terça-feira, 23 de junho de 2015

Gerdau anuncia que 100 trabalhadores da unidade de Charqueadas (RS) entrarão em regime de layoff

       A Gerdau confirmou, nesta terça-feira (23), que 100 trabalhadores da unidade metalúrgica de Charqueadas, na região metropolitana de Porto Alegre, vão entrar em regime de layoff pelo período mínimo de cinco meses a partir de 13 de julho. A suspensão da produção atingirá cerca de 20% da capacidade da fábrica, que fornece aços especiais principalmente para as indústrias automotivas.
Durante o layoff, os trabalhadores receberão os salários integralmente e serão capacitados por meio de uma bolsa-qualificação nas áreas de manutenção elétrica e mecânica. Pelo acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, aprovado em assembleia da categoria, a empresa também garante pagamento de seguro-desemprego a quem for demitido após a suspensão do regime.

       A licença remunerada atinge operários das áreas de laminação, forjaria, mecânica, aciaria e logística. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luís Silveira de Carvalho, disse que a situação na região é "crítica" devido à falta de pedidos por parte da indústria de transformação. "A estratégia da empresa tem sido concentrar as operações em São Paulo, como forma de aumentar a competitividade reduzindo custos logísticos. Não descartamos até mesmo o fechamento da unidade", informou o sindicalista.

       A Gerdau dispensou 227 operários da unidade de Charqueadas no final de 2014 devido à baixa demanda. Na crise de 2009, a empresa já havia demitido mais 300 funcionários. As vagas, segundo o sindicato, não foram repostas. A unidade conserva ainda 900 trabalhadores em Charqueadas - metade dos quais atuando diretamente na produção. A unidade tem capacidade de produzir de 500 mil toneladas de aços longos especiais por ano. Cerca de 80% da produção atual, de 350 mil toneladas, são absorvidas pela indústria automotiva. No final do ano passado, a Iesa Óleo & Gás, que forneceria componentes para plataformas da Petrobras, demitiu mil funcionários em Charqueadas devido à suspensão dos pedidos.

       Em Sapucaia do Sul, também na região metropolitana da capital gaúcha, a Siderúrgica Riograndense colocou 300 trabalhadores em regime de férias coletivas por 10 dias. A meta é reduzir a produção em cerca de 30%, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região. A unidade também pertence à Gerdau e produz basicamente componentes para agropecuária.
O presidente do sindicato, Valmir Lodi, disse que a empresa alegou "baixa demanda" para o regime de férias coletivas.

       "Por enquanto não houve demissões, mas a situação preocupa porque a demanda não tem reagido. Estamos monitorando a situação", afirmou Lodi. Em um comunicado, a Gerdau justificou o layoff em Charqueadas como medida necessária para preservar os empregos existentes. "A medida foi tomada frente à necessidade de ajustar a produção à baixa demanda de mercado, principalmente da indústria automotiva", comunicou a empresa.

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