O empresário David Neeleman venceu o processo de privatização
da companhia aérea portuguesa TAP. O resultado foi anunciado nesta
quinta-feira (11), pelo governo de Portugal. O fundador da brasileira
Azul propôs desembolso mínimo de € 354 milhões, especialmente para
reforçar o caixa da companhia. Nesse valor, a compra das ações vai
consumir pequena parcela: € 10 milhões. O outro concorrente era Germán
Efromovich, controlador da Avianca.
A escolha da proposta de
Neeleman foi confirmada durante reunião da cúpula do governo português
nesta quinta-feira. O conselho de ministros usou três principais
aspectos para a escolha do vencedor: reforço de capital, projeto
estratégico e valor da transação. Com a operação, o consórcio liderado
pelo empresário terá 61% da TAP. Além de Neeleman, o empresário
português Humberto Pedrosa, ligado ao grupo Barraqueiro, faz parte do
consórcio.
A TAP acumulou dívidas milionárias nos últimos
anos, o que diminuiu substancialmente o capital da empresa. Por isso, o
consórcio vencedor propõe injetar no curto prazo cerca de 340 milhões de
euros na empresa. "O capital será aportado de diversas formas, mas tudo
será feito em dinheiro", disse o secretário de Transportes do governo
português e responsável pelo processo de privatização, Sérgio Monteiro.
"A oferta vencedora apresenta mais dinheiro e mais cedo para fazer face
aos desafios de tesouraria. Esse valor de capitalização está
assegurado", disse Monteiro.
Como a grande despesa será na
capitalização, o valor que ingressará no caixa do governo português com a
venda das ações será de 10 milhões de euros ou 2,84% do valor global da
oferta. "O valor é reduzido, mas é importante. É um valor positivo e
não negativo", disse Monteiro, ao comentar que avaliações mostravam que,
mesmo com o reforço de capital exigido na licitação, a TAP teria valor
econômico negativo entre 36 milhões de euros e 140 milhões de euros.
A
oferta do consórcio vencedor prevê ainda que, conforme o resultado
financeiro da aérea em 2015, o total a ser desembolsado por Neeleman e
os demais acionistas pode ser maior. No limite, esse montante poderia
chegar 488 milhões de euros, sendo que a parcela destinada ao governo
poderia alcançar até 140 milhões de euros.
Monteiro não
detalhou a proposta derrotada do controlador da Avianca. A imprensa
local, porém, afirma que a proposta de Efromovich previa pouco mais de
250 milhões de euros em dinheiro para o capital da companhia e o
restante da capitalização da TAP seria feita indiretamente através da
compra de novos aviões. Efromovich propunha 50 aviões novos e o
consórcio vencedor promete 53 novas aeronaves.
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