A FHM (Fundação Homem do Mar), braço educacional do Sindamar
(Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante), firmou contrato com a
Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (International Transport Workers’ Federation –
ITF, na sigla em Inglês), visando à construção de um modelo matemático
que servirá para avaliar as características e capacidades de manobra nas
novas comportas do Canal do Panamá, tendo como foco a segurança do
tráfego de embarcações.
O Canal do Panamá, cuja construção completou 100 anos em 2014, está
passando por uma grande obra de expansão. O canal terá uma nova faixa de
tráfego, que permitirá a passagem dos super cargueiros, hoje os mais
usados no comércio internacional. No entanto, as novas comportas têm sido alvo de expectativa porque a
sua construção foi adiada diversas vezes.
Testes recentes detectaram
várias rachaduras na estrutura, levantando dúvidas sobre suas condições,
já que a mesma foi projetada para resistir a terremotos. Este fato
gerou outras preocupações sobre a data em que as comportas estarão, de
fato, em condições totalmente operacionais. Além disso, o baixo nível do
Lago Gatún reduziu significativamente o calado operativo do Canal,
antes mesmo de as novas comportas encherem.
O secretário-geral do Sindicato de Capitães e Oficiais de Náutica de Rebocadores do Panamá(Sindicato de Capitanes y Oficiales de Cubierta), Iván
de la Guardia, disse que, durante vários meses, a entidade tentou
participar da criação dos procedimentos para operar as novas comportas,
mas teve suas solicitações negadas pelo Administrador do Canal.
“Alguns
deputados denunciaram que a frota de rebocadores tem sérias deficiências
que precisam ser corrigidas”, destacou la Guardia. O também secretário-geral da (Unión de Ingenieros Marinos –
UIM), Luis Yau, destacou que, mesmo se as comportas estivessem prontas
hoje, um ano após a data prevista, ainda não seria possível operar de
modo seguro e eficiente.
Diante da polêmica, o presidente da Federação Internacional dos
Trabalhadores em Transportes, Paddy Crumlin, declarou que a ITF está
comprometida em recorrer a todos os meios, incluindo os modelos
matemáticos mais avançados, para garantir que as operações sejam seguras
para as tripulações a bordo dos rebocadores e demais usuários do Canal.
Ele lembrou que qualquer operação inadequada pode trazer graves
consequências para comércio marítimo internacional e para os marítimos.
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