A China Ocean Shipping Company (Cosco), recebeu
quatro navios mineraleiros de grande porte, os Valemax, comprados da
Vale. A venda das embarcações foi concluída na visita ao Brasil, em
maio, do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e as embarcações foram
entregues à Cosco na semana passada. A transação totalizou US$ 445
milhões (US$ 111 milhões por unidade) e, a partir da entrega, a Vale
colocou o dinheiro em caixa.
O mercado interpretou que a venda
desses navios vai ajudar a companhia a fechar uma lacuna em seu fluxo de
caixa livre que, segundo estimativas, pode variar entre US$ 4 bilhões e
US$ 7 bilhões em 2015. A projeção de um fluxo de caixa negativo feita
pelos bancos resulta do fato de que houve uma queda no lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Vale, provocada
pela queda nos preços do minério de ferro, e, ao mesmo tempo, a
companhia continua comprometida com um ambicioso programa de
investimentos e terá de pagar dividendos robustos aos acionistas neste
ano (US$ 2 bilhões).
"A venda dos navios não é suficiente para
fechar o 'gap' [no fluxo de caixa livre], mas ajuda. Essa é uma conta
que depende também, além da venda de outros ativos, do comportamento do
preço do minério de ferro", disse o analista de um banco. A Vale
trabalha para zerar o déficit no fluxo de caixa livre neste ano com a
venda de vários ativos, entre os quais os navios. Existe
possibilidade, segundo fontes no mercado, de que a Vale venha a se
desfazer de toda a sua frota própria de Valemax, o que pode render algo
como US$ 2,1 bilhões, já incluindo os US$ 445 milhões obtidos com a
venda das quatro unidades para a Cosco.
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