O Porto de Rio Grande (RS) ultrapassou o de
Paranaguá nas exportações de soja e está agora em segundo lugar, atrás
apenas do terminal de Santos (SP), apontou levantamento da Associação Nacional
dos Exportadores de Cereais (Anec). Enquanto o terminal gaúcho respondeu
no primeiro semestre do ano por embarques de 5,590 milhões de toneladas
do grão, alta de 12,7% ante os seis primeiros meses de 2014,o porto
paranaense movimentou 5,206 milhões de toneladas, queda 13,7%.
O diretor-geral
da Anec, Sérgio Mendes, afirmou que os portos de Rio Grande e São Francisco do Sul, em
Santa Catarina, vêm se consolidando como alternativas de escoamento de
grãos na Região Sul enquanto Paranaguá continua recebendo cargas de
Estados do Centro-Oeste. "Em virtude do line-up de Paranaguá,
exportadores buscam mais eficiência em outros portos", explicou Mendes.
"Rio Grande acaba sendo uma rota interessante no Sul do país," destacou o dirigente.
Os
dados da Anec também mostraram incremento das exportações da oleaginosa
pelos portos do Norte do País. Das 35.163.244 toneladas de soja em grão
exportadas entre janeiro e junho, 1.224.907 toneladas foram enviadas ao
exterior via Barcarena, no Pará, e 2.997.272 toneladas, por Itaqui, no
Maranhão, contra 391.708 toneladas e 1.517.146 toneladas, respectivamente,
em igual período do ano passado. Isso significou, segundo Mendes, que o
volume de soja adicional que o Brasil está exportando neste ano não saiu
pelos portos do Sul e Sudeste e sim pelo Arco Norte. "Dois milhões de
toneladas são 57 mil carretas que deixam de descer", informou.
"Criou-se condição para que o produto saia pelo Norte. Itaqui e
Barcarena são uma realidade," acrescentou.
A perspectiva da Anec é de que nos
próximos meses os embarques de soja continuem firmes apesar do início da
temporada de exportação de milho. "Conversei com os associados, e as
perspectivas de exportação estão aumentando. Tínhamos projetado 46
milhões de toneladas, depois 48 milhões de toneladas, e agora se fala em
50 a 51 milhões de toneladas em 2015", apontou. "O câmbio está
permitindo que a gente exporte um pouco mais." A perspectiva de
embarques simultâneos de soja e milho ao longo dos próximos meses não
preocupa os exportadores. "Quinze milhões de toneladas em seis meses não
é um problema", adiantou Mendes.
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