Durante
o layoff, os trabalhadores receberão os salários integralmente e serão
capacitados por meio de uma bolsa-qualificação nas áreas de manutenção
elétrica e mecânica. Pelo acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de
Charqueadas, aprovado em assembleia da categoria, a empresa também
garante pagamento de seguro-desemprego a quem for demitido após a
suspensão do regime.
A licença remunerada atinge operários
das áreas de laminação, forjaria, mecânica, aciaria e logística. O
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luís
Silveira de Carvalho, disse que a situação na região é "crítica" devido à
falta de pedidos por parte da indústria de transformação. "A
estratégia da empresa tem sido concentrar as operações em São Paulo,
como forma de aumentar a competitividade reduzindo custos logísticos.
Não descartamos até mesmo o fechamento da unidade", informou o
sindicalista.
A Gerdau dispensou 227 operários da unidade de
Charqueadas no final de 2014 devido à baixa demanda. Na crise de 2009, a
empresa já havia demitido mais 300 funcionários. As vagas, segundo o
sindicato, não foram repostas. A unidade conserva ainda 900
trabalhadores em Charqueadas - metade dos quais atuando diretamente na
produção. A unidade tem capacidade de produzir de 500 mil
toneladas de aços longos especiais por ano. Cerca de 80% da produção
atual, de 350 mil toneladas, são absorvidas pela indústria automotiva.
No final do ano passado, a Iesa Óleo & Gás, que forneceria
componentes para plataformas da Petrobras, demitiu mil funcionários em
Charqueadas devido à suspensão dos pedidos.
Em Sapucaia do
Sul, também na região metropolitana da capital gaúcha, a Siderúrgica Riograndense colocou
300 trabalhadores em regime de férias coletivas por 10 dias. A meta é
reduzir a produção em cerca de 30%, informou o Sindicato dos
Metalúrgicos de São Leopoldo e Região. A unidade também pertence à
Gerdau e produz basicamente componentes para agropecuária.
O presidente do sindicato, Valmir Lodi, disse que a empresa alegou "baixa demanda" para o regime de férias coletivas.
"Por
enquanto não houve demissões, mas a situação preocupa porque a demanda
não tem reagido. Estamos monitorando a situação", afirmou Lodi. Em
um comunicado, a Gerdau justificou o layoff em Charqueadas como medida
necessária para preservar os empregos existentes. "A medida foi tomada
frente à necessidade de ajustar a produção à baixa demanda de mercado,
principalmente da indústria automotiva", comunicou a empresa.
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