Os Despachantes Aduaneiros que mais utilizam a área, segundo Michael
Magalhães, responsável pela sala do SDAERGS no aeroporto, são das
empresas Ocean Express, Celiberto, Twin, Commander, Abrão, e a citada
Efficienza. “A Sala conta com computador, máquinas de Xerox e outros
equipamentos e serviços bancados pelo sindicato, que facilitam o bom
desempenho, dando suporte à atividade dos associados ”, destaca
Magalhães.
Assessora de Imprensa da Fraport, concessionária do Salgado Filho,
Gabriela Freitas, diz que “o terminal disponibiliza aos profissionais
pontos de energia, wi-fi, telefone, ar condicionado e copa compartilhada
para as refeições. Há duas áreas distintas para os Despachantes
Aduaneiros, na importação e na exportação, proporcionando condições
adequadas de trabalho a eles”, explica ela, ressaltando que “a Fraport
mantém uma relação positiva e aberta com o SDAERGS”.
“Sempre fomos muito bem atendidos pela equipe da Fraport”, frisa
Mezzomo, enaltecendo, ao mesmo tempo, a qualidade da parceria com a
companhia alemã que administra o aeroporto e o apoio do sindicato. “A
relação é boa, uso a sala para imprimir documentos, e a internet,
fornecida gratuitamente pelo terminal “, conta Vilson Rodrigues Chagas,
Despachante Aduaneiro, da Commander Logística, que utiliza o espaço
eventualmente.
A Sala existe desde meados de 1990, época em que o aeroporto ainda
era administrado pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária), lembra Magalhães. As melhorias nas operações no Salgado
Filho com a substituição da estatal pela Fraport são evidentes, na sua
avaliação. “Algumas obras implementadas por eles agilizaram os serviços
de exportação e importação”, afirma Magalhães. “De fato, nossas
solicitações costumam ser atendidas na plenitude”, endossa Mezzomo.
O aperfeiçoamento do funcionamento do terminal passa, entre outras
medidas, pela substituição do gerenciamento de cargas, de forma a
agilizar o recebimento e entrega das mercadorias, observa Gabriela. “A
ampliação da pista, obra que deverá ser entregue em dezembro de 2021,
prazo que depende da realocação das famílias da Vila Nazaré (que ocupa a
cabeceira da pista), permitirá que aeronaves cargueiras possam chegar e
sair de Porto Alegre com capacidade plena, tornando o aeroporto mais
competitivo”, afirma a assessora de imprensa.
“O novo Terminal de Cargas Internacional que está sendo construído e
tem investimento de R$ 50 milhões, terá uma nova área para os
Despachantes Aduaneiros e demais clientes, bem maior que a atual, e
atendendo a legislação aduaneira, como já ocorre hoje”, adianta
Gabriela. A expectativa é de que, especialmente na área de cargas, a
partir da conclusão das obras que estão sendo executadas, o TECA do
Salgado Filho atinja um outro patamar, mais elevado.
“Acredito que com a ampliação da pista haverá um aumento
significativo de cargas e, em conseqüência, o barateamento do valor do
frete, tornando o terminal mais competitivo”, calcula Mezzomo. “Os
desembaraços de mercadorias deverão crescer bastante aqui no Salgado
Filho”, aposta Rodrigues. ”A perspectiva para os Despachantes Aduaneiros
é muito boa, cargas que antes perdíamos para São Paulo (e outros
aeroportos), sairão diretamente de Porto Alegre, sem custos de frete
rodoviário”, acredita Magalhães.
Hoje, conforme ele, os calçados se destacam entre as cargas de
exportação. Na importação, equipamentos eletrônicos e produtos e insumos
hospitalares estão entre os principais itens. Júlio Cézar Mezzomo
enumera a Agrale, a Marcopolo, a Inova e a Intral entre os principais
clientes que sua empresa atende no TECA. O coordenador da filial de
Porto Alegre da Efficienza ressalva que “os itens que demandam mais
cuidado nas operações são os farmacêuticos, alimentos e outros de alto
valor agregado”.
Já o responsável pela Sala do SDAERGS no aeroporto diz que as
operações dos despachantes aduaneiros são beneficiadas pelo “atendimento
eficaz e rápido” prestado pela Receita Federal, a Anvisa e a Delegacia
do Ministério da Agricultura e Pecuária no local. “O sindicato também
contribui ainda mais para facilitar e melhorar o trabalho dos nossos
associados com o recebimento e envio de malotes para Rio Grande,
Uruguaiana, São Borja e Novo Hamburgo”, enfatiza Magalhães.
Mas, se, efetivamente, há o reconhecimento da melhoria no
funcionamento do Terminal de Cargas, algumas turbulências igualmente
preocupam os Despachantes Aduaneiros. “Muitos dos problemas são os
mesmos verificados em outros recintos, processos burocráticas, lentos.
Não é fácil conseguir as informações, altos valores cobrados pelos
serviços, que encarecem a operação para o cliente”, reclama Mezzomo. O
Despachante Aduaneiro Vilson Rodrigues Chagas, da Commander, agrega à
lista de dificuldades “o sistema de emissão de DAÍ e DAE”. Michael
Magalhães critica “a cobrança de taxas que não ocorriam no tempo da
Infraero, como um serviço chamado DAPE, no valor de R$ 90,00.”
A assessora de Comunicação e Imprensa do aeroporto, Gabriela Freitas,
garante que “a Fraport não recebe taxas, que são tributos, mas sim
tarifas aeroportuárias, que são reguladas pela Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil). Acrescentou que a “Fraport Brasil tem atendido todas as
normativas da Anac e Receita Federal quanto às suas obrigações legais,
alusivas às suas obrigações com os usuários em geral”.