais no México do que na China. Este ano, por exemplo, a Tesla está avançando com a construção de uma gigafábrica de 5 mil milhões de dólares para veículos elétricos e produtos de tecnologia limpa na cidade mexicana de Monterrey.

Em contraste, o IDE dos EUA no Vietnam aumentou de forma menos perceptível. A geografia e a ausência de um acordo de comércio livre são dois fatores inibidores óbvios. Isso pode mudar em breve. A recente visita de Biden ao Vietnam mostrou a clara intenção de Washington de transformar o Vietnam num centro dos EUA para a produção de semicondutores e terras raras.

No entanto, esta não é uma simples deslocação da China, uma vez que tanto o Vietnam como o México estão recebendo mais importações e investimentos do que nunca de empresas chinesas de bens intermédios que intensificam o comércio e as ligações de IDE com países terceiros para escapar às barreiras comerciais dos EUA.

A participação da China nas importações do Vietnam aumentou de 26% em 2010 para mais de 40% em 2022. O México registrou um aumento de 5 pontos percentuais nas importações chinesas, de 15% em 2010 para 20% em 2022. Muitas destas exportações chinesas alimentam cadeias de abastecimento dos EUA.

No caso do Vietnam, as suas principais importações da China são circuitos integrados, têxteis e telefones de escritório, todos fatores de produção em categorias de bens onde os exportadores baseados na China perderam quota de mercado dos EUA. Os dados oficiais sobre o IDE chinês no Vietnam e no México são irregulares. No entanto, ainda é possível perceber uma tendência ascendente. De acordo com estatísticas oficiais vietnamitas, os projetos chineses representaram cerca de 8% do investimento estrangeiro no Vietnam em 2021, em comparação com 2% para os Estados Unidos.

O investimento chinês no México – principalmente nos setores automóvel e eletrônico – atingiu 151 milhões de dólares em 2022, segundo dados oficiais. Esta é provavelmente uma subestimação grosseira. No seu Índice de Reshoring de 2022, a empresa de consultoria de gestão Kearney salienta que “empresas de abrigo nos Estados Unidos e no México” estão mascarando a origem última do capital. (Imagem da Cidade do México)

São Francisco do Sul é responsável pela metade de todas as cargas que passam pelos portos catarinenses

Os países da Ásia são os principais parceiros comerciais do Porto de São Francisco do Sul (SC), concentrando 62% da movimentação de carga. Para esse continente são exportados principalmente soja e milho; e importados, aço e fertilizantes. As demais mercadorias são negociadas na América do Sul (18%), América do Norte (10%), Europa (8%), África (2%) e Oceania (0,1%).

Essas informações constam no Relatório de Sustentabilidade do Porto de São Francisco, produzido anualmente e que traz todas as informações sobre as atividades da autoridade portuária, como movimentação de cargas, parcerias comerciais, programas ambientais e balanços financeiros.

Segundo o documento de 69 páginas, com uma movimentação média anual de 13 milhões de toneladas, São Francisco do Sul é responsável por metade de todas as cargas que passaram pelos portos de Santa Catarina. A maior parte é de grãos (65%), seguido por aço e madeira (34%) e óleo de soja (1%).

O Relatório mostra que São Francisco está em 5º lugar entre os 35 portos públicos do Brasil no Índice de Desenvolvimento Ambiental (IDA), com uma pontuação de 96,95, de um total de 100. Esse reconhecimento foi concedido pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) após avaliar os 17 programas ambientais adotados pelo Porto para a proteção da natureza na Baía da Babitonga, santuário ecológico que é habitat de animais ameaçadas de extinção, como o mero, o boto-cinza e a toninha. Além do controle das espécies marinhas no estuário, existem programas de monitoramento das águas, da qualidade do pescado e de resíduos sólidos, entre outros.

“O Relatório de Sustentabilidade é uma espécie de raio-X do Porto. Quem o lê, pode ter uma ideia da grandiosidade do complexo portuário”, salienta o presidente Cleverton Vieira, reafirmando que o documento exterioriza o compromisso com a transparência, o meio ambiente e a prevenção à corrupção. Para isso, consta, ainda, no Relatório, o “Código de Conduta e Integridade”, fundamentado nos valores da empresa para orientar o comportamento pessoal e profissional nos relacionamentos com clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes e sociedade.

 

Porto do Açu firma acordo com a Vale para criar mega hub para a descarbonização da siderurgia

A Vale anunciou a assinatura de Memorando de Entendimento (MOU) com o Porto do Açu para estudar o desenvolvimento de um Mega Hub no terminal, localizado no estado do Rio de Janeiro, para produção de HBI (briquetes de ferro quente) para o consumo direto rota de redução. O Polo receberá inicialmente pelotas da companhia e poderá, futuramente, incluir no local uma planta de briquetagem de minério de ferro para abastecer a rota de redução direta do complexo industrial.

O acordo possibilitará que as duas empresas procurarão atrair investidores e clientes para construir e operar a central de redução direta a partir de gás natural que estará disponível no porto, com possibilidade de eventual conversão para hidrogénio verde, incluindo a produção de Hidrogénio de Baixa Intensidade de Carbono (HBI). Trata-se de uma iniciativa pioneira que considera um estudo técnico coordenado pelo Porto do Açu e acadêmicos do setor que propõe a utilização do HBI como carga parcial em altos-fornos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e aumentando a produtividade siderúrgica sem a necessidade de substituição dos ativos existentes, como altos-fornos e siderúrgicas.

Atualmente, o HBI é usado principalmente em fornos elétricos a arco. A utilização do HBI neste tipo de forno permitirá um processo de descarbonização mais suave para a siderurgia brasileira. O acordo com o Porto do Açu marca mais um passo no desenvolvimento de Mega Hubs no Brasil. Mega Hubs são complexos industriais projetados para produzir produtos siderúrgicos com baixas emissões de carbono e a Vale já começou a implementá-los em três países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã).

“Acreditamos que o Brasil tem grande potencial para ser um pólo de produção de aço de baixo carbono. Temos minério de ferro de alta qualidade, reservas abundantes de gás natural e potencial para desenvolver hidrogênio verde. queremos ser o motor da 'neoindustrialização' do Brasil, que será baseada na indústria verde", afirma Marcello Spinelli, vice-presidente executivo da Iron Ore Solutions.

“A assinatura desta associação demonstra todo o potencial de industrialização do Porto do Açu, confirmando sua vocação como porto de transição energética no Brasil. Entendemos que o Porto do Açu, com sua infraestrutura portuária única no país, sua localização estratégica e sua potencial de preços mais competitivos do gás natural brasileiro, reúne características únicas para, junto com a Vale, contribuir para a descarbonização da siderurgia nacional e internacional", diz José Firmo, diretor-geral do Porto do Açu.

“O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de minério de ferro e aço e a Vale é líder nesse mercado. O uso de HBI em altos-fornos pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 25%, com reduções potenciais ainda maiores ao longo da cadeia, o que alinharia a indústria com as metas de redução de emissões para 2030. Com o Porto do Açu como porta de entrada para projetos de industrialização com carbono zero, todas as condições e análises apontam para que o país se torne um importante produtor de HBI, abastecendo siderúrgicas em todo o mundo", acrescenta Albano Vieira, consultor de siderurgia e mineração da Prumo, holding que desenvolve o Porto do Açu.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Canal do Panamá altera componente variável da taxa de água doce com redução nos índices para transitar


A  ACP (Autoridade do Canal do Panamá) anunciou que, a partir de 1º de outubro, entrarão em vigor modificações na componente variável da Taxa de Água Doce (CAD), como parte das ações de gestão do calado máximo disponível para transitar pela travessia, cujo objetivo é reservar água e melhorar o nível dos lagos impactados pela falta de chuvas. Com este ajuste ao CAD, e dado o nível atual do Lago Gatún, os clientes do Canal receberão uma redução de aproximadamente 50% na taxa variável, em comparação com a fórmula atual.

A diminuição média para um navio Neopanamax será de US$ 19.710 por trânsito, e para um Panamax será de US$ 6.800 por trânsito.  As mudanças nos padrões de chuvas que afetaram a disponibilidade de água no sistema lacustre do Canal do Panamá, principal fonte de água para abastecer mais de 5% da população e garantir o funcionamento da hidrovia interoceânica, fizeram com que, a partir de 2020 , a ACP adotará medidas para otimizar seu uso, incluindo o CAD.

O Canal incorporou o valor da água na linha Outros Serviços Marítimos (OSM) por meio de uma cobrança pela água doce que depende da disponibilidade do recurso hídrico no momento do trânsito. O CAD é aplicável a todas as embarcações com mais de 125 pés de comprimento que transitam pela via. O ano de 2023 é o mais seco desde que as eclusas do Neopanamax operam a plena capacidade, o que reduziu progressivamente os níveis dos lagos do Canal. Especialistas acompanham de perto a evolução dos eventos climáticos que afetam a disponibilidade de água na bacia da travessia e alertam que o fenômeno El Niño agravará a situação nos próximos meses.

Porto de Santos ultrapassa 11 mihões de toneladas de cargas no ano e mantém crescimento recorde

O movimento geral de cargas no Porto de Santos, em São Paulo, de janeiro a agosto de 2023, foi de 111,4 milhões de toneladas, aumento de 1,2% sobre o volume operado no mesmo período de 2022, confirmando a expectativa de crescimento recorde. No mês, o resultado foi de 15,16 milhões de toneladas, número 3,6% maior que o de agosto de 2022, representando recorde para o mês e a 4ª melhor marca mensal da história. A melhor marca também foi neste ano, em junho (15,6 milhões).

No acumulado do ano, os embarques somaram 83,42 milhões de toneladas, aumento de 3,8% sobre o acumulado de janeiro a agosto do ano passado. Já os embarques somaram 28,01 milhões, queda de 5,9% sobre o resultado de 2022. Em relação ao mês, os embarques registraram aumento de 9,9%. Foram 11,69 milhões de toneladas (10,63 em agosto de 2022). O acréscimo reflete a movimentação de granéis vegetais sólidos, que teve aumento de 9,2% sobre o resultado do ano passado, e agosto de 2022. Destaque para o milho, que foi a principal carga em volume, com 3,26 milhões de toneladas, subindo 42,1%.  No total das cargas de grãos, foram 8,1 milhões de toneladas, o melhor resultado da história.

A movimentação de contêineres no Porto de Santos no mês de agosto foi influenciada pelo aumento no volume de cargas, apresentando resultado positivo de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano passado: foram 4,8 milhões de toneladas. Em TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), houve decréscimo de 1,7% (448.817 em 2023 contra 456.478 em 2022. No ano, houve queda de 5,8%: são 3,10 milhões de TEUs em 2023 ante 3,29 milhões nos oito primeiros meses de 2022. O número de atracações no ano subiu 3,6%, sendo 3.584 em 2023 contra 3.461 em 2022.  A participação acumulada de Santos na corrente comercial brasileira foi de 28,3% em agosto.

 

Exportações brasileiras aumentam 8,7% até a quarta semana de setembro, atingindo US$ 6,3 bilhões

As vendas externas brasileiras superaram as compras do exterior em US$ 1,591 bilhões na quarta semana de setembro, com exportações atingindo US$ 6,358 bilhões e importações, US$ 4,767 bilhões. Comparadas as médias até a quarta semana do mês (US$ 1,479 bilhão) com a média registrada em setembro de 2022 (US$ 1,361 bilhão), houve crescimento de 8,7%.

Em relação às importações, houve queda de 15,7% no mesmo comparativo. Todos os números da Balança Comercial foram divulgados nesta segunda-feira (25/9), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

No mês, os embarques ao exterior chegam a US$ 22,195 bilhões e as compras externas a US$ 14,985 bilhões, com saldo positivo de US$ 7,21 bilhões e corrente de comércio de US$ 37,179 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 246,773 bilhões e as importações, US$ 177,158 bilhões, com superávit de US$ 69,615 bilhões e corrente de comércio de US$ 423,93 bilhões.

No acumulado até a quarta semana do mês de setembro, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 67,39 milhões (+25,2%) em agropecuária; crescimento de US$ 54,85 milhões (+17,2%) em indústria extrativa; e queda de US$ 6,03 milhões ( -0,8%) em produtos da indústria de transformação.

No mesmo comparativo, o desempenho das importações dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 3,16 milhões (-13,7%) em agropecuária; queda de US$ 27,43 milhões (-31,3%) em indústria extrativa e queda de US$ 155,1 milhões (-14,6%) em produtos da indústria de transformação.

 

MSC reafirma compromisso com metas de desenvolvimento sustentável

A MSC juntou-se à celebração do Dia da Bandeira dos ODS no dia 25 de setembro, comemorando o data em que 193 Estados-Membros das Nações Unidas adotaram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em 2015. A armadora decidiu, ao lado de outras empresas e organizações, que os ODS entre agora e 2030 devem ser alcançados.

No entanto, de acordo com o relatório SDG Stocktake publicado pelo Pacto Global das Nações Unidas (UNGC) e pela Accenture, o mundo enfrenta uma dura realidade: 85% de todos os indicadores dos ODS não estão no caminho certo e nenhum dos ODS está no caminho certo para ser cumprido. alcançado até 2030. Portanto, afirma o MSC, as empresas devem tomar medidas tangíveis para acelerar o progresso, colaborando com outros setores para encontrar as soluções sustentáveis ​​que o mundo precisa, em linha com o ODS 17.

“O compromisso da MSC em promover a agenda de desenvolvimento sustentável está incorporado em todas as áreas do nosso negócio. Apoiamos todos os ODS, com o objetivo de alcançar um impacto transformador. Empresas globais como a nossa têm um papel fundamental na aceleração da acção em prol dos ODS, trabalhando em conjunto com outras e impulsionando o progresso em direcção ao nosso futuro partilhado”, afirmou Stefania Lallai, vice-Presidente de Sustentabilidade da Divisão MSC Cargo.

A MSC, como signatária do Pacto Global das Nações Unidas - incluindo a participação ativa na Coligação de Gestão dos Oceanos do Pacto Global das Nações Unidas e no Grupo de Trabalho para a Transição Marítima Justa - e como membros do Conselho da Rede do Pacto Global para a Suíça e o Liechtenstein, sabe que a colaboração é fundamental para cumprir o seu roteiro para a sustentabilidade. “Além de reunir conhecimentos complementares, conhecimentos técnicos e recursos, bem como partilhar riscos, vemos as nossas parcerias como uma oportunidade para aumentar as ambições e alinhar-nos com uma visão comum”, afirma a companhia marítima.

Comitiva da Antaq faz visita aos Estados Unidos com foco em navegação interior

Uma comitiva da ANTAQ participa de visita técnica, até o dia 29, aos Estados Unidos com foco em Gestão de Hidrovias e da Navegação Interior. A missão internacional é mais uma importante etapa do acordo que será celebrado entre a autarquia brasileira e o U.S. Army Corps of Engineers (USACE), entidade responsável por gerir todo o Vale do Mississipi desde 1824.

Diretores e técnicos da ANTAQ serão acompanhados por representantes do Corpo de Engenheiros do Exército Americano em visitas ao Porto de Nova Orleans (LA); ao Centro de Estudos Fluviais da Universidade Estadual da Louisiana; ao Centro de Dragagem da USACE, entre outros locais estratégicos para a agência, que tem como ação prioritária do seu Plano Geral de Outorgas (PGO) o desenvolvimento das hidrovias brasileiras.

Saiba mais: Hidrovias e derrocamento do Pedral do Lourenço/PA são temas de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara - Diretor-geral da ANTAQ defendeu as vantagens competitivas, ambientais e operacionais do modal hidroviário

De acordo com o diretor-geral, Eduardo Nery, a aproximação com a USACE é fundamental para trazer agilidade e qualidade a todo o processo que a Agência terá que percorrer até chegar ao modelo ideal de concessão desse modo de transporte que, segundo ele, é “a última fronteira da intermodalidade no Brasil”.

“O que a USACE tem a nos oferecer é experiência e conhecimento para que possamos qualificar nosso corpo de servidores quanto aos aspectos econômicos, de engenharia, ambientais e de regulação das hidrovias. Ao final desta semana, assinaremos um Memorando de Entendimentos (MoU) nesse sentido com nossos anfitriões, um passo importante que antecede a formalização do acordo que celebraremos”, afirmou Nery.

Participam também da missão a diretora Flávia Takafashi e os diretores Lima Filho e Alber Vasconcelos, acompanhados por gestores das áreas de Concessões, Regulação, Estudos, Jurídica e de Comunicação Social.

Encerrando a programação da Missão aos EUA, a comitiva fará uma visita institucional à Federal Maritime Commission (FMC), órgão do governo americano correspondente à ANTAQ, responsável pela regulação do setor e por garantir competitividade e integridade à cadeia oceânica de abastecimento.

 

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Setor marítimo da União Europeia enfrentará custos por emissões a partir de 2024


O setor marítimo da União Europeia (UE) estará imerso a partir de janeiro no Regime de Comércio de Emissões, constituindo um marco nos esforços da UE para combater os gases poluentes. Como resultado, os navios terão de suportar o custo das suas emissões de carbono, informa a Bloomberg.

Empresas de transporte marítimo como a MSC e a Maersk poderão enfrentar contas significativas, possivelmente atingindo centenas de milhões de dólares. Para ilustrar a situação, a DNV indica que o custo das emissões de um único navio porta-contêineres a operar rotas entre a Europa e a Ásia poderá aumentar para 864.500 dólares no próximo ano.

Nos próximos dois anos, espera-se que as empresas cubram ainda mais as suas emissões, o que poderá resultar em custos mais elevados. Um dado importante é que, no primeiro ano, serão consideradas apenas 40% das emissões qualificadas. Este novo regime de comércio de emissões aplica-se a navios com arqueação bruta igual ou superior a 5.000 e é implementado em portos da UE e do Espaço Económico Europeu.

Apesar destes ajustamentos, é pouco provável que as taxas sejam suficientemente elevadas para conduzir a uma mudança imediata para combustíveis mais limpos. Isto porque pode ser mais barato para as companhias marítimas utilizar produtos petrolíferos poluentes e suportar os custos das emissões, em vez de biocombustíveis mais caros. Cabe destacar que houve flutuações significativas nos preços dos combustíveis nos últimos anos que excedem em muito as taxas de carbono.

É importante citar que em 2025 entrará em vigor o regulamento da UE denominado FuelEU Maritime, que estabelece limites máximos anuais para a intensidade de gases com efeito de estufa da energia utilizada pelos navios. Estas tornar-se-ão mais rigorosas ao longo do tempo, o que deverá incentivar as companhias marítimas a adotar energias mais limpas.