quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Maersk Line tem aprovação de compra da Hamburg Süd em 23 mercados

          O Grupo Oetker e a Maersk Line concluíram nesta quinta-feira, 30, a transação da transportadora marítima de contêineres Hamburg Süd. A dinamarquesa Maersk Line havia anunciado em dezembro de 2016 sua intenção de comprar a alemã Hamburg Süd.  
         A transação desencadeou um processo de aprovação regulatória em 23 mercados ao redor do mundo. O processo foi concluído com sucesso na terça-feira, 28 de novembro, com a aprovação da aquisição pela Korea Fair Trade Commission KFTC.
           "Com a aprovação final da aquisição, alcançamos um marco importante em nossa estratégia para se tornar uma empresa integrada de transporte e logística que oferece um crescimento sustentável, estes são tempos verdadeiramente emocionantes e esperamos dar os primeiros passos como uma única empresa", afirmou Søren Skou, CEO da AP Moller - Maersk.
          Ele disse que "a Hamburg Süd é uma excelente marca com produtos de alta qualidade. "Ao combinar nossos negócios, fortaleceremos as posições globais de ambas as empresas e melhoraremos nossas ofertas de serviços aos clientes", acrescentou.
          A compra da Hamburg Süd está em linha com a estratégia de crescimento da Maersk Line e representa, de acordo com a empresa de navegação número um do mundo, uma oportunidade para criar oportunidades de negócios. Estima-se que ambas as empresas poderão desenvolver sinergias operacionais entre US $ 350-400 milhões por ano a partir de 2019.
          Após a transferência de propriedade, Ottmar Gast se aposentará como presidente da Comissão Executiva da Hamburg Süd para se tornar o novo presidente do Conselho de Supervisão da Hamburg Süd. Søren Toft, COO da A.P. Moller - Maersk, se tornará membro do Conselho de Supervisão da Hamburg Süd. Enquanto o novo CEO da Hamburg Süd será Arnt Vespermann.
           "Tornar-se parte da empresa de navegação número um do mundo criará muitas oportunidades. Fortaleceremos a Hamburgo Süd no mercado global e aumentaremos nossa participação de mercado, enquanto a Hamburg Süd continuará servindo nossos clientes como uma marca separada", disse Arnt. Vespermann.  

TCP lança nova linha para países do Mediterrâneo



         A TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) já está operando um novo serviço para países do  Mediterrâneo, na Europa. A linha abrange portos da Espanha (Las Palmas, Valência e Barcelona), e Itália (Genoa, Livorno e Giona Tauro).
        A nova rota também serve os terminais brasileiros de Suape, Salvador, Navegantes, Santos e Rio de Janeiro, e o de Montevidéu, no Uruguai. Conta com uma escala semanal e a expectativa é que sejam realizados de 1.200 a 1500 movimentos por semana.
       O novo serviço começou a operar no início de novembro com a atracação do navio MSC Amalfi, com 299,91 metros de comprimento (LOA) por 48,33 metros de largura, onde foram registrados 965 movimentos. “Essa nova rota nova atende, principalmente, a importação no setor automotivo, carne, couro e madeira para a exportação”, explica Juarez Moraes e Silva, diretor Superintendente Comercial da TCP.
     Moraes e Silva destaca que foi possível para a TCP oferecer o novo serviço graças aos investimentos realizados nos últimos anos, que têm aumentado a capacidade operacional do Terminal. “Com a capacidade operacional e a alta produtividade que o Terminal apresenta, Paranaguá é um destino seguro para que os armadores possam operar os seus serviços. Isso porque independente das condições climáticas, os navios conseguirão atracar de imediato no Terminal e serão operados no menor espaço de tempo possível”, diz.

Acordo vai permitir que brasileiros contestem indicação de origem de produtos europeus

         Com vistas à celebração de um acordo comercial entre os blocos, a União Europeia e o Mercosul estão trocando listas com Indicações Geográficas (IGs) dos países envolvidos, que identificam um produto como originário do território quando determinada qualidade, reputação ou outra característica do produto seja essencialmente atribuída à sua origem geográfica.
         Até agora, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), A União Europeia listou 347 IGs, e o Mercosul indicou 200. Entre as indicações geográficas de países do bloco europeu estão “Presunto de Parma”, “Gorgonzola” e “Cava”. Entre as IGs indicadas pelo Brasil para a lista do Mercosul estão “Salinas” (para a cachaça) e “Canastra” e “Serro” (para queijos), entre outros.
         Até o dia 6 de dezembro é possível apresentar questionamentos sobre as indicações de origem europeias ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), por meio de consulta pública na internet. Instituições ou empresas que entendam que a concessão de proteção de alguma das IGs solicitadas fere direitos já adquiridos podem apresentar oposição. Para isso, é preciso expor informações que demonstrem como esta proteção pode afetar seus direitos adquiridos. Nomes de produtos idênticos ou semelhantes, que podem causar confusão ao consumidor sobre a origem do produto, também podem ser questionados.
         As oposições às indicações da União Europeia devem ser apresentadas por nome do produto e subsidiadas com argumentos que as justifiquem. Os interessados em se manifestar devem preencher um formulário específico e enviar a contestação por e-mail para subsidios@inpi.gov.br.
         Os recursos interpostos pelos brasileiros serão analisados pelo Inpi, que irá notificar os representantes da União Europeia para que se manifestem e, em seguida, emitirá parecer técnico. Ao fim dessa etapa, serão negociadas as possíveis exceções às regras definidas no acordo, que permitirão a internalização da lista de Indicações Geográficas em cada país do bloco Mercosul. De acordo com o MDIC, o mesmo procedimento está sendo realizado com a lista de Indicações Geográficas que o Mercosul apresentou para proteção na União Europeia.

Antaq realizará audiências públicas para tratar de instalações portuárias

         A Antaq realizará, entre os dias 30 de novembro e 29 de dezembro de 2017, consulta e audiência públicas (nº 7) para obter contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento da proposta de norma que dispõe sobre a autorização para a construção e exploração de terminal de uso privado, de estação de transbordo de carga, de instalação portuária pública de pequeno porte e de instalação portuária de turismo. Acontecerá audiência presencial no dia 20 de dezembro
         As minutas jurídicas e os documentos técnicos relativos a esta audiência estarão disponíveis no seguinte endereço eletrônico: https://www.Antaq.gov.br/Portal/AudienciaPublica.asp.
Serão consideradas pela Agência apenas as contribuições, subsídios e sugestões que tenham por objeto as minutas colocadas em consulta e audiência públicas. As contribuições poderão ser dirigidas à Antaq até às 23h59 do dia 29/12/2017, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível no site www.Antaq.gov.br, não sendo aceitas contribuições enviadas por meio diverso.
         Será permitido, exclusivamente por meio do e-mail: anexo_audiencia72017@Antaq.gov.br, mediante identificação do contribuinte e no prazo estipulado no aviso desta audiência pública, anexar imagens digitais, tais como mapas, plantas, fotos, etc. Já as contribuições em texto, deverão ser preenchidas exclusivamente nos campos apropriados do formulário eletrônico.
         Haverá audiência pública presencial no dia 20 de dezembro de 2017, no Auditório da Sede da Antaq, localizado à Sepn Quadra 514, conjunto E, edifício Antaq, CEP: 70760-545, com início às 15h e término quando da manifestação do último credenciado, sendo 18h o seu horário limite. (O credenciamento será realizado no local supracitado, das 14h30 às 15h30).

Porto de Santos bate recordes e deve ter melhor ano da sua história

         A movimentação de cargas no Porto de Santos registrou em outubro último o maior acumulado de sua história ao atingir a marca de 109,052 milhões de toneladas e o maior movimento mensal para os meses de outubro, com 11,368 milhões de toneladas. A marca superou em 9,1% o até então melhor desempenho até outubro, verificado em 2015, e em 11,6%, o total apurado em igual período do ano passado. O resultado do mês cresceu 0,5% acima da segunda melhor performance, também ocorrida em 2015, e 24,3% sobre outubro do ano anterior.
         Com os números de outubro, Santos projeta novo recorde anual, com estimativa de atingir 126,8 milhões de toneladas, ultrapassando em 5,8% o maior total anual, obtido em 2015, e em 11,5% o total de 2016, configurando-se em novo recorde anual de movimentação de cargas no Porto de Santos.
         O movimento mensal apresentou elevado crescimento de 35,2% das exportações, resultado verificado principalmente em razão do aumento de 190,1% nos embarques de milho, que atingiu a marca de carga mais operada em outubro, com 2,193 milhões de toneladas carregadas. No ano, o cereal acumulou alta de 49,9%, chegando a 10,632 milhões de tonelada.
         Destaca-se também o aumento de 66,3% do chamado complexo soja, chegando a 448,535 mil toneladas no mês e de 13,3% até outubro, atingindo 20,680 milhões de toneladas, item de maior movimentação  no Porto de Santos.
         Apesar do ligeiro crescimento de 2,3% apresentado em outubro, as importações acumularam alta de 12,0% no ano, impulsionada pelo aumento de 20,5% dos adubos, carga de maior participação nesse fluxo, com o total de 3,240 milhões de toneladas e de 40,4% de óleo diesel/gasóleo, com 2,135 milhões de toneladas.
         As operações com contêineres registraram alta de 14,0% no número de TEU’s (unidades equivalentes a 20 pés) e de 7,2% no total acumulado, atingindo a marca de 3,176 milhões TEU’s. Quanto à tonelagem, o total até outubro, chegou a 36,887 milhões de toneladas, 33,83% da movimentação geral do Porto de Santos.
         Na corrente de comércio, Santos registrou participação de 28,2% sobre o total brasileiro, chegando a US$ 86,9 bilhões, 12,13% a maior que em igual período do ano passado. As exportações participaram com 27,3% sobre o total nacional, atingindo US$ 50,1 bilhões, com alta  de 14,9%. As importações representaram 29,4% do total do país, respondendo por US$ 36,7 bilhões, com incremento de 8,25% sobre 2016.
         Na pauta de exportações, soja, açúcar e café despontaram como as cargas mais movimentadas quanto ao valor comercial. A China permanece como principal importador das mercadorias embarcadas em Santos, representando o total de US$ 7,993 bilhões, 15,8% das exportações efetuadas pelo complexo santista.
         Dentre as cargas importadas, os destaques quanto ao valor comercial foram gasóleo, caixas de marchas e inseticidas. Também na importação a China figura como o principal parceiro nas trocas com o porto santista, com US$ 8,089 bilhões, 22,0% do total importado.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Sistema de cotas é novo desafio para o açúcar brasileiro na Europa



         O Brasil está sendo representado por Cid Caldas, coordenador-geral de Cana de Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no 26º Seminário da OIA (Organização Internacional do Açúcar). O encontro começou nesta terça-feira, 28, e terminará amanhã, 30, em Londres, Reino Unido.
         Organismo com tradição no suporte ao mercado açucareiro mundial, a OIA monitora as ações mundiais para construção de um mercado internacional de etanol combustível. “É um foro privilegiado para o Brasil incrementar suas relações comerciais”, disse Caldas, “com amplas possibilidades de negócios para exportação de tecnologia e equipamentos”.
         O Seminário da OIA em 2017 - "Sustentabilidade, - Novos caminhos a seguir – está se realizando simultaneamente à 28ª reunião da Associação Mundial de Plantadores de Cana de Açúcar e Beterraba.
         “Com a reforma do sistema de cotas da União Europeia”, informou Cid Caldas, “os produtores mundiais de açúcar deverão enfrentar novos desafios para demostrar que estão baseados no tripé de sustentabilidade social, ambiental e econômica. Esse será o grande pleito para o futuro do setor açucareiro”.
         Líder mundial na produção de açúcar, com 50% do comércio internacional, em 2016 o Brasil exportou 29 milhões de toneladas, o que corresponde a US$ 10,4 bilhões.

Ministério dos Transportes vai atualizar Plano Mestre de Suape

         Representantes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil iniciaram, nesta terça-feira (28), uma série de reuniões e visitas técnicas para atualizar o Plano Mestre do Complexo Industrial Portuário de Suape. O documento é um instrumento de planejamento estratégico de Estado voltado à unidade portuária e é parte integrante do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) do governo federal. O intuito é direcionar as ações, melhorias e os investimentos de curto, médio e longo prazo no porto e em seus acessos.
         O grupo estará em Suape até a próxima sexta-feira (1º). A abertura da agenda aconteceu na manhã desta terça, no Prédio da Autoridade Portuária (PAP), com a presença do presidente Marcos Baptista e de membros da diretoria.
         Durante toda a semana, o grupo realizará entrevistas e percorrerá algumas áreas específicas do complexo para verificar in loco, questões como infraestrutura portuária, desempenho operacional, produtividade, fluxo operacional, capacidade de cais e armazenagem, entre vários outros itens. Nas visitas, também serão observados pontos como acessos aquaviário, rodoviário e ferroviário dentro da área de Suape. Já nas reuniões, serão debatidos temas como análise de mercado, projeção de demanda, a relação porto-cidade, além de dados sobre gestão, finanças, tarifas e arrendamentos.
         O coordenador geral de Planejamento, Estudos e Logística Portuária da Secretaria Nacional de Portos, Felipe Ozório, explicou que a atualização do Plano Mestre é parte integrante do planejamento do setor portuário nacional. “O Plano Mestre é o instrumento de planejamento voltado à unidade portuária. A ideia é que vocês possam contribuir para que todas as perspectivas sobre demanda, operações portuárias e outras atividades desenvolvidas sejam atualizadas. Assim, poderemos ter um diagnóstico mais preciso da situação atual do porto e das expectativas da autoridade portuária sobre o futuro do atracadouro”.
         O presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Marcos Baptista, destacou que o porto possui boas perspectivas para os próximos anos em relação ao crescimento da demanda e à diversificação de cargas. “Temos perspectivas bastante positivas. A gente vem de um salto na nossa movimentação portuária desde 2015 e 2016 por conta dos graneis líquidos, com a instalação da refinaria. Isso trouxe um crescimento na casa de dois dígitos, ampliando a participação desse tipo de carga no nosso share. Isso nos leva também a pensar em novas formas de diversificar nossas cargas. Temos a perspectiva de uma usina termelétrica em Suape e tivemos um vigoroso aumento em nossa movimentação de contêineres a partir do momento que a economia deu sinais de recuperação após o período de crise”, salientou.
         Após o período de visitas a Suape, o grupo irá elaborar uma versão preliminar do Plano Mestre. Esse documento será disponibilizado no site da Secretaria Nacional de Portos para questionamentos e contribuições. Após todo esse processo, a versão definitiva será apresentada. A perspectiva é que o Plano Mestre fique pronto em agosto de 2018.

Missão presidencial à Ásia tem inscrições abertas na ApexBrasil

          As empresas brasileiras dos setores de carnes, frutas, lácteos e derivados, orgânicos, grãos e cereais, calçados e componentes, café e farmoquímicos interessadas podem se inscrever até 29 de novembro para a Missão Presidencial à Ásia.
       A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) está coordenando — juntamente com o ministério das Relações Exteriores (MRE) — a participação de empresas brasileiras no evento, que será realizado nos dias 8 de janeiro, em Hanói, Vietnã, e 12 de janeiro, em Jacarta, na Indonésia.
        A Missão será liderada pelo presidente da República, Michel temer, com o objetivo de aproximar empresas brasileiras e empresas locais, promovendo negócios internacionais e a formação de parcerias estratégicas. A missão também passará por Cingapura (foto) e Malásia.
           Clique aqui e confira a agenda preliminar da Missão Presidencial à Ásia (08 a 12/01). Para se inscrever, clique aqui.
SERVIÇO
Missão Presidencial à Ásia
Data: 08 a 12 de janeiro de 2018
Inscrições até 29/11, aqui.
Para mais informações
apexbrasil@apexbrasil.com.br ou (61) 3426-0202

Reino Unido e UE estão perto de acordo referente à conta do Brexit

         O Reino Unido e a União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre a conta do Brexit, que deve totalizar cerca de 50 bilhões de euros,. A informação foi divulga nesta terça-feira (28) por jornais britânicos, possivelmente sinalizando um avanço nas negociações. A informação é da Reuters.
         Um acordo sobre a conta indicaria que Londres e Bruxelas estão se aproximando de um acordo para a cúpula de 14 e 15 de dezembro para avançar a uma nova fase nas negociações e discutir relações comerciais pós-Brexit.
         O jornal The Daily Telegraph informou que o acordo preliminar havia sido alcançado sobre a demanda da UE para um acerto financeiro de 60 bilhões de euros. O jornal disse que a conta final do Brexit, que estava deliberadamente sendo deixada aberta para interpretação, ficará entre 45 e 55 bilhões de euros.
         O The Financial Times relatou que o Reino Unido havia concordado em assumir responsabilidades da UE de até 100 bilhões de euros, mas informou que pagamentos líquidos durante muitas décadas podem cair para menos da metade desta quantia.
         A Comissão Europeia se negou a comentar sobre as reportagens. E o Ministério britânico do Brexit informou que “conversas intensivas” prosseguiam em Bruxelas e que os dois lados estão tentando encontrar uma maneira para “aproveitar o impulso recente nas conversas” para levá-las à próxima etapa.

Comissão de Transportes promove novo debate sobre cobrança tarifária

         A Comissão de Viação e Transportes promove novo debate nesta quinta-feira (30) sobre a cobrança da tarifa portuária chamada de Terminal Handling Charge (THC2). A taxa é exigida pelos terminais portuários para separação e entrega de cargas importadas, após a descarga do navio.
         “Atualmente, nota-se grande divergência sobre a legalidade da cobrança”, afirma o deputado Alexandre Valle (PR-RJ), que solicitou a audiência.
         Em setembro deste ano, representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divergiram sobre a cobrança da tarifa. Para o Cade a atual cobrança da THC2 pode caracterizar abusos. Já a Antaq disse que está revendo as regras que estão em curso.
         “As tarifas portuárias não são regidas por leis e sim homologadas pela autoridade portuária em cada um dos portos, de forma distinta, de acordo com normas da Antaq”, explica Valle.
Debatedores
Desta vez foram convidados para discutir o assunto, entre outros:
- o secretário-executivo da Associação Brasileira de Terminais de Contêineres (Abratec), Sérgio Salomão;
- o presidente-executivo da Associação de Terminais Privados (ATP), Almirante Murillo de Moraes Rego Correa Barbosa;
- o diretor-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Jose Di Bella; e
- o presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino.
A audiência será realizada a partir das 10 horas no plenário 11.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Governo registra primeiro superávit primário em seis meses

         Beneficiado pelo Imposto de Renda trimestral das instituições financeiras e pelo fim do pagamento da primeira parcela do décimo terceiro dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – teve o primeiro superávit primário em seis meses. Em outubro, as contas encerraram-se com resultado positivo de R$ 5,191 bilhões.
         Essa foi a primeira vez desde abril que as contas do Governo Central fecharam com superávit. Naquele mês, o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central haviam economizado R$ 12,373 bilhões. Tradicionalmente, o resultado de abril é influenciado pelo pagamento da primeira cota do Imposto de Renda Pessoa Física.
         Apesar do desempenho positivo em outubro, as contas públicas acumulam déficit primário de R$ 103,243 bilhões nos dez primeiros meses do ano, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1997. O resultado, no entanto, está influenciado pela antecipação de precatórios, títulos que o governo emite para pagar sentenças judiciais transitadas em julgado (quando não cabe mais recurso).
         Tradicionalmente pagos em novembro e dezembro, os precatórios passaram a ser pagos em maio e junho a partir deste ano. O Tesouro decidiu fazer a antecipação para economizar R$ 700 milhões com juros que deixaram de ser atualizados. De acordo com o Tesouro Nacional, não fosse a antecipação, o déficit primário acumulado de janeiro a outubro totalizaria R$ 85,2 bilhões.
         A meta revisada de déficit primário – resultado negativo das contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública – para este ano é de R$ 159 bilhões. De acordo com o Tesouro Nacional, em novembro e dezembro o governo terá de pagar a segunda parcela do décimo terceiro dos beneficiários do INSS e dos servidores públicos. No entanto, o governo espera receber R$ 26,1 bilhões de concessões de usinas hidrelétricas, leilões de petróleo e gás e aeroportos.
         Da receita extra das concessões, R$ 12,1 bilhões virão dos leilões de quatro usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), realizado em setembro. A equipe econômica espera receber ainda R$ 10 bilhões dos leilões de campos de petróleo realizados em setembro e outubro e R$ 3 bilhões dos leilões de concessões de aeroportos ocorridos no início do ano.
         O superávit primário de outubro foi 87,6% menor que o registrado no mesmo mês de 2016 (R$ 40,872 bilhões). O resultado do ano passado, no entanto, havia sido influenciado pelo programa de renegociação de ativos do exterior, também conhecido como repatriação. Em outubro de 2016, o governo havia arrecadado R$ 45,1 bilhões com a repatriação, fato que não ocorreu em outubro deste ano.

Porto Itapoá promove encontro de negócios em São Paulo



      O Porto Itapoá, terminal privativo no litoral norte catarinense, promoverá nesta quarta-feira (29/11) um Encontro de Negócios com a classe empresarial de São Paulo. Será  realizado em parceria com a Câmara Brasil-Alemanha e debaterá temas como competitividade, infraestrutura logística e investimentos no setor portuário como forma de alavancar a economia brasileira.
     A Alemanha e a Europa são destinos e origens importantes das cargas que passam pelo Porto Itapoá, hoje o sexto maior terminal de contêineres do país. Os fluxos com a Europa, somando-se exportações e importações, representam 30% do volume de movimentação de Itapoá.
     Inaugurado em junho de 2011, o terminal concluiu neste mês de novembro fase importante da primeira etapa de suas obras de ampliação, com a inauguração oficial de uma área de 60 mil m², que foi acrescida ao seu pátio de manobras.      Até maio, outros 40 mil m² serão acrescidos ao pátio, que assim passará a ter 250 mil m². Também até maio, está prevista a conclusão da obra de extensão do píer de atracação, que passará dos atuais 630 metros para 800 metros.
    Com essas obras, que tiveram início há um ano sob a responsabilidade da construtora Piacentini Tecenge do Brasil (Piatec), estará concluída a primeira etapa do projeto de expansão, permitindo ao terminal aumentar a sua capacidade de movimentação de carga dos atuais 500 mil TEUs (contêiner padrão de 20 pés) para 1,2 milhão de TEUs/ano.

Saab oferece navio ao Brasil com proposta igual a da venda dos jatos

         Na base naval de Karlskrona, a maior da Suécia e uma das mais antigas do mundo, criada em 1622, duas corvetas estão atracadas ao lado de outras embarcações militares, à espera de decisão do Brasil se faz a aquisição delas ou não. Trata-se da mais recente oferta da Saab, o grupo sueco de defesa e segurança, para ampliar os negócios militares com o país.
         Depois de ter obtido o contrato de US$ 5,4 bilhões para produzir e equipar 36 aviões de combate Gripen para a Força Aérea Brasileira (FAB), a Saab vê agora oportunidade de replicar o mesmo modelo de negócio com a Marinha brasileira, com potencial de venda de quatro a vinte embarcações militares nos próximos anos.
         "É igualzinho ao modelo do Gripen, para por em marcha a produção no Brasil da próxima geração de navios caça-minas, com transferência de tecnologia de ponta, material compósito para o Brasil", disse o presidente de Saab Kochums, Gunnar Wieslander, em entrevista ao Valor no estaleiro localizado ao lado da maior base naval sueca.
         A futura renovação de equipamentos da Marinha provoca uma forte concorrência internacional
Controlado pela Investor, o braço financeiro da bilionária família Wallenberg, a Saab produz desde aviões de combate, navios, radar, sondas, sistemas de defesa a até submarino. Conta com forte apoio do governo sueco, seu maior cliente, em nome da manutenção de uma indústria nacional de armamento nesse pequeno país não-membro da Otan, a aliança militar ocidental.
         Em 2014, Saab comprou o estaleiro naval Kochums, controlado por alemães, por US$ 50 milhões, com a ambição declarada de criar uma indústria naval de classe mundial. Os investimentos nesse segmento tem sido enormes, inclusive para a produção de dois submarinos da nova geração, o A26. E o interesse por aproximação com o Brasil agora na área naval é considerada da maior importância.
         Gunnar Wieslander menciona um par de projetos para o Brasil. Primeiro, é a venda dos dois navios caça-minas da classe Landsort, que podem ser totalmente renovados com o que há mais de mais moderno em termos de radar, sondas etc. Segundo, a partir do terceiro navio começaria a produção no Brasil da nova geração de embarcações militares, com transferência de tecnologia para empresas brasileiras.
         "Vou ao Brasil pelo menos uma vez a cada três meses falar disso no Rio de Janeiro e em Brasília", conta o executivo. "Não aspiramos produzir a nova geração de porta-aviões e chegamos tarde no Brasil para submarinos. Mas em corvetas, que é o animal de trabalho e vai ter papel cada vez mais importante, gostaríamos de ter um papel forte no Brasil."
          O presidente de Saab Kochums vê muitas sinergias entre as necessidades brasileiras e as suecas, "de forma que podemos fazer inclusive uma corveta juntos". Diz que a corveta brasileira precisa ser maior que a corveta sueca devido às características geoestratégicas. As suecas operam no Báltico com ondas de 3 a 4 metros, enquanto no Atlântico as ondas chegam a 10 metros.
          Saab diz que pode fazer adaptações sem problemas. Acena com o modelo acertado com a Índia, para produção de embarcação como casco maior, mesmo híbrido (de aço e material compósito), enquanto o "cérebro", que são as armas, o sistema de combate etc, é o mesmo.
         A futura renovação de equipamentos da Marinha brasileira provoca uma forte concorrência internacional, com participação de grupos também da Alemanha, França, Reino Unido, Coreia do Sul, Cingapura e China, por exemplo.
         De seu lado, a Saab aposta no caminho aberto pelo contrato do Gripen. Isso inclui um generoso pacote de financiamento para a Marinha brasileira fazer as aquisições, com taxas de juros baixas. O executivo evita falar em valores de encomendas, alegando que tudo depende do que o cliente quer instalar no navio.
         Além disso, argumenta que o importante, quando se faz aquisição de novas embarcações e de novos sistemas de defesa, é comprar algo que seja suficientemente bom para realmente ser utilizado.  "Se a manutenção for muito cara, a embarcação fica parte boa do tempo no porto", diz.
         A Saab acena com cooperação também para produção de fragatas, usando a tradicional experiência sueca na área naval. A construção naval é antiga no país, incluindo há décadas os submarinos, para enfrentar os "oponentes" no turbulento mar Báltico, onde cada dia há movimento de 2 mil a 3 mil navios e ainda um estoque de 50 mil minas dos tempos da segunda guerra mundial.
Do "backlog" do grupo Saab como um todo, de cerca de US$ 11 bilhões, o Brasil representa a maior fatia com a encomenda do jatos de combate Gripen.
         Sobre investigações na justiça brasileira envolvendo a aquisição dos aparelhos, com suspeita de propinas a membros do PT, Lars Nystroem, gerente do Programa Gripen Brasil, afirma: "Temos regras estritas de ética e compliance inclusive para nossos consultores. Não temos nenhuma preocupação sobre isso [no Brasil]. Já respondemos questões à Justiça e vamos continuar a responder, se necessário".
         Ele relata que o próximo passo no projeto do Gripen no Brasil será o desenvolvimento do visor panorâmico (WAD), com o primeiro modelo real que será testado no simulador e será instalado no aparelho em 2019. O primeiro avião brasileiro deve ter sua montagem final em 2018 e fazer seu primeiro voo em 2019.
         O grupo sueco planeja aumentar participação na Akaer, um dos parceiros estratégicos brasileiros. A companhia brasileira foi contratada pela Saab para desenvolver partes da fuselagem mesmo antes da negociação do Gripen para a FAB. O investimento da Saab na Akaer começou em maio de 2012, com a conversão de empréstimo em ações. No começo deste ano, o grupo sueco aumentou sua participação de 15% para 25% na empresa. "A Akaer é um parceiro muito bom que logo vai atingir 500 mil horas dedicadas ao programa Gripen no Brasil", diz Nystroem.
         Além disso, a Saab deve colocar a Saab Aeronáutica Montagem (SAB) em operação no primeiro semestre de 2018, em São Bernardo do Campo, com um parceiro minoritário. A fábrica da SAB quer montar uma rede de fornecedores no país.