sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Exportações de bens da América Latina sofrem queda de quase 3% no primeiro semestre de 2023


As exportações de bens da América Latina e do Caribe (ALC) sofreram uma queda de 2,7% no primeiro semestre de 2023, após a desaceleração observada em 2022, segundo o relatório "O que vem a seguir: fortalecer a competitividade diante das demandas de segurança alimentar e mudanças climáticas" do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Apesar do declínio, a deterioração foi inferior à média mundial e algumas economias, especialmente o Brasil e o México, mantiveram uma dinâmica positiva, especialmente em termos de quantidades exportadas.

Na América do Sul, as exportações aumentaram significativamente, 16,2% em 2022, mas sofreram uma queda de 6,8% no primeiro semestre de 2023. A maioria dos países da região sofreu quedas neste período, com exceção do Brasil, Chile e Paraguai. Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela registraram reduções nas importações no primeiro semestre de 2023, embora a Argentina tenha se destacado pela seca que afetou a produção de trigo, soja e milho.

A Bolívia registrou uma diminuição nos embarques de gás natural, derivados de soja, zinco, estanho e ouro, enquanto a Colômbia, o Equador e a Venezuela registaram uma queda nas exportações de petróleo. O Uruguai, por sua vez, reduziu as exportações de carne e produtos agrícolas, e no Peru também caíram os embarques de cobre e gás natural.

O impulso no Brasil foi liderado principalmente pelas exportações agroindustriais, compensando a queda nos preços com um aumento significativo nas quantidades. O Paraguai registrou aumento nas exportações de soja, se recuperando da seca sofrida em 2022, e o Chile se destacou com maiores exportações de produtos químicos, concentrados de cobre e produtos frutícolas.

No Caribe, as exportações diminuíram no primeiro semestre de 2023, após um aumento em 2022. O desempenho foi heterogêneo entre os países da região. A força do Brasil e do México O melhor desempenho relativo das exportações da ALC em 2022 e no primeiro semestre de 2023 é atribuído principalmente ao México e ao Brasil, as duas principais economias exportadoras da região.

No México, o impulso derivou das exportações do setor automotivo para os EUA, enquanto no Brasil a expansão se baseou no setor agrícola, com embarques notáveis ​​tanto para a China como para outros destinos importantes. O Brasil registrou exportações de US$ 334,1 bilhões em 2022, com aumento de 19,0% impulsionado por preços e quantidades.

Apesar da queda de preços de 6,6% no primeiro semestre de 2023, o forte aumento dos volumes (7,9%) impulsionou o valor das remessas externas (0,7%). As exportações agroindustriais neste período foram as mais dinâmicas (4,5%), com destaque para a forte expansão nas quantidades (8,0%), principalmente no complexo soja enviado para a China.

As importações totais dos principais parceiros comerciais da ALC desaceleraram em 2022 e contraíram no primeiro semestre de 2023. Apesar desta tendência global, as compras da ALC provenientes dos Estados Unidos, da China, da União Europeia e da própria região mantiveram um melhor desempenho relativo. As importações totais dos EUA aumentaram 15% em 2022 e as compras da ALC aumentaram 20,1%.

No primeiro semestre de 2023, as compras totais dos EUA caíram 7,2%, enquanto as originadas na região aumentaram 3,8%. Na União Europeia, as importações totais cresceram 14,8% em 2022, e as compras da América Latina e do Caribe aumentaram 20,4%. No primeiro semestre de 2023, as compras europeias caíram 4,2% e as originárias da região caíram menos (-3,0%).

As importações totais da China aumentaram 1,2% em 2022, e as compras da ALC aumentaram ainda mais, 7,1%. No primeiro semestre de 2023, as compras totais chinesas caíram 6,6% e as originárias da ALC desaceleraram (0,9%). Finalmente, as importações totais da América Latina e do Caribe aumentaram 20,7% em 2022, e as originárias da própria ALC aumentaram 21,0%. No primeiro semestre de 2023, as compras latino-americanas provenientes do mundo caíram 3,2%, e as originadas na ALC caíram menos (-2,3%). Embora se destaque o melhor desempenho relativo das compras da região, todos os fluxos comerciais foram caracterizados por uma tendência de contração em 2023.

O relatório conclui que, ao longo de 2023, o fim da recuperação comercial pós-pandemia foi evidente. À medida que as condições do transporte marítimo melhoraram e os preços do frete regressaram aos níveis anteriores à pandemia, surgiu um enfraquecimento da procura externa. Embora o desempenho comercial da ALC tenha sido superior à média mundial, as exportações de bens entraram numa fase de contracção devido à queda dos preços e ao enfraquecimento progressivo dos fluxos reais.

Mapa coordena participação do Brasil em 15 feiras internacionais de alimentos e bebidas em 2023

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) coordenou, em 2023, a participação do Brasil em 15 feiras internacionais de alimentos e bebidas. O objetivo do ministério é organizar, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Embaixadas e Consulados, missões comerciais para promover o desenvolvimento do agronegócio nacional, a partir da identificação das melhores oportunidades de promoção dos produtos brasileiros.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, a promoção comercial de empresas brasileiras alimentícias e do segmento, movimentou US$ 13,8 milhões em negócios realizados durante as feiras. A expectativa de geração de negócios futuros para os próximos 12 meses, decorrentes dos contatos realizados durante os eventos, é estimada em US$ 473 milhões.

Para o coordenador-geral de Promoção Comercial, Dalci de Jesus Bagolin, a presença do Ministério em feiras internacionais pretende, além de alavancar as exportações, também projetar a imagem do Brasil como um importante ator na segurança alimentar e na produção sustentável de alimentos.

“O Mapa tem entre suas atribuições, a de promover a inserção de empresas brasileiras do ramo de alimentos no mercado internacional, fomentar as exportações do agronegócio nacional e seus resultados positivos para a economia do país, como o aumento da geração de emprego e renda, além de reforçar a imagem do país no exterior”, ressaltou.

Neste ano, o Mapa também organizou a montagem de 151 estandes individuais nos Pavilhões do Brasil nos seguintes países: na Alemanha, Índia, Singapura, Marrocos, Canadá, Tailândia, Coréia do Sul, Irã, Istambul, Rússia, Peru e Estados Unidos. Além disso, teve a participação do Ministério com estande institucional na Colômbia e na Índia.

As empresas selecionadas exibiram seus produtos como grãos (soja, arroz, milho), cafés, mel e derivados, carnes (bovina, suína e de frangos), produtos orgânicos, bebidas em geral, extratos vegetais e óleos, produtos lácteos e de panificação, entre outros, incluindo produtos da biodiversidade brasileira, em especial da Amazônia, como açaí e castanhas.

Como resultado desse trabalho, o Pavilhão Brasil foi eleito o melhor pavilhão internacional na Expoalimentaria, realizada em setembro, no Peru. E ainda, conquistou o 2º lugar como melhor pavilhão internacional na Internacional Food & Hospitality Fair 2023 (AAHAR), que ocorreu em março, na Índia.

Cabe ressaltar também a parceira com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) nas feiras Biofach Alemanha, Natural Expo East e Expoalimentaria.

Desta forma, a presença do Mapa em eventos no exterior amplia a visibilidade dos produtos brasileiros, servindo também como uma plataforma para a divulgação da sustentabilidade da agropecuária brasileira. Para os produtores brasileiros, as feiras são oportunidades de promover networking, possibilidades de negócios com o consequente aumento do fluxo de comércio entre os países.

 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Crise no Mar Vermelho e demanda do Ano Novo Chinês elevam tarifas das companhias de navegação


O aumento nas taxas já está acontecendo, com as companhias marítimas tentando recuperar o custo do envio de navios do Extremo Oriente para o Mediterrâneo, norte da Europa e costa leste dos Estados Unidos, através do Cabo da Boa Esperança, em vez do Canal de Suez, disse Peter Sand, analista-chefe da Xeneta.

Segundo ele, as taxas por FEU (contêiner de 40 pés) eram de 1.875 dólares entre o Extremo Oriente e o Mediterrâneo no dia 14 de dezembro, o que já representa um aumento de 25% em relação à semana anterior. No entanto, alguns expedidores/proprietários de carga estão cotando a mais de 6.500 dólares para envios de alta prioridade no serviço 'Diamond Tier' da Mediterranean Shipping Company (MSC).

Sand ressaltou ainda que esta taxa ainda não é a média do mercado, mas o que as empresas terão de pagar pelos envios urgentes. Nos próximos 10 dias ou mais, pode se tornar a média do mercado. “O Canal de Suez é uma artéria crítica para o comércio global, por isso a perturbação causada pelos ataques com mísseis não será resolvida rápida ou facilmente e as taxas de transporte marítimo continuarão a subir, acrescentou.”

As companhias marítimas já introduziram uma série de sobretaxas tarifárias para evitar o Canal de Suez. Na semana passada, a Maersk anunciou uma Sobretaxa de Interrupção de Trânsito (TDS), com efeito imediato, e uma Sobretaxa de Contingência de Emergência (ECS) que entrará em vigor em 1º de janeiro, aguardando negociação. A MSC anunciou uma série semelhante de sobretaxas.

Os expedidores/proprietários de carga também enfrentarão sobretaxas de alta temporada (PSS) de US$ 2.000/FEU para cargas do Extremo Oriente com destino ao Mediterrâneo, enquanto o Norte da Europa e a Costa Leste dos EUA serão cobrados US$ 1.000/FEU, respectivamente. Sand destacou que “o aumento das tarifas já é resultado do desvio do Canal de Suez, mas com o Ano Novo Lunar Chinês também a caminho e os tradicionais aumentos na procura que ele traz, o custo do transporte de carga pode crescer ainda mais."

“Os expedidores/proprietários de carga devem estar cientes de que as tarifas em todas as principais rotas podem ser afetadas, mesmo que normalmente não transitassem pelo Canal de Suez. As companhias marítimas anunciarão todos os tipos de sobretaxas de custos de recuperação, mesmo para o comércio que seja apenas indiretamente afetado. Alertou o analista.”

Porto de Santos registra movimentação de cargas recorde em novembro, com 15,7 mihões de toneladas

A movimentação de cargas no Porto de Santos no mês de novembro foi recorde, atingindo 15,7 milhões de toneladas, crescimento de 29,4% sobre o mesmo mês do ano passado, caracterizando-se também como a maior marca para o mês de novembro. O crescimento nos embarques de açúcar (15,6%), soja em grão (69,2%), farelo de soja (50,1%) e milho (58,0%) e nas descargas de fertilizantes (83,8%) foi determinante para esse resultado. A movimentação de contêineres no mês totalizou 409,5 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), crescimento de 8,2% ante o mesmo mês de 2022.

Com esse desempenho, o Porto suplantou a movimentação acumulada de cargas em igual período do ano passado (150,3 milhões de toneladas), somando 157,7 milhões de toneladas, um crescimento de 4,9%, a maior marca para o período e deve superar, no fnal do ano, seu recorde histórico estabelecido no ano passado. As cargas de exportação apresentaram crescimento de 8,0%, chegando a 118,4 milhões de toneladas. As descargas tiveram uma redução de 3,4%, totalizando 39,2 milhões de toneladas.

“São números que mostram cada vez mais o valor do Porto de Santos para o Brasil e também a necessidade de investirmos ainda mais em melhorias, tecnologia e acessos. Fica evidenciada a importância de uma nova pista de descida Planalto -Baixada”, afirmou o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini.

As mercadorias do agronegócio continuaram a se destacar no acumulado do ano, principalmente, a soja em grão (+17,7%), com 29,8 milhões de toneladas; o milho (+38,5%), com 18,4 milhões de toneladas; e o açúcar (+6,7%), com 20,1 milhões de toneladas. Já o movimento de contêineres no acumulado do ano apresentou queda de 5,7% sobre a mesma base do ano anterior.

Todos os segmentos de carga apresentaram crescimento significativo e estabeleceram suas maiores marcas para o período. Os granéis sólidos tiveram alta de 13,1%, acumulando 86,2 milhões de toneladas, com destaque para os embarques de soja em grão, milho e açúcar. Esse segmento de cargas estabeleceu sua maior marca para o período. Os granéis líquidos somaram 17,6 milhões de toneladas, alta de 1,0%, sobressaindo-se o óleo diesel e gasóleo – desembarque (+36,6%, 1,9 milhões de toneladas), o óleo combustível – embarque (+11,8%, 3,2 milhões de toneladas) e os sucos cítricos (+7,9%, 2,3 milhões de toneladas). A carga geral solta decresceu 10,7%, somando 7,9 milhões de toneladas, com destaque para a celulose (6,6 milhões de toneladas). O fluxo de navios nos 11 meses do ano foi de 4.949 atracações, crescimento de 4,0%.

 

Egito abre seu mercado para importação de ovos férteis e codornas de um dia

O governo brasileiro recebeu o anúncio da abertura de mercado no Egito para as exportações brasileiras de ovos férteis de codornas e de codornas de um dia. As negociações ganharam impulso após missão conjunta MAPA-MRE a países africanos, no início desse mês de dezembro.

Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil exportou US$ 1,55 bilhão ao Egito. Com isso o país se consolidou como um dos principais destinos de produtos agropecuários brasileiros na África, e o 19º no mundo.

O novo anúncio soma-se à recente abertura do mercado egípcio para pescados e derivados, algodão em pluma, gelatina e colágeno, o que reforça a tendência de aumento das exportações brasileiras para aquele país. Os avanços são resultado do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Um quarto dos itinerários das rotas marítimas Ásia/Europa entre 25 de dezembro e 28 de janeiro estão cancelados


As principais rotas de transporte Leste-Oeste: Transpacífico, Transatlântico e Ásia-Norte da Europa e Mediterrâneo anunciaram o cancelamento de 56 itinerários (viagens em branco) entre a semana 52 (de 25 de dezembro a 31 de dezembro) e a semana 04 (22 de janeiro a 28 de janeiro), num total de 650 viagens programadas. A medida representa uma taxa de cancelamento de 9%. Durante este período, 38% das viagens em branco serão realizadas no Transpacífico no sentido leste, 38% no Transatlântico no sentido oeste e 25% na rota Ásia-Norte da Europa e Mediterrâneo.

Nas próximas cinco semanas, a Ocean Alliance anunciou 22 cancelamentos, seguida pela THE Alliance com oito. Durante o mesmo período, 26 viagens em branco foram implementadas em serviços não-aliançados. A 2M, contudo, não anunciou nenhum cancelamento até agora. Do lado do transporte marítimo, o Índice Mundial de Contêineres da Drewry subiu pela terceira semana consecutiva, crescendo 9% para 1.661/FEU.

A consultoria Drewry prevê uma diminuição modesta na confiabilidade do serviço em comparação com a semana anterior. Em média, espera que 91% dos navios cumpram o horário previsto nas próximas cinco semanas. É importante notar, no entanto, que a situação permanece fluida, dados os desafios que as companhias marítimas enfrentam com o número crescente de incidentes e tensões no Mar Vermelho.

Devido aos riscos que os rebeldes Houthi representam para o transporte marítimo nesta rota marítima crítica e confinada, as companhias marítimas estão optando por desviar os navios ao redor do Cabo da Boa Esperança, em vez de arriscar um trânsito entre o Mar Vermelho e o Canal de Suez, que acrescenta 10 ao Canal da Mancha. 14 dias para viagens e aumenta materialmente os custos de combustível.

CMA CGM escolhe o Florida Terminal International como porto de escala nos Estados Unidos do serviço Ceiba Express

A companhia marítima CMA CGM selecionou o Florida Terminal Internacional (FIT) em Port Everglades, como o único porto de escala nos Estados Unidos para seu novo serviço 'Ceiba Express'. O serviço semanal conectará diretamente este país com a América Latina e permitirá a transferência de produtos agrícolas e carga geral.

"O acesso incomparável de Port Everglades ao sistema rodoviário interestadual e à instalação de transferência intermodal de contêineres de 43 acres [17,4 hectares] perto da doca ferroviária da costa leste da Flórida nos permite atrair e apoiar serviços de frete globais, como o Ceiba Express", disse, Justin F. Weir, gerente geral da FIT.

Segundo ele, a escolha do terminal para essas chamadas será facilitada porque “toda a equipe está se preparando para atender esse novo atendimento, cuja primeira ligação está prevista para o próximo dia 14 de janeiro. Esta escolha ratifica o compromisso que temos com nosso parceiro CMA CGM de entregar continuamente um trabalho eficiente e seguro em todos os serviços,”explicou. O 'Ceiba Express' conectará Honduras, Guatemala, Colômbia, Venezuela e Jamaica, entre outros países da América.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Grupo Harim da Coréia do Sul negocia compra do controle da companhia de navegação HMM


O produtor sul-coreano de alimentos Harim Group foi escolhido como o licitante com lance mais alto para adquirir uma participação majoritária na HMM, após um longo e às vezes tenso processo de licitação. A Harim, conhecida por seus produtos avícolas e por sua participação no armador graneleiro Pan Ocean, apresentou uma oferta um mais alta pela participação, que está sendo vendida pelo Korea Development Bank (KDB) e pela Korea Ocean Business Corporation (KOBC), informou Alphaliner.

O histórico de aquisições da Harim, incluindo a gestão da Pan Ocean, foi levado em consideração no processo de avaliação, juntamente com o seu plano de financiamento. O governo sul-coreano vai vender uma participação de 57,9% na HMM e a transação deverá atingir US$ 4,9 bilhões.

A oferta da Harim foi feita em consórcio com a empresa de private equity JKL Partners. Em comunicado, o KDB confirmou que o consórcio “Pan Ocean-JKL” foi escolhido como licitante preferencial, e que a concretização da venda estava prevista para o primeiro semestre de 2024, enquanto se aguarda um acordo sobre as condições detalhadas.

A Harim está buscando sinergias entre a HMM e a Pan Ocean – a maior operadora de carga a granel da Coreia do Sul, com uma frota de mais de 110 navios próprios – tanto em suas redes de vendas quanto em suas operações. "A HMM e a Pan Ocean poderiam completar um conjunto ideal de negócios que abrange desde navios porta-contêineres até navios graneleiros e navios especiais. Com a história e a experiência das duas empresas, estaríamos em posição de enfrentar a crise global no transporte de carga."declarou a empresa em comunicado divulgado nesse final de semana.

A Pan Ocean é responsável por 40% da receita da Harim. O plano contrasta com o do seu concorrente, o grupo de frutos do mar Dongwon, que procurou aproveitar as sinergias entre a HMM e as suas próprias instalações portuárias e logísticas. Depois de algumas semanas tensas em que a Dongwon apresentou uma reclamação formal sobre o processo de licitação, alegando que a Harim havia exigido injustamente alterações nas condições de venda.

Relatórios anteriores indicam que as duas propostas para a HMM eram semelhantes, mas que a Harim tinha apresentado uma oferta ligeiramente superior. O grupo de alimentação pretende vender US$ 385 milhões em títulos perpétuos para financiar a compra, ao mesmo tempo que planeja uma oferta de direitos.

 

Blog Luiz Reni Marques agradece as mensagens de fim de ano recebidas e deseja a todos um excelente 2024


 

O Blog Luiz Reni Marques, produzido e editado pelo jornalista Luiz Reni C. Marques, por meio da SinalCom, agradece as centenas de mensagens de final de ano recebidas dos seus leitores, parceiros e amigos. Ao mesmo tempo, deseja a todos Boas Festas e um 2024 de sucesso, paz e realizações. O Blog é especializado nos segmentos de comércio exterior, logística e transporte internacional, tem mais de 1.500 acessos diários e é atualizado em tempo real.

APS renova contrato de dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Santos

A Diretoria da Autoridade Portuária de Santos (APS) aprovou a renovação do contrato com a empresa Van Oord para prestação dos serviços de dragagem de manutenção nos trechos 1, 2, 3 e 4 do canal de acesso e nos berços de atracação do complexo santista, garantindo continuamente as profundidades de 15 metros. O contrato é pelo prazo de 24 meses, no valor de R$ 277, 2 milhões.

Os trechos citados compreendem todo o canal de navegação interno do chamado Porto Organizado de Santos, que vai da altura da travessia das balsas até a Alemoa. A renovação do contrato inclui uma cláusula de rescisão antecipada, de forma a permitir o distrato diante de uma possível concessão da dragagem do canal à iniciativa privada por PPP ou outra modalidade.

O presidente da APS, Anderson Pomini, ressaltou que o contrato venceria em março do ano que vem e que a renovação sinaliza ao mercado o compromisso da gestão do Porto de Santos em manter o canal de acesso em condições de receber navios com segurança. “Além disso, concluiremos estudos, em 2024, para viabilizar contratos de aprofundamento do canal para 16 metros e, na sequência, para 17 metros de profundidade”, explicou o presidente, lembrando que o Porto de Santos tem recebido navios de grande porte com segurança.

 

Exportadores brasileiros de ovos recebem reconhacimento sanitário da autoridade de saúde do Chile

O governo federal anunciou, no sábado, 23, o reconhecimento, por parte das autoridades chilenas, da equivalência de sistemas de inspeção sanitária para as exportações brasileiras de ovos. O processo, conhecido como "pre-listing", reflete a elevada confiança depositada no sistema de controle sanitário do país.

Este procedimento permite que o Ministério de Agricultura do Chile conceda ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do Brasil a autoridade para certificar e habilitar estabelecimentos previamente auditados. Além disso, o acordo inclui a possibilidade de habilitar outras unidades produtivas que atendam aos requisitos estabelecidos.

Entre janeiro e novembro deste ano, o Chile foi o sétimo maior importador de ovos do Brasil, totalizando mais de US$ 7 milhões em aquisições desse produto. O reconhecimento do sistema brasileiro outorgado pelas autoridades chilenas permitirá ao Brasil incrementar sua participação no setor e contribuir para garantir a segurança alimentar no país.

Neste ano, o Brasil atingiu a marca de US$ 1,6 bilhão em exportações para o Chile, destacando-se a venda de carnes, produtos florestais e itens do complexo sucroenergético. Em contrapartida, as importações do Brasil provenientes do Chile somaram US$ 1,3 bilhão, com destaque para pescados, frutas e bebidas. Esse resultado é mais um fruto da estreita coordenação entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Ataques de militantes Houthi no Mar Vermelho elevam tarifas de transporte marítimo de GNL


Os ataques recentes deflagrados por militantes Houthi no Mar Vermelho estão afectando o setor do transporte marítimo, gerando desvios na rota dos navios de gás natural liquefeito (GNL), que são forçados a evitar o Canal de Suez  e optar por desvios mais longos em torno do Cabo da Boa Esperança. Até agora cinco navios-tanque de GNL, três deles carregados e dois em lastro, foram desviados do Canal de Suez.

Entre eles, três pertencentes à frota de GNL da Celsius (Copenhague, Charlotte e Genebra) e dois afretados pela Gunvor. Embora esteja confirmado que o “Celsius Copenhagen” transporta GNL do terminal US Freeport LNG para a Coréia do Sul, o novo destino de outros navios desviados ainda não foi determinado.

A consultoria Drewry adverte que a continuação da atividade Houthi no Mar Vermelho poderá perturbar os embarques de GNL através do Canal de Suez, uma rota vital para o gás transportado da Ásia, do Oriente Médio e dos Estados Unidos. De Janeiro a Novembro de 2023, esta rota marítima registrou 50% dos trânsitos de petroleiros de GNL, seguida pelo Cabo da Boa Esperança (28%) e pelo Panamá (22%).

A importância do Canal de Suez para o Qatar é enorme, uma vez que cerca de 15% dos embarques de GNL do Qatar destinados à Europa utilizam esta rota, representando 5 a 6% do fornecimento total de gás europeu. Esses desvios geraram um aumento de 7% no índice TTF em um único dia.

Embora especialistas acreditem que o elevado armazenamento na Europa e a fraca procura asiática amorteçam o impacto a curto prazo, um agravamento da situação, especialmente com as restrições ao Canal do Panamá, poderá ter consequências significativas. Desvios extensos em torno do Cabo da Boa Esperança poderiam gerar uma procura adicional de toneladas-milha, aumentando os custos de transporte e prolongando as operações dos navios. Além disso, há o temor de que os ataques no Mar Vermelho conduzam a um aumento nas taxas de transporte de GNL devido a viagens mais longas e ao aumento dos prêmios de risco de guerra.

Alkmin e Fávaro discutem com o vice-presidente da China o fortalecimento do comércio entre o Brasil e o país asiático

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro se reuniram com o vice-presidente da China, Han Zheng, nessa semana, visando fortalecer a relação entre os dois países e as novas oportunidades de comercialização. Com a presença da equipe técnica do Mapa, foram discutidas as possibilidades para o setor de proteína animal e vegetal e, também, a missão chinesa realizada no começo de dezembro para auditar plantas brasileiras.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, principalmente para o agro brasileiro. As vendas ao país asiático até novembro atingiram US$ 7,86 bilhões, sendo a soja em grãos o principal produto exportado, com registros de 4,5 milhões de toneladas exportadas ou US$ 2,39 bilhões.

Além da soja em grãos, mais cinco produtos tiveram registro de exportação acima de US$ 100 milhões: milho (US$ 605,94 milhões); carne bovina in natura (US$ 505,59 milhões); algodão não cardado nem penteado (US$ 322,99 milhões); celulose (US$ 313,44 milhões); e açúcar de cana em bruto (US$ 290,33 milhões). “O Brasil é um dos grandes produtores de alimento do mundo. Nosso país está no centro do debate da segurança alimentar, da segurança energética e do clima”, relatou Alckmin.

 

Porto de Imbituba tem expansão na movimentação de contêineres em novembro em relação ao mesmo mês de 2022

O Porto de Imbituba tem contribuído para auxiliar no equilíbrio das operações em comércio exterior em Santa Catarina, principalmente pelas chuvas nos últimos meses que refletiram no fechamento de acesso ao porto de Navegantes. Em Imbituba, aumentou em oito vezes a movimentação de contêineres em outubro, passando de uma média semanal de 1.250 para 7.000 unidades. No mês de novembro, registrou movimentação de 699.745 toneladas, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 23% em relação ao mês passado. Somente a Tek Trade, empresa brasileira especializada em comércio exterior, movimentou pelo porto do Sul do estado cerca de R$ 1 milhão em peças que serão enviadas para São Paulo (SP) para indústria automotiva. 

 

“O Porto de Imbituba é especializado em cargas soltas, principalmente granéis sólidos como sal, farelo de milho e soja, porém, com o fechamento da Barra do Rio Itajaí-Açú, devido ao excesso de chuvas, o que impactou no Porto de Navegantes em operação, foi responsável por auxiliar na operação de contêineres. Como o porto de Imbituba está em uma área abrigada, com localização estratégica em águas profundas e perto da BR-101, apesar das dificuldades operacionais, contribuiu para a realização e certa normalização dos serviços de comércio exterior no estado”, diz o diretor da Tek Trade, Sandro Marin.  

 

Nos meses de outubro e novembro de 2023, o Porto de Navegantes ficou 21 dias sem operar e 50 navios não conseguiram acessar o complexo portuário. Já o porto de Imbituba estima que até o final do ano 7,3 milhões de toneladas sejam movimentadas pelo complexo, um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. 

 

Nos cinco portos de Santa Catarina: Itajaí, Itapoá, Navegantes, São Francisco do Sul e Imbituba, a movimentação de cargas cresceu 7,94% nos primeiros oito meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2022. O resultado catarinense é superior à média nacional que foi de 5,72%, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgados pelo Governo do Estado. Na movimentação específica de contêineres, Santa Catarina tem o melhor desempenho entre os estados do Sul e tem dois, Portonave e Porto Itapoá, entre os quatro maiores portos do país.

 

Macra e Granel Química realizam simulado de vazamento de ácido sulfúrico no complexo rio-grandino

A Macra e a Granel Química, visando a treinar suas brigadas de emergência, realizaram um simulado de vazamento de ácido sulfúrico, na tarde desta quinta-feira (21) no Porto de Rio Grande (RS). O exercício também examinou objetivos como o atendimento de condicionante da Licença de Operação emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e avaliação do tempo resposta das equipes integrantes do Plano de Auxílio Mútuo (PAM).

A Macra atua com o transporte de graneis líquidos químicos desde o píer petroleiro até as empresas do distrito industrial de Rio Grande. O cenário da simulação é o de constatação de um vazamento de ácido sulfúrico na entrada da galeria de acesso da tubulação, às margens da BR 392, momento em que será comunicado o incidente para o acionamento das equipes internas e externas que atuarão na contenção do derramamento e no atendimento de vítimas.

A Portos RS é parceira de ações como essas, pois acredita que o preparo constante das brigadas de emergência das empresas do distrito industrial é fundamental para o bom andamento das atividades e proteção de seus colaboradores. Manter as equipes sempre atualizadas é importante para uma ação mais efetiva em um caso de atendimento real.

 

 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Transporte marítimo do Mar Vermelho é desviado para novas rotas indicando que solução da crise deve demorar


O transporte marítimo começava a deixar para trás os últimos golpes da pandemia e a adaptar-se às condições de diminuição do trânsito e menor calado no Canal do Panamá em consequência da seca que o afeta. Mas, na semana passado,os ataques dos rebeldes Houthi contra os navios mercantes que transitavam o Estreito de Bab al-Mandeb, no Mar Vermelho, formou um novo “cisne negro” para o setor, desencadeando uma série de consequências que ainda não foram dimensionadas.

O Estreito é uma passagem importante ao norte em direção ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez. Também está ao sul do Canal da Mancha e do Mar Vermelho em direção ao Golfo de Aden, ao Mar da Arábia e ao Oceano Índico. Com a escalada de ataques que afetaram o “Maersk Gibraltar”, o “Al Jasrah” da Hapag Lloyd e o “MSC Palatium III”, entre outros, as principais companhias marítimas - incluindo MSC, Maersk, Hapag-Lloyd, CMA CGM, OOCL, Cosco Shipping, Yang Ming, ONE e Evergreen - passaram a ordenar irrestritamente que seus navios evitassem a passagem pela rota.

A Evergreen também anunciou que iria parar temporariamente de aceitar cargas com destino a Israel, suspendendo o seu serviço de transporte marítimo para o país, enquanto a OOCL, parte do COSCO Shipping Group, fez o mesmo, citando questões operacionais. Não se espera uma solução rápida Na época, Segundo o analista da indústria marítima, Lars Jensen, os navios entre o Canal de Suez e o estreito do Mar Vermelho enfrentavam duas opções:

Esperar até que a passagem fosse segura o suficiente para transitar para o sul ou, virar o leme para o norte, cruzar Suez e depois navegar todo o percurso pelo Mediterrâneo e posteriormente pelo continente africano. Ele explica que vários navios decidiram esperar por uma melhoria na segurança na região, mas “o fato de agora se dirigirem para norte em direção a Suez e por isso escolherem a segunda opção, mostra que os grandes navios porta-contêineres não acreditam que o a situação será resolvida nas próximas 2 semanas.”

A opção escolhida é muito cara. Jensen estima os custos de trânsito e combustível em mais de US$ 2 milhões por navio. A associação marítima internacional, Bimco, apelou às nações para que façam esforços conjuntos para proteger o transporte marítimo internacional e “se necessário, neutralizar a ameaça por meios militares dentro dos limites do direito internacional”. O seu pedido de ajuda – e o de toda a comunidade marítima global – não foi ignorado, já que nessa semana o Pentágono iniciou uma operação de segurança para proteger o transporte marítimo de mísseis balísticos e ataques de drones lançados pelos rebeldes Houthi, no Iémen.

A “Operação Guardião da Prosperidade” inclui o Reino Unido, Bahrein, França, Noruega e outros países. Mas quanto tempo levará para a segurança ser restaurada? Por enquanto esse é um dado indeterminado. Uma das primeiras consequências desta nova perturbação das cadeias de abastecimento foi o aumento de 20% nas tarifas do transporte marítimo, depois de as companhias marítimas terem anunciado o desvio dos seus navios através do Cabo da Boa Esperança.

“Se olharmos apenas para o transporte de contêineres, o desvio através de África também exigirá uma capacidade de transporte adicional na região de um milhão de TEU”, afirma Peter Sand, Chefe de Investigação da Xeneta. “Há capacidade no mercado, mas terá um custo e poderemos ver as taxas de envio aumentarem em 100%. Este é um custo que acabará por ser repassado aos consumidores que compram os produtos", enfatiza Sand, que também destaca a importância do Canal de Suez - por onde transitam anualmente 19 mil navios - para o comércio mundial.

Bilhões de dólares em mercadorias passam diariamente do Extremo Oriente para o norte da Europa, o Mediterrâneo e a Costa Leste dos Estados Unidos", sustenta. O analista acrescenta que “também poderemos ver esse impacto nas atuais negociações entre embarcadores/proprietários de carga e companhias marítimas para contratos de longo prazo que durarão até 2024”. A projeção não é nada encorajadora. “Os expedidores/proprietários de carga podem sentir algum nível de preocupação de que as taxas de longo prazo possam seguir o mercado à vista e aumentar dramaticamente como resultado desta crise”. No dia 23 de março de 2021, o “Ever Given”, com capacidade de 20.388 TEUs, encalhou no Canal de Suez, bloqueando a rota por seis dias. O evento produziu uma série de perturbações no transporte marítimo que podem ser comparadas à situação atual de propagação da crise de segurança.