sexta-feira, 19 de junho de 2015

Pressionada pela crise Petrobras renegocia contratos com seus fornecedores


         A Petrobras, pressionada pela queda no preço do petróleo e pelas dificuldades financeiras, decidiu convocar seus fornecedores da área de exploração e produção para renegociar contratos, com o objetivo de reduzir seus custos. A estatal enviou cartas assinadas pela diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, às empresas da cadeia de bens e serviços, pela qual os conclama a ajudar a "superar os desafios que se apresentam no momento". Os documentos começaram a chegar aos escritórios das companhias na sexta-feira (12). "A Petrobras vem trabalhando para reduzir suas estruturas de custo e otimizar seus negócios. Sendo assim, faz-se necessária a revisão de contratos de bens e serviços", informou a a correspondência ao introduzir o assunto.

       De acordo com a petrolífera, foram constituídas comissões de negociação, que vão convocar as companhias "para buscar soluções que reflitam reduções imediatas nos custos dos contratos".
A empresa conclui agradecendo pelo trabalho conjunto com os fornecedores, para superar "os desafios que se apresentam no momento". Procurada, a Petrobras informou que "mantém a pratica de interlocução com seus fornecedores para aprimoramento permanente das condições da prestação dos serviços, sempre com foco no aumento da competitividade dos projetos desenvolvidos pela companhia, respeitando os termos dos contratos".

       Algumas empresas já agendaram e estão comparecendo às primeiras reuniões na sede da estatal para rediscutir os termos dos contratos que estão em vigor. Para o executivo de uma das fornecedores, que pediu para não ser identificado, a iniciativa da Petrobras vem atrasada, "uma vez que já foi iniciada há mais tempo por grandes petroleiras globais". Para ele, a demora se deve ao fato de a Petrobras "ter tido outros problemas para resolver". Em sua opinião, a empresa vai se aproveitar do seu tamanho para impor as condições de negociação. Na avaliação de outro executivo da cadeia, o tom da carta é de "pedido de ajuda".
A área de exploração e produção é responsável pela atividade principal da companhia, de pesquisa de reservatórios, perfurações e de extração de óleo. Responde por 45% da receita, que, em 2014, foi de R$ 337 bilhões. Em um ano, o preço do barril do petróleo caiu de US$ 110 para US$ 65, tendo atingido o piso em janeiro, a US$ 45. Além do ajuste à nova realidade de preço, a medida visa equilibrar o caixa, pressionado por forte endividamento e pela impossibilidade de alinhar automaticamente os preços dos combustíveis às oscilações da cotação do óleo no mercado internacional.

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