sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Governo reduz para 2,5% previsão de crescimento do PIB para 2019

          A equipe econômica reduziu para 2,5% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano. A estimativa consta da proposta de Orçamento Geral da União para 2019, encaminhada hoje (31) ao Congresso Nacional. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que fixa os parâmetros para o Orçamento do ano seguinte, o governo previa crescimento de 3,03% para a economia em 2019.
          Em relação à inflação, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 4,25% para 2019. A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para 2018, que servirá para fixar o salário mínimo em 2019, aumentou para 4,20%. Na LDO, aprovada pelo Congresso em julho, a previsão estava em 3,3%.
          O Orçamento também incorporou a alta recente do dólar e do preço internacional do barril de petróleo. A expectativa para a taxa de câmbio média em 2019 passou de R$ 3,33 para R$ 3,62. As projeções para a cotação média do barril de petróleo saltaram de US$ 60,55 para US$ 74 no próximo ano. As estimativas foram divulgadas pelo Ministério do Planejamento, mas são de autoria da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

Transportadora de cargas que será criada pela ECT e Azul deve começar a funcionar ainda este ano


          O presidente dos Correios, Carlos Roberto Fortner, disse nesta quinta-feira, 30, acreditar que a empresa transportadora de cargas que a estatal planeja criar em parceria com a companhia aérea Azul começará a operar ainda este ano, em caráter experimental. A empresa aérea informa que atende a mais de 100 destinos em todo o país. Já os Correios estão presentes em 5.570 cidades brasileiras.
          “Espero começarmos as primeiras operações ainda em novembro ou dezembro”, estimou Fortner, minimizando os possíveis efeitos do pouco tempo restante até o fim do ano e do encerramento de mandato do atual governo, além do período eleitoral. “Não é por causa do momento da vida política que uma empresa como os Correios tem que esperar. Temos que tocar a vida”, afirmou.
          A expectativa inicial, anunciada em dezembro de 2017, era de que a nova empresa privada de logística começasse a funcionar durante o primeiro semestre deste ano. Conforme anunciado em dezembro, a Azul terá participação de 50,1% e os Correios de 49,99%. A previsão é de que a empresa comece com um movimento de cerca de 100 mil toneladas de cargas por ano.
          “Será uma empresa nova, uma joint venture [uma parceria entre duas empresas], resultante da parceria entre Azul e Correios. Em mais ou menos um mês e meio deveremos ter uma deliberação do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] e poderemos assinar os contratos e começar os primeiros testes operacionais, com o aumento gradual da transferência de nossas cargas para a nova empresa”, acrescentou Fortner.
          A assessoria do Cade informou que não é possível prever quando a análise do ato de concentração, protocolado pelas empresas no último dia 8, será concluída. Legalmente, o Cade tem até 240 dias para se manifestar, prazo que pode ser prorrogado por mais 90 dias.
          Nos casos em que a Superintendência-Geral do conselho não constata risco à concorrência, o negócio pode ser aprovado sem ser submetido aos conselheiros – reduzindo o tempo médio da análise para cerca de 30 dias. Se concluir que há risco concorrencial, a superintendência encaminha ao tribunal uma sugestão de medidas a serem adotadas pelos interessados em viabilizar o acordo ou com recomendação para que os conselheiros reprovem o projeto.
          A Azul não quis se pronunciar sobre as declarações do presidente dos Correios. Em comunicado divulgado em dezembro de 2017, a companhia aérea afirmou que o início das atividades da empresa, após aprovação pelos órgãos competentes, resultará em economia de custos, maior eficiência operacional e ganho de receitas para as duas companhias, proporcionando melhorias na oferta de serviços prestados aos consumidores.
          Segundo Fortner, os serviços serão executados por funcionários da nova empresa, que poderá, inclusive, recontratar empregados que queiram se desligar dos Correios para passar a trabalhar na nova companhia. “Isto, no entanto, é algo que ainda vamos estruturar melhor após a [eventual] aprovação do Cade e a conclusão dos trâmites burocráticos necessários à estruturação societária”, explicou.

Grupo paraguaio Fénix denncia discriminação na licitação para operar o terminal fluvial de Posadas


           Os empresários paraguaios Ramón Alamo e Rubén Almirón, do Grupo Fénix, foram ao Palácio do Governo da Província de Missiones denunciar terem sido discriminados e exigiram que os motivos para que a licitação para operar o Porto de Posadas tenha sido declarada nula seja explicada. Eles alegaram que cumpriram todos os requisitos, por isso não entendem a decisão.
          “Nosso entendimento é de que interesses relacionados ao transporte terrestre provincial acabaram prevalecendo aos critérios legais. Provavelmente optaram por implantar um terminal apenas de cabotagem e não o que efetivamente deveria ser, como constava no edital”, afirmaram os empresários.
            Os dirigentes do Grupo Fénix questionaram a falta de conhecimento da atividade portuária pelos examinadores. “Temos que ter um interlocutor técnico que conheça o funcionamento de um porto. O governo provincial não conta com profissionais técnicos para isso. O que vimos foi uma pressão pública para ter um porto, porém interesses econômicos diversos prevaleceram”, criticaram.
          Segundo os empresários, a resposta por escrito que receberam do governo de Misiones, informando que foram desqualificados e que a licitação foi suspensa não tem fundamentos técnicos. “Não aceitamos a falta de esclarecimentos, porque não houve de fato exame técnico da nossa proposta, por isso queremos mostrar como as coisas aconteceram para a opinião pública”, destacaram. Advertiram, ainda, a gravidade da situação, inclusive porque envolve relações bilaterais entre dois países.
            Para comprovar sua idoneidade e domínio sobre o segmento, os dois executivos mostraram que o Grupo Fénix tem um porto próprio em Asunção e opera terminais em Rosário, Zárate, Buenos Aires, Montevidéu, Formosa e Corrientes. “Nossa experiência é amplamente comprovada, então queremos que a decisão seja adequadamente explicada pelo Governo de Missiones”, sustentaram Alámo e Almirón.
            “Quando foi lançado o edital, o Ente Provincial Portuário, por meio do ministro de Indústria, Luís Lichowski, já havia nos avisado de maneira ambígua, sem profunda fundamentação sobre como seria o projeto e a escolha do vencedor”, acusaram os paraguaios. Eles explicaram que mesmo assim decidiram participar “de boa fé”.
           Procurado, o ministro Lichowski garantiu a lisura do processo e que não houve nenhum tipo de pressão. “Desconheço qualquer referência, ou pedido, relativo a licitação por parte de algum grupo econômico. Me sinto tranqüilo e asseguro que trabalho com absoluta liberdade”, disse.
          “No dia em que se tomou a decisão de anular a licitação, isto foi feito com toda a comissão técnica, não foi de modo açodado”, pontuou o ministro. “Examinamos amplamente o tema, travamos diálogo com as partes interessadas durante um mês, fizemos consultas e houve participação de vários segmentos, medidas que garantem a lisura da decisão”, observou. “Tudo feito para que o Porto de Posadas venha a ser operado da melhor maneira possível”, acrescentou.

Porto de Roterdã é autorizado a fazer sociedade com o complexo do Pecém


          O Porto de Roterdã (foto), o principal da Europa, validou o modelo de participação societária que deverá empregar no Cipp SA (nova nomenclatura do Porto do Pecém). Agora, depois de reuniões e tratativas pelo Governo do Ceará, ficou definido que o governador Camilo Santana assinará o contrato permitindo a parceria. A confirmação foi do secretário Cesar Ribeiro (Desenvolvimento Econômico) e do Cipp SA, que estima a assinatura do contrato de sociedade até novembro deste ano.
          "Acho que esta parceria vai gerar um resultado extraordinário para o Estado, dentro da captação de novas indústrias, mais movimentação para o Porto do Pecém. A liderança do nosso governador foi fundamental para esse acerto", declarou Ribeiro, destacando a complexidade do projeto e a importância para a economia local, "assim como a captação do hub do Grupo Air France/KLM e os projetos da Angola Cables para o Ceará".
          Na mesma nota que o Cipp SA confirma que "o Porto de Roterdã recebeu autorização do conselho de acionistas para dar seguimento ao negócio", a empresa pondera: "acontecerão ainda outras reuniões e tratativas, e o negócio deve ser concluído até novembro deste ano".
          A validação para a participação societária no terminal cearense foi feita por Roterdã na quarta-feira (29) e dá prerrogativa à empresa holandesa para da exploração do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), incluindo ainda a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. "Tudo isso deixa a gente muito feliz, principalmente pelo espírito de liderança do governador no projeto. Este é um momento único para o Ceará, favorável para receber um parceiro dessa envergadura", destaca Cesar Ribeiro.
          O interesse do Ceará por Roterdã se deu, principalmente, pelas características semelhantes entre os dois terminais e, principalmente, pela expertise dos holandeses em um hub port. Roterdã, atualmente, é o maior terminal da Europa e é responsável por distribuir a maior parte das cargas internacionais que têm países europeus como destino.
          Mesmo evocando o contrato de confidencialidade como justificativa para não revelar os valores que envolvem a operação, o secretário de Desenvolvimento Econômico afirmou que o modelo de sociedade foi satisfatório para o Ceará. "Ainda não assinamos (o contrato), o que nos impede de passar qualquer informação. Agora, iremos avançar nas tratativas internas e nos próximos passos", afirmou Ribeiro.
          Sobre os valores, informações circularam na internet citando a cifra de R$ 250 milhões, dos quais R$ 80 milhões iriam para o Estado e R$ 170 milhões seriam empregados no próprio Cipp SA. No entanto, Ribeiro e o terminal cearense desqualificaram a informação, afirmando veementemente que a cifra não condiz com o valor verdadeiro acertado entre o Ceará e o porto holandês.

TCP recebe mega navio com capacidade para movimentar 11 mil teus


          A TCP – empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, recebeu na última semana o navio HMM Promise, da Hyundai Merchant Marine. Essa é a primeira viagem do navio que tem aproximadamente 330 metros de comprimento e 48,32 de largura, e capacidade para transportar 11 mil teus de carga.
          O navio, que faz a costa leste da América do Sul, iniciou a sua viagem na Coreia do Sul e seguiu em destino a Buenos Aires. “Esse é o primeiro navio porta-contêineres de uso comercial com capacidade para mais de 11 mil teus e equipado com sistema de depuração. Isso significa que é um navio menos poluente, uma vez que emite menos enxofre, seguindo a tendência mundial de preservação ambiental”, explica Mauricio Toti, gerente Comercial da TCP.
          O executivo lembra que, por se tratar de um navio de grandes dimensões, a capacidade da TCP foi determinante para que o navio atracasse em Paranaguá. “A tendência é que o Brasil receba navios cada vez maiores e escolham portos que tenham infraestrutura física e operacional para operá-los. A TCP está pronta para seguir essa tendência”, avalia.
          Hoje, o cais da TCP conta com 879 metros e passará por um processo de ampliação e modernização, ganhando mais 220 metros de berços, totalizando 1.099 metros de extensão. O projeto de expansão,  previsto na renovação antecipada do contrato de arrendamento por mais 25 anos a partir de 2023, prevê a construção de dolfins exclusivos para a atracação de navios que fazem o transporte de veículos; e a ampliação da retroárea do terminal, que hoje conta com 320 mil m2 e que será ampliada para cerca de 477 mil m2.

Rebocador "Aliança Tramontano" é batizado no Porto de Itajaí


          O vento Tramontano, muito frio e seco, clássico na bacia do Mar Mediterrâneo e que sopra do lado dos montes (Alpes e Alpeninos), inspriou o nome do sexto rebocador da Aliança Navegação e Logística, o "Aliança Tramontano", batizado nesta quinta-feira (30) no Estaleiro Detroit Brasil, em Itajaí (SC). A palavra tramontana. italiana, também usada com o significado de Norte ou de estrela Polar.
          O "Aliança Tramontano" é um rebocador de última geração e conta com 32 metros de comprimento e capacidade de tração estática de 70 toneladas "bollard pull". Assim como os dois últimos — "Aliança Levante" e "Aliança Mistral" —, o novo rebocador possui um nível superior de automação (classe ‘Automatic Bridge Centralized Control Unmanned’), permitindo que os controles do sistema de propulsão sejam inteiramente comandados e monitorados pelo passadiço. A expectativa é o que a última embarcação da série, "Aliança Bora", seja batizada até o final do ano.
          De acordo com José Roberto Salgado, diretor executivo da Aliança e da Hamburg Süd, a nova série conta com alta tecnologia embarcada e, por isso, garante ainda mais segurança e versatilidade. “Nossa proposta é atuar em vários portos brasileiros para oferecer apoio às atracações de navios de diversos armadores, entre eles Maersk, Hamburg Süd e Aliança”, afirma Salgado, que participou, hoje, da solenidade em Itajaí.
          Para batizar o "Aliança Tramontano", a companhia escolheu como madrinha a gerente de Customer Service da Aliança, Ana Garcia, que está na companhia há 26 anos. Ela começou como secretária e foi assumindo novas responsabilidades, tendo atuado na área de Procurement Management e como coordenadora de Vendas e de Customer Service.