O consultor
portuário Marcos Vendramini afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro terá
a missão de tirar do papel, pelo menos, 20 arrendamentos portuários em todo o
Brasil. Segundo ele, esses lotes passaram por estudos técnicos e agora precisam
ser liberados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“No setor portuário, conseguiu-se
montar uma linha de produção de estudos para licitação perfeitamente alinhada
com as exigências e demandas do TCU, significando uma tramitação mais ágil”,
explicou o especialista. Com relação aos arrendamentos, ele é otimista. Lembrou que durante a campanha, Bolsonaro
defendeu processos de concessão e privatização no País. O então candidato
repetiu a expressão “Menos Brasília, mais Brasil”, que pode significar a descentralização
de decisões importantes para o desenvolvimento dos portos brasileiros.
Para o coordenador da Comissão de
Usuários de Portos e Aeroportos de São Paulo (Comus), da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP), José Cândido Senna, a expressão de Bolsonaro abre duas
possibilidades para o setor portuário. “A primeira é a possibilidade de
regionalização e municipalização do que compete ao poder público. A segunda
mostra uma interferência menor do Estado, abrindo a possibilidade de
participação da iniciativa privada”, destacou o executivo, que segue otimista
com as recentes declarações de planos de recuperação fiscal da equipe do
presidente eleito.
Já o presidente do conselho de administração
da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Bayard
Umbuzeiro Filho, destaca que não medirá esforços para contribuir com o novo
governo federal na proposição de políticas que visem ao aprimoramento do
sistema portuário, com a clareza da participação fundamental dos portos no
comércio exterior e na competitividade brasileira no cenário global.
“A expectativa é positiva, tendo em
vista o discurso liberal do presidente Jair Bolsonaro de menor intervenção do
Estado nos setores produtivos, maior incentivo aos investimentos privados,
redução da burocracia e simplificação dos marcos regulatórios”, afirmou Bayard.
De acordo com Vendramini, as informações são de que, na Empresa de Planejamento
e Logística (EPL), a equipe de transição do presidente eleito já inicie os
trabalhos nesta terça-feira (30).
“Quanto à descentralização da gestão,
eu sou a favor de uma gestão técnica, independentemente da origem da mesma, e
creio ser este o caminho que um governo sério e que se diz avesso à gestões
políticas adotará. A nomeação de administradores por critérios políticos vem
atrasando o setor há anos, com pequenos soluços de desenvolvimento ou voos de
galinha. Somente com a administração executada por critérios exclusivamente
técnicos e despido de nuances políticas é que conseguiremos alguma agilidade e
dinamismo, tanto nos processos de arrendamento como naqueles de renovação de
áreas”, afirmou Marcos Vendramini.