A ministra Tereza Cristina da Agricultura e Pecuária e
Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que a OMC (Organização Mundial do Comércio), “segue como o mais importante fórum para
que se alcancem soluções equitativas e para que se construa uma economia global
saudável no século XXI”. A declaração foi dada durante encontro na sede da entidade, em Genebra, Suíça, nesta segunda-feira, 7.
Como exemplo, Cristina citou os resultados da 10ª Conferência
Ministerial, realizada em 2015 em Nairóbi, quando os países-membros concordaram
em eliminar os subsídios à exportação de produtos agrícolas. “A decisão foi um
marco para o comércio internacional e reafirmou o papel central da OMC na
governança do comércio internacional", disse.
No entanto, a ministra defende que é preciso buscar novos resultados. "A
reforma da OMC reveste-se de grande prioridade. As disciplinas da organização
devem ser fortalecidas, de forma a contemplar questões essenciais para a busca
de um mercado aberto, justo e transparente”, explica.
Além do evento, a ministra reuniu-se com o diretor-geral da organização,
Roberto Azevêdo. Ela também participou de encontros com representantes dos
Estados Unidos, embaixador Dennis Shea, e do setor de algodão do Brasil. Pela manhã, Tereza Cristina participou da sessão plenária do World Cotton Day
(Dia Mundial do Algodão), na sede da OMC, e destacou a importância da cultura
do algodão para a economia e o desenvolvimento social no Brasil.
“O PIB da cadeia produtiva do algodão do Brasil é de cerca de US$ 74,11
bilhões, considerando as vendas de produtos de confecção. A cadeia gera emprego
e renda para 1,2 milhão de trabalhadores”, disse . A ministra ressaltou que o "bom funcionamento do comércio internacional,
sem distorções, é fundamental para o desenvolvimento de setores produtivos
agrícolas, como o do algodão. Por essa razão, o Brasil tem sido um membro ativo
na OMC, sempre buscando fortalecer o papel conciliador da organização, pautado
por isenção e equidade”.
Ela reafirmou o comprometimento do setor produtivo brasileiro com a
sustentabilidade ambiental, lembrando que o Brasil é líder mundial na
certificação socioambiental de algodão, com mais de 80% da produção
certificada. A ministra lembrou que, em 20 anos, a produção nacional de algodão cresceu 226%
e, na safra 2017/18, o Brasil colheu 2,2 milhões de toneladas de pluma, 11% da
produção mundial.
O país é o terceiro maior exportador de algodão, com participação de 10% das
exportações mundiais, totalizadas no último ano em US$ 15 bilhões. “Confirmadas
as projeções de crescimento de 20,5% na próxima década, o Brasil deverá
expandir sua fatia para 15% do mercado exportador”, destacou a ministra.
O World Cotton Day é resultado de um pedido do Cotton-4 (Benim, Burkina Faso,
Chade e Mali), conjunto de países africanos produtores de algodão, às Nações
Unidas para o estabelecimento do Dia Mundial do Algodão. O objetivo é marcar
uma reflexão sobre a importância do algodão como mercadoria global. A ministra
foi recebida pelo embaixador do Brasil na OMC, Alexandre Parola.
No fim de semana, a ministra também participou da Anuga, a maior feira
mundial de alimentos e bebidas, em Colônia, na Alemanha, que contou com a
participação de mais de 100 empresas brasileiras. Ela também se reuniu com a
ministra Federal da Alimentação e Agricultura da Alemanha, Julia Klöeckner,
para falar sobre a relação comercial entre Brasil e Alemanha e cooperação em bioeconomia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário