Depois de seis anos, a operação com
contêineres no terminal Santa Clara, localizado no Polo Petroquímico de
Triunfo, Região Metropolitana de Porto Alegre, e com acesso ao rio Jacuí, será retomada em outubro. A
interrupção da atividade ocorreu em fevereiro de 2009, quando a
petroquímica Braskem resolveu adaptar o complexo para o recebimento do
etanol utilizado na fabricação do chamado plástico verde. No entanto, a
ferrovia acabou assumindo essa função do transporte de álcool,
permitindo o regresso dos contêineres.
A iniciativa será
possibilitada através da parceria do grupo Wilson Sons (controlador Tecon Rio Grande) e a Braskem. O complexo
será chamado de Contesc (Contêineres Terminal Santa Clara) e terá
capacidade para movimentação de aproximadamente 100 mil teus ao ano, o que representa 15% do
volume de contêineres operados no Tecon Rio Grande. O
diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, foi um dos
maiores defensores, nos últimos anos, da recuperação da atividade de
contêineres no terminal Santa Clara.
"Demorou muito tempo, mas
felizmente estará de volta e será um projeto diferencial para a
logística estadual", comemora. Ele ressalta que, com o retorno
do deslocamento de contêineres pelos meios fluviais, o Tecon Rio Grande
será o único terminal de contêineres do Brasil que poderá ser acessado
pelos três modais: hidroviário, rodoviário e ferroviário. No entanto, o
dirigente argumenta que, para a iniciativa ter êxito, é necessário ter
escala.
Segundo Bertinetti, duas viagens (ida e volta) semanais,
entre Rio Grande e Triunfo, feitas por uma embarcação com capacidade
para até 300 contêineres e com pelo menos 85% desse potencial
preenchido, poderiam atender a essa questão. O complexo Santa Clara está
aberto a realizar parcerias com empresas de navegação para consolidar o
transporte de cargas. Entre as companhias gaúchas que já manifestaram,
anteriormente, interesse em realizar esse tipo de transporte, estão a
Navegação Aliança e a Navegação Guarita. Não é descartada a
possibilidade de outros grupos também atuarem na área.
O foco da
atividade de contêineres em Triunfo será o deslocamento de cargas, pela
hidrovia, entre a Região Metropolitana da Capital gaúcha e o porto do Rio
Grande. O trabalho com os contêineres no polo petroquímico será
concentrado a partir do Píer IV e a Wilport, outra empresa do grupo
Wilson, Sons, que será a responsável pela operação e prospecção de
cargas. Além de resinas termoplásticas da própria Braskem, a perspectiva
é que o terminal atue com congelados, fumo, celulose, aço, móveis,
cavaco de madeira, entre outras demandas de terceiros. Os principais
clientes-alvo serão companhias situadas a uma distância de até 100
quilômetros.
Para que se concretize a ação, será preciso, entre
outras medidas, fazer a revitalização dos equipamentos de cais (será
utilizado o mesmo guindaste - portainer - que funcionava em 2009) e a
recuperação de armazéns. O valor do investimento não foi informado pelos
grupos envolvidos. (Fonte: Jornal do Comércio/P. Alegre)
Nenhum comentário:
Postar um comentário