quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Estudo da Unctad revela que competitividade de terminais de contêineres se define pela conectividade e eficiência operativa

          A competitividade de um porto se define segundo seus níveis de eficiência operativa e conectividade, fatores determinantes para a escolha do terminal de contêineres. Estas grandes caixas transportadas por todo o mundo contêm produtos que movem a economia mundial. Por isso, o tempo e os custos da operação são itens cruciais na hora de eleger a rota a percorrer pelas navegadoras internacinais. Um estudo da Unctad (Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento), analisou detalhadamente os melhores complexos portuários em seus níveis de conectividade, rapidez e eficiência em escala global, de acordo com o índice LSCI.
          Mais de 900 portos em todo o mundo foram avaliados para elaborar o informe, considerando estatísticas entre 2006 e 2019. A análise examinou as escalas por país, desenvolvimento em conjunto com a Marine Traffic e que considera cobertura desde 2018, com atualização a cada seis meses. As estatísticas e indicadores arrolados pelo estudo apontaram que houve progresso nas metas de desenvolvimento sustentável e seus respectivos objetivos. A expectativa é de que as conclusões e dados da análise ajudem as companhias e os governos a identificar tendências globais e ajustar-se a elas.
          A principal interação entre pequenos e grandes portos é que os primeiros funcionam como pontos de enlace e transbordo para os últimos. Terminais vizinhos a grandes países se beneficiam do alto tráfego geral, o qual resulta em melhoras nos indicadores dos complexos menores. Exemplos são  os casos de Montevidéu, no Uruguai, cuja proximidade com Santos, no Brasil, ajuda a melhorar seus índices de conectividade LCSI, e Colombo, no Sri Lanka, que conta com um LCSI maior do que qualquer porto na Índia.
          Mas foi a expansão do Canal do Panamá que causou o maior impacto nos padrões de serviço. O estudo citou o exemplo dos portos de Nova Iorque/Nova Jersey e Savannah, umbicados a costa leste dos Estados Unidos, que tiveram aumento superior a 20% em seu LCSI desde 2016, enquanto os principais terminais marítimos da costa oeste norte-americana mantiveram-se estagnados. Portos no Panamá e na Colômbia (Cartagena) também aumentaram seus índices LCSI, ainda que não existam grandes hubs portuários na costa ocidental sul-americana.
         Os portos distantes das vantagens geográficas não gozam deste benefício, mas apostam em investimentos digitais, como legítima ferramenta para elevar sua conectividade, envolvendo inteligência artificial, internet das coisas e blockchain, potencializando suas atividades. Ao mesmo tempo, a conexão entre redes locais, regionais e globais, é chave para expandir o índice LCSI. Isto pode ser obtido ao integrar em um mesmo embarque carga dirigida a distintos mercados. Assim, se assegura a competência e a competitividade, graças à integração total, junto com uma ampliação do alcance terrestre (hinterland), sustentabilidade, monitoramento e trânsito.
          A análise da Unctad destaca a importância de um funcionamento veloz e fluído do navio no porto. A Otimização das escalas, facilitação das operações portuárias são características cada vez mais atrativas na hora de escolher um porto. Quanto menos tempo demorar numa operação melhor, já que reduz todo tipo de custos associados, desde emissões, uso de molhe, de grúa, etc. O estudo aponta os procedimentos eficientes, maximizando o serviço com o menor custo possível, sem comprometimento da qualidade.

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