quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Prefeito de Canoas afirma que "existe o risco real de impeachment de Dilma, embora o PT ache que não"

        O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT/RS), foi o convidado do encontro nesta quarta-feira (23) do Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, no Hotel Everest, em Porto Alegre, que tem esse blogueiro como um de seus sócios-fundadores. Respondeu a perguntas de cerca de 20 jornalistas por cerca de 2 horas, emitindo opiniões fortes. Afirmou que "ou o PT muda, ou acaba como utopia".
        Formado em Jornalismo, disse que "o grande erro de Lula (antecessor de Dilma na presidência da República) foi não ter feito a reforma política quando tinha tudo para fazer". Ao comentar a prisão do presidente do partido, João Vaccari Neto, destacou que não o aplaudiu no congresso do PT, em junho. "Parecia um bando de avestruzes, com a cabeça enfiada na areia, deslocados da realidade", criticou, referindo-se à conduta dos militantes naquele encontro.
         "Aqui na Assembleia Legislativa, no caso da discussão do pacote do governador (José Ivo) Sartori, o PT agiu como se fosse o PSOL. Nós, que governamos o Estado por 8 anos, deveríamos ser propositivos, apresentar alternativas, e não, simplesmente, sermos contra, agirmos como se um genérico do PSOL", acusou. Ao examinar a situação do país, enumerou, entre outras questões, que "vivemos a maior crise de segurança pública da historia do Brasil."
          "A sociedade brasileira é permissiva, temos que mudar a política, mas também a sociedade", observou Jorge. O prefeito da terceira maior cidade gaúcha bateu forte no chefe da Casa Civil do governo Dilma. "O (Aloísio) Mercadante é um autista político, criou um mundo próprio e vê a realidade sob uma ótica pessoal, Uma parte do PT age igual, achando que a crise é só uma marolinha", denunciou.
          "A Dilma não está escutando o Lula. Ele seria mais afeito à ideia de um governo de coalização", avaliou. Sobre sua eventual candidatura ao governo do Estado, ponderou: "daqui a 4 anos, não sei nem se o PT continuará existindo, no sentido de produzir impacto na sociedade".
         Jorge revelou ter tido duas grandes decepções com o partido. "A primeira foi o congresso do PT, quando se aplaudiu o Vaccari e a segunda no processo de aumento do ICMs proposto pelo governdor Sartori. O PT deveria ser propositivo e não apenas ser contra por ser contra".
        O prefeito ressaltou que o país perdeu uma grande oportunidade de modernizar o estado brasileiro. "O Brasil era a bola da vez, se o governo tivesse pensado de forma estratégica no futuro." Advertiu que "a crise é grave. A presidenta e sua equipe acham que é uma crise meramente econômica. Não, ela é também institucional, política e ética."
         "Acho que a presidenta não renuncia. Mas, ela tem que reagir urgentemente. Uma saída seria chamar as oposições e propor um governo de coalização nacional, uma espécie de parlamentarismo de fato. Existe o risco real de impeachment, embora o PT ache que não", afirmou Jorge.
            

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