Uma ex-diretora do banco suíço UBS afirmou que a instituição
financeira mantinha uma equipe de cerca de 30 pessoas destinadas a
ajudar clientes latino-americanos a evadir o Fisco de seus países.
Segundo ela, os gerentes de contas viajam para a região como "turistas"
para não serem identificados. A denúncia foi apresentada por Stephanie
Gibaud a um grupo parlamentar argentino que viajou até Paris para
investigar a situação das contas secretas em paraísos fiscais e
principalmente a situação do HSBC.
Segundo um comunicado
emitido após o encontro, a ex-diretora, que deixou o banco em 2012,
explicou que o time de 30 intermediários ajudava clientes e empresas a
tirar o dinheiro da região, por meio de "mecanismos de compensação". Na
prática, o dinheiro não deixava a América Latina, mas a empresa teria
uma conta na Suíça que, a cada transação, recebia um certo valor.
Segundo ela, o UBS criou um manual que era distribuído a seus agentes
para atrair clientes com fortunas "entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões
e ajudar a evadir impostos".
Esse manual teria sido criado
depois da crise de 2008. Representantes do banco viajavam para a América
Latina sem se identificar na Polícia Federal como banqueiros. Na
maioria das vezes, eles entraram na Argentina, Brasil ou qualquer outro
país se declarando como "turistas". (imagem: Zurique, centro financeiro da Suíça)
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