A
presidente Dilma Rousseff, premida pelas dificuldades na economia e o impacto da crise política, busca a reaproximação com os empresários. A estratégia será posta em prática na
visita que fará aos Estados Unidos, a partir do próximo dia 29. Na viagem, Dilma
tentará atrair investimentos e rever normas e regulações, na tentativa
de destruir barreiras que prejudicam o livre comércio. O governo
brasileiro já negocia parcerias com laboratórios públicos americanos e
elegeu a área de inovação como prioridade.
"Eles têm interesse
aqui e nós temos interesse lá", explica o
ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), coordenador do Fórum
Brasil-Estados Unidos. Integrado por CEOs das mais importantes
companhias dos dois países, o grupo se reuniu nesta quinta-feira com a
presidente Dilma, no Palácio do Planalto. "Vamos buscar parcerias
de investimento com o setor privado e levar uma pauta para a melhoria
do comércio. No nosso caso, o que mais interessa é a inovação. Trata-se
da economia com maior capacidade de inovação, tem muitos laboratórios",
adianta Mercadante.
"Além disso, nós já tivemos 32 mil estudantes do
programa Ciência Sem Fronteira nos Estados Unidos, muitos fazendo
estágio em empresas. Educação, ciência e tecnologia também despertam
grande interesse do Brasil," explica Mercadante. O chefe da Casa Civil acredita que
uma nova agenda de normas e regulação pode melhorar o ambiente de
negócios, a partir desta visita de Dilma. "Quando se cria o mesmo padrão
de normas e regulação, você agiliza o comércio entre os dois países e
facilita muito o acesso ao mercado", argumenta.
Segundo Mercadante, um acordo neste sentido foi feito recentemente com o setor de
cerâmica. A expectativa do ministro é que agora sejam firmadas
parcerias na área de saúde e tecnologia da informação (TI). A
agenda bilateral de Dilma nos Estados Unidos começa no próximo dia 30,
atendendo a um convite para visita de Estado do presidente
norte-americano Barack Obama. Parte da programação está sendo desenhada
com a ajuda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que deve acompanhar a
presidente em Nova York, Washington e San Francisco.
Antes da
agenda bilateral, a presidente vai se reunir em Nova York, no dia 29,
com empresários de vários setores para apresentar o que o governo chama
de "oportunidades de negócios" no Brasil, assim como o novo programa de
infraestrutura, para tentar reduzir o déficit comercial com os Estados
Unidos. Em Washington, deve ser anunciada a cooperação entre os dois
países em vários programas, entre eles um de ensino técnico e
profissionalizante, inspirado na experiência dos "community colleges".
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