Os Estados Unidos podem, pela primeira vez, aceitar sem reações
uma condenação da ONU (Organização das Nações Unidas) ao embargo
comercial contra Cuba. Segundo autoridades de Washington, o
governo do presidente Barack Obama está avaliando abster-se na votação
da Assembleia Geral da entidade em outubro sobre uma resolução que exige a
suspensão do embargo.
Há 23 anos, Havana apresenta anualmente ao organismo
internacional uma resolução contra o bloqueio. A votação
não tem efeitos legais práticos, mas contribui para a percepção da
comunidade internacional de que as medidas norte-americanas para isolar a ilha caribenha são ilegítimas.
A decisão de se abster
ainda não foi tomada, ressaltaram quatro autoridades que falaram à
Associated Press (AP) sob condição de anonimato. O gesto seria inédito,
não havendo registros de membros da ONU que tenham aceitado resoluções
críticas a suas próprias medidas.
Desde que anunciou, em
dezembro, o processo de reaproximação diplomática com Cuba, Obama tem
pedido ao Congresso Nacional que suspenda o embargo econômico e
financeiro imposto contra a ilha em 1961. A abstenção na
votação da ONU aumentaria a pressão sobre o Legislativo, controlado pela
oposição republicana, a qual já se declarou contrária ao fim do
bloqueio ao regime socialista.
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