terça-feira, 14 de julho de 2015

Exportações de calçados crescem 4,2% em junho na comparação com o ano passado


       As exportações brasileiras de calçados apresentaram em junho, crescimento de 4,2% em dólares e queda de 3,8% no volume, em relação ao mesmo mês do ano passado, com embarques de 8,25 milhões de pares de calçados, rendendo US$ 78,5 milhões. O período foi considerado de estabilidade nas vendas externas. No acumulado do primeiro semestre, o embarque somou 56 milhões de pares e a receita US$ 464 milhões, queda de 11,2% em dólares e de 12% em volume. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O presidente-executivo da entidade, Heitor Klein, avaliou que o resultado mostra uma gradual retomada do nível de embarques, recuperação que deve ser acentuada no segundo semestre com a participação de empresas brasileiras nas feiras internacionais GDS (Alemanha), theMicam (Itália) e FN Platform (EUA). 

       “Na Francal, que trouxe mais de 1,2 mil importadores de quase 70 países, já sentimos um ânimo diferente para o mercado externo”, destacou Klein, O dólar valorizado e as medidas de garantias para o financiamento à exportação, desburocratização de processos e a manutenção do Reintegra deram um novo horizonte para os exportadores. “Pelas quedas consecutivas no início do ano, não acreditamos em incremento até dezembro, porém a recuperação no segundo semestre pode fazer com que, ao menos, empatemos com o resultado do ano passado (US$ 1 bilhão)”, projetou o executivo. Ele estimou que, mantido o ritmo de recuperação, em dois ou três anos, os embarques podem voltar às cifras registradas no final da década passada, quando ficaram próximas de US$ 2 bilhões.

        “A recuperação de mercados importantes, como Estados Unidos e alguns países da Europa, somada à reformulação do nosso programa de apoio às exportações, o Brazilian Footwear, deve ser determinante para um salto quantitativo e qualitativo dos embarques”, comentou. Exportando 1,6 milhão de pares por US$ 34,38 milhões em junho, aumento de 0,4% em relação ao mesmo mês de 2014, o Rio Grande do Sul se manteve como o maior exportador de calçados do Brasil. No acumulado do semestre, os gaúchos embarcaram  9 milhões de pares por US$ 175,3 milhões, receita 5,9% inferior ao registro de 2014. O segundo foi o Ceará, com 3,4 milhões de pares e US$ 19,2 milhões, 12,7% menos do que no mesmo mês de 2014.  No acumulado do ano, os cearenses embarcaram 22,46 milhões de pares por US$ 119 milhões, 18,3% menos do que no mesmo período do ano passado. São Paulo ficou em terceiro lugar, embarcando 675,5 mil pares por US$ 11 milhões, queda de 1,2% frente ao mesmo mês de 2014. No semestre, os paulistas exportaram 4,64 milhões de pares que geraram US$ 66,75 milhões, queda de 11,5% ante 2014.
 

       A recuperação dos Estados Unidos foi o grande impulso para a retomada dos embarques registrada em junho. O maior mercado para o calçado brasileiro importou, somente em junho, o equivalente a US$ 18,6 milhões, receita 17% superior ao registrado no ano passado. A França ocupou o segundo posto, com US$ 6,6 milhões, 4% acima de 2014 e a Argentina, mesmo com redução de 32,2$ nas compras, ficou em terceiro, com US$ 5 milhões. O dólar mais valorizado também inibiu a entrada de produtos estrangeiros no Brasil. No mês passado foram importados 3 milhões de pares por US$ 54 milhões, queda de 7% em relação a junho de 2014.  Já no acumulado do semestre, a importação de 21,55 milhões de pares por US$ 313 milhões registra queda de 9,5% em dólares e 10,3% em pares no comparativo com igual período do ano passado. Os produtos asiáticos – Vietnã, Indonésia e China – responderam por mais de 90% do total importado pelo Brasil.

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