terça-feira, 7 de abril de 2015

Programa de construção de navios da Transpetro corre o risco de paralisar

      O programa de construção de navios da Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras, corre o risco de paralisar. O mercado está em dúvida sobre a continuidade de produção de novas embarcações para transporte de petróleo e derivados, encomendados pela companhia aos estaleiros nacionais.             
      A estimativa é que, para construir mais 23 navios dentro das metas ambiciosas estabelecidas pela Transpetro no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), seja necessário investir cerca de R$ 6 bilhões. Entre os estaleiros brasileiros, há receio que a falta de novas encomendas de navios pelo sistema Petrobras crie descontinuidade nas operações e provoque demissões de empregados treinados.
       Muitos estaleiros foram construídos para atender à demanda da Transpetro. Em 2004, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empresa lançou o Promef. O programa, símbolo do governo na retomada da construção naval, previa construir 49 petroleiros em estaleiros nacionais, dos quais até agora apenas oito foram entregues e 15 estão em construção.
       Entre navios entregues e em construção, a soma chega a 23 unidades. Outros três navios para transporte de bunker (combustível de navegação) que estavam previstos no Promef não foram contratados. A Transpetro afirma que todos os demais contratos, envolvendo mais 23 navios, entraram em eficácia. 
      O termo significa, segundo especialistas, que os contratos cumpriram todas as exigências legais, passaram por todas as aprovações. Mas, fontes próximas da empresa, revelaram que esses 23 navios ainda não começaram a ser construídos e nem tiveram liberações de recursos por parte dos agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de longo prazo que financia o setor naval.     
      No mercado, a estimativa é que, para construir esses 23 navios, será preciso investir algo como R$ 6 bilhões. No total, o Promef previu investimentos de R$ 11,2 bilhões, incluindo a construção de 49 navios petroleiros e de 20 comboios hidroviários. Frente aos problemas enfrentados pela Petrobras, o mercado coloca em dúvida a viabilidade de que esses R$ 6 bilhões sejam investidos.

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