A companhia norte-americana Edison Chouest Offshore (ECO)
anunciou nesta segunda-feira (22), a antecipação de seus investimentos
no Brasil para criar no Porto do Açu (RJ), a maior base
de apoio às atividades de exploração e produção de petróleo em alto-mar
(offshore) do mundo. Atenta ao crescimento da demanda, a empresa
decidiu adiantar em cinco meses o direito que tinha de adquirir mais
áreas no porto e, com isso, praticamente dobrou sua estrutura no Açu.
A
Prumo, dona do Porto do Açu, não revelou as cifras envolvidas no
negócio. Mas a Edison Chouest dá uma pista ao revelar que o
investimento de R$ 450 milhões para a construção da base de apoio
offshore terá de dobrar com essa ampliação. "Antecipamos o
investimento para poder acelerar nossas obras. Após o contrato com a
Petrobras, tivemos uma forte procura das empresas internacionais e
estamos muito avançados nas negociações", afirmou Ricardo Chagas, diretor
para a América Latina do Grupo Chouest e presidente da Brasil Port.
Em
fevereiro, depois de um processo de licitação conturbado, a empresa fechou um contrato de R$ 2 bilhões com a Petrobras para
fornecer serviços portuários para as plataformas na Bacia de Campos com a
utilização de seis berços de atracação de navios no Açu. A Chouest
venceu a licitação em novembro, mas o contrato só foi assinado meses
depois, por causa de uma ação judicial da prefeitura de Macaé, região
onde se localiza a maior produção de petróleo do País.
A partir da
ampliação acertada este mês a empresa terá agora capacidade para
atender 15 navios ao mesmo tempo, incluindo os seis berços destinados
exclusivamente às embarcações da Petrobras. Uma estrutura bem maior do
que os seis berços do Porto de Macaé, no Rio de Janeiro, onde a maior
parte das atividades offshore da Petrobras oriundas da Bacia de Campos é
realizada.
A previsão é de que pelo menos os primeiros três
berços no Açu estejam concluídos até novembro. O projeto inclui ainda a
instalação de um estaleiro de reparo naval para atender suas embarcações
e de terceiros. No Brasil, a americana tem 70 embarcações de apoio
marítimo offshore operando para a Petrobras, Shell, Queiroz Galvão,
Total, Repsol e Statoil. Já o estaleiro é previsto para entrar em
operação a partir do primeiro semestre de 2017.
"O investimento
da Chouest dá um selo de qualidade ao Porto do Açu. Além disso, também
deve atrair novas indústrias para cá", afirmou o presidente da Prumo,
Eduardo Parente. "A Edison Chouest é a líder no setor de apoio offshore.
É mais uma prova de que o Porto do Açu será o principal polo para o
setor de oleo e gás", finalizou ele.
A construção de um estaleiro
pelo grupo americano minimiza a perda causada ao porto pela crise da
OSX, empresa de construção naval criada pelo empresário Eike Batista
para atender a demanda do setor e que hoje está em recuperação judicial.
Quando o Açu foi idealizado por Eike, antes da venda da companhia para a
Global Energy Partners em agosto de 2013, o objetivo era fazer da OSX o
grande estaleiro fornecedor da Petrobrás para suas investidas na
exploração de petróleo e gás no pré-sal. A derrocada do grupo
interrompeu os planos.
Com uma área de 1.030 metros de frente de
cais, a previsão é de que a unidade da Chouest movimente 10,8 mil navios
por ano. O presidente da Prumo ressaltou ainda que o grupo americano
ficará com uma retroárea de cerca de 600 mil metros quadrados, o que
também é um diferencial importante na atração das atividades offshore
para o Açu. No Porto de Macaé, por exemplo, a retroárea é de apenas 50
mil quadrados. É nesse espaço que se faz o armazenamento das cargas e,
muitas vezes, se localiza o desembaraço aduaneiro. Além disso, ponderou
Parente, a estrutura e as tecnologias utilizadas no Açu são mais
modernas, o que gera maior eficiência e rapidez nas atividades dos
clientes. As informações são do jornal
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