terça-feira, 1 de outubro de 2019

Sanções dos Estados Unidos à China impactam sobre frota de petroleiros da Cosco


        A decisão do governo dos Estados Unidos de sancionar seis empresas chinesas por descumprimento das sanções relacionadas ao transporte de petróleo iraniano causou comoção no mercado petrolífero. As companhias punidas são do Grupo Costo (Cosco Shipping Tanker e Seaman & Ship Management.
          O boletim semanal da Alphaliner considerou evidente que o mercado dos petroleiros se encontra agora pressionado em meio às tensões entre EUA e China, à margem da guerra comercial envolvendo as duas maiores economias do globo. Lembrou que Pequim é um dos maiores apoiadores de Teerá, país fortemente vinculado aos recentes ataques à infraestrutura petrolífera da Arábia Saudita. Os norte-americanos querem reduzir a zero as exportações de óleo cru iraniano rapidamente, atingindo profundamente a economia daquele país.
          O caos surgido deste conflito pode prejudicar duramente os navios da Cosco. Por isso, os mercados tanqueiros estão inseguros por causa da aplicação das sanções, que levam afretadores a evitar todas as embarcações ligadas ao armador chinês. Cabe a companhia declarar claramente sua posição junto às entidades internacionais do segmento, uma reivindicação dos afretadores. Além da Cosco, outras quatro empresas chinesas também foram atingidas pela decisão de Washington: China Concord Petroleum, Pegassus 88, Kunlun Shipping e Kunlun Holdings.
          O mercado dos VLCC será mais afetado que outros setores tanqueiros já que as armadoras têm a gestão de 40 sociedades que representam 5% da frota mundial. A informação sugere que estes navios estão sendo ligeiramente perseguidos até o Suez, As embarcações da Cosco operam nas principais zonas de carga de óleo cru, e todos os VICCs da empresa são abrangidos pelas sanções, num total de 54 unidades, que representam 7% da sua frota.
          O Alphaliner entende que é provável que logo os afretadores  seguirão rechaçando a Cosco até o momento em que fique clara a posição da armadora em relação aos seus navios sancionados. Com isto, se aprovarão condições de interesse a curto prazo. Se a Cosco não publicar rapidamente uma lista das embarcações nesta situação, possivelmente implicará que toda sua frota sairá do mercado, o que sugere que a transportadora não resistirá e deverá publicar em breve a lista.
          Segundo a publicação, a Cosco e suas parceiras controlam uma frota de 151 petroleiros. Destes, 60 unidades (mais 14 que entrarão em operação) parecem estar potencialmente sob sanção, assim como as controladas pela Cosco Shipping Tanker – Dalian. Ao projetar uma análise de mais longo prazo, os petroleiros sancionados da Cosco fretados por longo tempo provavelmente terão os contratos cancelados. Isto fará com que os afretadores voltem a buscar afretamento por tempo mais curto em busca de navios alternativos, potencialmente com tarifas mais elevadas. A insistência da Cosco em não revelar sua posição não deverá se prolongar por muito tempo, de acordo com os analistas, evitando tumulto maior no mercado.

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