sexta-feira, 19 de junho de 2015

Crise leva presidente Dilma Rousseff a se reaproximar dos empresários e dos EUA

         A presidente Dilma Rousseff, premida pelas dificuldades na economia e o impacto da crise política, busca a reaproximação com os empresários. A estratégia será posta em prática na visita que fará aos Estados Unidos, a partir do próximo dia 29. Na viagem, Dilma tentará atrair investimentos e rever normas e regulações, na tentativa de destruir barreiras que prejudicam o livre comércio. O governo brasileiro já negocia parcerias com laboratórios públicos americanos e elegeu a área de inovação como prioridade.

         "Eles têm interesse aqui e nós temos interesse lá", explica o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), coordenador do Fórum Brasil-Estados Unidos. Integrado por CEOs das mais importantes companhias dos dois países, o grupo se reuniu nesta quinta-feira com a presidente Dilma, no Palácio do Planalto. "Vamos buscar parcerias de investimento com o setor privado e levar uma pauta para a melhoria do comércio. No nosso caso, o que mais interessa é a inovação. Trata-se da economia com maior capacidade de inovação, tem muitos laboratórios", adianta Mercadante.

          "Além disso, nós já tivemos 32 mil estudantes do programa Ciência Sem Fronteira nos Estados Unidos, muitos fazendo estágio em empresas. Educação, ciência e tecnologia também despertam grande interesse do Brasil," explica Mercadante. O chefe da Casa Civil acredita que uma nova agenda de normas e regulação pode melhorar o ambiente de negócios, a partir desta visita de Dilma. "Quando se cria o mesmo padrão de normas e regulação, você agiliza o comércio entre os dois países e facilita muito o acesso ao mercado", argumenta.

         Segundo Mercadante, um acordo neste sentido foi feito recentemente com o setor de cerâmica. A expectativa do ministro é que agora sejam firmadas parcerias na área de saúde e tecnologia da informação (TI). A agenda bilateral de Dilma nos Estados Unidos começa no próximo dia 30, atendendo a um convite para visita de Estado do presidente norte-americano Barack Obama. Parte da programação está sendo desenhada com a ajuda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que deve acompanhar a presidente em Nova York, Washington e San Francisco.

         Antes da agenda bilateral, a presidente vai se reunir em Nova York, no dia 29, com empresários de vários setores para apresentar o que o governo chama de "oportunidades de negócios" no Brasil, assim como o novo programa de infraestrutura, para tentar reduzir o déficit comercial com os Estados Unidos. Em Washington, deve ser anunciada a cooperação entre os dois países em vários programas, entre eles um de ensino técnico e profissionalizante, inspirado na experiência dos "community colleges".

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