sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Codesp fecha novembro com lucro de quase R$ 21 milhões

         A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos) fechou o mês passado com um lucro de R$ 20,855 milhões, segundo balancete patrimonial divulgado nesta semana.
         O levantamento considerou o total faturado e o despendido desde o início do ano até o mês em questão.
         É a segunda vez neste exercício que a empresa registrou um superávit em sua contabilidade mensal – a primeira foi com as contas de outubro. Conforme o balancete, a receita líquida somou R$ 780,885 milhões e a operacional, R$ 47,814 milhões.

Crise financeira e privatizações marcam setor de infraestrutura em 2017

         Em meio à queda de investimentos em razão da crise econômica, o ano de 2017 no setor de infraestrtura foi marcado pelo anúncio de um amplo programa de privatizações e de busca da revisão do marco legal de diversos setores, entre eles o de energia, aeroportuário, petróleo e mineração.
         Com o ajuste fiscal, diversos sofreram cortes de investimentos como: Minha Casa, Minha Vida, que perdeu 71% (R$ 3,7 bilhões) do orçamento previsto para o ano (R$ 5,2 bilhões); os investimentos para a conservação de estradas tiveram um corte de 50%, ficando em R$ 10,9 bilhões; e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que perdeu R$ 13 bilhões em relação ao orçamento previsto para o ano de R$ 36 bilhões, o que representa queda de 36%.
         Na área de telecomunicações, o ano foi marcado pela disputa em torno da recuperação judicial da Oi. Também houve a tentativa do governo de leiloar parte do satélite geoestacionário de defesa e comunicação, lançado em maio, e pelo anúncio de mudanças nas regras da banda larga de internet.
         No que diz respeito à geração de energia, o ano foi de aperto, com baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Por isso, ao longo do ano, houve sucessivos aumentos na tarifa de energia elétrica. Por outro lado, a escassez dos reservatórios abriu margem para o aumento da participação da energia solar e, especialmente, a eólica na geração de eletricidade no país.
         Privatizações
         Em agosto, o governo anunciou um pacote de privatizações com o objetivo de melhorar o caixa da União e estimular a economia. No total, foram anunciadas a privatização de 57 projetos de venda de empresas e parcerias público privada.
         O governo decidiu colocar à disposição da iniciativa privada a administração de 14 aeroportos, 11 lotes de linhas de transmissão, 15 terminais portuários, além de parte da Eletrobras. A expectativa de arrecadação, a partir de 2017, é de cerca de R$ 44 bilhões ao longo dos anos de vigência dos contratos.
         Telecomunicações
Brasília - Primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas é lançado ao espaço (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Brasília - Primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas foi lançado em maio Marcello Casal Jr/Agência Brasil
         O ano começou com a devolução ao Senado Federal do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 79/2016 que dispõe sobre o marco regulatório do setor de telecomunicações. A principal mudança foi no regime de concessão, onde as operadoras têm a obrigação de cumprir determinados compromissos, especialmente em telefonia fixa. Pelo regime de autorização, não existe essa contrapartida.
         O projeto, aprovado no final do ano passado, foi criticado por organizações da sociedade civil por, segundo elas, colocar em risco a infraestrutura estratégica e tornar os serviços ainda mais caros, sem previsão quanto à melhoria da qualidade.
         O texto, aprovado em comissões do Senado e sem passar pelo plenário, chegou a ser remetido para a sanção presidencial. Mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou em outubro, em caráter definitivo, o retorno do texto ao Senado para que seja votado no plenário da Casa.
         Em maio, o Brasil colocou em órbita o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), projetado para aumentar a oferta de internet banda larga no Brasil, especialmente em áreas remotas, e também para uso da comunicação estratégica das Forças Armadas.
         Desde antes do lançamento, o governo havia manifestado a intenção de privatizar parte da banda do satélite a cargo da Telebras. No entanto, após sucessivos adiamentos, o leilão que ocorreu em novembro terminou sem nenhum interessado.
         Com isso, o governo teve que retomar a responsabilidade da Telebras de levar banda larga às escolas, postos de saúde, hospitais e postos de fronteira, especialmente na região amazônica e em outras regiões de baixa densidade demográfica, prevista no Plano Nacional de Banda Larga. A previsão é de que os trabalhos tenham início no primeiro semestre de 2018.
         Outro ponto que mobilizou o setor de telecomunicação foi o processo de recuperação judicial da Oi. Iniciado em junho de 2016, a disputa em torno dos rumos da maior opradora de telefonia do país terminou na segunda quinzena de dezembro, quando a assembleia de credores aprovou o plano de recuperação judicial da empresa.
         Com dívidas acumuladas de mais de R$ 64 bilhões junto a 55 mil credores entre pessoas físicas e jurídicas, a Oi conseguiu costurar um acordo trocando boa parte das dívidas com seus credores por participação no capital da companhia, além de garantir um aporte de R$ 4 bilhões em seu capital.
         Durante esse período, a Oi travou uma intensa disputa judicial com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em torno de uma dívida de cerca de R$ 14 bilhões em multas e créditos tributários.
         A Anatel lutou na Justiça para que o montante fosse retirado da dívida da empresa. Para resolver o impasse com as multas da Anatel, o governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), chegou a considerar uma medida provisória que permitisse o parcelamentos dos créditos. Mas a iniciativa foi descartada.
         Diante do resultado da assembleia, a Anatel, que votou contra o plano de recuperação, disse que recorrerá judicialmente assim que sair a homologação da proposta pela Justiça e continuará cobrando juros das multas em atraso.
Aeroportos
Aeroporto Internacional de Salvador
Bahia - A concessão do Aeroporto Internacional de Salvador foi leiloada no primeiro semestre do ano Imagem de divulgação/Infraero
         No caso do setor aeroviário, o ano teve avanço em relação à forte retração sofrida em 2016. Em 2017, a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) estima que serão transportados 201,3 milhões de passageiros, o que representa aumento substantivo se comparado ao total de passageiros que passaram pelos aeroportos brasileiros em 2016, que foi de 109,6 milhões.
         No primeiro semestre, para garantir investimentos ao setor, o governo decidiu entregar à iniciativa privada os aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Os aeroportos foram leiloados por R$ 3,72 bilhões em todo o período da concessão, cerca de 23% acima do valor esperado pelo governo, de R$ 3,014 bilhões.
         Ainda assim, houve a devolução da concessão do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), em um movimento similar ao que ocorreu com a concessão da BR-040. Em julho, a Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), que administra o aeroporto, devolveu a concessão por conta das dificuldades financeiras e da frustração da demanda do fluxo de passageiros e de cargas. Com isso, a expectativa é de que o governo realize nova licitação de Viracopos.
         Mesmo com esse quadro, o final do ano trouxe algum alívio para os cofres do governo, uma vez que os valores arrecadados com as concessões dos aeroportos e a reprogramação do pagamento das outorgas assumidas pelas concessões dos aeroportos de Brasília, Rio de Janeiro (Galeão), Guarulhos e Natal (São Gonçalo do Amarante) geraram um bom aporte de recursos. A reprogramação de valores atrasados devidos arrecadou R$ 4,4 bilhões relativos a dívidas de outorgas passadas e adiantamento de pagamentos futuros.
         Outro ponto que mobilizou o debate no setor é a proposta para permitir a abertura de 100% do capital das companhias aéreas brasileiras ao investimento estrangeiro. Pela legislação atual, estrangeiros só podem ter até 20% de uma empresa aérea.
         Desde 2016, o governo sinalizava o apoio à proposta - um projeto de lei chegou a ser apresentado ao Congresso Nacional, mas diante da falta de consenso, o governo recuou.
Brasília - Fiscais do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) realizam fiscalização sobre cobrança de bagagens pelas companhias aéreas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - Fiscais do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) realizam fiscalização sobre cobrança de bagagens pelas companhias aéreas Marcelo Camargo/Agência Brasil

         Prevista para entrar em vigor em março, a resolução da Anac que autorizou a cobrança pelo despacho de bagagem extra foi suspensa por uma liminar. A decisão foi cassada em abril. Com o fim da franquia de bagagem prevista antes da resolução, de 23 quilos por passageiro em voos nacionais, as companhias passaram a cobrar, desde junho, pelo despacho de bagagem extra.
         A medida causou polêmica. As empresas e a Anac defenderam a mudança sob o argumento de que ela possibilitaria diminuir o preço das passagens para o consumidor. Entidades de defesa do consumidor se posicionaram contra a iniciativa.
         Em setembro, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou dados de uma pesquisa que sinalizariam uma queda entre 7% e 30% no preço da tarifa.
         Os números foram questionados e, em outubro, o Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) determinou a abertura de processo administrativo contra a Abear.
         A decisão se baseou em investigação preliminar, no início do mês pelo departamento, que concluiu haver “indícios de infração”. O processo pode resultar, caso a condenação ocorra, em multa de até R$ 9,5 milhões.
         Rodovias
Brasília - O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Exército realizam pesquisa sobre as condições de tráfego nas rodovias brasileiras (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Brasília - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Exército realizam pesquisa sobre as condições de tráfego nas rodovias brasileirasMarcello Casal Jr/Agência Brasil
         No que diz respeito ao setor rodoviário, a avaliação é de que 2017 foi um ano de “otimismo cauteloso”, apesar da “baixa confiança na gestão econômica do país”. O ano também foi marcado pela ameaça de devolução de concessões de rodovias e baixo investimento na malha viária.
         As concessionárias se queixavam de queda na arrecadação dos pedágios em razão da diminuição do tráfego de veículos e ameaçaram devolver as rodovias.
         Em razão da não realização de obras previstas, em agosto, o governo decretou a caducidade do contrato da Galvão Engenharia na BR-153, que corta Goiás e Tocantins, e tomou de volta, pela primeira vez na história, uma concessão.
         Para injetar ânimo no setor, logo após o anúncio da Invepar, controladora da Concessionária BR-040 S.A. (Via 040), de que devolveria ao governo a concessão de um trecho de 936 quilômetros da rodovia BR-040 entre Brasília e Juiz de Fora (MG), o governo editou medida provisória que ampliou o prazo mínimo para os investimentos obrigatórios nas rodovias (duplicação) de cinco para até 14 anos, entre outras mudanças.
         A medida serviu para beneficiar pelo menos, as concessões da BR-262, que previa a duplicação no trecho entre Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, e Uberaba, no Triângulo Mineiro. A expectativa de que também serão beneficiados os contratos da ECO 101, trecho da BR-101 que corta o Espírito Santo e a Bahia; MGO, que corta a BR-050 entre Minas Gerais e Goiás; dois trechos da BR-163, o MS Via, que corta o Mato Grosso do Sul, e o Rota Oeste, em Mato Grosso; o Concebra, que abrange as BRs 060, 153 e 162 e corta Minas, Goiás e o Distrito Federal.
         Já o no que diz respeito ao transporte de cargas, um levantamento com empresas do setor mostrou que o desempenho em 2017 foi pior do que o esperado, segundo 31,9% das empresas. Além disso, 19,7% dessas transportadoras apresentaram queda de receita em 2017. Mesmo assim, o ano terminou com uma discreta retomada nas atividades. A constatação vem do aumento na produção de veículos de transporte.
         Energia
Brasília - O consumo de energia elétrica fechou os primeiros três meses do ano com queda acumulada de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - Em outubro, as tarifas de energia chegaram ao patamar mais elevado, com aplicação da bandeira vermelha patamar 2Marcelo Camargo/Agência Brasil
         O ano de 2017 manteve o mesmo quadro dos últimos quatro anos no que diz respeito à geração de energia por meio de hidrelétricas: poucas chuvas, diminuição do volume dos reservatórios e consequente aumento no preço de tarifas.
         Na média, as tarifas devem fechar o ano com alta de 14%. Em razão da baixa nos reservatórios, o governo subiu gradualmente o valor da tarifa, chegando ao maior patamar em outubro, quando foi aplicada a bandeira tarifária de cor vermelha patamar 2, que implica a cobrança de taxa extra nas contas de luz de R$ 5 a cada 100 kWh consumidos, após reajuste anunciado em novembro.
         Em dezembro, em razão do início do período chuvoso e de melhora no nível dos reservatórios, foi aplicada a bandeira vermelha, mas no patamar 1, com custo um pouco menor, de R$ 3,00 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. A expectativa é de que em janeiro seja aplicada a tarifa amarela, com custo ainda menor.
         Apesar da situação, o Operador Nacional do Sistema (ONS) afirma que a perspectiva de que 2018 será melhor do que o ano de 2017 em termos de oferta de energia. Segundo o ONS, não há risco de desabastecimento.
         De acordo com o ONS, a expectativa é que este ano o nível dos reservatórios do Sudeste, responsáveis por 80% da produção hidrelétrica nacional fiquem num patamar de 22% da capacidade. No próximo ano, devem atingir a marca de 51% de utilização.
         Entre as razões para o incremento na produção de energia estão o aumento da produção na usina hidrelétrica de Belo Monte, além das usinas eólicas e solar. Em franca expansão, o setor de energia eólica foi um dos que mais se desenvolveu, chegando a ser responsável por mais de 60% da energia que abasteceu a demanda média da Região Nordeste em 2017.
         Já no caso da usinas fotovoltaicas a expectativa do segmento também é promissora. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), nos próximos 15 anos, a matriz fotovoltaica deve atingir 30 GW, superando em três vezes a produção de Itaipu.
         O governo comemorou ainda os resultados obtidos com os leilões de energia e o pagamento de R$ 12,1 bilhões dos leilões para renovar a concessão de quatro usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
         O anúncio da privatização da Eletrobras, dentro do megapacote apresentado pelo governo em julho, também gerou forte expectativa no setor. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o valor patrimonial da Eletrobras é de R$ 46,2 bilhões e o total de ativos da empresa soma R$ 170,5 bilhões.
         O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, chegou a estimar que o projeto seria enviado ao Congresso até o dia 22 de dezembro, quando começa oficialmente o recesso parlamentar, mas a medida ficará para o próximo ano.
         Óleo e gás
Brasília - Postos de combustíveis ajustam os preços e repassam para o consumidor o aumento da alíquota do PIS e Cofins pelo litro da gasolina(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - O preço da gasolina passou dos R$ 4 e o do botijão de gás superou os R$ 80 Marcelo Camargo/Agência Brasil
         No segmento de óleo é gás, o consumidor sofreu com os sucessivos ajustes no preços dos combustíveis e do gás de cozinha. A gasolina chegou a custar mais de R$ 4 nas bombas dos postos e o gás ultrapassou os R$ 80.
         Por outro lado o governo comemorou os resultados dos leilões de petróleo, quando arrecadou mais de R$ 16 bilhões em bônus de outorga – o direito pago pelas empresas para explorar campos de petróleo e gás no Brasil. Desse montante, R$ 6,15 bilhões vieram do pré-sal.
         Ainda o setor, em novembro, o Congresso aprovou a medida provisória que prevê novas regras tributárias para o setor de petróleo, como a suspensão do pagamento de alguns tributos, entre eles o Imposto de Importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS-Pasep Importação e o Cofins Importação.
         De acordo com o governo, o objetivo é estimular a participação de companhias em licitações de blocos. A proposta beneficia empresas que atuam na exploração e produção de petróleo no país. O governo editou ainda uma medida um decreto prorrogando o Repetro por 20 anos, de 2020 para 2040.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ministro da Defesa garante que governo descarta divisão da Embraer para venda à Boeing

         O ministro da Defesa, Raul Jungmann, voltou a dizer que o governo brasileiro não se opõe a uma eventual parceria comercial entre a Embraer e qualquer outra fabricante de aeronaves internacional, mas que a manutenção do controle acionário da empresa brasileira é uma questão de preservação da soberania nacional.
         Além disso, a hipótese de a empresa ser dividida entre produção de aviões comerciais e militares, a fim de permitir a venda de uma parte dela que não inclua os projetos de defesa, também está fora de cogitação do governo, segundo afirmou.
KC-390 - Embraer
A Embraer investe na construção de aviões militares, como o cargueiro KC-390 Divulgacao Embraer - Todos Direitos Rerservados
         “Há um núcleo da empresa, o de defesa, que é inalienável, porque aí tem soberania nacional, projeto nacional autônomo. Esta é a nossa preocupação, a do presidente Temer, do Ministério da Defesa e da FAB [Força Aérea Brasileira]. Fora esse aspecto, não nos diz respeito. Se é fusão, participação, articulação, é um problema do conselho de administração da Embraer”, comentou Jungmann.
         O ministro lembrou que a empresa desenvolve inúmeros projetos de interesse estratégico para o país, como o sistema de controle espacial brasileiro; a arquitetura do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o reator multipropósito que será usado no projeto do submarino nuclear brasileiro.
        “A Embraer é o coração de um cluster [uma zona que concentra empresas integradas entre si] de tecnologia, inovação e conhecimento. Nenhum país do mundo abre mão do controle de uma empresa como esta”, declarou o ministro.
        Desde que a Embraer foi privatizada, em 1994, o governo brasileiro detém uma ação, a chamada golden share, que lhe concede poder de vetar várias decisões, como uma eventual proposta de venda ou fusão da companhia; a interrupção de projetos militares; e a exportação de tecnologia sem a anuência do governo.
        O ministro disse que, mantido o controle acionário nacional, não é contrário à fusão da fabricante nacional com outra internacional, já que isso estaria em consonância com o processo de concentração verificado no mercado mundial.
        Jungmann revelou que o governo já solicitou ao seu representante no conselho de administração da Embraer que solicite informações sobre as eventuais conversas entre representantes da empresa e da norte-americana Boeing. A razão, segundo o ministro, é que o estatuto da companhia estabelece que qualquer negociação que atinja os direitos do governo brasileiro deve ser previamente comunicada ao Ministério da Defesa – o que, segundo o ministro, não ocorreu.
        “Não estou afirmando que isso ocorreu [negociação], mas se aconteceu qualquer avanço de sinal, vamos querer esclarecimentos”, acrescentou Jungmann. No último dia 22, o presidente Michel Temer já tinha se posicionado contrariamente à possibilidade de a Embraer ser vendida à Boeing.         
        “Toda parceria é bem-vinda. O que não está em cogitação é a transferência do controle”, disse Temer na ocasião. Na véspera, as duas empresas haviam informado, por meio de um comunicado conjunto publicado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que estão negociando uma “potencial combinação” comercial cujas bases ainda não estavam definidas e cuja evolução não está garantida. “Não há garantias de que estas discussões resultarão em uma transação”, informava o texto.

Mais de dez mil carros aguardam redução tarifária para serem embarcados no terminal argentino de Zárate

         As montadoras de carros aguardam a reforma tributária argentina que incluíra mudanças nos impostos internos sobre os veículos novos de maior preço. A expectativa é de uma baixa de preços em torno de 7%. 
         No Porto de Zárate, próximo a Buenos Aires, cerca de dez mil veículos estão parados a espera da alteração tributária. Só a Volkswagen, líder do mercado local, com 16% de participação, tem 1.600 caros nesta situação, segundo a Noticiasyprotagonistas.com
ciasyprotagonistas.com.
          A nacionalização de veículos automotores está paralisada devido aos custos de impostos que ficarão menores com a entrada em vigor da nova norma. As companhias esperam pela definição antes de embarcar as unidades que se encontram no terminal para as concessionárias.
.       Para as empresas, manter os carros nos depósitos portuários há um custo adicional importante. Grande parte do estoque de veículos encontram-se há várias semanas, praticamente desde o anúncio do governo sobre as novas tarifas, esperando pela baixa na tributação em Zárate, o principal terminal movimentador de carros do país.
        A isto, soma-se o fato de que esta época do ano é de grande fluxo de ingresso de carros porque normalmente ocorre um aumento na demanda por causa da alta no preço do dólar. A expectativa era de que o decreto saísse dias atrás, mas o anúncio acabou sendo adiado para essa semana, quando, então, os carros parados nos depósitos receberão luz verde para serem vendidos.

Equipe dos EUA vai atuar no resgate de contêineres caídos do navio Log-In Pantanal

         A equipe responsável pela remoção dos contêineres que caíram do navio Log-In Pantanal, em agosto, ganhará reforços. Novos equipamentos e técnicos norte-americanos foram contratados e chegarão ao Brasil na segunda semana de janeiro. Esta é a previsão da Log-In, a armadora responsável pelas caixas metálicas.
         A informação é da agente ambiental federal do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Ana Angélica Alabarce, que acompanha os trabalhos de remoção dos contêineres na região. Segundo ela, nove caixas metálicas foram removidas do fundo do mar, enquanto outras dez já foram mapeadas.
         “Nove contêineres saíram e dez estão certos de serem retirados assim que chegar esse novo equipamento. As buscas continuam e os mergulhadores têm avançado nos trabalhos”, destacou a representante da Autoridade Ambiental.
         Dos 46 contêineres que caíram no mar, oito acabaram boiando – e desses, quatro foram removidos pela empresa. As outras quatro caixas metálicas foram saqueadas. Em seguida, a Log-In iniciou o rastreamento do leito marítimo da região, com o objetivo de identificar onde os demais 38 contentores caíram no mar. Com o resgate de nove, ainda faltam 29.
         Esta é a segunda vez que a Log-In muda de estratégia e decide reforçar os trabalhos. Em outubro, a armadora contratou especialistas internacionais e ampliou o número de técnicos destacados para o serviço. Entre eles, estava um norte-americano que atuou no resgate do navio de passageiros Costa Concordia, que naufragou na Itália em 2012.
         Segundo a agente do Ibama, as empresas especializadas que vão começar a trabalhar pediram R$ 50 milhões pelo serviço. O valor leva em conta o deslocamento dos técnicos e a os novos equipamentos que serão utilizados.
         Ana Angélica disse que a ideia é mudar a estratégia da operação. Os contêineres estavam sendo removidos com cabos de aço que, constantemente, se rompiam durante os trabalhos. Para isso, já foi iniciado o deslocamento de um equipamento que conta com garras que farão a retiradas das caixas metálicas.
         A agente explicou que o Ibama recebe relatórios semanais sobre os trabalhos de remoção dos contêineres. Além disso, ela faz contatos telefônicos diários com os técnicos responsáveis pelo serviço.
         “Tivemos uma reunião na semana passada quando eu os adverti para que eles (os responsáveis pela Log-In) não se esqueçam que, no dia 27 de janeiro, terminará o prazo para nós lavrarmos o auto de infração. Aí, não tem como escapar”, destacou Ana Angélica.
         A armadora poderá ser multada pelos danos ambientais causados com a queda dos contêineres no mar. Mais de quatro meses após o acidente, as caixas metálicas que foram retiradas do fundo do mar já estavam sendo tomadas por animais marinhos.
         Em 11 de agosto, após realizar suas operações no terminal Embraport, na Área Continental de Santos, o navio conteineiro Log-In Pantanal aguardava na Barra para retornar ao complexo, a fim de carregar cargas na Brasil Terminal Portuário (BTP), na região da Alemoa. Enquanto esperava para atracar, enfrentou uma forte ressaca e 46 contêineres que estavam no convés caíram no mar, na costa da Ilha de Santo Amaro (Guarujá).
         As cargas dos contêineres se espalharam por um raio de 500 quilômetros, atingindo praias da região e até áreas de preservação ambiental. Em Guarujá, além de produtos, foram vistos contêineres boiando nas praias.

Movimentação de contêineres em novembro é a maior da história do Porto de Suape

         O Porto de Suape apresentou crescimento na movimentação de todos os tipos de cargas em novembro, em comparação com o mesmo mês de 2016. O maior destaque foi para a operação de contêineres, que registrou a maior movimentação mensal da história do atracadouro, com 42.444 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). O recorde, até então, havia sido computado em outubro de 2011, com 41.971 TEUs.
         Somando-se todas as cargas, o total movimentado em novembro chegou a 2.311.853 toneladas (2ª melhor do ano, atrás de outubro). Um crescimento de 31% em relação ao mesmo período de 2016. Os veículos somaram 9.657 unidades, a segunda melhor marca do ano, e 86% a mais que novembro de 2016.
         Os granéis líquidos e gases (combustíveis, óleos, produtos químicos, derivados de petróleo, etc.) registraram 39,5% de aumento em relação ao penúltimo mês de 2016, alcançando 1.715.539 de toneladas. Os sólidos também apresentaram crescimento, fechando o mês com 42.608 toneladas e 158% de incremento. A carga geral atingiu um percentual de 8% a mais e somou 553.706 toneladas.
         Entre os grupos de mercadorias que mais circulam pelo porto, os cereais, principalmente trigo, foram os que obtiveram um maior crescimento no comparativo mensal. No mês passado, foram 42.608 toneladas ante 16.500 toneladas em novembro de 2016. Isso representa um aumento de 158,2%. Em seguida, aparecem os veículos com 97,1% de acréscimo. Os produtos químicos orgânicos cresceram 96% e atingiram a marca de 70.769 toneladas. Os açúcares somaram 38.643 toneladas e 92,6% de crescimento.
         LONGO CURSO – A navegação de longo curso (realizada entre portos de diferentes países) também apresentou alta em novembro deste ano, comparando-se com 2016. A exportação somou 264.601 toneladas e representou 28,2% de aumento. Já a importação, cresceu 1,2%, totalizando 514.321 toneladas.
         CABOTAGEM – O Porto de Suape continua líder no transporte de cargas por cabotagem (navegação costeira entre portos do mesmo país). A navegação é a principal no atracadouro e continua crescendo ao longo de 2017. Em novembro, os embarques e desembarques somaram 1.532.931 toneladas, alcançando 46,5% de elevação. 
         ATRACAÇÕES – Novembro foi o mês com o maior número de atracações em 2017, superando outubro, que até então havia recebido mais navios. Passaram por Suape 154 embarcações, quatro a mais que em outubro, quando 150 navios atracaram no Porto.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Práticos de Santos se preparam para manobrar navios de 366 metros de comprimento

         A entrada de navios com 366 metros de comprimento no Porto de Santos depende do alargamento do canal de navegação e da otimização do acesso aos terminais portuários. Além disso, a frota de rebocadores do complexo precisará ser adequada. Mas, mesmo com estes ajustes essenciais, os práticos que atuam no cais santista estão se preparando para manobrar esses cargueiros gigantes.
         A evolução do tamanho dos navios cargueiros tem sido acelerada. Além do comprimento e da largura, a capacidade de transporte de cargas, principalmente as conteinerizadas, cresce exponencialmente. No entanto, os complexos portuários não passam por transformações tão grandes assim.
         Agora, a expectativa é de que embarcações com até 366 metros de comprimento e 51 metros de boca (largura) operem no cais santista. Navios deste tipo podem transportar quase 14 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
         “Olhando para o nosso Porto, há dez anos, nós tínhamos navios que carregavam 5,5 mil contêineres, com 272 metros de comprimento e uma largura de 40 metros. Aí, você vê, em 2015, navios com 333 metros. E em 2018, o volume pode subir para 13,8 mil TEU, com 366 metros e 51 de largura”, destacou o diretor-superintendente da Praticagem de São Paulo, Bruno Roquete Tavares.
         Mas, apesar dos planos de armadores e da própria Autoridade Portuária, as características do canal de navegação do cais santista dificultam o tráfego de cargueiros destas dimensões. Para o presidente da Praticagem de São Paulo, Nilson Ferreira dos Santos, o estreitamento da via marítima, a baixa profundidade e a grande quantidade de curvas são fatores que precisam ser levados em conta durante o planejamento da vinda dessas embarcações.
         “O Porto de Santos já recebe grandes navios. Mas a vinda desses cargueiros vai representar um desafio muito grande. Eles são maiores linearmente, apesar de o calado não variar muito. Porém, eles crescem em área vélica, deslocamento e peso e perdem em capacidade de manobra por restrições de máquina de leme”, explicou Ferreira.
         Na preparação para a chegada de navios de maior porte ao cais santista, a Praticagem firmou parcerias com centros de treinamento internacionais para simular o tráfego dessas embarcações no complexo. Além disso, os profissionais participaram de manobras desses cargueiros em portos de países como Peru, Estados Unidos e Holanda.
         Agora, a ideia é que, a partir do próximo mês, todos os práticos passem por um curso de qualificação em Houston, nos Estados Unidos. O custo é de US$ 10 mil por profissional.
Vinda de navios de 366 metros representará “um desafio muito grande”, diz Nilson Ferreira dos Santos
         “Em Houston, mandaram fazer um navio de 366 metros em escala. A gente pediu para ir conhecer, fizemos uma parceria e fomos lá. A ida desses cargueiros ao Porto de Houston foi vetada por conta das restrições e porque o mercado de contêineres não é mandató-rio lá. Essa parceria, com módulos de cursos específicos para a Praticagem de Santos, vai começar no ano que vem, num centro de excelência que mostrou ser o melhor local para isso”, destacou Ferreira.
         Segundo o prático, apesar do avanço da tecnologia e da modernidade desses gigantes, as manobras não se tornaram mais fáceis. Isto porque os investimentos em economia, eficiência e proteção ambiental favorecem apenas a navegação de longa distância.
         “Esses navios são feitos para grandes travessias. Carregar muito na Europa, por exemplo, e descarregar muito na China e vice-versa. Eles (os armadores) se preocupam com a economia de energia nesse trajeto. Ótimo, em 99% do tempo, ele estará nesse trajeto e terá uma economia brutal, mas nesse pequeno momento das manobras, a gente fica com menos recursos. É uma preocupação das grandes empresas de seguros”, explicou Nilson.
         No ano passado, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o Porto de Santos, encomendou uma série de estudos sobre a viabilidade da navegação de grandes navios no complexo. Eles foram executados pela Universidade de São Paulo.
         Essa pesquisa aborda, entre outras questões, o impacto nos navios atracados quando esses cargueiros passam pelo canal. Devido ao volume de água deslocado e dependendo da velocidade de navegação, as embarcações atracadas podem ter seus cabos de amarração rompidos e até desatracar do cais.
         Para Ferreira, na prática, esses efeitos hidrodinâmicos serão maiores do que os verificados nos estudos. “O tráfego é intenso e não necessariamente você anda com o navio por onde você quer. No estudo em computador está bonitinho, mas no dia a dia, o problema deve ser um pouco maior por conta dessas interações com outros navios”.

Maersk projeta expansão de 7% nas operações no Brasil

         A proximidade de encerramento do ano tem sido marcada pela retomada da economia brasileira e o comércio exterior tem um grande peso neste processo. A expectativa da Maersk Line, líder mundial no transporte de contêineres, é de um crescimento de 7% neste 2017, impulsionado pelo incremento de 14% nas importações e de 1,5% nas exportações.
         A projeção é do diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, João Momesso. Segundo o executivo, neste ano, o comércio exterior registrou a melhor performance desde 2014. “Não há dúvida de que a crise ficou para trás, mas as importações ainda estão 9% abaixo do que eram há três anos”.
         Nas importações, as operações têm registrado crescimento nos últimos 12 meses. No terceiro trimestre, o incremento foi de 14,3%. De acordo com a Maersk, as expectativas são boas já que os desembarques de bens manufaturados cresceram 44% entre julho e setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado.
         Já as importações de produtos eletrônicos que desembarcam em Manaus saltaram 35% no terceiro trimestre, na relação com os mesmos meses de 2016.
         “Isto é muito encorajador. Pela primeira vez, os varejistas estão fazendo mais do que simplesmente repor as prateleiras. Eles estão aumentando seus estoques antes do Natal. É uma grande diferença do que aconteceu no ano passado, quando apenas mantinham os seus inventários”, destaca o diretor da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez.
         As exportações de carga seca e refrigerada registraram alta de 6,9% entre julho e setembro graças ao forte crescimento do mercado, revertendo a queda de 2,2% registrada no segundo trimestre. Considerando apenas os embarques de carga seca, houve um aumento de 6,6% no período, ao passo que os de carga reefer subiram 7,4%.
         Da mesma maneira que os bens de consumo impulsionaram as importações, um aumento na procura por carne na Ásia e na Europa resultou em crescimento de 37% nas exportações de proteína no terceiro trimestre, registrando uma recuperação após uma desaceleração nos três meses anteriores.
No entanto, Argentina, Uruguai e Paraguai também estão aumentando as exportações de carne, disputando espaço com os produtores brasileiros.
         “O forte crescimento do mercado de exportações está colocando muita pressão nas companhias de transporte marítimo, o que fez a Maersk Line mudar sua forma de atender os clientes do mercado reefer no Nordeste do Brasil, por exemplo. Ao mesmo tempo, a empresa passou a disponibilizar mais contêineres refrigerados e lançou o RCM (Gerenciamento Remoto de Contêineres) para todos os clientes, possibilitando rastrear e acompanhar seus produtos durante toda a viagem, garantindo o frescor das cargas perecíveis”, ressalta o diretor Comercial da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador.
         No segmento de carga seca, a África se destacou como destino devido à alta demanda por açúcar, compensando significativamente a queda na procura pela commodity em outras regiões do mundo. Os produtores brasileiros estão servindo principalmente as maiores e relativamente mais estáveis economias africanas, da Nigéria à África do Sul.
         Enquanto isso, outras regiões se beneficiaram com a colheita de soja e milho, resultando em crescimentos de 94% e 81%, respectivamente, no terceiro trimestre, contribuindo para os resultados bem acima do esperado nas exportações.
         No próximo ano, o diretor João Momesso espera um crescimento ainda maior no transporte de cargas, mas a recuperação total, certamente, não será registrada.
Para 2018, o executivo estima um crescimento marginal das importações e dificuldades para obtenção de espaço em navios cargueiros nas rotas de exportação. “Há demanda, mas não há espaço. Commodities que sofreram conteinerização (passaram a ser transportadas em contêineres) recente, como soja e milho, devem ser as mais impactadas”.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Mapa suspende exportação de pescado para a União Europeia



         A suspensão temporária da exportação de pescado, determinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entra em vigor na próxima quarta-feira, 3 de janeiro de 2018, e será acompanhada de Plano de Ação para responder aos questionamentos da União Européia (UE) apresentados por ocasião da missão de auditoria ocorrida em setembro de 2017. 
        A medida foi anunciada nesta terça-feira (26) por Luís Rangel, Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa. A decisão poderá evitar a possível suspensão unilateral pela União Europeia. Ao mesmo tempo, o Mapa está buscando  formas de implementar a colaboração com outros órgãos públicos para inspeção sanitária nas embarcações, item bastante criticado pelos europeus. 
       “A medida mais adequada neste momento", disse o secretário, "é suspender a emissão da certificação até que tenhamos as soluções para apresentar a eles. Isto nos deixa numa posição mais favorável para retomar as exportações assim que forem resolvidos os problemas, evitando uma suspensão unilateral pela UE”.
      O Mapa solicitará aos europeus que separem as exigências sanitárias dos peixes de captura das espécies de cultivo (aquicultura). “As autoridades sanitárias do bloco europeu consideram que os pescados fazem parte de um único contexto, posição que discordamos. São matrizes diferentes (contaminantes e riscos diferentes) para serem tratadas de maneira igualitária”, informou o secretário.
        Luis Rangel esclareceu que a defesa agropecuária sempre deu atenção aos pescados tanto do ponto de vista sanitário quanto de saúde pública, mas este ainda é um setor heterogêneo. “O mercado do pescado precisa amadurecer nas questões de qualidade, garantias e respeito internacional, status obtido pelas demais carnes exportadas pelo Brasil”.
       O secretário explicou que a pesca extrativista ou a de cultivo está evoluindo, porém é preciso mais. O processo avançou muito nos últimos anos.  No entanto, necessita de medidas complementares para mostrar aos mercados a qualidade do produto brasileiro.
       Ainda em setembro de 2017, com a vinda da missão de auditoria da UE ao Brasil, as autoridades nacionais sabiam das críticas aos peixes de captura, principalmente com relação às indústrias que processavam o pescado para exportação. A auditoria da UE concentrou-se nessas indústrias, o que justifica o pedido de separação entre pesca de captura e aquicultura.
       Na manhã desta terça-feira (26), o secretário Luís Rangel conversou sobre as medidas com os representantes da Peixe Br (Associação Brasileira de Piscicultura) e das empresas Geneseas e Netuno. Ele afirmou que o objetivo do Mapa é a retomada da exportação de pescado o mais breve possível.
       Em 2016, o Brasil exportou 33,1 milhões de dólares de pescado. Até 30 de novembro de 2017, a exportação somava 21,8 milhões de dólares.

Porto público de Porto Velho apresenta resultados positivos no ano e planeja investimentos

         A diretoria executiva do Porto Público de Porto Velho divulgou a projeção dos resultados obtidos da empresa pública no ano de 2017. Até o fechamento do relatório de movimentação de cargas, realizado em dezembro, a previsão da 2,4 milhões de toneladas exportada/importada, mantendo a projeção de operar 10% a mais que no ano anterior.
         Para o presidente da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), Leudo Buriti, o aumento é reflexo do crescimento do agronegócio na região. “A safra de 2017 bateu todos os recordes da colheita. Nosso papel é dar a estrutura necessária para o pequeno, médio e grande produtor escoar seu produto por aqui, uma vez que além de espaço para movimentar graneis sólidos, há capacidade para operar cargas diversas, derivados de petróleo e dispormos do único recinto alfandegado da Amazônia ocidental”, frisou.
         Ele complementa ainda sobre os investimentos realizados. “No início deste mês foram entregues dois conjuntos de rampas flutuantes que substituíram as atuais, utilizadas por mais de 30 anos, recebidas como do Porto de Santos na década de 80. O investimento na aquisição das rampas foi de R$ 5 milhões provenientes do Termo de Compromisso nº 003/2017 da SOPH, com interveniência do Governo do Estado, e a Secretaria Nacional de Portos, vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) na ordem de R$ 22 milhões”, explicou.
         Outro resultado positivo é a economia aos cofres públicos de R$ 17 milhões, fruto da mudança de entendimento do Tribunal Regional do Trabalho – 14ª Região acerca da responsabilidade solidária da contratação de trabalhadores portuários avulsos e a reversão de uma cobrança de execução fiscal. Para o coordenador jurídico da SOPH, Rodolfo Jenner de Araújo Moreira, o resultado das ações é fruto do empenho de uma equipe especializada em legislação portuária. “A desoneração do empenho de tais recursos públicos é extremamente positivo para o Porto Público, uma vez temos atuado na premissa da defesa dos interesses do Governo do Estado”, comemorou.

Pré-sal representa quase 50% do petróleo produzido no país e companhias estrangeiras têm participação de um terço

         Onze anos após o anúncio da sua descoberta, o pré-sal já responde por praticamente metade do total de petróleo e gás natural produzido no Brasil e tem impulsionado o avanço da participação das petroleiras estrangeiras no setor. A fatia das empresas privadas já representa 33% do total da produção no pré-sal. Com a entrada em operação do bloco de Libra e a retomada do calendário de leilões, a tendência é que a participação da Petrobras caia ainda mais nos próximos anos.
         Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a participação da Petrobras na produção total no país caiu de um patamar acima de 90% até 2013 para 77% em 2017. No pré-sal, a fatia atual da estatal é menor, de 67%.
         A produção do pré-sal vem crescendo ano a ano e alcançou 1,677 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em setembro, o correspondente a 49,8% do total produzido no Brasil. Em outubro, houve uma queda de 2,9% em relação ao mês anterior, e a participação do pré-sal ficou em 48,6% do total. Na comparação anual, entretanto, o volume de óleo extraído cresceu 14,3%.
         Até 2012, o pré-sal ainda representava menos de 10% da produção total nacional. No final de 2014, já correspondia a 25%. Em 2016, alcançou os 40% e desde então vem batendo sucessivos recordes. Em junho de 2017, a produção no pré-sal ultrapassou pela primeira vez a do pós-sal. A expectativa agora é superar também a soma da produção do pós-sal e dos campos terrestres.
         "Os 50% já estão dados. Se não for no próximo mês, vai ser em breve. Praticamente tudo o que é novo está no pré-sal e a tendência é que com a entrada dos novos projetos essa participação cresça ainda mais rápido", afirma Walter de Vitto, economista da consultoria Tendências.
         Segundo o analista, o avanço das estrangeiras vem ocorrendo gradativamente à medida em que muitos dos novos campos que tem entrado em operação não são mais 100% da Petrobras. "No pré-sal, a participação dessas empresas cresce num ritmo mais rápido. Há campos em que a Petrobras tem 30%, 40% da produção. Então, é natural que ocorra uma diluição", explica.
         Atualmente, Shell (Reino Unido), Petrogal (Portugal) e Repsol Sinopec (Espanha) são as únicas estrangeiras com produção no pré-sal, com participação de 21%, 6% e 5% respectivamente no volume total extraído. Outras estrangeiras, no entanto, começam a entrar.
         O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que representa as petroleiras no Brasil, estima que a fatia das empresas privadas na produção total de petróleo no país poderá passar de 30% até 2030. Já no pré-sal, as projeções do mercado apontam para a participação ainda maior até o final da próxima década.
         "O pré-sal tem apresentado uma produtividade maior do que se imaginava e o custo de produção também está mais baixo do que se previa, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
         Segundo ele, o pré-sal brasileiro e o Oriente Médio são hoje as duas áreas do mundo mais interessantes para as petroleiras e com maior potencial para aumentar a produção global.
         O número poços em produção no pré-sal subiu para 79 em outubro, ante 66 no mesmo mês do ano passado. "Apesar de serem muito profundos, a operação no pré-sal requer furar poucos poços, o que torna o custo muito mais atraente", afirma Vitto.
         Atualmente, são 14 campos. Embora a Petrobras ainda seja a única operadora no pré-sal, em vários campos a estatal divide a produção com parceiros. No campo de Lula, responsável por 60% de toda a produção do pré-sal, a Shell tem participação de 25% e a Petrogral, 10%. Em Sapinhoá, o 2º maior campo, consórcio é formado por Petrobras (45%), Shell (30%) e Repsol Sinopec (25%).
         No dia 30 de novembro, foi declarada a comercialidade no campo de Libra, o primeiro do país sob o regime de partilha, marcando o início da produção do consórcio formado por Petrobras (40%), Shell (20%), a francesa Total (20%), e as chinesas CNPC (10%) e CNOOC Limited (10%).
         No final de outubro, outras 6 áreas do pré-sal foram arrematadas, e pela 1ª vez sem a obrigatoriedade da Petrobras como operadora. Entre as empresas que também passarão a explorar o pré-sal estão Statoil (Noruega), ExxonMobil, (EUA), BP Energy (Reino Unido) e QPI (Catar).
         "O ritmo de produção no pré-sal só não vai aumentar mais porque ficamos 6 anos sem realizar nenhum leilão", afirma Pires, destacando que costuma levar de 7 a 10 anos entre o leilão e o início da produção.
         A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), projeta que, considerando apenas a produção de petróleo no país, a participação do pré-sal chegará a 58% em 2020, atingindo 74% até 2026. Considerando o calendário de leilões programados até 2019, a EPE prevê que a produção total no Brasil poderá dobrar em 10 anos, chegando a 5,2 milhões de bpd até 2026.
         O crescimento da produção das petroleiras, entretanto, também depende de variáveis como evolução do preço internacional do barril de petróleo e disposição de investimentos das empresas.
Com a retomada de um calendário de rodadas de licitação e o fim da regra que obrigava a Petrobras a ser a operadora única do pré-sal, a expectativa é de retomada gradual dos investimentos no setor e um ritmo de crescimento maior da produção.
         "O governo melhorou o ambiente de negócios e os últimos leilões mostraram o que esse sinal pode trazer de resultados", afirma Antonio Guimarães, secretário-executivo do IBP, citando as ofertas mais ousadas vistas nos leilões de setembro e outubro.
         Ele destaca, entretanto, que as petroleiras contam também com uma maior flexibilização das regras de conteúdo local e a conclusão no Congresso Nacional da votação da MP do Repetro, que prevê incentivos tributários para a indústria de petróleo.
         A Shell, a segunda maior produtora hoje no Brasil com participação de 11,69%, informou que as perspectivas para o Brasil são "bastante promissoras", principalmente depois de ter arrematado 3 novas áreas do pré-sal, sendo duas delas como operadora.
         "Somente em projetos já existentes no Brasil, a Shell está investindo um total de US$ 10 bilhões por ano, entre 2016 e 2020. No entanto, com o resultado do último leilão, estes investimentos tendem a crescer ainda mais" , disse André Araújo, presidente da Shell no Brasil.
         Ele acrescentou ainda que a previsibilidade decorrente de uma agenda com novas rodadas de leilão até 2019 e regras mais claras aumenta a confiança dos investidores.
         A Repsol Sinopec, que já possui participação em 2 campos do pré-sal e anunciou descobertas na Bacia de Santos, aposta no mercado de gás natural. "Temos projetos importantes em nossa carteira, que são de amadurecimento de longo prazo e entrarão em produção na próxima década, com muitos anos pela frente", destaca o presidente da companhia no Brasil, Leonardo Junqueira.
         O avanço das estrangeiras sobre o pré-sal ocorre em um momento em que a Petrobras reduziu investimentos. A estatal, que investiu cerca de US$ 43,4 bilhões em 2010, prevê investir US$ 16 bilhões em 2017.
         "A Petrobras não tem hoje o ritmo que tinha. Só de pagamento do serviço da dívida, a Petrobras gastou no ano passado US$ 7,5 bilhões. Com esse dinheiro, ela poderia aumentar a produção por ano em 150 mil bpd", estima Pires.
         Em 2016, a produção de petróleo da Petrobras cresceu apenas 0,75% ao passo que a produção total no país cresceu 3,2%, segundo a ANP.
         De acordo com o Plano de Negócios e Gestão da estatal, a meta de produção de petróleo no Brasil foi fixada em 2,77 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) para 2021, ante os 2,13 milhões registrados em novembro.
         Apesar das limitações de caixa, a Petrobras levou 3 das 6 áreas arrematadas no último leilão, com participação de 40% a 50% dos consórcios, e já anunciou que pretende exercer direito de preferência em 3 das 5 áreas da 4ª rodada do pré-sal, previsto para junho de 2018.
         Para os analistas, o maior protagonismo de petroleiras estrangeiras não significa, entretanto, um enfraquecimento da Petrobras, uma vez que a estatal continuará mantendo uma posição dominante no mercado e atuando como a principal operadora do pré-sal. "Ainda é muito raro um campo operado por outra empresa e sem participação da Petrobras", destaca Vitto.
         Segundo Guimarães, a maior participação de estrangeiros garantirá um maior crescimento da produção e, consequentemente, maior arrecadação de royalties para os cofres públicos. E no caso da exploração sob regime de partilha, mais repasse de óleo excedente para a União.
         "Boa parte do que foi vendido agora nos leilões só irá começar a produzir na próxima década, entre 2024 e 2027, isso se descobrirem petróleo nessas áreas. Os tempos da indústria do petróleo são longos, é por isso que é preciso fazer leilões todo ano porque o resultado só começa a ser visto muito tempo depois", destaca.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SinalCom e Blog Revista Mundo agradecem e retribuem mensagens de boas festas

       A SinalCom, editora do Blog Revista Mundo, agradece as centenas de mensagens de Natal e Feliz Ano Novo recebidas de leitores, anunciantes e amigos. Retribui desejando a todos Boas Festas e um 2018 pleno de saúde, paz e realizações. A SinalCom aproveita para informar que os acessos ao Blog no ano que está se encerrando apresentaram crescimento significativo, atingindo em dezembro mais de 1.300 visualizações diárias, ou cerca de 30 mil mensais. Os números, representam um universo de profissionais altamente qualificados que atuam principalmente em atividades voltadas para as exportações e importações, envolvendo todos os seus segmentos. Atestam, igualmente, o sucesso do Blog, que é atualizado em tempo real.

Navio cargueiro colide contra rebocador no terminal fluvial de Porto Alegre

       O navio cargueiro BBC Kibo, de bandeira de Antígua e Barbuda, colidiu na manhã desta quinta-f. eira, 21, contra um rebocador na entrada do porto de Porto Alegre (RS). A Suprg (Superintendência do Porto de Rio Grande), responsável pela área, informou que não houve feridos, nem danos materiais por causa do acidente.
       O diretor de Portos Interiores substituto, Régis Fernando Pereira Oppelt, disse que o navio e o rebocador não apresentaram avarias aparentes, Mas, adiantou que mesmo assim o acidente será investigado pela Marinha, que é quem deve dar autorização para o cargueiro seguir viagem.
       A embarcação está carregando transformadores e acessórios no porto da capital gaúcha e tem como destino o porto de Santos numa primeira escala, e depois o terminal de Zárate, na Argentina. Oppelt comentou que este tipo de acidente é raro e não lembra da última vez que aconteceu

Antaq debate mudança nas regras de exploração portuária

         A proposta de mudança nas regras para a exploração de portos organizados e instalações portuárias privadas foi debatida pela diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), com empresários e especialistas do setor, na tarde desta quarta-feira (20) , em uma audiência pública na sede do órgão regulador, em Brasília.
         O evento tratou da revisão da norma anexa à Resolução nº 3.290-Antaq, de 13 de fevereiro de 2014, que dispõe sobre “a autorização para a construção e exploração de terminal de uso privado, de estação de transbordo de carga, de instalação portuária pública de pequeno porte e de instalação portuária de turismo”. O texto terá de ser alterado para se adequar às exigências do Decreto nº 9.048/2017 – o denominado Decreto dos Portos, publicado em maio deste ano e que reduziu a burocracia no setor.
         Entre as modificações propostas pela Antaq para a Resolução nº 3.290, está a unificação de fases nos processos de concessão – com as documentações inicial e complementar dos interessados em arrendar o terminal em questão sendo apresentadas já no requerimento de outorga de autorização.
         A proposta da Antaq pode ser conferida no endereço: web.antaq.gov.br/SISAP/Portal/ManterAvisoAudiencia/ConsultarAvisoAudienciaPublicada.aspx. Comentários e contribuições para essa mudança podem ser apresentadas até as 23h59 do próximo dia 29, exclusivamente pelo formulário eletrônico disponível no site www.antaq.gov.br.

Porto de Santos embarca 84% das exportações de café

         O Porto de Santos respondeu pelo embarque de 84,8% do café brasileiro exportado entre janeiro e novembro. Enquanto o País escoou 27,7 milhões de sacas de 60 quilos da commodity no período, 23,4 milhões de delas partiram do cais santista para o mercado internacional. Mais de 76,3 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) foram utilizados para transportar o produto.
         Os dados fazem parte do relatório divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) neste mês. O levantamento destaca ainda que, no volume operado no ano em todo o País, houve uma queda de 10,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita cambial também teve um declínio, alcançando US$ 4,7 bilhões.
         O mercado de exportação de café segue dentro do previsto. Os embarques apresentam números dentro do esperado e devem finalizar o ano civil com 30 milhões a 31 milhões de sacas. O primeiro semestre de 2018 não deve apresentar surpresas, com a performance da exportação brasileira seguindo tranquila. Já no meio do ano, com a entrada da nova safra, deve haver retomada do ritmo de mais ofertas e mais fluxo nesse mercado”, afirmou o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
         Além do Porto de Santos, outros 19 complexos portuários escoaram o café brasileiro nos 11 primeiros meses do ano. O Porto do Rio de Janeiro aparece logo após o cais santista, com 3 milhões de sacas embarcadas, o equivalente a 11% dos embarques.
         Já o Porto de Paranaguá (PR) escoou 465.167 sacas, 1,7% do total, enquanto em Salvador (BA), foram embarcadas 103.517 sacas, 0,4% do total. Em Vitória (ES), o volume embarcado foi de 95.618 sacas, 0,3% das exportações.
         Ainda segundo o relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, entre as variedades embarcadas, o do tipo arábica correspondeu por 88% do volume total de exportações, 24,3 milhões de sacas, seguido pelo solúvel com 11,1%, 3 milhões de sacas, e robusta com 0,9% 239.871 sacas.
         No acumulado do ano, os Estados Unidos seguem na liderança do consumo do café brasileiro, com 19,9% de participação, com a compra de 5,5 milhões de sacas. Já a Alemanha aparece na sequência após adquirir 4,84 milhões de sacas, o equivalente a 17,5% do total.
         Ainda figuram no ranking a Itália, que importou 2,6 milhões de sacas do grão brasileiro, 9,5% do total nacional, o Japão, que adquiriu 1,8 milhão de sacas, 6,7%, e Bélgica com 1,5 milhão de sacas compradas, 5,8% da commodity.
         De acordo com o Cecafé, os cafés diferenciados chegaram ao volume de 4,4 milhões de sacas, entre de janeiro a novembro deste ano. Os principais destinos do produto de maior qualidade foram os Estados Unidos, que adquiriram 994.702 sacas, a Alemanha, que comprou 619.199 sacas, a Bélgica, com 525.912 sacas importadas, o Japão e a Itália, com 427.643 sacas e 398.017 sacas compradas, respectivamente. 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Boeing e Embraer confirmam negociações de fusão

         A gigante americana Boeing e a Embraer, terceiro maior grupo aeronáutico do mundo, confirmaram nesta quinta-feira (21) que discutem uma aliança empresarial. Mas as duas companhias ressalvaram que "não há garantias" de alcançar um acordo, que vai depender da aprovação do governo brasileiro.
         A Boeing e  a Embraer "estão em discussões relacionadas com uma potencial combinação de seus negócios", indicou um comunicado conjunto emitido em São Paulo e Chicago.  Após relatos sobre discussões acerca da aquisição da Embraer pela americana gigante do setor Boeing, as ações da empresa brasileira subiram mais de 20% na Bovespa.
        Às 16H27 de Brasília, a ação da Embraer avançou 21,29%, dando forte impulso ao índice Ibovespa, que teve alta de 2,16%. Segundo o Wall Street Journal, a Boeing teria feito uma boa oferta pela aquisição de ações da Embraer, e as duas partes estariam aguardando a aprovação do governo brasileiro, que tem uma "ação de ouro", com poder de veto.
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       O grupo americano estaria interessado em reforçar sua posição no mercado de aviões de médio alcance, área que a Embraer tem forte presença. O valor de mercado da Embraer, até então, era estimado em cerca de 3,7 bilhões de dólares. Essas negociações seriam uma resposta à aproximação entre a maior concorrente da Boeing, a Airbus, e a canadense Bombardier, que disputa setores de mercado semelhantes aos da Embraer.

Governos do Brasil e da Guiana assinam acordos de cooperação na área de infraestrutura

         O presidente Michel Temer recebeu nesta quinta-feira (21), no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente da Guiana, David Arthur Granger, em visita oficial ao país. Foram assinados dois acordos de cooperação na área de infraestrutura e de tecnologia de combate à seca.
         Após encontro com Temer no Palácio do Planalto, Granger também participa da 51° Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que ocorre nesta quinta-feira em Brasília.
         Um dos acordos assinados prevê que o Brasil apoie, por meio de projeto de engenharia, a pavimentação de trecho da estrada Lethem-Linden. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o trecho ampliará a conexão do Brasil com a Guiana, favorecendo o comércio bilateral e o escoamento de produtos da Região Norte, especialmente do Amazonas e de Roraima, para o Caribe e os mercados norte-americano, asiático e europeu.
         O outro acordo estabelece a colaboração do Exército brasileiro para a perfuração de poços artesianos na região do Rupununi, na Guiana. O projeto tem o potencial de beneficiar cerca de 10 mil pessoas, a maioria indígenas, que vivem próximo à fronteira com o Brasil e sofrem com os efeitos da seca.
         Na reunião, Temer e Granger trataram de temas como integração da infraestrutura física, cooperação técnica, energia, desenvolvimento fronteiriço, comércio e investimentos.
         Em 2016, o intercâmbio comercial entre os dois países somou US$ 31,8 milhões, com US$ 25,8 milhões de exportações brasileiras e US$ 5,9 milhões de importações provenientes da Guiana. De janeiro a novembro de 2017, a corrente de comércio bilateral apresentou aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando os US$ 35 milhões.

Exportações paranaenses crescem mais de 20% em 2017

         Os embarques de automóveis, celulose, soja em grão e frango sustentaram o crescimento das exportações do Paraná em 2017. De janeiro a novembro, as vendas externas do Estado cresceram 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Aumentaram de US$ 13,9 bilhões para US$ 16,8 bilhões no período, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
         Se mantido esse ritmo em dezembro, o Paraná deve fechar o ano com o maior crescimento nas exportações desde 2011, quando houve expansão de 23% nas vendas externas do Estado. As exportações do Paraná vêm crescendo em ritmo maior do que a do Brasil, que acumula, no período, crescimento de 18,2% - para US$ 200,15 bilhões.
        “O ano de 2017 foi marcado pela recuperação das exportações, que avançaram tanto em commodities com em produtos manufaturados, de maior valor agregado”, diz Júlio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
        Principal produto de exportação do Estado, a soja em grão bateu mais um recorde de embarques de janeiro a novembro, embalada pela boa safra. Responsável por 23% das exportações, o grão somou US$ 3,9 bilhões em vendas externas, contra US$ 2,88 bilhões no mesmo período do ano passado – alta de 38,1%.
         As vendas de carne de frango in natura – segundo produto mais exportado do Estado – cresceram 13%, passando de US$ 1,92 bilhão para US$ 2,17 bilhões.
        O maior crescimento, no acumulado do ano, no entanto, foi de celulose, produto no qual o Paraná não tinha tradição exportadora, mas que passou a figurar entre os principais da pauta depois da inauguração da fábrica da Klabin em Ortigueira.
        Em onze meses, os embarques de celulose somaram US$ 502,46 milhões, 88,9% mais do que no mesmo intervalo de 2016. O produto ocupa o sexto lugar entre os principais produtos exportados pelo Paraná.
        Outro destaque foram as exportações de automóveis, com crescimento de 60%, graças às vendas para a Argentina. Os embarques passaram de US$ 514,01 milhões para US$ 822,5 milhões.
         Outros avanços foram as exportações de produtos metalúrgicos diversos, que cresceram 58,5% - de US$ 75,08 milhões para US$ 119 milhões. Já as exportações de tratores cresceram 47,1% - US$ 206,45 milhões para US$ 303,66 milhões.
         A China, principal destino das exportações do Estado, aumentou em 30% as compras do Paraná no período, de US$ 3,4 bilhões para US$ 4,43 bilhões. As exportações para a Argentina, segundo maior mercado, cresceram 35%, de US$ 1,35 bilhão para US$ 1,83 bilhão.
         Os Estados Unidos, terceiro maior comprador, aumentou em 17,1% as compras, de US$ 705,6 milhões para US$ 826,6 milhões. O Japão foi o País que mais aumentou as compras do Paraná, de US$ 275,4 milhões para US$ 481,3 milhões, 74,7% de crescimento. A segunda maior alta veio do Irã, com 67,1% - de US$ 181,9 milhões para US$ 304 milhões.