A
logística de transportes tem sido um dos grandes desafios para a economia no
Brasil, principalmente por representar uma parcela significativa no custo final
dos produtos comercializados. Por esta razão, a inovação vem sendo cada vez
mais discutida no setor e as empresas estão se mobilizando em torno de
estratégias que priorizem ações inovadoras.
É o caso da VLI Logística, empresa do
ramo que integra ferrovias a portos e terminais. Nos últimos anos, a VLI tem
investido recursos em inovação e transformação digital em todas as suas linhas
de negócios. Já são cerca de 100 iniciativas em andamento que deve trazer mais
eficiência para as operações, bem como para o âmbito corporativo.
De acordo com o gerente geral de
transformação digital e inovação da empresa, Daniel Novo, por meio das novas
tecnologias as empresas podem encontrar novas formas de executar as atividades,
ganhando agilidade, segurança e redução de custos. Como exemplo ele citou as
novas matrizes energéticas, a roteirização, otimização das cargas, manutenção
preditiva, entre outros benefícios para o setor.
Novo afirmou que o investimento em novas
tecnologias aumenta a eficiência das operações, sobretudo relacionadas à
intermodalidade. “A conectividade é um requisito fundamental para a
intermodalidade”, frisou. De acordo com ele, o processamento de dados integrado
e a rastreabilidade de ativos e cargas tornam a logística integrada mais
eficiente e confiável. Esses fatores garantem a programação dos transportes e o
atendimento à demanda do cliente.
“Investimentos em banco de dados,
analytics, machine learning, inteligência artificial são alguns dos itens
indispensáveis na jornada de digitalização e aumento da eficiência nas
operações intermodais”, complementou Novo. Apesar das possibilidades de
inovação, algumas já utilizadas pela empresa, ele ressaltou que o país ainda
necessita de investimentos básicos, como é o caso da melhoria constante na
malha viária. Além disso, outro aspecto que merece atenção é o uso mais
intensificado do modal ferroviário para reduzir a concentração da distribuição
de produtos via transporte rodoviário.
O investimento em inovação e novas
tecnologias pode ser aplicado em diversas áreas, tanto nas operações, quanto
nos processos mais internos da empresa. Um dos projetos de inovação da VLI está
sendo realizado em parceria com a Troposlab, uma aceleradora de startups e
projetos. Trata-se do programa SIGMA (Sistema Inteligente de Gerenciamento de Materiais),
um sistema de otimização de compras desenvolvido pela VLI com o apoio da
aceleradora. O objetivo do projeto foi solucionar um desafio enfrentado pela
empresa que possuía um tempo muito curto para a realização de 35 etapas
referentes ao processo de gerenciamento de materiais. A parceria teve início em
2019.
Além da economia financeira, o
projeto foi capaz de gerar uma melhor qualidade de análise e tempo de trabalho
da equipe de compras. “O projeto também libertou a equipe de tarefas
extremamente operacionais para realizar tarefas mais analíticas, proporcionando
uma sugestão de melhor cenário de compra”, afirmou Novo. Com a implantação do
projeto, a VLI conseguiu economizar R$ 2 milhões entre compras vistas como
desnecessárias e realocações de produtos.
Segundo explicou o agente de
aceleração da Troposlab, Augusto Salles, o programa de intraempreendedorismo
realizado junto à VLI Logística tem como principais metas: trazer valor para a
empresa, benefícios financeiros e, especialmente, provocar uma mudança na
cultura organizacional da empresa em direção a um comportamento mais
empreendedor.
O programa foi realizado em etapas.
Na primeira delas houve a seleção dos projetos mais interessantes para a
empresa. Em seguida, as equipes selecionadas passaram por um Workshop de
capacitação para que os projetos fossem melhorados. Já com esses projetos
“refinados” ocorreu uma nova seleção para a próxima etapa: a fase da
aceleração. Ao final, o projeto vencedor apresentou os resultados. Todas as
etapas duraram por volta de quatro meses. A VLI já confirmou a renovação da
parceria com a Troposlab para este ano.
Para Salles, o diferencial que o
programa pode trazer para o setor de logística está na própria inovação.
Segundo ele, o player que inova se desenvolve mais rápido e se destaca em
qualquer setor. “Só se desenvolve a economia gerando inovação, com liberdade
para inovar. É importante para a economia como um todo”, finalizou.
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