A decisão do governo dos Estados Unidos de
sancionar seis empresas chinesas por descumprimento das sanções relacionadas ao
transporte de petróleo iraniano causou comoção no mercado petrolífero. As
companhias punidas são do Grupo Costo (Cosco Shipping Tanker e Seaman &
Ship Management.
O
boletim semanal da Alphaliner considerou evidente que o mercado dos petroleiros
se encontra agora pressionado em meio às tensões entre EUA e China, à margem da
guerra comercial envolvendo as duas maiores economias do globo. Lembrou que
Pequim é um dos maiores apoiadores de Teerá, país fortemente vinculado aos
recentes ataques à infraestrutura petrolífera da Arábia Saudita. Os
norte-americanos querem reduzir a zero as exportações de óleo cru iraniano
rapidamente, atingindo profundamente a economia daquele país.
O
caos surgido deste conflito pode prejudicar duramente os navios da Cosco. Por
isso, os mercados tanqueiros estão inseguros por causa da aplicação das sanções,
que levam afretadores a evitar todas as embarcações ligadas ao armador chinês.
Cabe a companhia declarar claramente sua posição junto às entidades
internacionais do segmento, uma reivindicação dos afretadores. Além da Cosco,
outras quatro empresas chinesas também foram atingidas pela decisão de
Washington: China Concord Petroleum, Pegassus 88, Kunlun Shipping e Kunlun
Holdings.
O
mercado dos VLCC será mais afetado que outros setores tanqueiros já que as
armadoras têm a gestão de 40 sociedades que representam 5% da frota mundial. A
informação sugere que estes navios estão sendo ligeiramente perseguidos até o
Suez, As embarcações da Cosco operam nas principais zonas de carga de óleo cru,
e todos os VICCs da empresa são abrangidos pelas sanções, num total de 54
unidades, que representam 7% da sua frota.
O
Alphaliner entende que é provável que logo os afretadores seguirão rechaçando a Cosco até o momento em
que fique clara a posição da armadora em relação aos seus navios sancionados.
Com isto, se aprovarão condições de interesse a curto prazo. Se a Cosco não
publicar rapidamente uma lista das embarcações nesta situação, possivelmente
implicará que toda sua frota sairá do mercado, o que sugere que a
transportadora não resistirá e deverá publicar em breve a lista.
Segundo a publicação, a Cosco e suas parceiras controlam uma frota de 151
petroleiros. Destes, 60 unidades (mais 14 que entrarão em operação) parecem
estar potencialmente sob sanção, assim como as controladas pela Cosco Shipping
Tanker – Dalian. Ao projetar uma análise de mais longo prazo, os petroleiros
sancionados da Cosco fretados por longo tempo provavelmente terão os contratos
cancelados. Isto fará com que os afretadores voltem a buscar afretamento por
tempo mais curto em busca de navios alternativos, potencialmente com tarifas mais
elevadas. A insistência da Cosco em não revelar sua posição não deverá se
prolongar por muito tempo, de acordo com os analistas, evitando tumulto maior
no mercado.
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