domingo, 14 de junho de 2015

Pacote de concessões de infraestrutura reaquecerá mercado de seguros de grande risco

       Os R$ 198 bilhões do novo pacote de concessões de infraestrutura do governo, lançado na semana passada, podem ser uma oportunidade bilionária para reaquecer o mercado de seguros de grandes riscos. Há, contudo, receio por parte de seguradoras e resseguradoras, conforme executivos do setor, quanto às obras que efetivamente sairão do papel uma vez que no passado boa parte dos empreendimentos anunciados como, por exemplo, o trem de alta velocidade (TAV), não foram executados.

       Com leilões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, a segunda fase do Programa de Investimento com Logística (PIL) tende a movimentar bilhões em seguros de garantia (que garantem que uma obra seja concluída conforme previsto em contrato), de engenharia, riscos operacionais, transportes. Uma fonte diz que alguma repercussão para a indústria de seguros pode ocorrer neste ano, mas nada que mude sobremaneira o volume de negócios uma vez que boa parte dos projetos é para 2016.

       Valores exatos em prêmios de seguros ainda são difíceis de serem mensurados já que um cronograma mais preciso de licitações ainda não foi divulgado e é ansiosamente aguardado pelo mercado. "Rodovias e aeroportos já têm modelos de concessão que tiveram relativo sucesso no passado e são obras mais simples, o que significa que a licitação e a contratação dos seguros devem acontecer relativamente rápido", disse Guilherme Perondi, vice-presidente da resseguradora da alemã Allianz (AGCS).

       Segundo ele, a expectativa é de que as concessões de rodovias e aeroportos gerem apólices ainda neste ano. Ferrovias e portos vão depender, conforme Perondi, do modelo final a ser adotado pelo governo. Sendo assim, 2015 pode terminar sem um volume elevado de contratos para grandes riscos. De janeiro a abril, o segmento, sem considerar aeronáutico e marítimo, não cresceu sequer 4%, com menos de R$ 2 bilhões em prêmios em 12 meses, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A expansão vem desacelerando. No ano passado, grande risco cresceu 9,8%, abaixo do ritmo de 2013, de 13,5%.

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