quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Estudo da FHM do Sindamar avaliará segurança das comportas do novo Canal do Panamá

         A FHM (Fundação Homem do Mar), braço educacional do Sindamar (Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante), firmou contrato com a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (International Transport Workers’ Federation – ITF, na sigla em Inglês), visando à construção de um modelo matemático que servirá para avaliar as características e capacidades de manobra nas novas comportas do Canal do Panamá, tendo como foco a segurança do tráfego de embarcações.
         O Canal do Panamá, cuja construção completou 100 anos em 2014, está passando por uma grande obra de expansão. O canal terá uma nova faixa de tráfego, que permitirá a passagem dos super cargueiros, hoje os mais usados no comércio internacional. No entanto, as novas comportas têm sido alvo de expectativa porque a sua construção foi adiada diversas vezes.
        Testes recentes detectaram várias rachaduras na estrutura, levantando dúvidas sobre suas condições, já que a mesma foi projetada para resistir a terremotos. Este fato gerou outras preocupações sobre a data em que as comportas estarão, de fato, em condições totalmente operacionais. Além disso, o baixo nível do Lago Gatún reduziu significativamente o calado operativo do Canal, antes mesmo de as novas comportas encherem.
         O secretário-geral do Sindicato de Capitães e Oficiais de Náutica de Rebocadores do Panamá(Sindicato de Capitanes y Oficiales de Cubierta), Iván de la Guardia, disse que, durante vários meses, a entidade tentou participar da criação dos procedimentos para operar as novas comportas, mas teve suas solicitações negadas pelo Administrador do Canal.
         “Alguns deputados denunciaram que a frota de rebocadores tem sérias deficiências que precisam ser corrigidas”, destacou la Guardia. O também secretário-geral da (Unión de Ingenieros Marinos – UIM), Luis Yau, destacou que, mesmo se as comportas estivessem prontas hoje, um ano após a data prevista, ainda não seria possível operar de modo seguro e eficiente.
         Diante da polêmica, o presidente da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes, Paddy Crumlin, declarou que a ITF está comprometida em recorrer a todos os meios, incluindo os modelos matemáticos mais avançados, para garantir que as operações sejam seguras para as tripulações a bordo dos rebocadores e demais usuários do Canal. Ele lembrou que qualquer operação inadequada pode trazer graves consequências para comércio marítimo internacional e para os marítimos.

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