quarta-feira, 22 de abril de 2015

Estaleiro Atlântico Sul em Suape demite mais 450 trabalhadores

      Mais cerca de 450 trabalhadores foram demitidos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) na última sexta-feira sexta-feira. O Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco informou que atualmente há aproximadamente 4 mil homens trabalhando na unidade. Na última data-base da categoria, em setembro, o número era de cerca de 6 mil.

       Os demitidos na semana passada ocupavam cargos de chefia e operacionais, segundo o sindicato. “O estaleiro já tinha avisado que iria fazer uma reestruturação na chefia, mas que não iria demitir pessoal de chão de fábrica. Eles garantiram, e não cumpriram”, criticou o presidente da entidade, Henrique Gomes. O anúncio é mais um passo da desestruturação que está acontecendo em Suape. Envolvidas no escândalo da Lava Jato, sem receber da Petrobras e com dificuldade de captar crédito no mercado, empresas têm demitido trabalhadores desde o final do ano passado.

       O dirigente sindical destacou também que muita gente demitida está com problemas de saúde. São casos, por exemplo, de tendinite, hérnia de disco, síndrome de túnel do carpo, queixas nos joelhos. “Muitos trabalhadores estão lesionados, ficam em áreas confinadas, de espaço reduzido, e terminam se submetendo a más posturas e ficando lesionados”, comentou.

      O Sindicato dos Metalúrgicos estimou que, dos cerca de 800 funcionários de caldeiraria e tubulação pesadas, restam uns 150. Segundo a entidade, peças pesadas que eram para ser fabricadas no EAS, a exemplo de cabeça de amarração e tubos de grande parte, estão sendo feitas em outros Estados, como Espírito Santo e Rio Grande do Sul, ou sendo terceirizadas em localidades próximas daqui. Gomes conta que o argumento dado pelo estaleiro é que foi encontrada mão de obra mais barata.

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