Nesta
quarta-feira, a partir das 19h, no auditório da Livraria Vanguarda, no Partage
Shopping Rio Grande, será realizado o lançamento e a sessão de autógrafos do
livro “Cem anos de Porto Novo”. A obra, publicada pela editora FURG (Universidade de Rio Grande), é de
autoria da bibliotecária dos Portos RS, Gladis Rejane Moran e, de co-autoria da
professora da Universidade Federal de Pelotas, Carla Rodrigues Gastaud.
Resultado
de uma dissertação de mestrado do programa de pós-graduação em memória social e
patrimônio cultural da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), o livro fala sobre a memória e esquecimento de um
Porto Velho e de uma “Barra Diabólica”, fazendo referência à biografia do Porto
do Rio Grande interligado a história do município. Na obra há o questionamento
quanto ao tempo comemorado da instituição, uma vez que o Porto está ligado ao
surgimento da cidade.
Filha e neta de
portuários, a autora tem sua memória atrelada à história do Porto, fazendo com
que exista o sentimento de pertencimento, não só profissional – considerando
que trabalha desde 2009 na autarquia - quanto pertencimento familiar na história
da instituição. A indagação de Gladis Rejane surgiu durante a participação nas
comemorações do aniversário do Porto Novo – de 95 e 96 anos - e do trabalho
junto à biblioteca da instituição, tendo contato direto com os manuscritos da
história da autarquia.
Durante suas leituras, havia um conflito entre as datas
de comemoração, tendo em vista que as primeiras referências do Porto no
município - apontadas dos manuscritos do acervo - datavam a partir de 1969, ou
seja, muito mais do que cem anos. Então, para ela, apenas estava sendo lembrado
o Porto Novo e se esquecendo do Porto Velho, pioneiro na construção da
estrutura portuária.
Foram
dois anos de pesquisa para dissertação e um ano e meio de adaptação e
formatação para livro até o lançamento. A autora lidou diretamente com fontes
primárias – manuscritos e jornais da época – e com narradoras – quatro
funcionários selecionados que também tinham o pertencimento profissional e
familiar atrelado à história da instituição.
A co-autora Carla
Rodrigues Gastaud foi a orientadora de Gladis durante o estudo e escrita da
obra, participando integralmente do processo, desde a publicação da dissertação
quanto a adaptação e formatação para o livro. Gladis vê como dever repassar a
história do Porto do Rio Grande, observando que ela fazia a leitura dos
manuscritos e os preparava para pesquisas futuras. Além disso, acredita que
existe uma lacuna no repasse dessa informação para a comunidade, tendo em vista
que o Porto nasce com a cidade.
“Quando
aprendemos na escola, no ensino fundamental, nos ensinam sobre a fortificação e
a chegada de Brigadeiro José da Silva Paes. Não nos é passado que existia um
ancoradouro que recebia os viajantes, até enviados pelo Império, para ver a
situação para a chegada de Brigadeiro. Ou seja, já existia um Porto, um
atracadouro. O porto é a instituição mais antiga do nosso Rio Grande do Sul”
conta Gladis.
A autora também relata o sentimento de repassar essa informação bem desenvolvida para a
comunidade ter acesso e que a mesma possa se empoderar da história de seu
município. “É muito gratificante poder levar a grandiosa história do Porto do
Rio Grande para a comunidade e poder trazer essa informação que está guardada
dentro dos manuscritos e jornais da época. A população precisa mais acesso a
isso, assim buscando se empoderar mais dessa história e do lugar que elas
pertencem, por que o lugar pertence a elas,” avalia.
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