segunda-feira, 30 de abril de 2018

Dólar fecha acima de R$ 3,50, o maior nível desde junho de 2016

       Em mais um dia de volatilidade no mercado doméstico e externo, a moeda norte-americana voltou a subir e fechou acima da barreira de R$ 3,50. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (30) vendido a R$ 3,504, com alta de R$ 0,041 (1,2%). A cotação está no maior nível desde 3 de junho de 2016, quando tinha fechado em R$ 3,525.
       O dólar voltou a subir depois de duas sessões de queda. Hoje, operou com valorização durante todo o dia, chegando a R$ 3,507 por volta das 16h30. A divisa encerrou abril com valorização de 6,16%, a maior desde novembro de 2016, quando Donald Trump venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
       O dia também foi de tensão no mercado de ações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou a segunda-feira (30) com recuo de 0,38%, aos 86.116 pontos. Foi a primeira queda em duas sessões. O indicador, no entanto, acumulou valorização de 0,88% no mês.
       O recuo do Ibovespa hoje só não foi maior porque as ações da Petrobras, as mais negociadas, subiram 0,45% (papéis ordinários, com direito a voto em assembleia de acionistas) e 1,14% (preferenciais, com preferência na distribuição de dividendos).
       Além das incertezas políticas no Brasil, o mercado foi influenciado pelo cenário internacional. Na quarta-feira (2), o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, se reunirá para definir os juros da maior economia do planeta. Nas últimas semanas, indicações de que a inflação nos Estados Unidos pode ser maior que o previsto, aumentaram a demanda por títulos do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.
       O fato de a inflação da maior economia do planeta estar em alta aumenta as possibilidades de que o Fed eleve os juros além do previsto até o fim do ano. Taxas mais altas em economias avançadas atraem os investidores internacionais, que retiram o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar.

TCU multa presidente da Codesp por falta de dados sobre contrato

       O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva, foi multado em R$ 29,9 mil pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O motivo foi a não apresentação de informações sobre a contratação, sem licitação, de um escritório para defender a estatal na arbitragem sobre a dívida do Grupo Libra.
      Pelos cálculos do Governo, o débito da arrendatária supera a marca de R$ 2 bilhões. Já os custos com a defesa giram em torno de R$ 200 milhões. O Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá é responsável por definir os valores a serem pagos pela Libra, cuja dívida se arrasta desde 1998. A previsão é de que o processo seja concluído em setembro do ano que vem. 
       A sentença arbitral tem o mesmo efeito da convencional, mas o processo é considerado mais rápido por levar até dois anos. Embora tenha sido autorizado pela extinta Secretaria de Portos (absorvida pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil), em 2015, o processo só foi iniciado dois anos depois.

Estaleiro de Suape entrega navio de maior valor agregado já construído no Brasil

        O Polo Naval do Complexo Industrial Portuário de Suape, entregou mais um navio construído em Pernambuco. O governador Paulo Câmara e o presidente de Suape, Marcos Baptista, estiveram neste fim de semana no Estaleiro Vard Promar para participar da cerimônia de entrega do navio Skandi Recife, a embarcação de maior valor agregado já construída no Brasil com alta tecnologia e que foi construída pelos 1.100 trabalhadores pernambucanos do estaleiro.
       O navio, do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel), recebeu R$ 1 bilhão em investimentos. A embarcação é dotada de tecnologia de ponta e alta precisão, além de um sistema de funcionamento dinâmico que a deixa parada no mar mesmo com incidência de correntes e ventos. A embarcação ainda conta com uma torre com capacidade para 340 toneladas de lançamento de linhas flexíveis que conectam os poços às linhas de produção de petróleo. O Skandi Recife é o primeiro navio deste tipo produzido pelo Vard Promar.
       Com 140 metros de comprimento e 28 de largura, o Skandi Recife foi entregue à empresa Dofcon Navegação que vai conceder o navio à Petrobras por oito anos. A entrega foi comemorada pelo vice-presidente sênior do Brasil do Grupo Vard, Guilherme Coelho. Orgulhoso, o executivo disse que nenhum lugar do Brasil é capaz de fazer o navio que os trabalhadores do Vard concluíram.

Chanceleres do Peru e Bolívia buscarão saída para impasse na Unasul

       Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Peru, Martín Vizcarra, demonstraram preocupação com a situação atual da União das Nações Sul-americanas (Unasul). Nesta sábado (28), Morales e Vizcarra encarregaram seus chanceleres de buscar consenso no grupo para eleição do novo secretário-Geral. O bloco vive um momento delicado desde a saída temporária de Brasil, Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru.
       Vizcarra disse que o encontro com Morales serviu para pedir um esforço das chancelarias de Peru e Bolívia para encontrar “uma solução ao problema atual do grupo”. Já Morales afirmou acreditar em um consenso. “É uma responsabilidade de nos manter integrados […] Vamos chegar a um acordo, tenho a esperança”. A Bolívia ocupa a presidência pró-tempore da Unasul.
       A escolha do novo secretário-geral da Unasul está suspensa desde janeiro de 2017 e foi esse o motivo da saída dos cinco países. Venezuela, Bolívia, Suriname e Equador vetaram o nome do embaixador José Octávio Bordón, candidato argentino ao posto. Desde então, não houve avanços nas negociações por um nome de consenso.
       “O que nós fizemos foi um apelo para que possamos superar os impasses que levaram à paralisia da Unasul. Há mais de ano estamos sem secretário-geral. É um desperdício de oportunidades de integração. Um desperdício de dinheiro, porque são muitos funcionários e é um prédio magnífico. Mas não está sendo utilizado”, disse o chanceler do Brasil, Aloysio Nunes, em um evento, na última terça-feira (24). A Unasul foi criada em 2008 com o objetivo de fortalecer as relações comerciais, culturais, políticas e sociais da região. (imagens do centro financeiro de Lima, capital do Peru)

Recuperação de tarifas charter mantém porta-contêineres afastados de desmantelamento

         A Alphaliner divulgou estudo mostrando que está ocorrendo uma redução significativa na taxa de desmantelamento de navios porta-contêineres. Atribuiu o fenômeno a recuperação, ainda incipiente, do mercado charter global, mantendo as embarcações afastadas dos desmanches. Entretanto, a mesma análise revelou que as tarifas de frete se movem em direção oposta, com uma diminuição da demanda que pode ameaçar o delicado equilíbrio desse segmento da navegação.
         Em resumo, o levantamento mostrou que a atividade de desmantelamento de navios porta-contêineres que vinha em um ritmo frenético até 2016, desde então começou a desacelerar e somente doze navios foram vendidos para ser reciclados. A Alphaliner ajustou sua estimativa de desmantelamento para este ano a apenas 200 mil teus, número que pode ficar ainda mais baixo, se houver uma melhora no comércio.
       A capacidade projetada para ser descartada em 2018 se posiciona entre 100 mil e 200 mi teus, bem abaixo dos 413 mil teus descartados em 2017 e bem menos que o número recorde de 654 mil teus, atingidos em 2016. A estimativa é de que uma nova redução na taxa de desmanche de navios poderá fazer com que o volume de embarcações desmanteladas este ano seja a mais baixa desde 20111.
       Com mais de um milhão de teus de capacidade de porta-contêineres em lista para ser entregues entre abril e dezembro deste ano, a redução da taxa de desmanche impulsionou as estimativas de crescimento da capacidade para todo o ano até 6%. A expectativa é de que o total de unidades da frota global alcance 22,37 milhões de teus até o fim do ano, em comparação com os 21,10 milhões de teus no início de 2018.
       A capacidade geral de porta-contêineres inativos, no entanto, se reduziu expressivamente desde um máximo histórico de 1,6 milhões de teus em outubro de 2016 a 340 mil teus hoje. O mercado segue em condições delicadas para suportar qualquer diminuição da demanda que ameaçaria interromper a frágil recuperação dos mercados de charter de porta-contêineres, e inclusive as tarifas de carga começaram a sentir a pressão do excesso de oferta.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Grupo japonês compra a gigante Embraco por R$ 3,4 bilhões

       O mercado global registrou nesta terça-feira (24) uma das maiores transações de compra e venda do ano. O negócio de mais de R$ 3,4 bilhões envolve uma empresa que nasceu em Joinville, no Norte catarinense, a Embraco, vendida para um grupo japonês que passa a ser dono de todas as fábricas no Brasil, China, Eslováquia e México e dos escritórios nos Estados Unidos e na Rússia, como mostrou o NSC Notícias.
       A negociação durou meses e foi fechada nessa madrugada. Mas a Embraco não era mais brasileira. Ela foi fundada em 1971 em Joinville, mas em 1997 foi vendida para o grupo Whirpool, que é americano, e também tem fábrica na cidade e produz eletrodomésticos.
       A Embraco é líder mundial em compressores pra refrigeradores. Um compressor é como se fosse o coração de um sistema de refrigeração, altera a temperatura do equipamento. Entre as principais aplicações estão as geladeiras.
       A empresa pode produzir até 40 milhões de compressores por ano e tem 11 mil funcionários pelo mundo, sendo que quase a metade fica no Brasil. São cinco mil funcionários nas unidades de Joinville e Itaiópolis, também no Norte.
       Para a Associação Empresarial de Joinville (Acij), a venda da Embraco é uma mudança de controle acionário, em princípio sem causar grandes mudanças. "Como muda o controlador, com o tempo ele vai implantar sua cultura, sua forma de agir, de pensar. Mas não existe uma outra planta da Embraco onde o comprador pudesse fazer sinergia, cortando custas e demitindo pessoas, e tal", disse João Martinelli, vice-presidente da Acij.
       Para o sindicato que representa os funcionários, a expectativa é positiva. A categoria acredita em expansão de produção, com mais contratações. No ano passado, a Embraco exportou pra mais de 80 países e atingiu um consolidado de vendas de US$ 1,3 bilhão.
       A empresa que comprou é a japonesa Nidec, que produz principalmente motores e tem investido mais no mercado de eletrodomésticos. Para a venda da Embraco ser consolidada ainda é preciso a sanção de autoridades regulatórias brasileiras e de outros países. A expectativa é que a transação leve um ano pra ser concluída.

Allog lança serviço de logística integrada exclusivo para São Paulo


       A Allog International Transport – empresa especializada em transportes internacionais – acaba de lançar um programa exclusivo de logística integrada para atender o Estado de São Paulo. Além dos  serviços marítimos (full contêiner e LCL), aéreo (back to back e consolidadas), cargas projetos, cargas em granel líquido, rodoviário internacional e seguro de cargas, também passa a oferecer armazenagem e despacho aduaneiro em uma solução de transporte integrado.
       O objetivo do novo serviço lançado para atender o Estado de São Paulo é contribuir com a competitividade e aprimoramento do mercado logístico nacional. “Queremos gerar impactos positivos em toda a cadeia logística”, enfatiza Anderson Venancio, vice presidente da Allog. Ele explica que, ao reunir todos os serviços em um pacote completo, as operações são simplificadas e ajudam as empresas a serem mais eficientes.
      O serviço consiste na integração dos processos a partir de um sistema inteligente capaz de monitorar o fluxo das etapas do transporte e gerenciar as atividades. Com o serviço, a Allog pretende também coordenar a logística completa e agilizar processos dentro dos melhores  custos, seja qual for a origem ou destino da mercadoria e o meio de transporte utilizado: aéreo, rodoviário ou marítimo.

Movimentação de contêineres cresce nos três primeiros meses do ano no Porto de Rio Grande


       A movimentação de contêineres no Porto do Rio Grande, nos primeiros três meses de 2018, teve significativo aumento em comparação ao mesmo período do ano passado. A informação foi dada pela Suprg (Superintendência do Porto do Rio Grande) nesta sexta-feira, 27.
       No primeiro trimestre deste ano já passaram pelo Porto, 172.327 teus. O volume representou um aumento de 3,5% em relação ao mesmo período no ano passado quando foram registrados 166.498 teus.
       A movimentação geral desse tipo de carga no ano passado ficou em 743.478 teus e teve a Espanha como país de destino com maior volume de exportação com 30.587. Na importação, a Argentina liderou as operações, alcançando a marca de 133.112 teus.

Justiça permite assembleia de credores dos contoladores do Estaleiro Rio Grande

       A Ecovix conseguiu avançar um degrau no tortuoso caminho para tentar aprovar seu plano de recuperação. Na tarde desta quinta-feira (26), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), na 6ª Vara Cível, liberou a realização de assembleia geral de credores da dona do Estaleiro Rio Grande, localizado no polo naval da Região Sul.
       Ainda sem data marcada, a nova etapa será necessária para a apresentação do projeto de negociação da dívida de cerca de R$ 7,6 bilhões da empresa. Na reunião, os credores poderão votar a favor ou contra o plano.
       "A decisão da Justiça foi razoável. A Ecovix quer votar o plano o quanto antes. Mas a definição da nova data ainda depende da juíza de primeira instância de Rio Grande", declarou o advogado da Ecovix, Rodrigo Tellechea.

BNDES repassará R$ 148 bilhões para o governo em agosto

       O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai desembolsar, no início de agosto, R$ 148 bilhões para o governo federal, sendo R$ 130 bilhões para o Tesouro Nacional e o restante para o Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que apresenta um déficit de R$ 18 bilhões. A informação foi dada pelo presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, em entrevista coletiva em Buenos Aires, onde participou da Conferencia sobre Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina.
       Oliveira disse que o banco está finalizando, com o Ministério da Segurança, um edital para definir os termos pelos quais serão liberados R$ 42 bilhões, nos próximos cinco anos, para a segurança dos estados e municípios. Para este ano, está prevista a liberação de R$ 5 bilhões.
Brasília - O ministro interino do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, participa de audiência pública conjunta da CAE e CCJ do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
       Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, disse que repassará R$ 148 bi ao Tesouro (Arquivo/Agência Brasil)
       Para receberem os recursos, estados e municípios terão que demonstrar condições de pagar a dívida que contraírem. Eles podem usar, como garantia, o Fundo de Participação dos Estados (FPE) – que são recursos repassados pelo governo federal aos governos estaduais.
       Durante o evento em Buenos Aires, promovido pela CAF (como é chamado o Banco de Desenvolvimento para a América Latina, com sede na Venezuela), Oliveira falou sobre a nova postura do BNDES que, depois dos escândalos de corrupção no Brasil, adotou medidas para aumentar a transparência e garantir a viabilidade de projetos de infraestrutura.
       Agora, o BNDES publica a totalidade dos projetos nos quais está envolvido na sua página, algo que, segundo Oliveira, “nenhum outro banco do mundo faz”. A medida, disse, é para demonstrar à sociedade brasileira que “diante de tudo que aconteceu no Brasil” o BNDES “tem uma qualidade ética elevada, o que não é pouca coisa”.
       Oliveira ressaltou que “nenhum funcionário do BNDES foi acusado de envolvimento” nos escândalos de corrupção. O banco, disse, foi envolvido indiretamente porque algumas empresas, financiadas pela instituição, são acusadas de pagarem propinas. Ele lembrou que a função do BNDES não é fiscalizar a forma como uma empreiteira ganhou uma licitação, mas que faz uma avaliação de risco de investimento na obra.
       “O que estamos fazendo é trabalhar muito a imagem do BNDES, divulgando o que estamos fazendo às empresas e aos governos estrangeiros, e dizendo que continuamos aí, interessados em investir no desenvolvimento e para ajudar as exportações brasileiras”, disse Oliveira.
       O presidente do BNDES disse que vai focar mais em estudos da viabilidade técnica, financeira e jurídica de projetos de integração física regional, como a segunda ponte sobre o Rio Jaguarão, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Ele lembrou que existem muitos projetos para integrar a América Latina, mas apenas metade saiu do papel. De acordo com Oliveira, uma das formas de viabilizar esses financiamentos é a Parceria Público Privada (PPP).

Complexo santista movimenta apenas 6,6% das exportações de boi vivo

       O Porto de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, movimentou apenas 6,6% dos bois vivos exportados no país em 2017, uma prática recente de comércio voltada a países muçulmanos. Foi feito um único embarque desse tipo neste ano, e outro no ano passado. Antes disso, o complexo santista não recebia carregamentos assim havia duas décadas.
       Já o terminal de Barcarena, no Pará, escou 267 mil bois vivos em navios no ano passado, o que representou 65,7% do total do país. Em segundo lugar ficou o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e em terceiro, São Sebastião, igualmente no litoral paulista.
       Na quarta-feira (25), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu uma decisão liminar (provisória) contra a lei municipal que proíbe o embarque de cargas vivas no Porto de Santos. O ministro argumentou que não cabe ao município legislar sobre exportações.

Porto Brasil Sul recebe aval do Ministério dos Transportes

       O Porto Brasil Sul (PBS), a ser instalado na região da Ponta do Sumidouro, município de São Francisco do Sul (Norte de SC), foi apresentado nesta semana para o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silveira. O ministro conheceu o projeto acompanhado do senador catarinense Paulo Bauer e destacou a importância do Porto Brasil Sul para o desenvolvimento logístico do País. “O governo federal tem interesse em incentivar investimentos desta natureza, que geram emprego e renda à população local e a todo o Brasil”, disse.
        “O Porto Brasil Sul é um projeto maduro, que entra em uma nova fase, impulsionado pelo interesse do mercado em projetos robustos de infraestrutura que farão a diferença no Brasil da próxima década”, avaliou Marcus Barbosa, diretor-presidente do Porto. Renato Pavan, diretor técnico do Porto, lembrou ao ministro a excelente localização do terminal e com calado médio de 20 metros. “É uma das melhores regiões do País para a instalação de um moderno porto de águas profundas”, destacou.
       O empreendimento solucionará o gargalo logístico das regiões Sul e Sudeste, tornando-as ainda mais competitivas nos mercados interno e externo. O PBS será o maior porto da região Sul e o quinto maior multicargas do País, dispondo de sete terminais e oito berços de atracação, com movimentação projetada 20 milhões de toneladas/ano. A previsão é que quando estiver totalmente em operação gere 3 mil empregos diretos.
        O projeto foi desenvolvido como um Hub Port – porto concentrador de cargas e de linhas de navegação – do Mercosul, com capacidade para receber, em médio prazo e após as obras de adequação do canal de acesso, os navios da classe Post Panamax, as maiores embarcações de carga do mundo, com até 18 mil TEUs e 220 mil toneladas.
         Mais cedo, o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Mário Povias, também conheceu o projeto e indicou que está em linha “com os planos do governo federal para o setor de infraestrutura portuária”. O senador Paulo Bauer comentou que Santa Catarina comporta mais um porto, como o Porto Brasil Sul. “Investimentos como este merecem apoio em todos os níveis governamentais”, indicou.

Ministro diz que Portal Único de Comércio Exterior está em etapa final

       O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, disse nesta quinta-feira (26) em reunião com empresários do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), em São Paulo, que vai finalizar a última etapa do Portal Único de Comércio Exterior. Segundo o ministro, o portal vai beneficiar importadores e exportadores.
       "A iniciativa beneficia o exportador e o importador, uma vez que dispensa o uso de papel, reduz a burocracia e simplifica enormemente a vida do empresário. O Portal Único de Comércio Exterior reduz tempo e custo nas operações de exportação e importação”, disse Marcos Jorge.
       A entidade, que completa 18 anos, apresentou aos conselheiros o balanço das ações realizadas em 2017 e os pilares que vão orientar a atuação em 2018: desburocratização, economia digital e governança e gestão. Segundo Marcos Jorge, o aumento da competitividade da indústria brasileira é condição primordial para o avanço do Brasil na economia global.
       O ministro lembrou que, no atual estágio de implantação, o portal já beneficia, diretamente, 5 milhões de operações de exportação por ano de mais de 255 mil empresas. Desde 2016, o ministério adota medidas de simplificação administrativa. Marcos Jorge citou ações específicas para os micro e pequenos negócios, com o retorno da Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa na estrutura do ministério.
      Em março, o ministério, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou a Estratégia Nacional para a Indústria 4.0. “Temos um enorme desafio à frente. Estamos prestes a adentrar na quarta Revolução Industrial e nosso país tem de estar preparado para as mudanças que se impõem”, disse.
       A partir do dia 2 de julho, exportadores de todo o país deverão migrar completamente suas operações para o Novo Processo de Exportações do Portal Único de Comércio Exterior. A partir dessa data, serão interrompidos os novos registros nos módulos Novoex, DE-Hod e DE Web, sistemas atualmente utilizados para a realização de exportações. Entretanto, esses módulos permanecerão disponíveis para consultas e retificações dos registros previamente efetuados.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Novo Código Báltico de Conduta intensifica luta contra a corrupção no transporte marítimo

        A Baltic Exchange modernizou o Código de Conduta destinado aos armadores, charteadores e agentes de navegação que operam transporte marítimo de carga e nos mercados derivados. A informação foi divulgada pelo organismo nesta quinta-feira, 26. A revisão foi coordenada pelo escritório de advogados Norton Rose Fulbright, sob supervisão do Baltic Exchange e o Baltic Membership Council. 
       O trabalho resultou no Novo Código Báltico, que reuniu um conjunto de princípios e práticas comerciais que serão aplicáveis não apenas em relação aos membros do Baltic Exchange, como também ao mercado e geral. Com essa medida se busca definir a competência equitativa na luta contra  o suborno e a corrupção, entre outros problemas.
       Ao explicar porque o BE atualizou seu código e as novas disposições adotadas, na Semana Marítima de Singapura, o chefe executivo do órgão, Mark Jackson, afirmou que "os tempos mudaram e os integrantes do Baltic Exchange estão operando em um entorno com um enfoque maior que nunca em sua abrangência." Explicou ainda que não se pode esperar um escrutínio político e regulatório que decorra dos mercados de commodities desde a crise financeira mundial de 2007/2009.
       "Queremos, com este novo código, preservar a confiança e a integridade dos mercados de transporte marítimo de carga e seus derivados, eliminar as práticas inadequadas, aumentar a confiança de todo o mercado e atrair negócios com os membros do Baltic Exchange.

Camex estuda abertura de contencioso sobre embargo da UE ao frango

       A Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou hoje (25), por unanimidade, o início de estudos para abertura de contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC) contestando barreiras impostas pela União Europeia (UE) à carne de frango brasileira. A proposta foi encaminhada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento depois que o bloco econômico europeu declarou embargo às exportações alegando a presença de salmonella no produto. Na semana passada, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (foto), já havia anunciado a intenção de instalar painel na OMC para analisar as barreiras impostas pela UE à importação de frango do Brasil.
       A UE anunciou que vai descredenciar 20 plantas exportadoras da lista de empresas brasileiras autorizadas a vender carne de frango e outros produtos para os 28 países que compõem o bloco. Ao todo, unidades de nove empresas serão afetadas, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). "A comunidade europeia argumenta com uma questão sanitária, mas, se os frigoríficos brasileiros pagarem uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandarem tudo como carne in natura, o produto entra na UE sem problemas sanitários”, informou, por meio de nota, o ministro. “Então não é uma questão de saúde. E é isso que nós vamos reclamar na OMC”, disse Maggi.
       De acordo com o Ministério da Agricultura,pagando a tarifa extra-cota, as exigências sanitárias quanto à salmonella são reduzidas de 2,6 mil tipos da bactéria para dois. Maggi encontrou-se antes da reunião da Camex com os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, para esclarecer os problemas enfrentados com a UE e definir uma estratégia conjunta na OMC.
       Segundo a pasta, a UE impõe critérios microbiológicos diferentes para detecção e controle de salmonella para carnes de aves in natura sem sal e carnes de aves in natura com sal. O critério aplicado à carne de aves sem sal restringe-se à detecção de dois tipos de bactéria (S. Enteritidis e S. Typhimurium). Nas carnes de aves salgada e temperada (cruas), o critério é a detecção de Salmonella spp (qualquer um dos cerca de 2,6 mil tipos da bactéria).
       "Em função da semelhança existente entre os dois produtos de carne de aves (não submetidas a nenhum processo de preservação além do resfriamento ou o congelamento), o Ministério da Agricultura entende que a adoção de critérios tão distintos constitui barreira sanitária às importações e à comercialização, sobretudo em virtude da falta de comprovação ou evidência científica que sustente o tratamento diferenciado.”
       A Camex é integrada pelos ministros da Casa Civil da Presidência da República, que o preside; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; das Relações Exteriores; da Fazenda; dos Transportes, Portos e Aviação Civil; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e da Secretaria-Geral da Presidência.
       A decisão da União Europeia deu-se após a terceira etapa da Operação Carne Fraca, realizada no ano passado pela Polícia Federal para investigar denúncias de fraudes cometidas por empresários e fiscais agropecuários federais. A Operação Trapaça, deflagrada em 5 de março, teve como alvo a BRF, dona da Sadia e Perdigão. O grupo é investigado por fraudar resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação pela bactéria Salmonella pullorum.

STF suspende lei que veda transporte de animais para o Porto de Santos

       O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspendeu na tarde desta quarta-feira (25) a Lei Complementar 996/2018, do município de Santos (SP), que proibiu o tráfego de veículos de transporte de carga viva pelas ruas da cidade.
       A decisão do ministro foi motivada por uma ação da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que questionou a constitucionalidade da norma, aprovada pelo Legislativo local, após o embarque de 25 mil cabeças de gado para a Turquia, em fevereiro, no Porto de Santos.    A CNA alegou que a norma inviabilizou as exportações e invadiu competência da União para legislar sobre o tema.        Fachin entendeu que a lei impôs “restrição desproporcional” aos empresários do agronegócio ao impedir o trânsito de carga viva. Para o ministro, a legislação federal já estabelece normas sobre o transporte e a proteção dos animais.
       “Como se depreende, o município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo na área urbana e de expansão urbana de seu território, transgrediu a competência da União, que já estabeleceu, à exaustão, diretrizes para a política agropecuária, o que inclui o transporte de animais vivos e a sua fiscalização”, afirmou.
       Na ação, a CNA explicou que a maior parte da exportação de gado vivo pelo Porto de Santos é destinada para países muçulmanos, onde o corte da carne é diferente por razões religiosas.
Por outro lado, entidades de proteção animal, como o Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal e outras ONGs, questionaram o transporte e alegaram que a empresa responsável pelo frete não estava cumprindo a regulamentação nacional. Entre as irregularidades, estariam o espaço menor que o recomendado entre um animal e outro, a imersão dos animais em fezes e urina e o racionamento de alimentos e água.

Dragagem no Mucuripe deve ser concluída em novembro

       A dragagem no Porto do Mucuripe (CE), cuja obra é esperada desde a Copa do Mundo de 2014, deve ser iniciada em maio e ser concluída em novembro deste ano. A informação foi revelada pelo presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima e dos Operadores Portuários do Ceará (Sindace) e consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti.
       A obra de dragagem é necessária para ampliar a profundidade do calado (fundura máxima atingida por navios quando cheios). Com isso, grandes embarcações poderão atracar no terminal, sem que turistas sejam transferidos para desembarque em veículos menores.
       "Tudo indica que devemos iniciar a dragagem em maio e vamos urgenciar a realização da dragagem do berço de atracação do Terminal Multiuso (passageiros) que alavancará o turismo de cruzeiros marítimos no Estado", adiantou Iughetti.
       O presidente da Companhia Docas do Ceará, César Pinheiro, garantiu que a Jan de Nul, empresa responsável pela dragagem, executará os serviços dentro do prazo estabelecido. "O contrato firmado terá o seu cronograma cumprido rigorosamente", garantiu o executivo.

Embarques de soja paraguaia registram recorde com 1,56 milhões de toneladas

       As exportações de soja do Paraguai, no terceiro mês do ano, atingiram 1,56 milhões de toneladas em estado natural e industrializada, volume que representou um recorde mensal nos últimos dez anos. O resultado foi divulgado pela Cámara Paraguaya de Procesadores de Oleaginoas y Cereales (Cappro), segundo o jornal La Nación.
      Esse grande ritmo comercial potencializa a cifra das exportações acumuladas do ano, já que ao fechar o primeiro trimestre o volume embarcado somou 2,95 milhões de toneladas de soja e produtos industrializados. Os números são ainda mais significativos porque em fevereiro houve queda de 20% em relação ao mesmo mês do ano passado.
      O ingresso acumulado de divisas até o fechamento do mês de março gerado pela soja e seus derivados chegou a US$ 1.088 milhões. Esse valor representou 47% to total das exportações do país no período. Mesmo assim, em todo o trimestre, aconteceu uma contração de 6% na comparação com o primeiro trimestre de 2017.
       

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Exportações de tabaco devem crescer 10% em 2018


       Após um 2017 de estabilidade nas exportações de tabaco, o Brasil deve registrar aumento de 10% nos embarques este ano. Essa é a tendência apontada pela pesquisa da PricewaterHouseCoopers, encomendada pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). A expectativa é que a exportação de tabaco aumente de 10% a 15% em volume e de 15% a 20% em dólares.
       Os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontaram um crescimento já no primeiro trimestre. Até o momento, em todo o País, foram embarcadas 107,1 mil toneladas, que geraram divisas de US$ 482,9 milhões, montante 73% maior em volume e 90% maior em dólares em comparação ao mesmo período de 2017.
      Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, o crescimento pode ser explicado pelo tamanho das safras. “Esse aumento já era esperado uma vez que é resultado direto dos estoques provenientes da safra 2016/17, quando foram produzidas 686 mil toneladas, que foi maior que a safra anterior que resultou em 540 mil toneladas”, comentou o dirigente.
      Os principais destinos até o momento foram Bélgica, Estados Unidos, Indonésia, Rússia e Alemanha. Considerando somente a Região Sul, grande produtora de tabaco, foram 105,8 mil toneladas e US$ 465,3 milhões exportados, sendo 78% destinado pelo porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
        No ano passado, o setor completou 25 anos consecutivos na liderança do ranking mundial de exportações de tabaco, período em que foram vendidos para o exterior 462 mil toneladas, movimentando US$ 2,09 bilhões. O Brasil é responsável por cerca de 30% das exportações mundiais de tabaco.
        O produto representou 1% no total das exportações brasileiras de 2017 e 9,2% dos embarques do Rio Grande do Sul, que segue sendo o estado que mais exporta tabaco (78% do total embarcado), com divisas que ultrapassaram US$ 1,63 bilhão no ano passado. Em 2017, o tabaco em folha foi exportado para 94 países, sendo oito responsáveis por mais de 60% do montante embarcado:  Bélgica (US$ 342 milhões), China (US$ 276 milhões), Estados Unidos (US$ 198 milhões), Itália (US$ 120 milhões), Indonésia (US$ 105 milhões), Alemanha (US$ 92 milhões), Rússia (US$ 80 milhões) e Coreia do Sul (US$ 61 milhões).
        Na produção, o Brasil manteve a segunda posição do ranking mundial, atrás somente da China. Na safra 2016/2017 foram produzidas 686 mil toneladas, que renderam mais de R$ 6,09 bilhões de receita aos produtores e R$ 13,9 bilhões em impostos. Os 150 mil produtores brasileiros cultivaram 299 mil hectares com tabaco em 566 municípios. No País, são 600 mil pessoas envolvidas na produção rural e 40 mil empregos diretos nas indústrias.