O porta-voz da Unión Portuaria del Biobío, Juan Caros
Quezada, disse que a paralisação dos trabalhadores nos terminais marítimos,
deflagrada nesta terça-feira (29) deverá se estender até a noite desta quarta-feira
(30), em todo o Chile. A organização sindical agrupa cerca de 6 mil portuários
de Iquique a Punta Arenas.
Segundo Quezada, a adesão ao movimento ultrapassou 95% da categoria e
foi adotada em apoio as manifestações que estão ocorrendo em todo o país, por
melhores condições de trabalho, salário mais adequado, custo menor nos
transportes e mudança na legislação, especialmente a referente a previdência
social. As paralisações no Chile são comandas pela CUT (Central Unitaria de
Trabajadores) e chegaram a reunir mais de 1 milhão de pessoas nas ruas na
capital, Santiago.
Os trabalhadores haviam anunciado que estavam alerta e que não descartavam
voltar a realizar uma paralisação caso suas demandas não fossem atendidas.
Desta forma, decidiram retomar a greve na segunda-feira, 28. A decisão foi
tomada depois que a situação foi discutida em assembléia em Santiago.
As manifestações já duram mais de uma semana em vários pontos do país. O
movimento foi deflagrado a partir do descontentamento com o reajuste na tarifa
do metrô de Santiago. Foi o estopim para manifestações que ganharam escala
rapidamente. As demandas incluem também questões voltadas para a educação,
saúde e outras.
O
presidente chileno, Sebastián Piñera, divulgou no dia 22 de outubro uma agenda
social e nesta semana mudou o gabinete ministerial visando a encontrar soluções
para a crise. O chefe do executivo tem mantido encontros com representantes de
diferentes setores sociais e políticos, buscando alternativas.
A
Unión Portuaria de Chile divulgou um comunicado afirmando que “está firme com o
povo. Somos classe operária e transformações profundas devem sair do meio sindical”.
As lideranças empresariais e públicas não informaram até agora os prejuízos
causados pelas paralisações.
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