quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cargueiro da Maersk é forçado a desviar seu curso pela Marinha do Irã no Estreito de Ormuz

       O cargueiro Tigris, da armadora dinamarquesa Maersk, com bandeira das Ilhas Marshall, foi forçado nesta terça-feira a desviar seu curso pela Marinha iraniana para um porto do país quando estava na altura do Estreito de Ormuz, informou o Pentágono. Pelo menos cinco navios iranianos forçaram a embarcação a seguir para a ilha iraniana de Larak, depois de disparos de advertência diante da proa, conforme o Departamento de Defesa norte-americano.

      Por volta das 09H00 GMT (06H00 de Brasília), pelo menos cinco barcos da denominada Guarda Revolucionária de Teerã abordaram o navio no Estreito de Ormuz, em águas iranianas, e exigiram que desviasse para Larak. O capitão do cargueiro declinou o pedido e uma das embarcações iranianas abriu fogo. Depois, o cargueiro "acatou a solicitação iraniana e entrou em águas iranianas nas proximidades de Larak Island", relatou o porta-voz do Pentágono, coronel Seteven Warren, esclarecendo que não havia americanos a bordo do cargueiro. Homens da Guarda Revolucionária abordaram o navio, que emitiu um pedido de socorro através de uma rádio de canal aberto e o Comando Central Militar dos EUA escutou, ordenando o envio de um destróier, o "USS Farragut", para o local.

      O destróier recebeu instruções "para se deslocar à máxima velocidade para a localização mais próxima do Tigris Maersk", informou Warren, embora fosse "improvável" que a embarcação americana entrasse em águas territoriais do Irã. O Comando Central também determinou que aviões militares monitorem a situação do alto, acrescentou. O incidente ocorreu em meio a tensões crescentes na região, enquanto a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo Pérsico realizam ataques aéreos no Iêmen contra os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã. Os Estados Unidos proporcionaram apoio de inteligência e abastecimento em voo para as forças da coalizão liderada pelos sauditas.

      O cargueiro fez sua última parada no porto de Jidá, no Mar Vermelho - na costa saudita -, segundo o site maritimetraffic.com, e estava navegando pelo Estreito entrando no Golfo. Não estava claro ainda se o porto de escala teve alguma relação com a decisão iraniana de tomar o controle do navio, em um momento que Teerã está em plena disputa de poder entre Arábia Saudita e Irã no Iêmen. O portavoz do Pentágono destacou que era cedo demais para dizer se o incidente representava uma tentativa do Irã de perturbar o comércio nesta via. Segundo a agência de notícias iraniana Fars, uma disputa comercial foi a causa da detenção do navio. Ainda de acordo com esta fonte, o navio "teve uma disputa com a administração dos portos iranianos que receberam uma ordem de confisco de um tribunal".

      Ao ser interceptado, o navio transitava em uma rota marítima usada comumente por embarcações comerciais, que se encontra em águas territoriais iranianas, segundo funcionários americanos. De acordo com o direito marítimo internacional, no Estreito de Ormuz, navios comerciais têm o direito de cruzar as águas iranianas, sob o princípio do "direito de passagem inofensivo". Os Estados Unidos defendem e ajudam financeiramente as Ilhas Marshall, mas autoridades americanas não informaram se estes vínculos com o arquipélago obrigam Washington a agir. "Temos certas obrigações, atualmente estamos trabalhando neste tema", concluiu o coronel Warren.

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