segunda-feira, 31 de julho de 2017

Encomendas de navios porta-contêineres caem 30%

         As encomendas de porta-contêineres não atingiram o equivalente a uma capacidade para 40 mil teus no primeiro semestre de 2017 e caíram 30% nos mesmos termos face aos últimos 18 meses. A informação foi divulgada pelo World Maritime News, citando dados da consultora Clarksons Research.
        Segundo o jornal, com base em números da Clarksons Research, entre o início de 2016 e o princípio de Julho de 2017, as encomendas passaram de 515 unidades, equivalentes a uma capacidade para 3,97 teus, para 396 navios, equivalentes a 2,78 milhões de teus, correspondente à mais baixa percentagem de sempre da capacidade total da frota (14%).
         Nesse sentido, existe uma perspectiva de crescimento moderado para a frota de porta-contêineres nos próximos anos, significativamente abaixo dos 8,1% de 2015. Em 2017 essa perspectiva é de 3% ao ano e em 2018 será de 3,7%.
        Relativamente aos prazos, o jornal refere que relativamente aos prazos, a maioria dos porta-contêineres sob encomenda serão entregues em 2017 ou 2018, antecipando um crescimento fraco após esse período nas encomendas. Desde este mês de Julho que só existem 22 porta-contêineres com capacidade igual ou superior a 12 mil teus (de um total de 108 sob encomenda) para entregar a partir de 2019.
         Quanto às dimensões, o jornal refere que os navios com capacidade para 15 mil ou mais teus representam 40% das encomendas e 73% da capacidade total da frota com capacidade para 15 mil ou mais teus.
           Já os navios com capacidade inferior a 3 mil teus totalizam 213, equivalente a 390 mil teus e a 10% da capacidade da frota destas dimensões. Existe uma perspectiva de diminuição das entregas e, consequentemente, desta frota a curto prazo.

Ministério do Trabalho encontra 266 irregularidades durante vistorias no Porto de Santos

         As empresas que atuam no Porto de Santos passaram por uma força-tarefa de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A ação foi motivada por uma série de denúncias sindicais por contratação direta de trabalhadores sem registro no Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), mas durante as vistorias os fiscais encontram 266 irregularidades.
         No total, 44 empresas, entre operadores portuários, prestadores de serviço, empresas de mergulho, administração portuária e o próprio Ogmo, foram fiscalizadas e 266 autos de infração constatando problemas foram emitidos. Três terminais tiveram atividades interditadas. 

         Os auditores fiscais verificaram as condições de trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações dentro do Porto feitos por trabalhadores portuários avulsos ou com vínculo empregatício por prazo indeterminado contratados pelo Ogmo. Os auditores fiscais observaram ainda jornadas de trabalho, dobras, escalação, salários, segurança e saúde do trabalho, entre outros itens.
         Na Margem Esquerda do complexo, em Guarujá, os fiscais encontraram problemas de segurança nas gaiolas utilizadas pela Santos Brasil para transporte e resgate de trabalhadores. Os equipamentos estariam enferrujados.
         Outra irregularidade foi identificada no terminal retroportuário Localfrio, onde um andaime estava próximo à linha de alta tensão, colocando em risco a vida dos trabalhadores.
         O terceiro problema aconteceu na Margem Direita e se deu por falta de condições de trabalho em altura, no setor de coleta de amostras e classificação de produtos de um terminal graneleiro.
         A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal responsável pela administração do Porto de Santos, também recebeu notificações por problemas de segurança. Os auditores-fiscais encontraram pisos irregulares na área de circulação de veículos, falta de iluminação e de equipamentos de salvatagem.
         “Esse é o tipo de coisa que põe em risco, além das pessoas, até a operação. É muito sério, pois estas situações podem resultar em acidentes graves”, afirma o auditor responsável pela área portuária Rodrigo Aoki Fuziy. O Ogmo também foi autuado. O motivo seriam as dobras nas escalas de trabalho dos portuários.
         Por meio de nota, a Codesp afirma que “apresentou defesa aos procedimentos de autuação e deflagrou ações de correção às eventuais inconsistências apontadas”.
         O Ogmo diz que “cumpre rigorosamente o intervalo entre jornadas de 11 horas, salvo nos casos de excepcionalidade previstas em acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva” e que segue a legislação em vigor e Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com Ministério Público do Trabalho (MPT), em 2016.
         A Localfrio esclarece que não houve paralisação das atividades da empresa e que “departamentos técnicos viabilizam as medidas necessárias para desmontagem do equipamento (andaime), seguindo todas as normas e procedimentos de segurança”.
         A Santos Brasil afirma que as duas gaiolas estavam fora de uso quando foi realizada a força-tarefa e “já não ofereciam nenhum risco aos seus funcionários”.
         Depois de receber a notificação, as empresas têm prazo de dez dias para apresentar a defesa, que é avaliada por um analista, que verifica as justificativas. Dependendo desta avaliação, a autuação pode se transformar em uma multa.
         “Costumam ser valores altos, pois se leva em conta o número de funcionários atingidos. Em empresas grandes, as multas podem chegar a alguns milhões de reais”, explica Fuziy.
         No momento, o MTE finaliza o relatório da força-tarefa e analisa as defesas apresentadas. Com isso, concluído, as informações devem ser enviadas para o MPT e para os sindicatos que fizeram as denúncias.

Comissão Europeia adverte Bélgica e França para acabarem com isenções fiscais em seus portos até o final do ano

         A Comissão Europeia (CE) solicitou à Bélgica e à França que abolissem isenções fiscais vigentes em vários dos seus portos até ao final deste ano, para que os respectivos regimes fiscais fiquem alinhados com o regime das ajudas de Estado da União Europeia (UE).
         Na Bélgica, diversos portos de mar e águas interiores, como os de Antuérpia (foto), Bruges, Bruxelas, Charleroi, Gent, Liège, Namur e Ostend, bem como os que se situam ao longo dos canais na Flandres e na província de Hainaut, beneficiam de um regime fiscal privilegiado ao abrigo da lei belga, de que resultam impostos mais baixos do que os aplicados a outras entidades do país.
       Uma situação semelhante verifica-se nos portos franceses, designadamente nos 11 grandes portos marítimos, de Bordéus, Dunquerque, La Rochelle, Le Havre, Marselha, Nantes-Saint-Nazaire, Rouen, Guadalupe, Guiana, Martinica e Reunião, bem como o porto autónomo de Paris e portos operados pelas câmaras de Indústria e do Comércio.
        A CE considera que as isenções aplicadas a estes portos fornecem-lhes uma vantagem que viola as regras do regime de ajudas de Estado em vigor na UE. Segundo a CE, “as isenções fiscais não perseguem um objectivo claro de interesse público, como a promoção da mobilidade ou o transporte multimodal”. “As poupanças geradas com as isenções podem ser usadas pelos operadores portuários para financiar qualquer tipo de atividade ou subsidiar os preços cobrados pelos portos aos clientes, em detrimento dos concorrentes e da livre concorrência”, explica a CE.
        A CE deixou claro que “se os operadores portuários gerarem lucros provenientes das suas atividades econômicas, estes devem ser coletados ao abrigo das leis nacionais normais para evitar distorções na concorrência”. Em todo o caso, como as isenções referidas já existiam antes da integração europeia dos dois países, tais medidas são consideradas ajuda existente e como tal não pode ser exigido à Bélgica e à França que recuperem a ajuda já prestada.

Safrinha de milho do Centro-Sul do país deve atingir recorde de 63 milhões de toneladas

         A produção de milho de segunda safra 2016/17, em fase de colheita, deverá totalizar 63,34 milhões de toneladas no centro-sul do Brasil, alta de 60 mil toneladas em relação ao projetado no início de julho, de acordo com estimativas divulgadas nesta sexta-feira pela AgRural.
         A área ocupada pela cultura foi prevista em 10,23 milhões de hectares, com produtividade de 103,1 sacas por hectare. "Todos os números são recordes", destacou a AgRural em relatório com estimativas finais para a chamada "safrinha".
         Conforme a consultoria, apesar de ajustes positivos na previsão de produtividade de Mato Grosso (104,6 para 106,1 sacas por hectare) e Goiás (102,8 para 105,3 sacas), houve aumento de "apenas" 0,1 saca na produtividade do centro-sul "devido a reduções no Paraná e em Minas Gerais".
         No Paraná, o corte foi de 2,6 sacas, para 102 sacas por hectare, enquanto em Minas Gerais a redução foi de 5 sacas, para 69,4 sacas por hectare, em razão da estiagem no noroeste do Estado e da cigarrinha no Triângulo Mineiro.
         Citando números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o norte-nordeste, a AgRural diz que a "safrinha" de milho deste ano no país deverá totalizar 67,17 milhões de toneladas, ante 40,7 milhões de toneladas no ano passado.
         A área foi estimada em 11,36 milhões de hectares, com rendimento de 98,5 sacas por hectare.
Colheita
         Segundo a AgRural, a colheita da segunda safra de milho no centro-sul atingia 63% da área até a quinta-feira, avanço de 13 pontos percentuais em uma semana.
O percentual é inferior ao de 69% de um ano atrás, mas supera a média de quatro anos, de 59%.
         O maior avanço semanal foi no Paraná, de 36% para 57% da área. Já em São Paulo, os trabalhos alcançam 22%.
         Mato Grosso segue na liderança da colheita, com 89%. Em Goiás e Mato Grosso do Sul, a colheita chegou a 54% e 34%, respectivamente. Em Minas Gerais, 50% foi colhido.

Contrato de arredamento do Tesc é prorrogado até 2046, com previsão de R$ 141 milhões em investimentos em quatro anos

         O TESC (Terminal Portuário de Santa Catarina), em São Francisco do Sul (SC) teve o contrato de arrendamento prorrogado até maio de 2046. Estão previstos investimentos de R$ 141,2 milhões nos quatro primeiros anos. O projeto é o primeiro de sete, da segunda rodada do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), a ser assinado.
         Em março o TESC foi qualificado na lista de empreendimentos públicos federais para ter a prorrogação antecipada do contrato. Para o ministro Maurício Quintella, a renovação antecipada é fundamental para o desenvolvimento econômico e captação, além da melhoria da infraestrutura e serviços de logística do País.
         Localizado estrategicamente no Porto de São Francisco do Sul, a proximidade com a rodovia BR-101 permite rápido acesso aos principais grandes centros do Mercosul, conferindo agilidade no fluxo de cargas de importação e exportação.
         A assinatura da prorrogação do contrato ocorreu na quinta-feira (27), com a participação do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, de representantes do PPI, da Secretaria Nacional de Portos (SNP), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e de diretores do TESC.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Maersk deixa de embarcar 220 contêineres por navios por causa da redução do calado do Porto de Santos

         A Maersk Line deixou de embarcar 220 contêineres, o equivalente a sete mil toneladas, por navio que precisa operar com calado acima do limite atual de Santos. O armador precisou reduzir a carga de cinco embarcações para poder trafegar pelo complexo portuário santista.
        O motivo da perda de calado é o assoreamento que, desde o final de junho, reduziu a profundidade do canal de acesso ao porto, que era de de 13,20 metros, chegou a 12,30 metros e agora é de 12,60 metros. O primeiro navio da companhia que enfrentou esse problema não pode ser totalmente carregado. Desde então, o armador tem ajustado a aceitação de carga, tendo que se comprometer com menos carga do que estava programado.
         Há clientes que já estavam com exportação prevista e estão tendo que esperar uma ou duas semanas para conseguir embarcar. Como a Maersk e demais armadores com navios de porte parecido enfrentam esse problema, os terminais de Santos estão abarrotados de carga. Tradicionalmente essa é a época do ano em que os navios de exportação estão mais cheios. Para a Maersk, a solução a ser feita no curto prazo é a dragagem emergencial para que o porto volte a ter as condições que tinha anteriormente.
         A empresa aponta a necessidade de o porto ter estrutura eficiente e tomar decisões de maneira rápida e segura, sempre pensando como destravar esses gargalos. O diretor de trade e marketing da Maersk Line para costa leste da América do Sul, João Momesso, explicou que os navios já foram pensados com restrição dos portos dessa região, que abrange Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele relatou que um navio veio da Ásia com volume de carga configurado para o calado anterior de Santos e não teria como entrar no porto devido à redução do calado avisada com o navio já em curso.
         A companhia precisou fazer uma escala extra no Porto de Itaguaí para descarregar alguns contêineres e aliviar o peso. Com isso o navio ficou mais leve e conseguiria entrar no Porto de Santos. "O problema é que, como foi escala emergencial, não é possível escolher quais os contêineres vão ser descarregados. Isso acabou causando transtorno muito grande nos importadores. A carga teve que ser conectada em outro navio", contou Momesso.
         Alguns usuários que gostariam de exportar não encontram espaço na medida em que os concorrentes também enfrentam esse problema. Já os armadores, ao perder receita, restringem a aceitação de carga e repassam de certa forma o custo no frete. E o consumidor final acaba pagando porque o custo é absorvido pela cadeia. Para a Maersk, é preciso tomar cuidado para não prejudicar a recuperação gradativa das exportações brasileiras. A empresa ressalta que os armadores fazem planejamento de longo prazo. "Cada vez que acontece problema como esse em Santos, temos que repensar qual nosso cenário de risco e estresse", afirma Momesso.
         O canal de acesso ao Porto de Santos, antes do problema, estava com 13,2 metros, podendo atingir 14,2 metros com a maré. Momesso ecplica que a geração de navios hoje trazidos para o Brasil essa profundidade é boa para trabalhar. A questão é como garantir que 13,2 metros seja um calado sustentável que não tenha que ser revisto toda hora. Ele diz que, nesse momento, não está na pauta trazer navios maiores para o país, até pela questão da economia brasileira. "Num cenário hipotético, com economia voltando a crescer em níveis maiores existe discussão se navios maiores serão trazidos para costa brasileira. E 13,2m certamente inibe qualquer plano de aumento de tamanho", afirma.

Novo contingenciamento do PAC corta em 45% os investimentos previstos, atingindo obras de infraestrutura

         Com o novo contingenciamento, dessa vez de R$ 7,487 bilhões, o orçamento para 2017 do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inicialmente de R$ R$ 36,071 bilhões, vai encolher para R$ 19,686 bilhões, queda de 45,3%. Em março, o Ministério do Planejamento já havia anunciado o congelamento de R$ R$ 10,5 bilhões no principal programa na área de infraestrutura do país.
         Ao divulgar nesta quinta-feira (27) o novo bloqueio orçamentário, o ministro do Planejamento,  Dyogo Oliveira, disse que a redução dos recursos destinados para o PAC não provocará a paralisação de obras. “Em princípio, isso não deve implicar na suspensão imediata de obra nenhuma, uma vez que há a perspectiva de que haja uma recomposição desses recursos ainda no decorrer do ano”, disse.
         O ministro ponderou, no entanto, que o desbloqueio orçamentário depende da recuperação das contas públicas. “Com esse contingenciamento temporário haverá um atraso no empenho, mas isso poderá ser recuperado se conseguirmos reaver as receitas e desfazer, mesmo que parcialmente, esse contingenciamento”.
         A redução dos repasses para o programa impactou, principalmente, o Ministério das Cidades, órgão responsável pela maioria das obras do programa. A pasta teve corte de R$ 3,476 bilhões, o maior da Esplanada. Em seguida, aparecem os ministérios da Defesa (R$ 1,358 bilhões), Transportes (R$ 1.168 bilhõe), Educação (R$ 550 milhões), e Integração Nacional (R$ 400 milhões). Os outros ministérios atingido pelo novo contingenciamento são: Cultura, Desenvolvimento Social e Agrário, Ciência, Tecnologia, Esporte, Minas e Energia, Planejamento e Presidência da República.
         Ao todo, o novo contingenciamento será de R$ 5,951 bilhões. Com isso, chega a R$ 44,9 bilhões o total de verbas bloqueadas para 2017 para o cumprimento da meta fiscal deste ano, que prevê um déficit de R$ 139 bilhões.

Embarques de minério de ferro da Vale pelo Espírito Santo chegam a 26 milhões de toneladas no segundo trimestre

         A companhia Vale embarcou 26,3 milhões de toneladas de minério de ferro no Espírito Santo pelo Porto de Tubarão no segundo trimestre de 2017. Já a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) movimentou 35,9 milhões de toneladas de minério de ferro e de carga geral (aço, grãos, carvão, fertilizantes, entre outros) no período.
Minério de ferro
         A Vale alcançou 91,8 milhões de toneladas de produção de minério de ferro no segundo trimestre de 2017. O volume representou um novo recorde para um segundo trimestre.
         A produção de pelotas, excluindo a produção atribuível à Samarco, alcançou 12,2 milhões de toneladas no segundo trimestre. As plantas de pelotização de Tubarão alcançaram um recorde de produção para um segundo trimestre, com 7,7 milhões de toneladas.
         Para suportar as operações locais de produção de pelotas e de logística, a Vale desembolsou, entre custeio e investimento, US$ 406,6 milhões no Espírito Santo no primeiro trimestre. Investimentos socioambientais somaram US$ 6,9 milhões no período.

França nacionaliza temporariamente estaleiro da STX em Saint-Nazaire, ampliando crise com a Itália

         O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, anunciou nesta quinta-feira (27) que o governo de Emmanuel Macron decidiu nacionalizar “temporariamente” o estaleiro da STX em Saint-Nazaire. A medida ampliou uma crise com o governo italiano.
         “Anuncio que tomamos a decisão de exercer nossos direito de preferência na STX. O nosso objetivo é defender os interesses estratégicos da França. A decisão de exercer esse direito que apenas adotamos é uma decisão temporária”, informou Le Maire. Ao mesmo tempo em que fez o anúncio, o ministro informou que fará uma reunião na próxima terça-feira (1º) com o ministro da Economia da Itália, Pier Carlo Padoan, e do Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda.
         O caso abriu uma crise porque, durante o governo do então presidente francês François Hollande, o grupo italiano Fincantieri concordou em pagar 79,5 milhões de euros por 66,6% das ações da STX, que até então estava sob controle da companhia sul-coreana homônima que faliu.
         O Tribunal de Seul está vendendo a STX francesa “em partes” e dois terços da companhia acabaram ficando na mão dos italianos. A Fincantieri e a Fondazione CrTrieste fizeram o acordo para a compra, dando assim a maior parte das ações para o grupo formado pela Itália.
         O problema agora é que Macron, que sucedeu Hollande, quer rediscutir os termos de compra – fato completamente rejeitado pelos italianos. Ontem (26), Le Maire deu diversas entrevistas afirmando que o governo francês queria propor uma gestão “50%-50%” com os italianos, sendo que a Fincantieri ficava com 50% das cotas e os investidores franceses com a outra metade.
         Le Maire ainda destacou que essa nacionalização foi feita “para debater” os termos de um novo acordo, já que “não há nenhuma suspeita contra os amigos italianos”.
         “De nossa posição, não vamos nos mover um pouco sequer por razões de mérito, mas também por dignidade e orgulho nacional”, disse Calenda lembrando que “nenhum ultimato” pode mudar um acordo já firmado.
         Já Padoan destacou que “não há nenhum motivo para a Fincantieri” diminuir sua parte porque o grupo está focado no desenvolvimento industrial da STX em Saint-Nazaire.
         O CEO da Fincantieri, Giuseppe Bono, também mostrou que não está disposto a nenhuma negociação e lembrou que “nos últimos anos, eu gosto de lembrar disso, a Fincantieri entregou 50 navios contra 12 de Saint-Nazaire”. “Nos aliando com STX queremos criar um campeão europeu e não vamos aceitar sermos tratados pior do que os coreanos”, acrescentou Bono.
         De acordo com a mídia francesa, Macron quer renegociar o acordo porque os italianos acabariam controlando o único grande estaleiro francês, um ponto considerado “estratégico” pelo governo. Além disso, o presidente teme que a gestão italiana possa causar demissões e gerar, por consequência, protestos maciços de sindicatos em um ano em que o presidente quer debater temas ligados à reforma trabalhista.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Construtora naval sul-coreana SHI fecha docas por falta de encomendas de navios

          A construtora Samsung Heavy Industries (SHI) vai encerrar mais uma das suas docas flutuantes, na sequência de uma queda no volume de encomendas para construção de novos navios. A decisão foi divulgada pelo World Maritime News, com base em informações da agência noticiosa sul-coreana Yonhap News Agency.
        A fabricante naval sul-coreana opera em oito docas, incluindo quatro flutuantes, mas já encerrou algumas no último mês e planeja suspender operações em outra ainda este mês. A medida vem sendo adotada como forma de enfrentar o fraco volume de encomendas.
         Conforme noticiado no início deste ano, a empresa recebeu “encomendas no valor de 4,1 mil milhões de euros para a construção de 13 navios, incluindo duas unidades offshore, e espera terminar o ano com uma carteira de encomendas estimada em 5,4 mil milhões de euros”, abaixo dos “5,6 mil milhões de euros esperados”. Com essa situação, a SHI segue o seu plano de redução de pessoal, dentro da estratégia de recuperação.

Plano de Ajuda Mútua do Porto de Santos realiza simulado de treinamento de combate a incêndio em terminal na Ilha Barnabé

         O Plano de Ajuda Mútua (PAM) do Porto de Santos realizou, na manhã desta quinta-feira (27), simulado de treinamento de combate a incêndio em um tanque de gasolina localizado dentro de um terminal na Ilha Barnabé, em Santos.
        Quatro terminais participaram do simulado, que
ocorreu dentro da Adonai Química S/A
         A atividade ocorreu por cerca de uma hora, dentro terminal de granéis líquidos da Adonai Química S/A, localizada na Margem Esquerda do Porto, e envolveu ainda outras três empresas, além de equipes da Codesp e do Corpo de Bombeiros.
         Segundo Evandro Lourenço, coordenador geral do PAM do Porto, as equipes dos quatro terminais trabalharam em sincronia e não houve intercorrências durante o simulado. "O treinamento ocorreu no tanque de combustível 3202, o que oferece maior risco na Ilha Barnabé". O simulado terminou por volta das 10 horas.

Polícia Federal prende ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras em nova fase da Operação Lava Jato

         A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira em Sorocaba, interior de São Paulo, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras. Bendine é suspeito de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e foi preso durante a 42ª fase da Operação Lava Jato. Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e o publicitário André Gustavo Vieira da Silva também foram detidos no Recife (PE). Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.         
         Esta fase da Lava Jato foi batizada de Cobra em uma referência ao codinome dado a Bendine nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, descobertas durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. A operação foi realizada um dia antes de uma viagem, aparentemente só de ida, de Bendine para Portugal. "Como ele tem cidadania italiana, consideramos que havia risco dele se refugiar no país", afirmou Athayde Ribeiro Costa, procurador da República, do Ministério Público Federal (MPF). André Gustavo foi preso no portão de embarque com destino a Portugal. A PF afirma que ele tinha negócios no país, tendo atuado inclusive em campanhas presidenciais.
         Desde que começaram as delações de executivos da Odebrecht, Bendine está no radar da PF. O delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, contou que a empresa vinha sendo achacada por Bendine, desde a época em que ele era presidente do Banco do Brasil. O executivo estaria contrariado porque Marcelo Odebrecht tratava apenas com Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda) durante o Governo Dilma Rousseff, pois queria ter acesso às benesses do caixa da empreiteira.
         Segundo o empresário Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, para facilitar alongar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial com o banco, Bendine teria pedido 17 milhões de reais em "pédágio".  Mas a empresa considerou que ele não tinha poder para decidir de forma ativa no contrato de financiamento do Banco do Brasil e negou o pedido.
         A situação mudou quando Bendine foi alçado por Dilma à presidência da Petrobras, após a renúncia de Graça Foster, no início de 2015, uma vez que o grupo tinha relações profundas com a petroleira. De acordo com a PF, Bendine utilizava o nome da ex-presidente Dilma para tentar se aproximar dos empreiteiros. No entanto, não há indícios de que ela esteja envolvida com os crimes do executivo.
         Os delatores afirmaram que Bendine e seus operadores financeiros pediram 3 milhões de reais para não prejudicar as relações entre a Petrobras e a Odebrecht. Os valores seriam pagos em três parcelas. Marcelo Odebrecht assumiu em delação que cedeu ao "achaque de Bendine" porque a coisa mudou de figura. "O cara é nomeado por ela [Dilma Rousseff], recém-eleito presidente na Petrobras, e a gente cheio de problemas na Petrobras, Lava Jato (...). A gente não vai pagar 17 [milhões], mas vamos administrando", afirmou o empresário.
         De acordo com a PF, aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht, quando a Lava Jato já estava em operação. Bendine renunciou a presidência da estatal em maio de 2016, após uma sucessão de escândalos que envolvia a Petrobras e em meio a um cenário em que a empresa apresentava um dos maiores prejuízos da empresa na história.
         Polêmicas envolvendo Bendine começaram antes mesmo dele assumir o Banco do Brasil. Em 2010, a mídia divulgou que o executivo havia comprado um apartamento no interior de São Paulo pagando cerca de 130.000 reais em dinheiro vivo. O fato gerou estranheza à época por ele ser um executivo que incentiva os demais a depositar suas economias em banco.
         Em 2015, o MPF começou a investigar empréstimos suspeitos concedidos pelo BB, com a autorização de Bendine, à socialite Val Marchiore – que ficou famosa no programa Mulheres Ricas –, e a seus parentes. A procuradoria regional solicitou documentos ao banco para saber se a concessão de um crédito de 2,7 milhões de reais, a juros subsidiados do BNDES, teriam sido feitos de forma irregular. Na época, Marchiore era devedora do BB, o que, em tese, deveria limitar o acesso ao crédito. Bendine negou qualquer irregularidade.
         Mais recentemente, o ex-presidente da Petrobras também foi citado na delação do diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. Segundo ele, Bendine tentava negociar uma posição na Vale. Saud afirmou ainda que utilizava os serviços de André Gustavo Silva para repasse de propinas a agentes políticos.
Bendine e os demais detidos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. A reportagem ainda não conseguiu contato com os advogados do executivo para comentar sua prisão.

Seminário "Portos e Integração dos Modais" acontece dia quatro de outubro em São Paulo



Seminário Portos e Integração dos Modais
A modernização da área de Portos é refém da integração dos modais, não dá para investir em Portos se não integrarmos os demais modais, é necessário pensar numa expansão integrada da infraestrutura de transportes e logística.
O objetivo deste seminário é de, além de promover soluções para às áreas de transporte e infraestrutura no Brasil, buscar com o envolvimento de stakeholders e players deste setor, propostas mais assertivas de soluções reais e possíveis no curto e médio prazo, para melhorar o fluxo de mercadorias.

PATROCINE ESTE EVENTO!
INSCREVA-SE: Luciana Souza – (11) 3323-9597.

Data: Dia: 04 de outubro de 2017.
Local: Pullman São Paulo Ibirapuera - São Paulo – SP.
End: Rua Joinville, 515 - Vila Mariana


Condição Especial para inscrições antecipadas
Investimento: R$ 2.320,00 – Para inscrições PAGAS até o dia 04/08.
Investimento: R$ 2.580,00 – Para inscrições PAGAS até o dia 04/09.
Investimento: R$ 2.880,00 – Para inscrições PAGAS APÓS 05/09
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A inscrição inclui: Além da participação no Seminário, certificado, material das palestras (disponibilizadas pelos palestrantes), coffees (manhã e tarde) e almoço.
Consulte desconto para grupos.
Os descontos não são cumulativos


INSCRIÇÕES, RESERVAS e Informações: Luciana Souza - Fone: 11 3323-9597 - SKYPE lucianasouza61.
email:
dv.treina@gmail.com e luciana.treina@gmail.com - (Solicite a ficha de inscrição) - Somente serão lidos os emails enviados para estes endereços - Confirme por telefone o recebimento do seu email.

CONFIRA O PRÉ PROGRAMA – SUJEITO A ALTERAÇÕES

Programa

8h30 Recepção e distribuição dos materiais.

9h Abertura pelo presidente do evento.

I – Cenário político, retomada econômica e regulamentação
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09h15 As operações de Portos apresentaram números em 2017 melhores do que 2016 – quais as perspectivas de impulsionar essa melhora/ retomada?

Impactos do Decreto n. 9.048/2017 para renovação e expansão dos terminais.
A agenda das concessões – prorrogações e novas licitações.
Integração e alinhamento de poderes público e privado para desenvolvimento dos modais e oportunidades para PPPs e PPIs.
Integração e alinhamento dos governos, federal, estaduais e municipais nas políticas de integração de modais – como alinhar investimentos promovendo o local e o país. Quais as iniciativas atuais mais bem-sucedidas.

10h Coffee Break

10h30 Perspectivas de expansão da infraestrutura de transportes e logística

Expansão interna e de dentro para fora. Uma proposta para romper a espera de um “boom externo” e criar as próprias oportunidades a partir de forças e da indústria e produção interna - quais os caminhos e alternativas para o desenvolvimento e modernização da Logística e da Infraestrutura no Brasil
Em busca de regras claras que promovam fluxo e escoamento de mercadorias, atraiam investimento e não engessem o setor.
Quem são os novos investidores e o que querem.
Avanços tecnológicos: logística 4.0, automoação, IoT – como revolucionar infraestrutura, transportes e logística com esses novos recursos

II– Modernização da Infraestrutura, integração dos modais e melhorias nas operações Portuárias

11h15 Painel: Soluções imediatas para destravar o movimento de cargas propostas pelos usuários e quais os caminhos para viabilizá-las sem ter de esperar 10 anos.

Este painel será composto por usuários da infraestrutura de transporte no Brasil. Vislumbram algumas soluções não muito complexas. As quais podem melhorar muito o fluxo de mercadoras sem ter de esperar por grandes projetos com longos processos de discussão e aprovação.

José Eduardo L. Wendler - Diretor Comercial e Logística – Mineração Buritirama
12:30 Almoço
14h É possível superar as limitações e barreiras impostas à construção de ferrovias no Brasil?
Os projetos de expansão da malha ferroviária e perspectivas de investimento.
A segurança em transporte de cargas pelo modal ferroviário.
Integração de ferrovias e hidrovias no Brasil para buscar melhor escoamento da produção para portos e terminais.

14h45 Quais as perspectivas de desenvolvimento de modais, que facilitem o acesso aos Portos para escoamento de mercadorias – ferrovias, rodovias e hidrovias
Alternativas para fazer os produtos chegarem nos Portos a um custo menor.
Perspectivas para o desenvolvimento do transporte hidroviário. Como manter a cabotagem no Brasil? Quais as reais perspectivas para sua expansão.
Ferrovias, rodovias e hidrovias – projetos de integração

15h30 Coffee Break

16h O que as empresas de commodities têm a ensinar sobre transporte e escoamento de mercadorias.

Exportando Commodities nos Próximos 10 anos - o Brasil é o maior exportador de Soja do mundo, mas a forma como fazemos precisa mudar, para retomar o equilíbrio da cadeia de exportação.

Desequilíbrio da Cadeia de Exportação (Produtor – Tradings – Infraestrutura)
Mais eficiência e mais opções de escoamento
Construindo relações de longo prazo.


Rodrigo da Costa P. S. Gonçalves - Diretor de Logística – Algar Agro.

III – Investimentos, novos portos e novos players.


16h45 Painel de debates – Atratividade para investimentos no setor, perspectivas de crescimento e soluções para os gargalos logísticos na multimodalidade brasileira
Diz o governo atual que a sua estratégia-chave para colocar o Brasil na rota do crescimento econômico são os novos investimentos em infraestrutura. Quais são as principais ações para atrair os investimentos e impulsionar os projetos em infraestrutura e logística? Como o mercado externo está enxergando o mercado brasileiro hoje?
Haverá a retomada de uma política local? Haverá investimento?
Investidores estrangeiros – quem está interessado no Brasil?
Os projetos de portos e infraestrutura que na contramão dos problemas do Brasil dão certo
Fusões e aquisições em projetos portuários
Quais as reais perspectivas de retomada do crescimento
18h Encerramento do Seminário
Programa sujeito à alterações
Luciana Souza
Marina Araujo

Tel.: + 11 3323-9597.


Justiça suspende dragagem no Porto de Santos, atendendo pedido da Boskalis do Brasil

         A Justiça Federal determinou a suspensão do serviço de dragagem de toda a extensão do canal de navegação e dos acessos aos berços de atracação do Porto de Santos. A decisão atende a um pedido da Boskalis do Brasil, que faz parte do consórcio vencedor da licitação promovida pelo Ministério do Transporte, Portos e Aviação Civil (MTPAC) para a execução do serviço.
         O consórcio, também formado pela Van Oord Operações Marítimas, assinou contrato com a pasta em fevereiro deste ano e, no final de abril, deu início aos levantamento hidrográfico da área para a elaboração dos projetos básico e executivo da obra. A expectativa é de que a execução da dragagem seja iniciada pelo grupo a partir de setembro.
         A Boskalis questiona o contrato firmado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) com a Dragabras Serviços de Dragagem, em outubro do ano passado. A empresa venceu uma licitação ao apresentar o lance de R$ 72 milhões para a execução da obra por 12 meses. A Autoridade Portuária estimava gastar R$ 116,9 milhões no serviço.
         Em sua petição, a Boskalis alega que a continuidade da manutenção das profundidades do canal de navegação, pela Dragabras, “interfere diretamente na execução dos serviços e obras para as quais foi regularmente contratada”.
         A empresa de dragagem afirma que a situação criada pela Docas pode causar atrasos no cronograma das obras, gerando multas contratuais ou até a rescisão do contrato. A Boskalis se baseia em uma portaria, de 2014, da extinta Secretaria dos Portos (SEP), que regulamenta os serviços contratados fora do Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária II (PND II).
        Pela norma, para não gerar conflito de interesses, os contratos devem prever resolução quando existirem acordos, que concomitantemente envolvam a mesma área, no mesmo período, caso os serviços não sejam complementares.
         Em seu despacho, a juíza da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha, afirma que, pela documentação apresentada pelas partes, “é possível constatar que os contratados englobam a mesma área, são concomitantes e similares, e não se mostram complementares”.
         Com isso, a determinação da magistrada é para que os serviços sejam suspensos imediatamente. No entanto, até o final da tarde de ontem a Autoridade Portuária não havia sido notificada oficialmente da decisão judicial.
         Por meio de nota, a estatal que administra o Porto de Santos informa que “está manejando todos os meios judiciais cabíveis para reverter esta decisão”.
         Em sua defesa no processo, a Autoridade Portuária afirma que a execução dos serviços de dragagem de manutenção “se revela essencial à operacionalidade do porto” e que não considera a autorização para a elaboração dos projetos básico e executivo da dragagem como início efetivo dos serviços.
         A estatal diz ainda que o contrato com a Dragabras, válido até outubro deste ano, tem uma cláusula rescisória que permite seu encerramento tão logo se iniciem os trabalhos de remoção de sedimentos do consórcio. Isto foi pensado para que o serviço não seja realizado ao mesmo tempo nos mesmos pontos.
         Este não é o primeiro mandado que a empresa obtém na Justiça. No mês passado, a Boskalis conseguiu paralisar a licitação para contratação de dragagem de berços do complexo portuário santista. A Autoridade Portuária recorreu da decisão e aguarda o andamento do processo. 
       

Portos paranaenses reduzem em 56% número de acidentes do trabalho em dois anos

         A APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) comemorou o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, com a redução em 56% no número de ocorrências desde 2015. A queda é fruto de ações contínuas de prevenção e fiscalização que foram padronizadas e intensificadas desde 2015 junto a terminais, empregados, empregadores, operadores e visitantes.
         “Todo o trabalho é executado com base no Regulamento de Gestão Integrada, documento criado por meio da Ordem de Serviço 133/2016, que estabelece condutas adequadas para a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente”, afirmou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
         Os dados indicam que as ações têm cumprido o propósito e devem ser permanentes no dia a dia das atividades portuárias. Segundo Dividino, o objetivo da Appa é envolver cada vez mais pessoas na conscientização sobre ações de segurança no trabalho, não apenas nesta semana, mas todos os dias do ano”, acrescentou.
     Todas as atividades na área portuária são fiscalizadas e acompanhadas por uma equipe formada por 8 técnicos e um engenheiro de segurança do trabalho. Além disso, em vários pontos da faixa portuária, placas sobre condutas seguras alertam os motoristas sobre ações necessárias à sua segurança.
         Quem executa tarefas no cais precisa ter um kit de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) composto por capacete, botas especiais, luvas, máscara, protetores de ouvido e óculos, entre outros itens, dependendo da natureza do serviço e do local onde é executado.
         O acesso a essa área também é monitorado e autorizado apenas com registro biométrico. Sinalizações padronizadas indicam locais de risco e normas a serem seguidas, entre elas o limite de 30 quilômetros por hora para veículos que transitam na faixa.
          Para o gerente operacional do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), Manoel Rubens de Magalhães Filho, a segurança no trabalho tem sido cada vez mais reforçada e isso influencia diretamente na qualidade dos serviços prestados. “Essas ações mostram que quando as condições de trabalho melhoram, os resultados positivos vêm. E quanto mais segura é uma atividade mais qualidade ela tem”, disse.
          Os funcionários que trabalham a dois metros de altura ou mais recebem uma atenção especial. Uma plataforma elevada, com itens que envolvem cinto e corda, garante a execução do trabalho de forma tranquila e segura, de acordo com as normas brasileiras.
          Além da prevenção de acidentes, outra preocupação é com a qualidade da saúde das comunidades local e portuária, a curto, médio e longo prazo. Por isso, juntamente com ações de preservação da natureza há monitoramentos periódicos sobre a emissão de fumaças, intensidade dos ruídos, entre outros. Campanhas de educação e conscientização também são promovidas com trabalhadores, moradores e alunos que visitam os portos.

Wilson Sons Rebocadores entrega à SAAM SMIT o SST Aimoré, primeiro de quatro unidades encomendadas

         A Wilson Sons Estaleiros concluiu a construção de mais uma embarcação. A companhia entregou na última semana o rebocador SST Aimoré, o primeiro dos quatro que foram encomendados pela SAAM SMIT Towage Brasil.
         “Foram 16 meses de trabalho árduo. Seguindo nossos princípios e valores fundamentais, entregamos o SST Aimoré nos termos contratados e com as melhores políticas de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) do mercado brasileiro. Como resultado, o rebocador foi construído com capacidade superior ao que havia sido contratado”, destaca Adalberto Souza, diretor executivo da Wilson Sons Estaleiros.
         O contrato previa que o rebocador tivesse tração estática (bollard pull) de 70 toneladas, mas a Wilson Sons foi além e entregou com 72 toneladas de tração. A embarcação tem 24 metros de comprimento e 11 metros de largura. Conta com propulsão azimutal e projeto da Damen International.
         “Estamos muito satisfeitos com esta entrega no prazo, de acordo com as especificações e dentro do orçamento. Isso cria confiança para uma parceria contínua com a Wilson Sons Estaleiros”, afirmou Pieter van Stein, CEO da SAAM SMIT Towage Brasil.
         Até o final deste ano, a SAAM SMIT Towage Brasil deve receber mais um rebocador construído pela Wilson Sons Estaleiros e outros dois estão previstos para 2018. A companhia está construindo ainda duas embarcações para a Wilson Sons Rebocadores.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Ministro diz que "Brasil precisa ter tecnologias próprias e não ficar integrado a multinacionais da agricultura"

         O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse hoje (26) que o Brasil precisa ter tecnologias próprias, públicas, para desenvolver a agropecuária. “Não queremos, não desejamos e não vamos aceitar ser integrados a multinacionais da agricultura”, afirmou o ministro na cerimônia de posse dos novos diretores executivos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nesta quarta-feira na sede do ministério.
         “Claro que não posso barrar as fusões, não posso barrar o que a iniciativa privada faz. O que podemos fazer, como governo, é a mesma coisa que eles fazem: pesquisar, investir, correr atrás”, disse Maggi em discurso. Segundo o ministro, o papel da Embrapa é desenvolver novas tecnologias que, como tecnologias públicas, são de baixo custo para o produtor, em comparação com tecnologias internacionais.
         “Eu, como agricultor, como ministro, não desejo que nenhum agricultor, nem o país, fique subordinado a uma única tecnologia, ou a meia dúzia de empresas. O Brasil precisa reagir, precisa fazer o seu papel nessa área”, enfatizou.
         Criada em 26 de abril de 1973 e vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa é uma empresa de inovação tecnológica focada na geração de conhecimento e tecnologia para a agropecuária brasileira, reconhecida nacional e internacionalmente.
         Em um cenário de crise econômica, a Embrapa teve neste ano 27% do orçamento de R$ 320 milhões contingenciados."Não tem como sonhar alto neste momento, com grandes mudanças na Embrapa, de grandes transformações de campo. Mas, no momento em que você hiberna, que não tem muita energia a gastar, é tempo de planejar o futuro também. Eu quero estimular a Embrapa", ressaltou o ministro.
         “É um momento difícil para o país – estamos vivendo um momento de crise, mas os momentos de crise podem ser momentos de oportunidade”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes.
         Sobre os rumos da agropecuária, Lopes disse que a empresa trabalha há 30 anos em um modelo de agricultura integrada. “Com integração de lavoura com pecuária, com floresta. É uma agricultura de baixo carbono, de baixo impacto, baixo custo em termos de recurso natural, que vai empoderar os nossos produtores para competirem mais, entregarem mais valor para a sociedade.”
         Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da crise, o setor agropecuário teve um avanço de 1% do Produto Interno Bruto (PI B) no primeiro trimestre deste ano. O PIB do setor cresceu 13,4% na comparação com o último trimestre do ano passado, no melhor desempenho em termos trimestrais desde 1996.
         Em termos de geração de empregos, a agropecuária teve o melhor saldo (diferença entre admissões e demissões) entre os setores econômicos, com 36.827 novos postos, conforme os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Além da agricultura, apenas a administração pública teve saldo positivo, de 704 novos postos. Os demais setores tiveram mais demissões.
Tomaram posse hoje os novos diretores executivos de Administração e Finanças, Lúcia Gatto, de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti, e de Transferência de Tecnologia, Cleber Oliveira Soares.

Produção e emprego na indústria voltam a cair em junho, mostra indicador da CNI

         A produção e o emprego na indústria brasileira voltaram a cair em junho, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de evolução da produção ficou em 47,7 pontos e o de número de empregados no setor foi 47,6 pontos no mês passado. Os dados da Sondagem Industrial foram divulgados hoje (26) pela entidade. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos revelam queda, e acima de 50, crescimento.
         A utilização da capacidade instalada também recuou para 65% e está 3 pontos percentuais abaixo da média histórica de 68% registrada desde 2011 para os meses de junho. Com a elevada ociosidade no parque industrial, a disposição para investir continua baixa. O índice de intenção de investimento ficou em 46,6 pontos.
         Para a CNI, a combinação dos resultados efetivos dos últimos meses com os de expectativa sugere que a indústria caminha em direção à recuperação, mas que essa trajetória é de dificuldades. “Apesar do quadro negativo, as perspectivas dos empresários são positivas e indicam uma melhora do cenário no curto prazo”, informou a entidade, em nota.
         Os indicadores de expectativas da Sondagem Industrial mostram que a indústria espera o aumento da demanda, das exportações e da compra de matérias-primas nos próximos seis meses. Mas o indicador de expectativa em relação ao número de empregados continua em 48,8 pontos. “Ou seja, mesmo com a perspectiva de recuperação, a indústria deve manter as demissões nos próximos seis meses.”
         A pesquisa aponta que os principais problemas enfrentados pelos empresários no segundo trimestre do ano são a falta de demanda, a inadimplência dos clientes, as taxas de juros elevadas e a falta de capital de giro. Mas, a elevada carga tributária, com 45,2% das menções, lidera o ranking dos principais obstáculos à atividade industrial. As condições de acesso ao crédito também estão melhorando lentamente, mas continuam mais difícil que o usual, observou a CNI.
        A Sondagem Industrial de junho foi feita com 2.281 empresas de todo o país. Dessas, 940 são pequenas, 828 são médias e 513 são de grande porte. A pesquisa completa está disponível na página da CNI.

ApexBrasil inaugura Programa para empresas que não exportam em Fortaleza

         O núcleo do Programa de Qualificação para rado na prExportação (PEIEX) em Fortaleza (CE) será inaugurado nesta quinta-feia, 27. A iniciativa é fruto da parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o Núcleo atenderá ao longo dos próximos dois anos cerca de 190 empresas, capacitando-as para que comecem a comercializar seus produtos no mercado internacional.
         A inauguração contará com uma apresentação institucional da Apex-Brasil e do PEIEX, além da palestra “Projetos Setoriais – Estratégias de Promoção de Exportações”, que explicará como as empresas exportadoras e iniciantes recebem apoio da Agência. O processo de capacitação empresarial é importante para as empresas que querem começar a exportar ou consolidar o processo de exportação, conquistando novos mercados. O PEIEX existe desde 2009 e já atendeu a mais de 16 mil empresas no Brasil. Atualmente há núcleos operando em cerca de 1200 municípios brasileiros.
         O Programa oferece aos participantes, de forma gratuita, consultoria de especialistas que fazem um diagnóstico da capacidade exportadora e apontam soluções para problemas técnico-gerenciais. Após a elaboração do diagnóstico a empresa é orientada a implantar mudanças sugeridas pelos especialistas, que podem variar desde soluções gerenciais internas a ações externas relativas ao acesso a novos mercados e adequação de produto. Durante todo o processo a empresa é acompanhada por um técnico, que ajudará a empresa a cumprir todo o processo até estar apta a desenvolver um plano de exportação.
         Durante o PEIEX, as empresas também participam de seminários de capacitação para exportação, missões moldadas para quem está iniciando nos negócios internacionais e, ao final, rodadas com comerciais exportadoras para que já comecem a exportar.
         A gestão do Programa é feita pela Apex-Brasil e a execução e o ambiente de operacionalização recebem o nome de Núcleo Operacional (NO) – unidades instaladas em diferentes regiões nos estados brasileiros responsáveis pelo atendimento às empresas. Para participar do PEIEX, o primeiro passo é solicitar uma visita da equipe técnica do Núcleo Operacional mais próximo (veja aqui a lista dos Núcleos com os respectivos contatos). A partir da visita, os técnicos verificam se a empresa está pronta para participar do programa e, se for o caso, será disponibilizada uma ficha de inscrição.

Nova área para estacionamento de caminhões no Porto de Santos não atende a demanda

         A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) liberou um novo terreno para servir como estacionamento rotativo aos caminhoneiros autônomos que atuam no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Porém, segundo a categoria, neste novo local, não há espaço para receber todos os veículos.
         A nova área está localizada na confluência das avenidas Almirante Tamandaré com Siqueira Campos. Segundo a autarquia, o espaço foi escolhido para que o terreno, conhecido como Lloydbratti, localizado na Avenida Mário Covas, seja desocupado.
         O imóvel é da União e foi cedido à companhia para a construção de um viaduto, que permitirá o acesso de caminhões que trafegam na Avenida Mario Covas (Avenida Portuária) à área do Porto, na região do terminal da Libra. Esse viaduto integra o trecho 4 da Avenida Perimetral, entre o Canal 4 e a Ponta da Praia, que já está em obras.
         O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) intermediou as negociações entre os caminhoneiros autônomos e a Codesp, para que o Lloydbratti começasse a ser esvaziado. Porém, segundo o diretor do Sindicam, José Cícero Rodrigues Agra, conhecido como Souza, o novo terreno não supre a demanda da categoria.
       
         Atualmente, cerca de 170 caminhoneiros autônomos utilizam o estacionamento, e o novo local poderá abrigar apenas 80. "Tivemos três reuniões com a Codesp. O presidente informou que ali seria um viaduto e indicou outra área para ficarmos. Mas, não cabem todos, alguns ficaram descontentes. Existe a demanda da construção do viaduto e não temos documento para ir contra isso. Precisamos arrumar um local para o restante dos caminhoneiros", disse.
         O diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, se reuniu com os caminhoneiros e realizou uma cerimônia de abertura do novo estacionamento, nesta segunda-feira (25). Oliva admitiu que o espaço não suporta todos os veículos, mas garantiu que vai buscar soluções para o problema.
         “Isso é sinal de confiança e seriedade. Mais vale uma boa palavra do que vários papéis na Justiça. Vai dar para todo mundo? Não, não vai dar. Mas a gente resolve o que podemos agora, e os outros que forem chegando vamos conversando e resolvendo. A melhor política é a aproximação e fazer junto”, falou o presidente para os caminhoneiros.
         Nesta quarta-feira (26), representantes do Sindicam devem se reunir com engenheiros da Codesp para encontrar uma nova área. Enquanto isso, parte dos caminhoneiros deve estacionar os seus veículos na antiga área, e outra no novo estacionamento.
         "Não existe esse terreno que vá caber todos. Teremos que dividir. Cerca de 50% vão continuar ocupando o Lloydbratti, e o resto vai para o novo espaço até resolver essa questão", disse o diretor do Sindicato.