Dados elaborados
pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam
que, no mês de setembro, foram embarcados para o exterior 8,6 milhões de
pares, que geraram US$ 73,47 milhões, queda de 12,8% em volume e incremento
de 2,5% em receita no comparativo com igual mês do ano passado. Com o
resultado, de janeiro a setembro os calçadistas somaram a exportação de 83,3
milhões de pares que geraram US$ 718,1 milhões, altas de 5,6% em volume e de
2,6% em receita na relação com igual ínterim de 2018.
O destaque do mês foi os Estados Unidos. Historicamente o principal destino
do calçado brasileiro no exterior, o País importou 992,8 mil pares por US$
14,24 milhões, incrementos de 122% em volume e de 68% em receita na relação
com mesmo mês de 2018. Já no acumulado dos nove meses, os norte-americanos
somaram a importação de 8,9 milhões de pares, que geraram US$ 150,23 milhões,
incremento tanto em volume (38,4%) quanto em dólares (38,1%) na relação com
igual período do ano passado 2018.
O movimento, segundo o
presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, é previsível,
especialmente em função da guerra comercial instalada entre os Estados Unidos
e a China. “O fato faz com que os importadores norte-americanos busquem
calçados fora da China, o que acaba nos beneficiando em um primeiro momento”,
explica.
Mesmo em recessão e com reservas internacionais à míngua, a Argentina segue
sendo o segundo destino do calçado brasileiro no exterior. Em setembro, os hermanos importaram
1,25 milhão de pares por US$ 11,38 milhões, incremento de 12% em volume e
queda de 1,7% em dólares no comparativo com mês correspondente do ano
passado. Na soma dos nove meses, os argentinos compraram 7 milhões de pares
por US$ 77,14 milhões, quedas de 25,5% em volume e de 32,9% em valores em
relação a 2018.
O terceiro destino do produto verde-amarelo no exterior foi a França, que em
setembro importou 385,17 mil pares por US$ 2,62 milhões, quedas tanto em
volume (-70,4%) quanto em receita (-22,3%) na relação com mesmo mês do ano
passado. Com isso, os franceses somaram, nos nove meses, a importação de 5,32
milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 42,23 milhões, alta de 0,4% em
volume e queda de 2,6% em valores no comparativo com período correspondente
do ano passado.
O principal exportador dos nove meses do ano segue sendo o Rio Grande do Sul.
Impulsionadas pelos embarques para os Estados Unidos, as exportações gaúchas
somaram 22,6 milhões de pares por US$ 332,97 milhões, incrementos de 13,7% em
volume e de 4,5% em receita no comparativo com mesmo ínterim do ano passado. O Ceará foi a segunda principal origem das exportações brasileiras de
calçados. Nos nove meses, as fábricas cearenses embarcaram 28,3 milhões de
pares, que geraram US$ 173,58 milhões, queda de 0,2% em pares e incremento de
5,2% em receita em relação ao mesmo período de 2018. A terceira origem das exportações de calçados foi São Paulo. No acumulado do
ano, os paulistas embarcaram 5,72 milhões de pares por US$ 76,79 milhões,
incremento de 8,2% em volume e queda de 2,4% em receita no comparativo com
mesmo período do ano passado.
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