Mais cerca de 450 trabalhadores foram
demitidos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) na última sexta-feira sexta-feira. O Sindicato dos Metalúrgicos de
Pernambuco informou que atualmente há aproximadamente 4 mil homens trabalhando na unidade. Na última data-base da categoria, em setembro, o número
era de cerca de 6 mil.
Os demitidos na semana passada ocupavam
cargos de chefia e operacionais, segundo o sindicato. “O estaleiro já
tinha avisado que iria fazer uma reestruturação na chefia, mas que não
iria demitir pessoal de chão de fábrica. Eles garantiram, e não
cumpriram”, criticou o presidente da entidade, Henrique Gomes. O anúncio é
mais um passo da desestruturação que está acontecendo em Suape.
Envolvidas no escândalo da Lava Jato, sem receber da Petrobras e com
dificuldade de captar crédito no mercado, empresas têm demitido
trabalhadores desde o final do ano passado.
O dirigente sindical destacou também
que muita gente demitida está com problemas de saúde. São casos, por
exemplo, de tendinite, hérnia de disco, síndrome de túnel do carpo,
queixas nos joelhos. “Muitos trabalhadores estão lesionados, ficam em
áreas confinadas, de espaço reduzido, e terminam se submetendo a más
posturas e ficando lesionados”, comentou.
O Sindicato dos
Metalúrgicos estimou que, dos cerca de 800 funcionários de caldeiraria e
tubulação pesadas, restam uns 150. Segundo a
entidade, peças pesadas que eram para ser fabricadas no EAS, a exemplo
de cabeça de amarração e tubos de grande parte, estão sendo feitas em
outros Estados, como Espírito Santo e Rio Grande do Sul, ou sendo
terceirizadas em localidades próximas daqui. Gomes conta que o argumento
dado pelo estaleiro é que foi encontrada mão de obra mais barata.
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