sexta-feira, 30 de junho de 2017

Cesa vende apenas dois de seis armazéns previstos no Rio Grande do Sul

         A Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns) vendeu apenas duas de seis unidades no primeiro semestre. Em março, a Secretaria estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul apresentou um plano de negociação dessas seis filiais, com o objetivo de fazer caixa para o pagamento do acordo feito referente à dívida de ação trabalhista.
         As seis plantas - Júlio de Castilhos, Santa Rosa, Nova Prata, Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Bárbara, foram avaliadas em R$ 54 milhões. As duas vendidas - Júlio de Castilhos e Nova Prata, renderão R$ 8m38 milhões. As filiais de Caxias do Sul e Estação foram a leilão, mas esses recursos serão utilizados para pagar outras dívidas.
         Segundo o presidente interino da Cesa, Claudio Cava Correa, a planta de Santa Rosa vai novamente à venda na próxima segunda-feira. O edital do armazém de Cruz Alta também deverá sair na semana que vem. A companhia pretende dar seguimento ao plano de venda, que na segunda fase inclui as unidades de Erechim, São Gabriel I e II e Bagé, Cachoeira do Sul e Palmeira das Missões.
         Nesse caso, 60% do valor irá para o cumprimento do acordo, 30% para a Cesa e 10% para formar reserva para pagamento de outras ações. Após essas duas fases, o governo gaúcho tem ainda planos de privatização ou de parcerias público-privadas (ppps) para as demais unidades. As exceções são as unidades portuárias, localizadas em Rio Grande, Estrela e Porto Alegre, que são concessões feitas ao Estado e, por isso, não podem ser negociadas.

Presidente do Banco Central considera aprovação das reformas importante para queda da inflação e dos juros

         A aprovação de reformas, em especial a da Previdência, é importante para a sustentabilidade da queda da inflação e dos juros estruturais da economia (taxa que não provoca pressões inflacionárias, com crescimento econômico). A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, que participou hoje (30), em São Paulo, do evento Finanças +, promovido pelo Grupo Estado.
         “O Brasil tem amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques internos ou externos. Vários ajustes e reformas aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco. A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas que visam aumentar a produtividade, será importante para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia”, disse Goldfajn.
         O presidente do BC destacou que as taxas de juros nominais e reais (descontada a inflação) estão caindo. “A taxa Selic recuou 400 pontos base [4 pontos percentuais] nos últimos meses e há expectativa de quedas adicionais à frente. As taxas de juros reais também recuaram de valores próximos a 9% ao ano em setembro de 2015 para a faixa de 4,2% a 5% atualmente”, disse.
         Goldfajn lembrou que ontem o Conselho Monetária Nacional (CMN) fixou as metas para a inflação de 4,25% para 2019 e  4,0% para 2020. “É um passo importante para se caminhar para taxas de inflação mais baixas de uma forma gradual e consistente, para minimizar riscos e ser sustentável ao longo do tempo”, destacou.

Portal simplifica exportações brasileiras por portos e rodovias

         Os exportadores que embarcam cargas por meio marítimo e rodoviário podem utilizar desde quarta-feira (28), o Portal Único do Comércio Exterior, na internet, para simplificar e tornar mais ágil o processo.
O serviço vale, inicialmente, para as exportações sujeitas exclusivamente a controle aduaneiro realizadas no Porto de Santos, que é responsável por um terço das exportações marítimas, e nas unidades aduaneiras em Uruguaiana (RS) e Foz do Iguaçu (PR), que respondem por mais de 50% do que o Brasil exporta por meio rodoviário. A expectativa é de que, até o final do ano, 100% das exportações possam ser feitas por meio do portal único.
         A estimativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é que ao final da implantação seja possível tornar os processos de exportação e importação, em média, 40% mais ágeis, reduzindo os tempos médios das exportações brasileiras de 13 para 8 dias e das importações de 17 para 10 dias. Outras vantagens com o uso do portal é a redução do preenchimento de informações, que podem chegar a 60% em alguns casos. Os exportadores passam a contar com a Declaração Única de Exportação (DUE), que substitui os três documentos utilizados até então para registro e declaração dos embarques.
         O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Abrão Neto, disse que o serviço desburocratiza processos, reduz custos e amplia a competitividade dos produtos brasileiros. “Um objetivo principal é aumentar a competitividade da produção e das exportações brasileiras. Ao se reduzir prazos e custos para operar no comércio exterior, o que o portal único faz é aumentar a competitividade dos nossos operadores”, disse.
         O secretário citou como exemplo de desburocratização e otimização casos em que operações de importação e exportação exigem que o CNPJ da empresa seja apresentado até 18 vezes e, a partir do uso do portal, esse dado será solicitado uma única vez e depois compartilhado em todos os passos do processo.
O Portal Único do Comércio Exterior já funcionava atendendo a exportações por meio aéreo. O portal foi desenvolvido em conjunto pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda. Para usar o serviço o exportador deve acessar o endereço eletrônico www.portalsiscomex.gov.br .

VLI faz primeiro embarque de manganês pelo Porto do Itaqui

       A  companhia de soluções logísticas VLI, que integra terminais, ferrovias e portos, realizou, na última semana, o seu primeiro embarque de manganês no Porto do Itaqui, no Maranhão. O navio graneleiro, de bandeira libanesa, atracou no berço 105, carregando 54 mil toneladas do minério, com destino a Cingapura. O embarque foi em comissionamento (fase de teste).
      Localizado no Porto do Itaqui, o berço 105, administrado pela VLI, já movimenta granéis agrícolas para exportação, realizando embarques sistemáticos para cargas de grãos, tais como: milho, soja, farelo de soja, além de ferro gusa. Com o novo embarque, a VLI pretende aumentar a capacidade operacional do modal marítimo.
      De janeiro a maio deste ano, o Terminal Portuário de São Luís já recebeu 26 navios para movimentação desses produtos e avalia o manganês com um potencial de crescimento de volume significativo para os próximos anos.
      No fim de maio, a VLI registrou no Corredor Centro-Norte, que engloba os estados do Maranhão e Tocantins, recorde em carregamento, alcançando 801, 5 mil toneladas de grãos.  A capacidade de movimentação do corredor representa uma alternativa de escoamento em larga escala para a produção agrícola brasileira. Mas, também abre possibilidades para escoamento de outros produtos.
     “O primeiro embarque de manganês é um marco para o Terminal Portuário de São Luís, porque responde, positivamente, a um modelo de infraestrutura logística desenvolvida pela VLI que permite ampliar nossa carteira, trabalhando com mais segurança, agilidade e menor custo para o nosso cliente e empresa”, destaca o gerente de portos do corredor Centro Norte, Álvaro Neto.

APM Terminals de Itajaí é afetado por ataques cibernéticos mundiais

         Os ataques cibernéticos da semana em vários países, provocados por hackers, afetaram o sistema da APM Terminals, empresa que opera dentro do Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Desde terça-feira (27), a entrada e saída do porto é registrada manualmente e não através dos computadores.
        Segundo a direção do Porto, isso atrasa os procedimentos no terminal, mas até esta quinta-feira (29), não há prejuízos. A expectativa é que seja retomado o sistema ainda nesta quinta. Desde terça, dois navios entraram e um saiu do terminal.
         O grupo é controloado pela dinamarquesa Maersk, que registrou problemas no sistema em vários países em que atua. Os ataques têm prejudicado empresas da Europa e América, bem como governos.
         Os hackers sequestram arquivos virtuais através de um vírus e pedem um tipo de resgate, que é o pagamento de moedas virtuais para liberar novamente as informações do sistema.
         O Petya, vírus do tipo ransomware, pode estar por trás de novo ataque cibernético na Europa
'Petya' x WannaCry: veja diferenças do novo ataque cibernético
         Sites do governo e de várias empresas ucranianas foram alvo na terça-feira do ataque cibernético, que atingiu aeroportos, bancos e escritórios do governo. Um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia o classificou como o pior na história do país.
         O conselheiro ucraniano Anton Gerashchenko disse que as interrupções foram causadas pelo Cryptolocker, um vírus de resgate como o WannaCry, que bloqueou mais de 200 mil computadores em mais de 150 países em maio. Segundo a empresa de cibersegurança Symantec, o outro vírus responsável pelo ataque desta terça-feira é o Petya.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Indicador de Incerteza da Economia da FGV cresce 14 pontos entre maio e junho

         O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 14,4 pontos entre maio e junho, e chegou a 142,5 pontos. Segundo a FGV, o clima de incerteza da economia ainda reflete a crise política desencadeada pela divulgação das conversas entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer.
         De acordo com a FGV, com o resultado de junho, o indicador volta ao mesmo nível de incerteza vivido no período pré-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Dos três componentes que compõem o Indicador de Incerteza, o principal responsável pelo crescimento foi aquele que mede a influência da mídia, que subiu 14,8 pontos. Já o componente que mede a expectativa de especialistas, subiu 11,3 pontos.
         O componente que avalia o mercado foi o único que teve queda na incerteza, de 12,1 pontos. Segundo a FGV, a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer deve estender o período de incerteza por mais algumas semanas.

Escoamento da safra agrícola por Paranaguá terá incremento de 76% em 2017

         O escoamento da safra agrícola entre junho e agosto deste ano deve ser 76% maior do que no mesmo período de 2016. A previsão é da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) a partir de uma estimativa feita junto aos terminais que movimentam grãos para a exportação no porto. São esperadas 2,97 milhões de toneladas de cargas para o período – de julho a agosto do ano passado foram escoadas 1,69 milhões de toneladas.
         Segundo a estimativa, são esperadas 1,1 milhão de toneladas de soja, 650 mil toneladas de farelo de soja e 1,2 milhão de toneladas de milho. “A diferença de um ano para o outro se dá, principalmente, na escolha do produtor em voltar a exportar o milho, que tem se recuperado no mercado internacional. E é isso que temos buscado aqui, manter o Porto de Paranaguá pronto para atender a demanda do seu usuário, seja ela qual for”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
         Para dar conta de atender estas demandas, a Appa efetivou o maior pacote de investimentos públicos da sua história. Foram cerca de R$ 624 milhões para dar mais eficiência e capacidade na operação portuária. No escoamento de grãos, por exemplo, foram instalados novos shiploaders (equipamentos utilizados para carregar navios), tombadores, balanças e feitas campanhas de dragagem e reformas no cais de acostagem.
        A colheita da safra de verão 2016/17 no Paraná encerrou neste mês com 25 milhões de toneladas colhidas, 23% a mais que a anterior. O Porto de Paranaguá é responsável praticamente pela exportação de todo o volume da produção local.          “As obras e o repotenciamento dos sistemas possibilitarão ao Porto atender o aumento da produção com uma logística de escoamento ordenada e inteligente. As cargas aumentam, mas o produtor continua exportando no melhor momento da comercialização, sem filas e sem problemas”, destaca o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
        Os primeiros meses do ano já deram uma boa medida disso. O Porto de Paranaguá bateu recorde histórico de movimentação no primeiro trimestre de 2017, com 11,67 milhões de toneladas de janeiro a março. Manteve ainda um volume de operações no mesmo patamar do ano passado no segundo trimestre, quando o volume de cargas operadas foi de 13 milhões de toneladas.
        Além do aumento na produção e, consequentemente, nas exportações de grãos brasileiras, o porto paranaense ainda é a melhor opção logística dos produtores na hora de enviar grãos para outros países. Ao lado da produção do Paraná, também passam pelo Porto de Paranaguá boa parte das exportações de soja, farelo e milho do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Standard & Poor's mantém grau de classificação B+ da Hapag-Lloyd

       A agência de notação financeira Standard & Poor’s confirmou a classificação da Hapag-Lloyd de B+ e retirou-a do seu CreditWatch Negativo. Embora a fusão com a United Arab Shipping Company (UASC) tenha gerado dívida à empresa, existirá mais cash-flow disponível para satisfação desse passivo pelo facto de não estarem previstos grandes investimentos nos próximos anos, referiu a Hapag-Lloyd.
      Segundo a Standard & Poor’s, citada por meios de comunicação, “a empresa deve ser capaz de manter os ratios de crédito que consideramos proporcionais ao rating actual em 2017-2018”. A agência também terá reconhecido as vantagens competitivas da fusão com a USAC, face à maior dimensão e capacidade da Hapag-Lloyd, ao acesso a uma rede reforçada e a uma frota mais nova.
       A agência referiu igualmente que a Hapag-Lloyd já demonstrou capacidade em integrar outros negócios e daí extrair sinergias, como sucedeu em 2014, após a tomada de posição de um segmento da Compañía Sud Americana de Vapores S.A. (CSAV).
      A Hapag-Loyd está satisfeita por manter a sua classificação inalterada depois da fusão, que foi um passo importante no futuro da empresa. “O rating confirma a forte lógica industrial da fusão”, afirmou Nicolás Burr, CFO da Hapag-Lloyd, acrescentando que agora a empresa está melhor posicionada numa indústria em rápida consolidação de posições e com um mercado exigente.
     A empresa espera obter 386,8 milhões de euros em sinergias a partir de 2019 devido à fusão e conserva uma estrutura financeira sólida, incluindo uma reserva líquida de 10,6 mil milhões de euros. Além disso, está planeado um aumento de capital disponível de 355,5 milhões de euros no prazo de seis meses contados a partir da conclusão da fusão, em Maio deste ano, suportado por um grupo de accionistas da Hapag-Lloyd.

Wilson Sons assina contrato de financiamento de US$ 54 milhões com o BNDES para construção de seis reobocadores

         A Wilson Sons assinou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contrato de financiamento no montante de até US$ 54 milhões para construção de seis novos rebocadores. A operação com o agente financeiro do Fundo da Marinha Mercante (FMM) foi feita através da Saveiros Camuyrano, subsidiária integral da Wilson Sons.
         As embarcações, que contarão com sistema de propulsão azimutal, serão construídas no estaleiro da Wilson Sons, localizado noGuarujá (SP). O projeto dos rebocadores foi elaborado pela Damen Shipyards, parceira da Wilson Sons no Brasil há mais de 20 anos.
         Em comunicado ao mercado, a Wilson Sons informou ainda que a  construção de novos rebocadores faz parte da estratégia da companhia de aumentar e renovar sua frota para atender os maiores navios que operam no Brasil e facilitar o fluxo comercial do país.
         "Atualmente, somos líderes no segmento, com 75 embarcações próprias que operam em toda a costa do Brasil, e esse investimento nos permitirá continuar oferecendo serviços de qualidade para nossos clientes”, acrescentou o diretor de operações da Wilson Sons Rebocadores, Marcio Castro.

MP prorroga prazo para Codesp escolher locais onde queimar gases tóxicos armazenados no Porto de Santos

         O Ministério Público de Guarujá prorrogou, até a próxima segunda-feira, o prazo para que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, informe novas opções de locais para a queima de 115 cilindros com gases tóxicos armazenados no complexo marítimo. Enquanto isso, a Autoridade Portuária afirma que está monitorando as cargas, encontradas há dois anos em instalações do cais e, hoje, guardadas na região do Valongo.MP
         O plano da Docas era queimar o conteúdo dos cilindros na Base Aérea de Santos, no distrito de Vicente de Carvalho,em Guarujá. Entre as cargas, está a fosfina (outra denominação do hidreto de fósforo), que é altamente tóxica e usada para erradicar pragas. O material seria retirado do Valongo, carregado em uma embarcação e levado até a unidade da Aeronáutica, que fica às margens do canal de navegação. 
         No entanto, a Prefeitura de Guarujá é contra o transporte dos cilindros para o município. A alegação é de que a população da cidade não pode ser exposta a um risco, já que a própria Codesp reconhece o potencial destrutivo da carga.
         Inicialmente, a Autoridade Portuária informou que, se um dos cilindros apresentar vazamentos, há a possibilidade de explosões. E como se tratam de gases tóxicos, o problema ainda poderia ocasionar a evacuação de vários bairros da cidade. 
         Mas, segundo o diretor-presidente da Docas, José Alex Oliva, a situação não é tão alarmante. O executivo afirma que os cilindros estão sendo monitorados através de câmeras e que há uma empresa contratada para avaliar as condições da mercadoria perigosa. 
         “Não há motivo para pânico. Todas as medidas estão sendo tomadas e a situação está sob controle. O descarte (dos cilindros) será feito como manda a lei”, destacou o responsável pela Autoridade Portuária, sem especificar mais detalhes. 
         Desde a semana passada, quando o assunto foi discutido no Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema) de Guarujá e ganhou visibilidade, agentes da Guarda Portuária também passaram a fazer rondas nas proximidades do armazém onde está o carregamento. Uma viatura permanece durante todo o dia no entorno do local, que está fechado com cadeados. 
         Apesar de aparentarem bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e explosivos perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, segundo a Codesp, há a necessidade de uma destinação adequada para o material.
         O problema é que, enquanto isso, a carga permanece em um armazém sucateado. O telhado da instalação está deteriorado, assim como as paredes e toda a sua estrutura. O local conta com vidros quebrados e grande quantidade de pombos e sujeira no entorno. 
        Procurada, a Prefeitura de Santos informou que a Defesa Civil acompanha as ações da Companhia Docas e tem conhecimento dos planos que devem ser acionados em casos de emergência. No entanto, a Administração Municipal não se posicionou sobre os riscos à população. Disse apenas que os cilindros estão em área de responsabilidade da Autoridade Portuária.
         A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os procedimentos a serem adotados e os riscos relacionados com os cilindros carregados com produtos químicos no Porto de Santos.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Exportações de móveis alcançam US$ 57 milhões em maio, expansão de 10% em relação ao ano passado



         As exportações de móveis no Brasil tiveram uma leve melhora em maio, se comparado a abril deste ano. Com alta de 10,5%, o setor somou US$ 57 milhões, frente aos US$ 51,6 alcançados no mês anterior. No acumulado do ano, de janeiro a maio, a soma está em US$ 249,7 milhões, o que representa uma alta de 8% em relação ao mesmo período de 2016. 
     Segundo dados do IEMI, desenvolvidos com base nas informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, os países destino das exportações brasileiras são Estados Unidos, com 27,2%, Reino Unido, 10,4%, Argentina, 8,8%, Uruguai, 7%, e Peru 6,2%.
         No Rio Grande do Sul, os números também foram positivos, com alta de 13,9% e um resultado de US$ 15,2 milhões.  Em abril deste ano, o setor de exportações gaúcho havia alcançado US$ 13,4 mi.
        O Estado continua ocupando o segundo lugar no ranking nacional dos que mais exportam, com 26,7%, atrás apenas do líder Santa Catarina, com 37%. Em terceiro está o Paraná, com 15,8%, seguido por São Paulo, 13,4%, e Minas Gerais, 2,7%.
        Com mais de 30 anos de atuação, a MOVERGS representa mais de 2.700 indústrias moveleiras no Estado, e tem como lema “unir para fortalecer, renovar para crescer”. Em 2016, somente em Bento Gonçalves, o setor moveleiro faturou R$ 1,81 bilhões entre, aproximadamente, 300 empresas do segmento. A indústria totaliza no município 300 empresas e 6,44 mil empregos gerados. Dentro da indústria de transformação, a área moveleira é a que mais emprega. É, portanto, de significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social da cidade que é um dos principais polos do segmento no Brasil.
       O Rio Grande do Sul tem, atualmente, mais de 2,7 mil empresas moveleiras, que respondem por 19% do total de móveis fabricados no Brasil. No ano passado, as indústrias de móveis e colchões faturaram R$ 10 bilhões e exportaram US$ 178,8 milhões, e os principais mercados foram Reino Unido, Uruguai, Peru, Estados Unidos da América, Chile e Argentina. Também foram responsáveis pela geração de mais de 38 mil empregos. Tais indicadores demonstram o quão representativo é o segmento no contexto da economia gaúcha, tanto pela geração de renda e tributos, quanto de postos de trabalho. 

Janot quer reavaliar arquivamento de inquérito em que Temer era investigado por suspeita de pagamento de propina na Codesp

         O procurador Roberto Gurgel pediu, em 2011, quando estava no comando do Ministério Público, o arquivamento de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em que o presidente Michel Temer aparecia na condição de investigado. Gurgel avaliou que faltavam provas para levar adiante a apuração e defendeu a remessa do caso para a Justiça Federal de primeira instância para que a investigação prosseguisse em relação a Marcelo de Azeredo, um apadrinhado de Temer que comandou a Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal encarregada de administrar o maior terminal portuário do país, o Porto de Santos.
         A suspeita que havia contra os dois era do recebimento de propina patrocinada por empresas que atuavam no terminal. O ministro Marco Aurélio, relator do inquérito, concordou com o entendimento da procuradoria e arquivou o inquérito contra Temer.
        Mas Rodrigo Janot, sucessor de Gurgel, quer reavaliar o arquivamento defendido pelo colega há seis anos. Na documentação enviada nesta segunda-feira (26) ao Supremo, Janot informou que pedirá vista do inquérito arquivado para analisar as informações nele contidas à luz das novidades trazidas pela delação premiada dos donos e executivos do grupo J&F, holding que tem interesses no setor portuário.
        Um dos aliados mais próximos de Temer, o ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures, denunciado ao Supremo por corrupção passiva junto com Temer, exercia influência política no setor de transportes aquaviários e apareceu nos autos do inquérito mantendo contatos com empresários do ramo.

Missão do Mapa vai aos Estados Unidos negociar retomada das exportações de carne


         Uma missão técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai aos Estados Unidos no início de julho para discutir o fim da suspensão da compra da carne bovina in natrura brasileira, anunciada na última quinta-feira (22). A informação foi dada pelo secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luiz Eduardo Rangel.
         Carta com respostas aos americanos está sendo preparada pela equipe técnica e deve ser concluída até o fim de semana. Somente após o retorno da missão é que o ministro Blairo Maggi vai aos EUA para tratar sobre o assunto pessoalmente com o secretário de Agricultura do governo Trump, Sonny Perdue.
         Rangel disse que o processo para reverter a decisão do governo norte-americano de suspender a compra da carne bovina fresca brasileira deve demorar pelo menos um mês, a partir da data do anúncio da restrição. Por conta do feriado de 4 de julho (data da independência americana), os técnicos do Mapa não poderão embarcar no início da semana que vem, como pretendiam.
         Os Estados Unidos apontaram inconformidades em cortes de bovinos exportados pelo Brasil, atribuídos a reações à vacinação contra a febre aftosa, como justificativa para interromper as importações.
        O secretário observou que o processo é um pouco lento em função dos ritos que devem ser seguidos. Lembrou que, após o anúncio da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foram gastas semanas para levantar a suspensão em alguns mercados. “Naquele caso, o fechamento foi muito mais por um efeito midiático do que técnico”, observou.
        Na última sexta-feira (23), o Mapa determinou mudanças na inspeção da carne brasileira exportada para todos os países. Durante coletiva à imprensa, o secretário-executivo do Ministério, Eumar Novacki, enfatizou que todos os cortes dianteiros de bovinos serão fatiados antes do embarque para evitar problemas como os que foram alegados pelos americanos para determinar a suspensão da compra da carne brasileira.

Porto de Santos recebe maior navio de contêineres a atracar em suas instalações

         O Porto de Santos recebeu na madrugada desta quarta-feira (28) o maior navio em capacidade de transporte de contêineres a atracar em suas instalações. É o Cape Sounio, da armadora Zim, que pode carregar 11 mil teus. A embarcação chegou na Barra ontem. Ele irá operar no Terminal Embraport, na Margem Esquerda do complexo marítimo, na Área Continental de Santos
     .  Segundo informações do site da empresa, o cargueiro atracou às 5 horas de amanhã para o embarque de 1.975 contêineres e o desembarque de 125. Sua partida está prevista para o meio-dia de quinta-feira.
         Até então o maior conteineiro em capacidade de transporte a vir a Santos foi o CMA CGM Tigris, que pode carregar 10.900 teus. Ele esteve no complexo marítimo pela primeira vez em 6 de fevereiro de 2015, durante sua viagem inaugural, atracando nos terminais da Libra e da Embraport.
        A vinda do Cape Sounio a Santos integra a estratégia da armadora Zim em ampliar sua oferta de transporte de contêineres para o mercado brasileiro e sul-americano, destacou a presidente da Zim do Brasil, Ana Bighetti. O Sounio integra a linha de navegação que liga a costa leste da América do Sul (onde está Santos) até o Extremo Oriente.

Prazo de isenção do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante é estendido em cinco anos

         O prazo de isenção do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante foi estendido em cinco anos. A medida está na Lei 13.458/2017, sancionada com dois vetos e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (27). A isenção do imposto se dá somente para mercadorias cuja origem ou destino final seja porto localizado na Região Norte ou Nordeste.
         A nova lei tem origem na Medida Provisória 762/2016, aprovada no Senado no último dia 31 sob a forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 11/2017. O texto prorrogou a isenção do Adicional de 8 de janeiro de 2017 para 8 de janeiro de 2022. A prorrogação não terá impacto fiscal sobre a arrecadação federal porque a lei prevê o repasse do adicional às empresas de navegação, já que cabe a elas a cobrança e o depósito no Fundo da Marinha Mercante (FMM) para uso na renovação e manutenção da frota.
         Segundo o governo, na navegação de cabotagem as principais cargas transportadas são alumínio e insumos do alumínio (19%), hidróxido de sódio (6%), arroz (5%), madeiras (5%), máquinas e aparelhos (5%), papéis (4%), polímeros e acetal (3%), sal (2%), monitores e projetores (2%), carnes (2%) e produtos laminados (2%).
         O texto aprovado pelo Congresso estendia a isenção do Adicional a mercadorias importadas que chegassem pelos portos das Regiões Norte e Nordeste destinadas à industrialização ou consumo.
Esse artigo foi vetado por Temer, sob alegação de que o dispositivo representa renúncia tributária, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal por não trazer estimativa do impacto financeiro nem medidas de compensação.  Temer acrescentou que “a medida desestruturaria de maneira relevante a capacidade de arrecadação do Fundo da Marinha Mercante (FMM), além de representar impacto fiscal considerável” às empresas brasileiras de navegação, que financiam o Fundo.
         Também foi vetado o financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) da recuperação, dragagem, modernização e expansão ou construção de portos. Atualmente, o Fundo direciona recursos apenas para o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras.  Na justificativa do veto, afirma-se que, ao ampliar a destinação do fundo para os portos, seria inviabilizada a atuação dos bancos públicos, que são os agentes financeiros do Fundo. Sem contar que possibilitaria a utilização do FMM por setores que não recolhem o Adicional de Frete, principal fonte de recursos do Fundo.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Portos de Itajaí e Navegantes disputam serviço para a Ásia

         A decisão do joint Ásia de trocar o Porto de Rio Grande pelo Porto de Imbituba deu novo fôlego à negociação que segue em andamento para a principal fatia do mercado catarinense, pela qual concorrem a Portonave - atual rota dos navios que integram o pool - e o Porto de Itajaí.
         O serviço Ásia inclui os armadores Hamburg Sud, Hapag Lloyd, Nyk, Zim e Hyundai (HMM), e fazia parte do antigo serviço ASAS, que operou em Itajaí até julho de 2015, quando passou para Navegantes. Essa transferência significou a perda de metade das cargas de Itajaí, e agravou a crise no terminal.
       De lá para cá, o antigo ASAS se dividiu em dois, e parte dos armadores passou a integrar a linha SEAS. Embora o Ásia não tenha a robustez do ASAS, ainda tem um volume representativo de cargas. Desde o ano passado Itajaí vem tentando recuperar o serviço, em disputa de preços e condições operacionais com Navegantes.

Dirígivel manobrável pode ser usado para vigiar zonas marítimas de difícil acesso

            Uma equipe do Clube de Estudantes da AFCEA (Associação para as Comunicações, Electrónica, Informações e Sistemas de Informação para Profissionais da Universidade da Beira Interior (UBI), de Portugal, apresentou publicamente um projeto, ainda em investigação, que pode vir a constituir um meio de vigilância para zonas remotas de difícil acesso, incluindo marítimas.
        Designado «Sustentabilidade de Transporte Aéreo Multifuncional», o projeto é constituído por “um dirigível modular híbrido manobrável, uma torre de acoplagem e respetivos mecanismos de carga e amarração”, segundo Tiago Rosa, vice-presidente da AFCEA. Ele explicou que o dirigível “destaca-se pelo seu conceito único, que permite o transporte de pessoas, carga ou equipamentos de detecção e análise, podendo variar em tamanho, 9 ou 75 metros, não tripulado ou tripulado, respectivamente”. 
           Composto por módulos variados, o dirigível permite ter um veículo adaptado a situações de monitorização de zonas remotas de difícil acesso “a um custo reduzido”, esclarece Tiago Rosa. “Sendo um dirigível um aeróstato – um veículo mais leve do que o ar, através de um gás contido dentro da sua estrutura (neste caso, hélio) – tem-se uma capacidade de sustentação acrescida que pode ser essencial a alguns teatros de operação”, explica o mesmo responsável.
               Tiago Rosa destaca também que “juntamente com um sistema de 4 rotores e 1 motor tradicional a hélice que permitem descolagem e aterragem vertical e em pouca distância, voo vertical e horizontal”, a manobrabilidade do dirigível “é aumentada”, permitindo-lhe “operar por longos períodos tempo – um aspecto fulcral ao olhar para a extensão, quer da fronteira terrestre, quer (sobretudo) de costa portuguesa e a actual vigilância da mesma”.
             Neste momento, o projeto, que resulta de um consórcio firmado em 2014 entre o Núcleo de Investigação em Transportes (NIT) da UBI e o departamento de Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade (CERIS) do Instituto Superior Técnico (IST), e com algumas empresas do setor como parceiras, tem um pedido de patente internacional (WO 2016195520 A1) em consulta pública. Por este motivo, Tiago Rosa optou por manter confidencialidade sobre aspectos relacionados com orçamento e financiamento do projeto, bem como sobre potenciais clientes.

Rota comercial Vitória-China começa a funcionar esta semana, com um carregamento de granito

         Exportadores e importadores capixabas podem comemorar. A rota comercial Vitória-China é realidade. Nesta semana, um carregamento de granito capixaba será embarcado no Terminal de Vila Velha (TVV) com destino ao Porto de Zhuhai. O navio atracará nesta terça-feira (27), às 16h, e imediatamente começará a operar. Será o início de uma parceria que vinha sendo debatida desde 2010, mas só agora, após a visita da missão da Codesa e do governo estadual à China, em fevereiro deste ano, será concretizada.
        O anúncio foi feito pelo presidente da Codesa, Luis Claudio Montenegro, um dos coordenadores da missão à China. "É preciso planejar e acreditar", destaca, afirmando que vem atuando para tornar o Porto de Vitória competitivo nos cenários nacional e mundial: "Oferecemos o melhor frete e mais agilidade".
         A cerimônia da viagem inaugural deverá ocorrer na quinta-feira (29) para imprensa, empresários e autoridades públicas, e será a bordo do Tian Qi, navio que marcará a inauguração da linha direta entre Vitória e Zhuhai, na China. A empresa armadora é a Cosco, que já antecipou: em breve a embarcação será adaptada para o transporte de contêineres, ampliando as possibilidades de comércio.
         Conforme explicou o superintendente de Projetos da Codesa, Walter Arruda, a diferença dessa linha é que antes o desembarque da carga na China era realizado ao largo, na barra, de onde o produto era colocado em balsas e estas levavam para os portos destinados. Esse tipo de operação limita bastante o tipo de carga, não permitindo, por exemplo, a movimentação de contêineres.
        Mas, a partir da linha direta o navio ficará abrigado, atracado no Porto de Zhuhai Gaolan, na província de Guangdong. Além dessa mudança de logística para atrair mercado, o Porto de Zhuhai flexibilizou custos e já vem sendo procurado por outros armadores interessados na rota direta com o Brasil por meio do Porto de Vitória.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Diretoria da Petrobras autoriza retomada de negociações com a Sete Brasil

       A diretoria da Petrobras autorizou a retomada de negociações com a empresa de sondas Sete Brasil, hoje em recuperação judicial. A medida responde a solicitação feita pela própria fornecedora em audiência na Justiça realizada em fevereiro. Mas a estatal não tem uma nova proposta sobre número de sondas e preços de aluguel. A ideia é ouvir o que a direção da Sete tem a propor.
       O contrato inicial previa a contratação de 29 sondas, que seriam usadas para explorar reservas no pré-sal. Com a queda do preço do petróleo e sua própria crise financeira, a estatal decidiu que não precisaria mais de todos os equipamentos. A Sete pediu recuperação judicial em abril de 2016, com uma dívida de R$ 19,3 bilhões. Desde então, vem tentando negociar um plano de recuperação com seus credores.
       A situação da empresa se complicou este ano, quando alguns de seus acionistas decidiram recorrer a arbitragem internacional para recuperar os prejuízos. Em seu balanço, a Petrobras identifica perdas possíveis de R$ 4,5 bilhões com os processos de arbitragem, que são movidos, principalmente, por fundos de pensão estatais —incluindo a Petros, dos empregados da estatal.
       A Sete foi criada em 2010 e tem entre seus acionistas, além dos fundos de pensão, os bancos Santander e BTG, a empresa americana EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS. Contratou para construir as sondas estaleiros controlados por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
       A Petrobras já havia proposto no fim de 2016 arbitragem para negociar um novo contrato com a fornecedora, mas teve o pedido negado. Naquele momento, a estatal dizia precisar de, no máximo, 10 sondas. Em nota divulgada nesta sexta (23), a Petrobras diz que "os resultados das tratativas, qualquer que seja, estará sujeito às normas de governança corporativa e conformidade da Petrobras, bem como à aprovação pelos seus órgãos competentes".

Antonina recebe aval do Ibama para implantação de novos empreendimentos portuários

          O Porto de Antonina recebeu o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para implantação de novos empreendimentos. O órgão emitiu a licença de operação do terminal paranaense, que certifica a segurança estrutural e ambiental do porto.
          A emissão do documento faz parte de um processo de readequação e regularização ambiental pelo qual os Portos do Paraná passaram ao longo dos últimos anos. Em 2013 o Porto de Paranaguá conseguiu a licença do Ibama e agora foi a vez do terminal de Antonina.
          “É um sinal de que estamos fazendo os processos corretamente, tendo em vista o crescimento sustentável do Porto de Antonina, que tem um papel fundamental na movimentação de cargas do Paraná e é um motor de desenvolvimento para a cidade de Antonina”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
          A licença tem validade de quatro anos e exige como contrapartida uma série de condicionantes para ser mantida. “Hoje, não é mais possível pensar em grandes projetos de infraestrutura sem se atentar para o que a autoridade ambiental recomenda. Cuidar do meio ambiente e se relacionar harmoniosamente com as cidades é uma prioridade para o Porto de Antonina”, explica do diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.
          Ao todo, os Portos do Paraná já têm em andamento mais de 40 programas ambientais que vão ao encontro do que o Ibama exige. Entre eles estão programas de educação ambiental, de gerenciamento de resíduos sólidos, monitoramentos da qualidade da água, da fumaça emitida pelos caminhões e seus ruídos e controle da biota aquática.

Mercado financeiro reduz projeção de crescimento da economia para 0,39%

         O mercado financeiro reduziu a projeção para o crescimento da economia, este ano, pela terceira vez seguida. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, desta vez, caiu de 0,40% para 0,39%.
         Para 2018, a projeção para o crescimento do PIB foi reduzida pela quinta vez consecutiva, de 2,20% para 2,10%. Essas estimativas são do boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central sobre os principais indicadores econômicos.
        A projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu pela quarta vez seguida, ao passar de 3,64% para 3,48%, este ano. Para 2018, a estimativa caiu de 4,33% para 4,30% no terceiro ajuste consecutivo. As projeções permanecem abaixo do centro da meta de inflação, que é 4,5%.
         Para as instituições financeiras, a taxa Selic encerrará 2017 e 2018 em 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando  o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.(imagem: sede do Banco Central, em Brasília)

Imbituba vence concorrência para integrar grupo de terminais da AL que opera navios de contêineres do mercado asiático

         O Porto de Imbituba, no Sul de Santa Catarina, venceu na última sexta-feira, 23, a concorrência e passou a fazer parte do grupo de terminais da América Latina que recebe navios de contêineres do mercado asiático. A previsão é de que os primeiros embarques iniciem em agosto. “Pesou para esta decisão o fato de a cidade abrigar o porto público  com maior profundidade das regiões Sul e Sudeste do Brasil e oferecer condições climáticas favoráveis para a continuidade das operações.”, informou a assessoria de imprensa do complexo local.
         Situado em uma enseada de mar aberto, protegido de ventos e ressacas, o Porto de Imbituba é administrado pela SCPar Porto de Imbituba S.A, após delegação do governo federal para o governo de Santa Catarina. Atualmente movimenta granéis sólidos e líquidos, congelados, contêineres e carga geral, contando com três berços de atracação.
        O Canal de Acesso atinge a profundidade de 17 metros. A Bacia de Evolução tem calado de 15,50m. A área entre-berços alcança calado de 15,50. Os Berços 1 e 2 chegam a calados de 14,50 e os berço 03, a 11,50 metros. O porto está apto a atender, principalmente, o escoamento de cargas dos três estados da região Sul, com influência direta em todo o Mercosul.

Aumento no consumo de alimentos na China provoca expansão da produção de soja e carne nos EUA

         Os campos em torno da cidade de Mohall, na Dakota do Norte, até recentemente eram uma colagem de linho azul, girassóis de um amarelo intenso e trigo da cor do âmbar. Mas hoje, muitos deles mostram um tom verde uniforme, no pico do crescimento da safra de verão deste ano. A nova paisagem se deve a agricultores como Eric Moberg, cuja semeadeira pneumática plantou milhares de hectares de soja no segundo trimestre. "Há quatro anos, não cultivávamos soja. Agora ela ocupa quase um terço de nossas terras".
         O território no qual ele trabalha, uma planície exposta ao vento na divisa entre os Estados Unidos e o Canadá, representa uma fronteira no suprimento mundial de alimentos. A Ásia emergente está comendo mais carne de frango e de porco, e a soja que confere músculos às aves e suínos se espalhou pelas fazendas do planeta em ritmo mais rápido que o de qualquer outra safra, cobrindo área 28% maior do que a ocupada uma década atrás.
         Este ano pode ser o ponto de inflexão. Com o plantio quase completo, é provável que a soja tenha superado o milho como safra mais plantada dos Estados Unidos, acreditam os analistas. A soja avançou profundamente pelo interior do cerrado brasileiro, pelos pampas argentinos e pelo coração rural dos Estados Unidos. As safras vêm sendo grandes o suficiente para causar efeito mensurável nas economias do Brasil e dos Estados Unidos, no ano passado. Nos próximos 10 anos, a soja terá área plantada superior a um bilhão de hectares (10 milhões de quilômetros quadrados) em todo o mundo, com expansão maior que a cevada, milho, arroz, sorgo e trigo, de acordo com projeções do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos.
         O triunfo da soja depende da China. As importações da safra pelo país triplicaram nos 10 últimos anos, para um total estimado em 93 milhões de toneladas no ano que vem, o equivalente a 66 quilos de soja por habitante/ano, ou cinco graneleiros ao dia. Delegados do Ministério do Comércio chinês visitarão o Estado norte-americano de Iowa, rico em soja, no mês que vem, para assinar um acordo que pode incluir uma compra recorde, de acordo com o Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos.
         Os embarques aumentaram mesmo em um período de oscilação na demanda chinesa por commodities industriais como o minério de ferro e o cobre. "O ritmo de crescimento vem sendo fenomenal, e continuado", diz Gert-Jan van den Akker, diretor de cadeia de suprimento agrícola na Cargill, uma companhia de comércio de commodities alimentícias.
         A demanda mundial por produtos básicos como o trigo vem crescendo em paralelo ao crescimento populacional de 1% ao ano. O consumo de soja vem se acelerando ao ritmo de 5% anuais —-superando até mesmo o do milho, o maior beneficiário do agressivo programa norte-americano de desenvolvimento de biocombustíveis.
         Qualquer pessoa que faça compras no supermercado sabe que a soja é um produto versátil, fonte de tofu e de óleo de cozinha. O agribusiness transformou seus grãos em bens como tinta, carpetes e biodiesel. Mas a imensa popularidade da planta da soja se deve ao seu teor de proteína sem paralelos. Quando moída, cerca de 80% da soja se converte em farelo, e as galinhas, porcos e peixes alimentados com ele engordam rápido.
          "É a única proteína real que tem todos os aminoácidos essenciais para uma ração completa. Essa é a magia da soja", dize Soren Schroder, presidente-executivo da Bunge, maior processadora mundial de sementes oleaginosas. O farelo de soja sustenta os setores de carne nos Estados Unidos, Brasil, Europa e no resto do planeta. Mercados emergentes no Sudeste Asiático e no Oriente Médio devem elevar ainda mais o consumo do produto, dizem executivos. Mas a transição na dieta da China vem sendo o principal propulsor de crescimento. O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos projeta que a China venha a importar 121 milhões de toneladas de soja ao ano, dentro de uma década, mais de 30% acima do total atual.
         Em 1989, quando a primeira filial do Kentucky Fried Chicken em Xangai foi aberta no local de um antigo clube para cavalheiros britânicos no Bund, o distrito comercial da cidade, à beira-rio, o consumidor chinês médio comia 20 quilos de carne ao ano. Depois de quase três décadas de avanço na renda pessoal, o consumo per capita de carne ultrapassou os 50 quilos anuais.
          O KFC agora opera mais de cinco mil lojas na China e abrirá centenas de novas unidades no país este ano. O restaurante do Bund se mudou para um endereço menos fino, mas em uma visita vespertina recente à nova casa não havia um assento vazio, e os fregueses estavam todos ocupados devorando sanduíches e porções de carne de frango. "Tudo vende bem aqui", disse o garçom Wang Shuai.
         Um fator que reforça a tendência é o crescimento da população urbana chinesa, da ordem de 20 milhões de pessoas ao ano, um ritmo superior ao do crescimento médio da China, porque os moradores de cidades tendem a comer mais carne. "Comemos carne todos os dias. É quase um exagero", diz Ahmat Barat, 41, taxista em Urumqi, a capital da região de Xinjiang, no noroeste da China. "Quando eu era menino, não tínhamos geladeira em casa e só comíamos carne uma ou duas vezes por semana".
         Para satisfazer esse apetite, o setor de criação de animais da China emergiu de pequenas operações "caseiras", nas quais porcos eram alimentados com sobras de comida, para se tornar uma operação industrial. Dados do Ministério da Agricultura chinês citados por diplomatas norte-americanos demonstram que as granjas que criam galinhas em larga escala cresceram de dois terços para mais de 90% das unidades do setor na China, e que a criação de porcos em larga escala avançou de 16% do setor em 2005 para um total estimado em 50% em 2015. A Cargill, por exemplo, construiu um centro de criação de frangos de US$ 360 milhões na província de Anhui, capaz de processar 65 milhões de galinhas por ano.
       Companhias criadas para fornecer alimentação a esses animais geraram fortunas para magnatas chineses como Bao Hongxing, presidente-executivo do Twins Group, o maior produtor chinês de ração suína, cujo patrimônio é estimado em US$ 1,8 bilhão. Refletindo a alta nas vendas, o contrato futuro de farelo de soja da bolsa de commodities da cidade de Dalian se tornou o instrumento futuro mais negociado nos mercados mundiais de futuros agrícolas.
         A China pode ser a terra natal da soja, mas as safras do país raramente ultrapassam os 15 milhões de toneladas anuais. O custo de produção da safra doméstica é mais alto que o da soja importada, e por isso a demanda é sustentada primordialmente por uma proibição de uso de soja geneticamente modificada em alimentos de consumo diário.
         A restrição não se aplica à soja usada para ração animal e para a produção de óleo de cozinha, e por isso os insumos usados nessas atividades hoje vêm principalmente de safras estrangeiras com traços alterados por bioengenharia para, por exemplo, promover maior resistência a pesticidas. Os líderes da China abriram as portas à importação de soja embora tenham mantido a política de autossuficiência na produção de cereais de consumo básico.
        Em resposta, as empresas estão construindo uma cadeia de produção internacional cada vez mais elaborada para a soja. A Cargill, em parceria com o grupo chinês New Hope, inaugurou em abril uma usina de moagem de soja de US$ 100 milhões, em um porto perto de Pequim. Do lado oposto do Pacífico, a United Grain recentemente investiu US$ 80 milhões para transportar soja e milho por meio de seu terminal de exportação no rio Colúmbia, no Estado norte-americano de Washington."Enviamos cinco navios por mês transportando exclusivamente soja", e eles "tipicamente vão para a China", diz Brent Roberts, da United Grains, subsidiária da Mitsui, do Japão.
         Mais de 1,5 mil quilômetros ao leste, em Lansford, Dakota do Norte, a cooperativa de grãos CHS SunPrairie, presidida por Moberg, está construindo um ramal ferroviário que permitirá que trens transportem a safra local sem paradas, direto para a costa do Pacífico. "Sei que boa parte da carga é embarcada lá e parte direto para a China", disse Moberg, com os jeans enlameados depois de um dia de trabalho na plantação.
         Os agricultores norte-americanos estão muito cientes da importância do comércio com a China. Depois que Donald Trump foi eleito presidente com uma plataforma protecionista, o "Global Times", um jornal estatal chinês em Pequim, alertou que "as importações de soja e milho dos Estados Unidos serão suspensas" caso o novo governo norte-americano cumpra sua ameaça de impor tarifas punitivas às importações chinesas.
         O relacionamento entre Washington e Pequim se provou mais amistoso do que era esperado, até o momento, e os executivos do setor, dos dois lados do Pacífico, não mostram sinais de alarme. O embaixador de Trump à China é Terry Branstad, antigo governador do Iowa, um Estado agrícola.
         "Não vejo como eles poderiam deixar de comprar nossos produtos", disse Dusty Lodoen, agricultor em Westhope, Dakota do Norte, que visitou a China como parte de uma delegação norte-americana. Os agricultores norte-americanos vêm perdendo mercado para rivais da América do Sul, no entanto. No ano passado, o Brasil supriu mais de metade das importações de soja da China, os Estados Unidos 35% e a Argentina 10%, de acordo com o adido agrícola dos Estados Unidos em Pequim. A Conab, agência brasileira de estatísticas agrícolas, diz que a safra do país este ano foi de vigorosos 114 milhões de toneladas.
         A soja transformou o cerrado em torno de Sorriso, uma cidade no Estado do Mato Grosso cuja população disparou de 17 mil para 83 mil habitantes, em 25 anos. "A soja é o carro-chefe, o motor de Sorriso. Nossos agricultores são verdadeiros heróis nacionais", diz o prefeito Ari Laftin. Sorriso só se estabeleceu como cidade em 1986, cerca de uma década depois que "colonos", em sua maioria descendentes de italianos, transformaram as terras brutas em fazendas como parte de um projeto de colonização da Amazônia. "Não havia ruas asfaltadas, telefones, eletricidade", recorda Rodrigo Pozzobon, o delegado local da Aprosoja, uma cooperativa de plantadores de soja.
         Agora, agricultores fazem jogging no parque, sob um sol escaldante, tocam mensagens de WhatsApp com o ministro da Agricultura brasileiro Blairo Maggi - ele mesmo um bilionário da soja-, dirigem Land Rovers, usam relógios de marca, e desafiam a pior recessão na história do país. De acordo com o IBGE, a renda per capita de Sorriso dobrou, de R$ 27.569 em 2010 para R$ 57.087 no ano passado, e é uma das mais altas do Brasil.
         Na safra de 2017, os 2,23 milhões de toneladas produzidos pelos agricultores de Sorriso fizeram da cidade a maior produtora do Brasil. "Nosso maior mercado é a China", diz Pozzobon. Pedro Dejneka, da consultoria MD Commodities, diz que Sorriso e a cidade vizinha, Sinop, costumavam representar a ponta norte do setor da soja. Agora são a "fronteira sul", ele diz. E a despeito do excedente de grãos em todo o planeta, a área cultivada da soja deve se expandir dramaticamente no Brasil e Argentina, nos próximos 10 anos, o que inclui a ocupação de "terras não cultivadas", de acordo com o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos.
         Isso causa consternação quanto ao cerrado, a área que absorverá a maior parte das novas plantações no Brasil. Embora a Amazônia tenha sido protegida contra mais desmatamento para produção de soja por uma "moratória da soja" assinada pelo setor agrícola e o governo em 2006, o pacto não cobre o cerrado. Ativistas ecológicos vêm pressionando o Brasil para incluir o cerrado na moratória, e também pressionam tradings internacionais como a Bunge e a Cargill para que assumam o compromisso de não comprar soja produzida em terras recentemente convertidas ao uso agrícola.
         Glenn Hurowitz, do grupo ambientalista Mighty, diz que embora gado, papel e óleo de palma sejam forças de desflorestamento, "vemos oportunidade imediata de reduzir dramaticamente o desflorestamento para produção de soja devido à natureza internacional do mercado da soja". A Bunge e a Cargill apoiam a moratória e se comprometeram a eliminar produtos de áreas desflorestadas de suas cadeias de suprimento. As empresas, ONGs e agricultores estão discutindo se a soja deve ou não ser incluída nas restrições. "A definição do que está e não está proibido causa muito debate, como você pode imaginar", disse Schroder, da Bunge.
         Os preços recentes da soja estão bem abaixo dos picos de alguns anos atrás, graças a uma sucessão de boas safras na América do Norte e na América do Sul. Mas isso não reduziu o plantio de novas áreas. "Por anos e anos", disse o agricultor norte-americano Guy Solemsaas, entrevistado durante uma visita a um ocupado comerciante de sementes de Mohall, "a demanda vem sendo simplesmente incrível".
         A Dakota do Norte, um Estado remoto e desprovido de acesso ao mar, é o mais frio da região contígua dos Estados Unidos. Isso historicamente o tornava inapropriado para o plantio da soja, que prospera em condições quentes e de alta umidade. Mas a tecnologia, as forças de mercado e a mudança do clima alteraram esse panorama. Companhias de sementes como a Monsanto criaram variedades que resistem à temporada curta de crescimento da região e aproveitam as longas horas de luz solar durante o verão.
         A ascensão da China como destinatária de soja favorece locais como a Dakota do Norte, relativamente próximo dos portos da costa do Pacífico por meio das ferrovias BNSF e Canadian Pacific. "Estamos a apenas três semanas da China", diz Nancy Johnson, da Associação de Plantadores de Soja da Dakota do Norte. O Estado também se tornou mais chuvoso, apesar da seca deste ano. Isso elevou o rendimento das safras e reabasteceu de água seus atoleiros glaciais, gerando um habitat melhor para os pássaros. Os ataques de pássaros a plantações de girassóis levaram os agricultores a optar pela soja, cujas sementes ficam protegidas por uma casca, como semente oleaginosa de cultivo mais seguro.
         A Dakota do Norte vem passando por aquecimento mais rápido do que o de qualquer outro Estado norte-americano, diz Adnan Akyüz, o climatologista do Estado. "O clima está dando mais oportunidade ao agricultor da Dakota do Norte para sair de sua zona de conforto e começar a plantar safras usualmente plantadas mais ao sul". Executivos locais de agricultura concordam, ainda que divirjam sobre a causa. "A área de geada está recuando mais e mais, agora", diz Jeff Kittell, diretor comercial de um silo da Borger Ag & Energy em Russell. "Não sou grande fã do aquecimento global. Mas é o que temos. E está resultando em maior cultivo de soja". (Fonte: FSP)