Os trabalhadores metalúrgicos que atuam no
Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do
Recife, fecharam o acesso ao Porto em protesto na manhã da última
sexta-feira (29), ato que fez parte do Dia Nacional de Paralisação e
Manifestações, convocada por centrais sindicais em todo o país. Também
participaram do ato o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Pesadas
(Sintepav-PE), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O protesto é contra as
demissões de funcionários do Estaleiro Atlântico Sul e do atraso no
pagamento por empresas terceirizadas. A manifestação fez parte do Dia
Nacional de Paralisação e Manifestações, convocada por centrais
sindicais em todo o país em protesto contra as Medias Provisórias 664 e
665 (que alteram o acesso a direitos trabalhistas) e o Projeto de Lei
4330 (que regulamenta os contratos de trabalhadores terceirizados).
“No
total já foram cerca de três mil demissões. Queremos cobrar um
posicionamento do estaleiro sobre o futuro dos seus trabalhadores”,
reivindica Henrique Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE).
Manifestantes
queimaram pneus e galhos na "Curva do Boi" fechando os dois sentidos da
Via Portuária e, consequentemente, bloqueando as entradas de acesso ao
Complexo de Suape, o que resultou um engarrafamento de aproximadamente
dois quilômetros.
Trabalhadores reclamaram que o Estaleiro
Atlântico Sul tentou forçar a passagem por uma ponte interditada para
chegar ao local. Gelo baiano chegou a ser retirado para garantir mudança
de rota dos ônibus em Suape. A diretoria de Suape explicou que liberou o
acesso aos estaleiros através da ponte por 30 min para os ônibus.
Sem
ter como chegar nos estaleiros, muitos trabalhadores voltaram pra casa.
Alguns ônibus com funcionários dos estaleiros tentaram desviar do
protesto, mas ficaram pelo caminho. A via só começou a ser liberada
pelos seguranças de Suape por volta das 8h30, no sentido Porto. A
manifestação terminou por volta das 9h20, mas o trânsito ainda é lento
no local neste momento, quase 10h. De acordo com a Polícia Militar, dez
trabalhadores foram presos no protesto por estarem fazendo tumulto.
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