A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) estimou que a
atual conjuntura econômica e a valorização do dólar devem elevar os
custos das empresas do setor aéreo em 24% nesse ano em relação ao ano
passado. A entidade ressalvou que as receitas, no entanto, devem expandir num ritmo bastante
inferior, de 3,7%.
O presidente da entidade Eduardo Sanovicz afirmou que a disparada
do dólar afeta principalmente os custos com combustível de aviação e
leasing de aeronaves, e o ambiente competitivo do mercado de aviação
impede o repasse desse aumento de custos aos clientes. Ele destacou ainda que a forte queda na demanda por
passageiros corporativos vista neste ano também afeta as empresas,
enquanto a demanda por passageiros de lazer não consegue compensar a
perda.
"O passageiro corporativo caiu pela metade. O de lazer, nesse
mês, já ficou claro que não irá repor mais", revelou o dirigente, nesta
terça-feira, 29. "E a tendência é que nos próximos três meses isso não
aconteça," adiantou.
Segundo Sanovicz, em 2014, o déficit de
caixa das empresas do setor aéreo ficou em R$ 1,9 bilhão e, em função da
variação cambial, esse déficit deve avançar de maneira significativa em
2015 e 2016. A associação previu que as empresas devem fechar o ano com déficit de caixa de R$ 7,3 bilhões, enquanto, em 2016, esse
déficit deve variar entre R$ 11,4 bilhões e R$ 12,1 bilhões, de acordo
com taxa de câmbio. A Abear fez o cálculo considerando a cotação do dólar entre R$
3,88 e R$ 4,44 no ano que vem.
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