quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis deverá render mais de R$ 3 bilhões ao governo

         O leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Florianópolis (SC) deverá render uma outorga mínima de R$ 3,01 bilhões ao governo. Desse total, 25%, o equivalente a R$ 754 milhões, deverá ser pago à vista, além de 100% do ágio oferecido na licitação. O leilão será realizado no dia 16 de março, na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). O edital será publicado nesta quinta-feira (1º) no Diário Oficial da União.
         O aeroporto de Porto Alegre, o Salgado Filho, terá outorga de R$ 123 milhões, sendo R$ 31 milhões à vista. A maior outorga será cobrada do aeroporto de Fortaleza, de R$ 1,440 bilhão. O concessionário terá que pagar R$ 360 milhões à vista. Para o aeroporto de Salvador, a outorga será de R$ 1,240 bilhão, sendo R$ 310 milhões à vista. O aeroporto de Florianópolis terá outorga de R$ 211 milhões, sendo R$ 53 milhões à vista.
         De acordo com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, os quatro aeroportos vão exigir investimentos de R$ 6,613 bilhões ao longo dos anos de concessão. O prazo de concessão será de 30 anos, prorrogáveis por 5 anos, para Fortaleza, Salvador e Florianópolis. Para Porto Alegre, o prazo será de 25 anos, prorrogáveis por mais 5 anos.
         Os concessionários terão que pagar uma contribuição anual variável correspondente a 5% das receitas obtidas em cada aeroporto, cuja previsão de arrecadação é de R$ 2,451 bilhões. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não será sócia desses aeroportos.
         O governo decidiu flexibilizar as exigências sobre os investidores no leilão marcado para 16 de março. Um mesmo investidor poderá arrematar dois aeroportos na licitação, desde que eles não estejam na mesma região geográfica. Por exemplo: um mesmo concessionário poderá comprar os aeroportos de Salvador e Porto Alegre, mas não poderá arrematar Salvador e Fortaleza.
         Além disso, os atuais concessionários dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Galeão (RJ) e Natal (RN) poderão participar do leilão. Vencerá a disputa quem oferecer o maior valor de outorga ou contribuição inicial fixa (soma do valor mínimo do leilão mais o ágio ofertado). Esse valor deverá ser pago na data de assinatura do contrato.
         De acordo com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o operador deverá deter uma participação mínima de 15% no consórcio licitante. Esse porcentual poderá ser obtido por meio da soma da fatia de até dois operadores no mesmo grupo, mas ambos deverão ter pelo menos 5 anos de experiência na operação de aeroportos.
         Para Salvador e Porto Alegre, o operador deverá ter experiência em operação de aeroportos com movimentação mínima de 9 milhões de passageiros por ano. Para Fortaleza; 7 milhões; e para Florianópolis, 4 milhões. Empresas aéreas poderão ter até 2% de participação nos consórcios.

Log-In promove encontro para discutir a logística em Pelotas



         Como a cabotagem, associada ao nível de serviço da Log-In, pode contribuir para o fortalecimento das indústrias gaúchas? Para responder esta e outras perguntas, a Log-In promove no dia 1º de dezembro, em Pelotas, Rio Grande do Sul, mais uma edição do Encontro de Logística, apresentado por Maurício Alvarenga, gerente de vendas da companhia.
       O nível de serviço está diretamente associado às necessidades específicas dos clientes. Por isso a Log-In apresenta, durante o Encontro, soluções como o serviço porta-a-porta, no qual a carga é coletada por caminhão, transportada via cabotagem e entregue no destino, também pelo modal rodoviário.
         Durante o evento, serão apresentados também os diferenciais da cabotagem, como o menor índice de avarias, por meio de navios porta-contêiner, e casos de roubo, quando comparada com o modal rodoviário. Estas e outras vantagens tornam a cabotagem a melhor opção logística para distâncias acima de 1.000km.
        Segundo o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), os custos logísticos no Brasil equivalem a 11,7% do PIB, gastos que representam cerca de 10% do faturamento das empresas brasileiras. Na Log-In, já é possível perceber o movimento de muitas empresas que estão migrando o transporte parcial ou total de suas mercadorias do modal rodoviário para a cabotagem.
        No ano passado, entre novas rotas e clientes, a Log-In registrou 600 operações. Neste ano, o interesse de empresas de diversos setores se mantém: entre cinco a dez clientes fazem testes com a cabotagem toda semana. O Encontro de Logística começa às 19h30, na Galeteria Lobão (Rua Gonçalves Chaves, nº 2961 - Centro).

Dólar opera com volatilidade em meio à forte alta do petróleo

         O dólar opera com volatilidade, tendo aberto em alta nesta quarta-feira (30), mas passado a cair sem seguida, em meio à forte alta do petróleo, de mais de 7%, e precificando a aprovação da PEC do Teto de Gastos, deixando o resultado do PIB no segundo trimestre em segundo plano. Às 9h40min, o dólar à vista caía 0,11%, a R$ 3,3915, e o dólar para dezembro tinha queda de 0,28%, a R$ 3,3910.
         O PIB brasileiro recuou 0,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano, ficando dentro do intervalo das estimativas dos analistas de 41 instituições consultadas. Elas esperavam uma retração de 0,50% a 1,15%, com mediana negativa de 0,9%.
         Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, o PIB recuou 2,9% no terceiro trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimavas dos analistas, que previam contração de 2,60% a 4,85%, com mediana negativa de 3,20%.

Financiamentos à navegação enfrentam problemas devido à retração do setor

         O banco alemão Nord LB, segunda maior empresa de financiamento de navios da Alemanha, reportou mais um resultado de deterioração de sua situação financeira na semana passada, e avisou: os prejuízos para este ano vão passar de € 1 bilhão. As perdas estão relacionadas a mais um aumento nos custos de risco para o portfólio de empréstimos ao setor de navegação, especialmente para a carteira gerenciada por sua subsidiária Bremer Landesbank.
        Nos nove primeiros meses do ano, o Nord LB registrou um prejuízo bruto de € 624 milhões. O resultado representou uma reversão total na performance registrada no último ano, em que os lucros antes de impostos ficaram em € 630 milhões.
         O anúncio do banco alemão vem como um lembrete de que os NPL (non-performing loans, ou empréstimos não executados) do setor de navegação tem sido um problema cuja solução ainda está bastante distante. A situação preocupa os bancos do país, pois o segmento marítimo já foi uma das maiores forças da indústria financeira alemã, até por volta do ano de 2010.
        O CEO do Nord LB, Gunter Dunkel, assegurou ao mercado – e aos acionistas – que, apesar da crise, o banco ainda está em condições de conter e administrar os problemas, prevendo que, em 2017 a situação deva ser revertida.
        Até o final do ano, as perdas totais previstas pelo Nord LB para o grupo todo devem ultrapassar € 2 bilhões, o que resulta em um prejuízo líquido de € 1 bilhão. As retrações reportadas pelas empresas neste ano mostram que é hora também de planejar uma redução na carteira de empréstimos para a navegação, declarou o banco, justificando que, com isso, ficará menos sujeito a adiantamentos de empréstimos, arrestamentos e vendas de portfólio.
         Na prática, a carteira de empréstimos deverá cair, de € 19 bilhões (registrados no fim de março) para algo em torno dos € 12 a 14 bilhões até o fim de 2018. Até o fim deste ano, já se espera que o total não ultrapasse € 16 bilhões. Para a subsidiária Bremer Landesbank, a situação é particularmente crítica, a ponto de a empresa precisar ser reintegrada ao Nord LB por meio de um acordo de controle acionário, e solicitar uma readequação de capital (CRR) ao Banco Central Europeu, o que deve acontecer até o final desta semana.

Importações voltam a crescer e exportações caem no Porto de Santos

         O Porto de Santos tem motivos para comemorar, afinal as importações voltaram a crescer no mês de outubro, registrando crescimento de 5%, atingindo a marca de 3 milhões de toneladas. Mas no acumulado dos dez primeiros meses do ano, a marca chegou a 26,5 milhões de toneladas, um decréscimo de 4%. Por outro lado, as exportações não vão tão bem, elas que são o carro-chefe do cais santista, caíram 27,4%, chegando a 6,1 milhões de toneladas no mês passado. Neste ano, os embarques somaram 71.1 milhões de toneladas, uma queda de 1,6%.
         Os dados levantados pela Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), apontam ainda que no mesmo mês o cais santista alcançou a marca de 9,1 milhões de toneladas operadas. No acumulado do ano, são 97,67 milhões de toneladas, o que motivou a elevação da previsão de fechamento de 2016 para 114.1 milhões de toneladas.
         Entre as cargas de destaque, está o trigo, que registrou uma alta de 403,3% em seus desembarques, totalizando 90,2 mil toneladas em outubro. As importações de adubo também registraram elevação, de 23,5%, e atingiram a marca de 377,9 mil toneladas.
         Já entre as exportações, o complexo soja, que inclui grãos e farelos, registrou uma queda de 44% em outubro, com os embarques de 269,6 mil toneladas. Já o milho sofreu uma redução ainda maior, de 72,8% e somou 756 mil toneladas exportadas.
         As operações com containers também mantiveram a tendência de queda, chegando a outubro com redução de 8% no mês e registrando 308,8 mil teus. No acumulado, foram 2,9 milhões de teus, 7% a menos.

Incidente em manobra proovoca danos no Berço 1 do Terminal da APM, em Itajaí


         O Porto de Itajaí registrou um incidente que causou danos à infraestrutura do Berço 01, nesta terça-feira, 29. O navio Monte Paschal, da Hamburg Süd, realizava manobra de atracação no terminal da Portonave. Ao fazer o giro, a embarcação colidiu o bulbo contra o berço 01 do Porto de Itajaí, operado pela APM Terminals.
         A APM Terminals informou em nota que os danos ainda estão sendo avaliados por uma equipe técnica composta de especialistas e mergulhadres, para definir se o impacto foi apenas superficial ou também estrutural. Mas, até o momento, a companhia ainda não divulgou a extensão do sinistro, argumentando que ainda é prematuro para ter uma posição definitiva, sendo necessária uma análise mais aprofundada.
        A empresa de praticagem Itajaí & Navegantes Pilots elaborou um relatório, que enviou à Autoridade Marítima, no qual descreveu o acidente: “durante o giro para a atracação do navio Monte Pascoal, o mesmo adquiriu segmento à vante e encostou o bulbo no berço da APM Terminals, mesmo utilizando máquina atrás para parar”.
         O Monte Paschoal tem 272 metros de comprimento e 40 metros de boca, com capacidade bruta para 69.132 toneladas. Apesar do incidente, as operações da APM Terminals seguem normalmente no berço 2.
O Porto de Itajaí realiza simulações periódicas de acidentes, por meio de suas equipes de emergência dos Planos de Emergência individual (PEI) e de Controle a Emergência (PCE).
        Entre os casos para os quais o porto se prepara, há situações de vazamento do óleo, incêndio, resgate de vítimas, segurança da navegação e acionamento de órgãos públicos de apoio (Polícia Militar Ambiental, Fundação do Meio Ambiente, , Coordenadoria de Trânsito, Ecosorb, Corpo de Bombeiros, Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, bem como os terminais que compõem o Complexo Portuário de Itajaí).

Produtoras já se preparam para o fim da era do petróleo

         O chamado pico de demanda do petróleo é um cenário preocupante que produtores globais como a anglo­holandesa Royal Dutch Shell PLC e a estatal saudita Saudi Aramco estão discretamente começando a antecipar. Mas a MOL tem um plano de transformação que é uma das respostas mais explícitas a essa tendência, indicando como o panorama pode mudar
para as grandes produtoras de petróleo ao longo dos próximos dez anos.
         A empresa húngara está repensando seu foco tradicional no fornecimento de combustível e migrando seus investimentos para os petroquímicos, ingredientes básicos de produtos de plástico usados todos os dias e um setor que a MOL crê que continuará crescendo, mesmo quando a indústria do petróleo fraquejar.
Embora os clientes para o combustível da empresa não deixarão de existir, a MOL avalia que a demanda logo atingirá um pico e, então, começará a cair em seus mercados do Leste Europeu por volta de 2030.
         "Nós consideramos isso inevitável", diz o diretor financeiro da MOL, Jozsef Simola.
Grandes participantes do setor de petróleo, como a Exxon Mobil Corp, BP PLC e a Arábia Saudita ­ que atualmente lidera os esforços recentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para impulsionar os preços do combustível ­ também preveem grandes mudanças na demanda, embora não haja consenso sobre o momento certo e suas ações têm sido graduais. Essas empresas estão aumentando seus investimentos em petroquímicos, explorando mais gás natural, reduzindo custos e até se diversificando rumo a fontes de energia alternativa, como a solar.
         Em outubro, o diretor financeiro da Shell, Simon Henry, agitou o setor ao dizer que a empresa espera ver a demanda por petróleo atingir seu pico dentro de cinco a 15 anos. As previsões mais recentes publicadas pela Shell mostram o consumo se estabilizando no fim desse intervalo.
Em meados do ano, a estatal chinesa China National Petroleum Corp. discretamente publicou um relatório prevendo que o consumo de petróleo na China ­ um grande motor do crescimento nas últimas décadas ­ começará a cair por volta de 2030, se não antes. A demanda global deve recuar em seguida.
          A Agência Internacional de Energia, que assessora países industrializados em questões de política energética, afirma que o consumo continuará a crescer por décadas em seu cenário mais provável. Mas esse cenário muda radicalmente se os governos tomarem mais medidas para limitar o aquecimento global para menos de dois graus centígrados com políticas mais rígidas, como a precificação do carbono, limites estritos de emissões e a remoção de subsídios a combustíveis fósseis. Se isso acontecer, a demanda por petróleo deve atingir um pico nos próximos dez anos, afirma a agência.
         "A questão é mais sobre quando do que se [ocorrerá]", disse Dominic Emery, diretor de política e planejamento de longo prazo da BP, durante a Conferência de Energia que a revista "The Economist" realizou em Londres este mês. A BP afirma que a demanda por petróleo pode cair no fim da década de 2020 se forem implantadas leis mais severas para as emissões.
         Outros não veem um pico de demanda ocorrendo tão rapidamente. A Exxon espera que o consumo cresça até 2040, embora a um ritmo mais lento. De forma semelhante, a Opep vê a demanda continuando a crescer além de 2040, mas reconhece que novas tecnologias e iniciativas para conter as mudanças climáticas podem levar o consumo a atingir um
pico nos próximos 30 anos.
         Mesmo assim, o principal membro da Opep e maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, está fazendo sua estatal investir pesado em usinas petroquímicas no mundo todo. O reino planeja se diversificar para além do petróleo, abrir o capital da Aramco para captar recursos para os demais setores e construir uma nova base de energia renovável.
         O pico da demanda "será mais tarde que as datas especuladas, mas se acontecer, estaremos preparados porque estamos construindo vários motores para a economia e planejando uma economia além do petróleo", disse o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al Falih, em outubro.
Preparar­se e acertar a hora do auge da demanda é vital para o futuro das empresas. As petrolíferas podem agir rápido demais em busca de se adaptar a mudanças que ainda estão anos à frente, ou novas tecnologias e políticas podem deixá­las vulneráveis a transformações que podem ocorrer antes que o esperado.
         "Há riscos dos dois lados", diz Paul McConnell, diretor de pesquisa de tendências globais da consultoria escocesa Wood Mackenzie. Shell, Exxon e outras produtoras estão investindo em gás natural ­ combustível fóssil que gera menos carbono e que se beneficiará de medidas para reduzir as emissões globais. Na China, cuja demanda crescente sustenta o mercado mundial há anos, as gigantes estatais do petróleo estão adotando agressivamente o gás natural para todos os fins, desde geração
de energia elétrica a combustíveis para carros.
         Várias das maiores petrolíferas do mundo também estão colocando o foco em energias alternativas como a solar e os biocombustíveis. A francesa Total SA informou que quer que 20% de seu portfólio seja de produtos de baixo teor de carbono dentro de 20 anos. A empresa não comentou sobre a perspectiva de um pico de demanda.
         O auge da demanda já está sendo registrado em algumas regiões. Na Europa, por exemplo, a AIE prevê que o consumo de petróleo deve provavelmente cair para 10,8 milhões de barris por dia até 2020, ante 11,7 milhões de barris em 2015. Esses números estão provocando grandes mudanças em empresas como a MOL.
         "Chegar ao ponto de dizer que talvez o futuro seja diferente e que talvez nós tenhamos que nos preparar para esse mundo diferente [...] não foi algo fácil para caras como eu", diz Ferenc Horvath, diretor de refino e petroquímica da empresa húngara.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Exportações de espumantes crescem 36% de janeiro a outubro na comparação com o ano passado

         As exportações de espumantes brasileiros apresentaram um crescimento de 36,6% de janeiro a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2015. Foram comercializados 153,3 mil litros da bebida para o Exterior. Em valor, o desempenho cresceu 48,7%, atingindo US$ 636,7 mil. Reino Unido, Estados Unidos e Paraguai estão entre os principais destinos do produto.
        No mercado interno, devido a fatores como quebra de safra e conjuntura econômica, as vendas apresentaram retração de 11,6%, com a negociação de 11,4 milhões de litros. Entretanto, o desempenho comercial de 2016 da categoria apresenta alta de 8,2% em relação à média acumulada nos últimos cinco anos. O último trimestre, que no ano passado concentrou 49,5% das vendas anuais do produto, deve apresentar estabilidade nas comercializações.
        O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, analisa o cenário de vendas de espumantes em duas frentes. Na primeira, o dirigente destaca o aumento das exportações da bebida para alguns dos países-alvos do projeto setorial da entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Wines of Brasil, o que demonstra recuperação do fôlego no mercado externo e consolida a imagem do país como um produtor de espumantes de qualidade e identidade reconhecidas. 
        Por outro lado, a queda verificada no mercado interno é justificada pelo presidente devido à quebra de safra de 57%, que aumentou os custos de produção e o preço final, e à crise econômica. "O setor vitivinícola não está descolado da realidade do país e também sofre com o momento conturbado que atravessamos. Nas exportações é cada vez mais visível a nossa vocação para espumantes e a ótima aceitação dos mercados", afirma.
        Scottá também valoriza o grande número de premiações – de 2010 a 2015, foram mais de 1,3 mil medalhas em concursos internacionais para os espumantes brasileiros –, a divulgação na mídia e os investimentos das vinícolas em tecnologia que têm priorizado a elaboração da bebida para o resultado das exportações. Em outubro, a Decanter Magazine, uma das principais publicações internacionais do segmento, deu grande destaque para a produção verde-amarela, classificando o estágio atual do desenvolvimento do setor como “histórico e consistente”.
        O presidente do Ibravin antecipa que as vendas no final do ano não deverão repetir o crescimento registrado nos últimos anos. Entretanto, o fato de grande parte do volume de espumantes serem comercializados no último trimestre pode ocasionar num resultado final de vendas semelhante ao registrado em 2015. "As comercializações neste período costumam ser maiores em volume em função das festas de final de ano, o que pode ajudar nesta recuperação das vendas até outubro", projeta. Para efeitos de comparação, em todo o ano passado, foram comercializados 18,8 milhões de litros do produto, sendo que 9,28 milhões de litros foram efetivados apenas no último trimestre.
        O vice-presidente do Ibravin e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Oscar Ló, também acredita numa recuperação nas vendas de espumantes nos dois últimos meses. O dirigente vê com otimismo o mercado para a bebida, apesar da retração registrada até o mês de outubro. "Todos os segmentos apresentaram queda nas vendas, inclusive os espumantes e o suco de uva. Mesmo assim, acreditamos num pequeno crescimento para a categoria e torcemos para termos uma boa safra para podermos equalizar melhor os custos de produção com o preço na gôndola", explica.

Bndes cancelará contratos de financiamento à exportação suspensos por serem considerados de risco

         O diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Ricardo Ramos, afirmou que a diretoria do banco deve aprovar ainda neste ano o cancelamento de alguns dos 25 contratos de financiamento à exportação suspensos por serem considerados de risco. "Estamos olhando um a um (dos contratos), o que nos abre uma frente de trabalho grande. Temos algumas análises mais avançadas que outras porque alguns projetos são mais avançados que os outros. Neste ano ainda já começa a sair alguma coisa", afirmou Ramos, após participar do seminário "Exportação e internacionalização de serviços de engenharia consultiva: oportunidade para o Brasil".
         O Bndes suspendeu 25 contratos de financiamento à exportação que, dependendo de análise técnica, poderão ser cancelados. Alguns deles são considerados frágeis porque os países onde as obras financiadas acontecem estão em crise econômica. Outros, porque as empresas brasileira envolvidas nas obras são construtoras investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
         "Não é só Lava Jato que influencia nessas questões. Tem também a situação dos países dos projetos. Em alguns projetos nossa decisão é mais crítica do que outra", afirmou.
Segundo o executivo, as análises avançaram nos últimos dois meses, mas, a definição de cancelar ou não contratos será da diretoria do banco e do Ministério de Relações Exteriores. O banco ainda busca alternativas financeiras para que as obras não sejam afetadas.
         Outros financiadores, como bancos de fomento internacionais, poderão assumir o compromisso firmado com o Bndes. Ramos citou especificamente os bancos de fomento da Itália e da Alemanha como exemplos de financiadores que já participam das obras e com os quais pode negociar uma substituição.
Ramos ressaltou ainda a complexidade em concluir o termo de compliance, que deve ser assinado com as empreiteiras que continuarem a ser beneficiadas pelo banco.
        "Estamos discutindo o termo de compliance, que hoje é a grande questão. Faz com que o importador e o exportador assumam que, nessa obra específica que a gente entende que pode continuar, não houve problema", disse o diretor.
         O dinheiro de contratos suspensos entrará no orçamento do Bndes e poderá ser alocado a outros projetos. Mas não há nenhuma determinação para que a indústria local que seria beneficiada com o contrato cancelado seja atendida nesse realocamento de desembolso.

Estaleiro Mauá aposta em reparos navais e serviços portuários



         O Estaleiro Mauá teve alguns percalços no passado recente – principalmente por conta de uma de suas empresas, a Eisa Petro 1, que construía navios para a Transpetro, mas acabou tendo as obras paralisadas após questões judiciais e desentendimentos com a estatal –, mas nos últimos meses o grupo vêm redefinindo algumas de suas prioridades e dando uma ênfase maior a dois focos: reparos navais e serviços portuários.
          Neste último, o gerente de terminal portuário, Heitor Ciuffo, conta que o projeto do estaleiro é se estabelecer como uma plataforma portuária industrial, atendendo a diversas demandas dos clientes, desde a logística até a parte de serviços ambientais, destacando a localização, na Baía de Guanabara, como um fator atrativo ao mercado. “E nós temos 680 metros de cais dentro dessa baía, com todas as legalizações ambientais, outorgas e condições. Então isso vale muito. É um grande facilitador em termos de custo”, diz.
         O gerente geral de reparos navais do Mauá, William Lima, também destaca os planos para o atendimento ao setor portuário, mas reconhece que atualmente as atividades de reparos ainda são o principal gerador de receita para o grupo, que pretende usar esse serviço já consolidado para conquistar novos negócios. “[O cliente] pode vir com uma necessidade de reparo e também terá as facilidades de atendimento portuário”, afirma.

Bovespa fecha com alta de mais de 2%, maior nível desde o dia 9 de novembro

         Mesmo com as bolsas norte-americanas em queda, o Ibovespa começou a semana em alta firme, encostando nos 63 mil pontos ontem e no nível mais elevado desde o dia 9 de novembro, após a divulgação do resultado da eleição nos EUA.
         Os argumentos para o justificar o avanço, que se consolidou somente no período da tarde, foram o bom desempenho das commodities, que ajudou papéis de Petrobras, Vale e siderúrgicas, e também o avanço do setor financeiro.
        A notícia de que os líderes do Executivo e Legislativo fecharam um acordo para barrar a anistia ao caixa-2 no pacote anticorrupção foi considerada positiva. Contudo, não foi suficiente para dissipar as incertezas do quadro político.
         O Ibovespa fechou com 62.855 pontos, alta de 2,11%. O volume somou R$ 6,452 bilhões. Com o resultado, as perdas no mês foram reduzidas de -5,18% para -3,19%. Em 2016, a bolsa tem ganho de 45,00%.
        "O cenário político e econômico não inspira muita confiança. O resto são boas notícias corporativas e as commodities", resumiu o operador da mesa institucional da Renascença, Luiz Roberto Monteiro, para explicar a bolsa.

The Wall Street Journal especula sobre possível venda da Hamburg Süd à AP Moeller-Maersk

         A possibilidade de venda da Hamburg-Süd pelo grupo Oetker foi levantada pelo The Wall Street Journal, de Nova Iorque, que revelou que a divisão marítima do conglomerado A.P. Moeller-Maersk A/S poderia ter de fato intenções de comprar o armador alemão, embora a notícia ainda seja embasada em afirmações de “pessoas com conhecimento do mercado”. Com a aquisição, a Maersk Line amplificaria sua presença no mercado da América Latina e, em especial, no Brasil.
         A última grande aquisição do armador dinamarquês havia sido em 2005, com a compra da P&O Nedlloyd. Responsável por cerca de 15% da movimentação global de cargas por via marítima, a Maersk declarou publicamente que está no mercado em busca de possíveis aquisições para aumentar a sua participação, em uma das épocas mais desafiadoras para a indústria, que já vem enfrentando fretes abaixo dos níveis sustentáveis há quase dois anos.
         Essas são as condições que colocaram a indústria marítima em uma era de consolidações sem precedentes, na qual os grandes armadores se reúnem, seja por meio de acordos de fusões, aquisições ou alianças comerciais. Hamburg Süd e Zim são, atualmente, as duas grandes companhias teoricamente “sem parceiros”, o que fez alvoroçar ainda mais as expectativas do mercado.
         Durante esta semana, a família Oetker está reunida para discutir os planos do conglomerado familiar alemão, que inclui ativos de navegação, alimentícios e instituições financeiras. Ainda para o The Wall Street Journal, o CEO da consultoria SeaIntelligence, de Copenhagen, Lars Jensen, avaliou: “a forte presença da Hamburg-Süd nas rotas Norte-Sul é bastante atrativa para a Maersk no mercado de cargas refrigeradas, como carnes do Brasil e da Argentina, e bananas do Equador, de modo que a junção com a Hamburg-Süd possibilitaria conquistar uma presença muito mais significativa nessa parte do globo”.
         Os números globais da Hamburg Süd, de acordo com o Alphaliner, incluem 3% do fluxo global de cargas containerizadas, com 600.000 Teus de capacidade, e frota avaliada pelo VesselsValue em cerca de US$ 1,4 bilhão. (fonte: Guia Marítimo)

Porto de Santos terá novo simulado de incêndio hoje

         O Porto de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, será cenário de mais um simulado de incêndio na manhã desta terça-feira (29). Desta vez, o exercício vai acontecer no Terminal XXXIX (39 externo), operado pela Caramuru, no Corredor de Exportação, que fica na Ponta da Praia.
         A iniciativa surgiu por meio do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) do Porto de Santos, coordenado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária) e que reúne terminais, as prefeituras da região, o Corpo de Bombeiros e órgãos ambientais. Ele é acionado para o atendimento conjunto a ocorrências de emergência no complexo marítimo e em áreas adjacentes que possam causar danos a pessoas, ao patrimônio e meio ambiente.
         De acordo com a organização do simulado, por volta das 9 horas, um trabalhador portuário será o responsável pelo início do exercício, relatando um incêndio em uma das esteiras transportadoras de grãos que operam na região. O equipamento fica a uma altura de 40 metros. Em mais de um episódio, esse tipo de esteira, feito de borracha, foi o local onde começaram incêndios que afetaram terminais graneleiros agrícolas na região nos últimos anos.
         Em seguida, o trabalhador, que será interpretado por um boneco, terá um mal súbito e precisará ser removido pelas equipes de resgate. O exercício também vai simular a evacuação da instalação portuária e ainda de terminais vizinhos.
         Além das instalações de grãos, a região da Ponta da Praia conta com terminais especializados na movimentação de contêineres e carga geral – o T-33, T-35 e T-37 do Grupo Libra. Além disso, fica ao lado de um bairro residencial, com grande trânsito de moradores.
         O simulado vai contar com os equipamentos que serão usados no caso de um novo incêndio durante operações no cais santista. O exercício servirá para preparar e treinar as equipes do Porto para as situações de emergência.
         Há dois meses, um treinamento deste tipo aconteceu no pátio do Terminal de Contêineres (Tecon), na Margem Esquerda do complexo, em Guarujá. No episódio, foi simulado um vazamento de produto tóxico com princípio de incêndio em contêineres, seguido de explosão.
         Equipes do Corpo de Bombeiros de três cidades da região, da Codesp, de órgãos ambientais e da própria instalação, administrada pela Santos Brasil, participaram do exercício, que também contou com o apoio da embarcação de combate a incêndio Governador Fleury. A ação contou com o envolvimento de 20 órgãos.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Marcopolo volta a priorizar mercado externo depois de 10 anos com foco no Brasil

         A fabricante de ônibus Marcopolo, sediada em Caxias do Sul (RS), depois de 10 anos com o foco das operações no Brasil, mudou de rumo e voltou a priorizar o mercado externo. A maior parte da receita líquida da empresa vinha sendo gerada internamente desde 2006. Agora, houve uma inversão, fazendo com que as exportações a partir do Brasil e as vendas de veículos produzidos e negociados fora do País passassem a ser 68% da receita.
         Essa mudança havia dado sinais em 2015, principalmente em decorrência da queda das vendas domésticas, e se acentuou neste ano, com um salto nas operações internacionais - entre janeiro e setembro, as exportações a partir do Brasil avançaram 43,8% ante o mesmo período de 2015.
        Além da desvalorização do real e da relativa perda de competitividade chinesa, uma estratégia montada pela companhia impulsionou as vendas para fora. Em outubro de 2015, uma equipe de 30 funcionários fixou um mapa-múndi na parede e começou a marcar os países em que a Marcopolo havia perdido mercado nos últimos 10 anos e que poderiam ser retomados, além de possíveis novas conquistas. "Conhecendo o histórico de exportações, criamos uma força-tarefa", conta o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto.
       Nos 12 meses seguintes, as equipes viajaram 60 países na tentativa de vender seus produtos e amenizar os efeitos da crise econômica brasileira, que devastou o setor automotivo. Desde o auge da empresa, em 2013, até 2015, a Marcopolo viu sua receita líquida recuar 25% e o número de unidades fabricadas cair 46%. "Aumentar exportações foi a única saída. Aprendemos que não podemos descuidar do mercado externo mesmo quando o câmbio é desfavorável. A retomada não é fácil."
         O descuido com as vendas internacionais foi consequência do bom momento vivido pelo setor no Brasil até 2013. Os juros a 2,5% ao ano para empresas de transporte e o programa federal Caminho da Escola (que facilitou a compra de veículos por prefeituras) resultaram na explosão das vendas domésticas de ônibus no período.
         Para Antônio Jorge Martins, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), especialista no setor, a Marcopolo conseguiu recuperar suas exportações por ter alto nível de internacionalização - são 12 plantas fora do País. Martins afirma, ainda, que as multinacionais instaladas no Brasil não puderam ampliar suas exportações a partir do País em igual ritmo, porque precisam negociar com as matrizes para não comprometerem unidades produtivas de outros países.
         Apesar de amenizarem as perdas, as vendas internacionais não chegam a salvar a Marcopolo. Em 2016, houve queda de 10% nas receitas de janeiro a setembro. A companhia acabou fechando uma fábrica no Rio de Janeiro, adquirida no fim de 2015, quando comprou a concorrente Neobus. Também precisou se desfazer de 7,5% do capital da canadense New Flyer, permanecendo com 10,8% do negócio. Ainda há a intenção de usar a New Flyer para entrar no mercado norte-americano, onde poderia explorar os segmentos rodoviário e de micro-ônibus. Os veículos seriam enviados aos EUA a partir do Brasil ou do México.
         Gomes Neto admite que não será possível manter o ritmo de crescimento internacional em 2017. "Retomamos mercados onde a Marcopolo era forte, o que não vai se repetir." O foco, entretanto, continuará lá fora, já que não há sinais de recuperação interna.

Armador prevê crescimento de apenas 1% em 2017 no mercado brasileiro

         “O Brasil terá um Natal ligeiramente melhor do que o do ano passado, graças à previsão de que o período de festas deve trazer o primeiro resultado de crescimento anual desde 2010, com queda nas importações e uma tímida retomada da produção e da confiança nacionais”, avalia o relatório da Maersk Group para o mercado internacional, realizado a partir de dados do DataLiner.
         O armador menciona o aumento das exportações de commodities agrícolas, alavancadas pela disparidade cambial que enfraqueceu o real durante o ano, e o enfraquecimento das vendas no terceiro trimestre, mas declara como evidente a necessidade de mais abertura e de mais acordos bilaterais para a economia brasileira, bem como o desenvolvimento de planos de concessões para reduzir a dependência do país nas variações cambiais.
         Para 2017, a Maersk Line prevê que o mercado brasileiro deva registrar crescimento de não mais do que 1%, praticamente metade do que a companhia acredita que será o crescimento da demanda mundial. “Finalmente, enxergamos um Natal ligeiramente melhor, porém, temos de nos lembrar de que a nossa base de comparação é bastante baixa, uma vez que passamos por cinco anos sucessivos de queda drástica nos volumes”, avaliou Antonio Dominguez, Diretor Administrativo do cluster da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul.
        Ainda no relatório da companhia, Dominguez explicou que o Brasil está novamente em transição, com uma menor queda nas importações, e uma refreada nas exportações, o que provavelmente tende a reverter a tendência do segundo trimestre (quando as exportações superaram as importações, posicionando o País como um bom exportador em termos de volumes de containers).
         Além da necessidade de trabalhar as suas fronteiras, suspender barreiras, estabelecer acordos bilaterais e desenvolver as concessões, Antonio Dominguez mencionou também a redução da burocracia como crucial para o avanço do país.
         O Diretor Comercial da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador, concorda que o País precisa traçar um plano para não depender tanto do câmbio. “O crescimento das exportações do País é muito dependente da depreciação do real, e isso precisa mudar, para o bem do país, da indústria e da agricultura. Atualmente a 9ª economia mundial, o Brasil precisa urgentemente melhorar as condições para deixar de configurar como 70º na lista das economias mais fechadas do mundo, e voltar a crescer para ganhar uma posição entre os Top Five”.
         Ao American Shipper, Antonio Dominguez contou que o mercado tinha esperanças de que a economia se recuperasse mais rápido do que está acontecendo de fato. “Não é que as coisas estejam piorando, mas infelizmente elas não estão melhorando tão rapidamente como esperávamos”, disse, em entrevista à publicação americana.
         “Para o setor marítimo, a demanda bastante fraca por importações tem restringido o crescimento das exportações, na medida em que reduz a oferta de navios e equipamentos de manuseio de containers para suprir o mercado internacional”, explicou.
         João Momesso, Diretor de Trade e Marketing, detalhou a situação: diante da economia retraída, o brasileiro tem comprador menos mercadorias de outros países, o que levou os armadores a reduzir os seus serviços para o Brasil e para a costa leste da América do Sul, acompanhando a queda na demanda – o que causou também redução de capacidade para exportar.
         “O desequilíbrio entre importações e exportações também se traduz em menos containers disponíveis no país, para serem usados para exportação”, alertou Momesso, acrescentando que a rota da Ásia para a América do Sul foi a que mais sofreu retração de oferta. Em suma, Momesso avisa que “o potencial das exportações tem sido tolhido pelo mercado de importações”.
         Já para a Europa, onde também se realizam os transbordos das cargas destinadas ao Oriente Médio e a África, os operadores conseguiram manter o equilíbrio da demanda e dos serviços. Também há otimismo no setor de cargas refrigeradas, de acordo com o relatório da Maersk, realizado a partir de dados do DataLiner. No ano passado, os volumes para a China tiveram aumento de 10 a 15%. Neste ano, a Maersk encomendou mais de 50.000 novos containers refrigerados, baixando a idade média da frota de 12 anos (parâmetro internacional) para 7,9 anos.

Editais de licitação de terminais portuários no Pará serão publicados nesta segunda-feira

         Os editais de licitação dos terminais portuários em Santarém, no Pará, serão publicados nesta segunda-feira (28). A informação foi feita na última quinta-feira, 24, pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski.
         Os terminais STM04 e STM05 trabalham com movimentação e armazenagem de granéis líquidos de combustíveis. Ambos constam da primeira etapa do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal.
         Segundo Tokarski, a expectativa da Antaq é que o edital do terceiro projeto da leva, o terminal de trigo do Rio de Janeiro, deixe o Tribunal de Contas da União (TCU) já na próxima semana, o que possibilitaria sua publicação ainda em 2016. "Tem grande chance, mas ainda não podemos garantir uma data", disse após palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex) 2016.
         Para o diretor-geral, os três leilões acima devem sair entre o primeiro e segundo trimestres de 2017. Recentemente o governo incluiu outros três terminais no PPI: um de madeira e celulose no Porto de Itaqui (MA); um de celulose e um de veículos em Paranaguá (PR). Outras 23 áreas terão seus estudos de viabilidade atualizados pelo Ministério dos Transportes antes de entrar em audiência pública.
         Tokarski revelou ainda que está em estudo uma licitação simplificada para uma centena de áreas menores dentro dos portos públicos.
         A ideia seria diminuir o prazo de concessão (hoje são 25 anos prorrogáveis por mais 25), entre outras coisas. Ele citou a área da antiga Valesul no Porto de Itaguaí (RJ) parada há dois anos, gerando gastos com manutenção. O levantamento das áreas foi encomendado.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Terminal de Paranaguá bate recorde de embarque de açúcar no berço 204

         O Porto de Paranaguá (PR) bateu o recorde de embarque de açúcar no berço 204, operado pela Pasa, em um único navio. Foram carregadas 54,5 mil toneladas no navio de bandeira grega Union Mariner, que tem como destino o porto de Cingapura. O volume é 6% superior ao patamar carregado com açúcar anteriormente no berço.
          O carregamento também bateu um recorde de produtividade do berço ao embarcar 40 mil toneladas do produto em um intervalo de 24 horas, operando a mais de 1,5 mil toneladas por hora. No total, o navio demorou 35 horas para ser carregado.
          Além disso, o Union Mariner é o maior navio que já atracou no berço 204 para embarcar açúcar, com 229 metros. Para se ter uma ideia, a última vez que esta embarcação passou por Paranaguá carregou grãos de soja no Corredor de Exportação, em um tipo de operação em que os volumes movimentados são maiores do que no carregamento de açúcar.
          A operação, com este volume e nesta velocidade, só é viável atualmente por causa do pacote de investimentos realizados no Porto de Paranaguá visando ganhos em eficiência. “Só conseguimos isso por conta da reforma do cais e das dragagens de manutenção, que dão segurança para que navios cada vez maiores atraquem em Paranaguá”, afirma o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.
          Foram investidos R$ 156,9 milhões na última campanha de dragagem de manutenção e a reforma do cais e dos seus berços foi realizada com um aporte de R$ 90 milhões Neste ano, o Porto de Paranaguá registra um crescimento na movimentação de açúcar. São 15% de aumento em relação ao ano passado. De janeiro a outubro deste ano, foram exportados 3,56 milhões de toneladas, 475 mil toneladas a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 3,09 milhões de toneladas. O Porto de Paranaguá é o segundo no Brasil no ranking de movimentação de açúcar, com média de 4,5 milhões de toneladas embarcadas por ano.

Porto de Pecém garante que apesar de embargo em berços não há risco de congestionamento de navios

         Multada em mais de R$ 1,5 milhão pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) por operar carga e descarga nos píeres 7 e 8 sem ter licença de operação, o Porto de Pecém teve suas atividades nos berços 7, 8 e 9 embargadas.
         Wladir Frota Sampaio, diretor de Infraestrutura de Desenvolvimento Operacional da Cearáportos (Companhia de Integração Portuária do Ceará), afirmou que há risco de congestionamento de navios no Porto do Pecém no longo prazo. “Mas que por enquanto as operações continuam normalmente, mesmo com os berços embargados”. Sampaio disse, porém, que em caso de decisão a prioridade de atracação será dada aos navios conteineiros.
         A Cearáportos esclareceu em nota que os berços 7, 8 e 9 do Porto do Pecém ainda estão em obra, e em processo de batimetria. “O Governo do Estado sempre colaborou com Ibama, disponibilizando toda a documentação solicitada, sendo a última remessa enviada no dia 31 de outubro passado. Ainda como providência para garantir a continuidade do licenciamento, representantes da Cearáportos vão a Brasília para levar os devidos esclarecimentos e documentações para o Ibama”, disse. Em Brasília, Danilo Serpa, presidente Cearáportos discutiu alguns encaminhamentos, que devem ser aprofundados em uma próxima reunião com participação do Ibama.

Libra Terminais demite mais de 220 trabalhadores

         Pelo menos 220 trabalhadores da Libra Terminais foram demitidos nesta semana. A informação é do presidennte do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado (Settaport), Francisco Nogueira.
         Segundo ele, apesar da empresa trabalhar com o número de 220 profissionais dispensados, o número correto seria de 270. A Libra não quis se pronunciar sobre o assunto.
         Em março deste ano, a empresa começou um processo de desligamento de pessoas no terminal e o sindicato conseguiu uma liminar pra impedir as demissões.
        “Os 64 dispensados na época foram indenizados e ficou definido que as próximas demissões teriam de ser negociadas com o sindicato”.
        De acordo com o sindicalista, a Libra não conseguiu fechar negócio com um armador novo na linha da Ásia e, por isso, não tem perspectiva para os próximos meses. “Eles teriam um efetivo ocioso muito grande”.
        Além da rescisão, os demitidos terão direito a quatro meses de vale-alimentação (R$ 700,00 por mês) e cinco meses de plano de saúde pra toda a família.
        “Lamento porque são trabalhadores com tempo de casa e qualificação, mas se houver melhoria no futuro, os demitidos terão preferência na contratação. Já os 300 trabalhadores que seguem na Libra terão garantida a estabilidade até março”.

Ministério dos Transportes prepara reorganização do setor portuário

         O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) prepara a reorganização de seu setor portuário. O novo organograma deve ser definido ainda nesta semana. A expectativa é de que seja publicado um decreto com a definição da nova estrutura e a nomeação de um novo secretário nacional para o segmento.
         A informação foi anunciada pelo diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva, ontem, no lançamento do projeto Por Dentro do Porto 2017, no auditório TV Tribuna, em Santos. Segundo o executivo, também ontem, uma reunião extraordinária tratou do tema, na sede do MTPAC, em Brasília.
         Em maio, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Governo Federal extinguiu diversas pastas, entre elas a Secretaria dos Portos (SEP), que era vinculada à Presidência da República e tinha status de ministério. O segmento, então, ficou sob a responsabilidade do então Ministério dos Transportes que, além dos portos, passou a tratar também da aviação civil.
        A partir daí, surgiu a preocupação do setor com a ausência de um representante governamental único dos portos para a tomada de decisões, mesmo que subordinado ao ministro Maurício Quintella.
Atualmente, o MTPAC conta com a Secretaria de Políticas Portuárias (SPP), que está sob o comando de Luiz Fernando Garcia da Silva, e a Secretaria de Infraestrutura Portuária (SIP), capitaneada por Daniel Maciel de Menezes Silva. Ambas dividem a atenção e os recursos da pasta com outras seis secretarias, três relacionadas à aviação e três de políticas de transporte.
         Para o consultor portuário Fabrizio Pierdomênico, o setor aguarda uma definição do Governo Federal, principalmente em um momento em que estão sendo discutidas renovações de contratos e autorizações para exploração de áreas. “Os empresários querem saber as regras do jogo, para onde vão os processos e quem toma as decisões. Falta de decisões atrapalha investimentos”, afirmou.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Balança comercial da Argentina tem déficit de US$ 114 milhões em outubro

         A balança comercial da Argentina registrou um déficit de US$ 114 milhões em outubro, de acordo com dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). No mês passado, as exportações atingiram US$ 4,715 bilhões enquanto as importações foram de US$ 4,829 bilhões.
         Na comparação com outubro do ano passado, houve uma queda de 6,3% nas exportações (US$ 317 milhões). Os preços aumentaram 1,7% e o volume de exportações caíram 7,8%. O recuo das vendas de manufaturas de origem agrícola foi o principal responsável pelo resultado, de acordo com o Indec.
        O Brasil, os Estados Unidos e a China foram os principais parceiros comerciais da Argentina. Em outubro, as exportações para o Brasil alcançaram US$ 789 milhões, enquanto as importações de bens brasileiros somaram US$ 1,026 bilhões, com um déficit de US$ 237 milhões para os argentinos.
         Os produtos que os brasileiros mais exportaram foram insumos (30,5%); bens de capital (21,3%); veículos de passageiros (18,3%); e peças e acessórios para bens de capital (17,6%).
         Entre os produtos que os argentinos mais exportaram para o Brasil estavam manufaturas de origem industrial (57,8%); produtos primários (24,5%) e manufaturas de origem agrícola (14,6%).

Tendência é de que em dez anos cargas mundiais sejam transportadas em navios inteligentes

          A tendência é de nos próximos dez anos a maioria das cargas mundiais já estejam sendo transportadas por navios inteligentes, os “smart ships”. Mas, para chegar até lá, algumas mudanças na cadeia logística ainda devem ser feitas para adaptar os processos para que façam bom uso, tanto da tecnologia quanto do imenso volume de informações que ela deverá gerar.
         Segundo Sue Terpilowski, presidente da associação feminina de profissionais de transporte marítimo (WISTA UK – the Women’s International Shipping & Trading Association), o avanço da tecnologia pode representar oportunidades para as mulheres nesse segmento. Ela explica que a trajetória da navegação terá sido de um início “bastante pobre em termos de geração e aplicabilidade de dados”, para a vanguarda das novas tecnologias.
         O que vai mover essa mudança, explicou Terpilowski, será a demanda dos próprios clientes.
Também diretora da empresa de comunicação Image Line, Sue Terpilowski afirmou que, entre as mudanças esperadas, deveremos ter até navios “falantes” nos próximos 10 anos. “Até mesmo a pintura do navio será feita de modo a fornecer informações sobre as ondas que atingem a embarcação", relatou.
         "Os novos navios vão fornecer dados sobre o peso, e os pontos do navio em que a carga sobrecarrega a estrutura do deck, quais os trechos mais apropriados para slow steaming, além de outros elementos operacionais. Serão várias as oportunidades para a indústria, mas será que o mercado está preparado para aproveitá-las?”, questionou ela.
         Sue Terpilowski vai ainda mais longe, afirmando que a inteligência das embarcações será a força motriz que vai determinar o futuro da indústria, o tipo de navio empregado para cada carga e as competências necessárias para a tripulação do futuro. Porém ela lembra que as mudanças que acompanham a tecnologia deverão acontecer em diversas esferas, desde legisladores até setores financeiros e de atendimento ao cliente, algo para o qual os operadores deverão se preparar, por exigência do próprio mercado.
       Acenando para as tecnologias já disponíveis hoje em dia, e que poderão ser aplicadas às embarcações do futuro, Terpilowski citou os conceitos de M2M (machine to machine) e a IoT (internet of things) como canais de conectividade em logística. “O setor de logística requer transparência. Para fazer logística inteligente, um navio inteligente precisa ter níveis otimizados de produtividade, com inventários reduzidos, o que permite um planejamento de duas vias: compra/serviços inteligentes e produtos de uma gama ampla de origens”, argumentou.
         Entre os benefícios citados pela especialista, os smart ships trazem segurança e qualidade para a carga, redução e otimização de custos com containers e outros equipamentos, eficiência logística, inclusive no que se refere ao uso da infraestrutura, possibilidade de rastreamento e monitoramento de embarques multimodais em tempo real, com grandes vantagens para as cargas refrigeradas, que poderão ter sua temperatura controlada com rigorosa precisão durante toda a operação.
         Outras duas vantagens importantes, embora não tangíveis, seriam a preservação ambiental, com uso mais eficiente de combustível, e o controle de atividades ilícitas, com o monitoramento mais preciso de cargas. No entanto, embora as novas embarcações sejam de fato movidas a tecnologia, Sue Terpilowski não acredita que elas venham a substituir ou dispensar a tripulação humana.
         Pelo contrário, ela afirmou que a nova geração de smart ships deve, na verdade, aumentar a segurança do trabalho, e transferir algumas das funções, que hoje são desempenhadas a bordo, para centros operacionais em terra. Já as habilidades requeridas ao profissional, essas sim, sofrerão alterações. Com olhos para o mercado de trabalho, a WISTA aposta na tecnologia para abrir mais frentes de trabalho para mulheres na indústria da navegação.
        “Com uma mudança no nível de capacitação, muda também a forma como os indivíduos trabalham, tanto em termos de operações quanto de planejamento e treinamento”, previu a presidente da associação, que enxerga, na tendência, uma “oportunidade de ouro” para o avanço das mulheres no setor de navegação.