A indústria naval do Amazonas sofreu prejuízo de R$ 694,1 milhões, ou 0,67% do faturamento de
R$ 1,036 bilhão, por causa da falta de fiscalização durante o processo de construção de
embarcações. Na tentativa de solucionar o problema, o Sindicato da
Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas
(Sindnaval-AM) programou um encontro no dia 30 junto aos órgãos
fiscalizadores como CREA-AM, Capitania dos Portos no Amazonas e Ipaam.
O
presidente do sindicato, Matheus Araújo, disse que alguns
processos fabris navais acontecem livre de fiscalização. Ele relatou
que enquanto os estaleiros trabalham regularmente, com base em projetos
assinados por engenheiros navais e acompanhados, até a conclusão dos
trabalhos, por empresas certificadoras, há proprietários de embarcações
que utilizam a cópia de um projeto concluído para fabricar uma nova
embarcação.
Apesar da atuação com regularidade, Araújo ressalvou
que os estaleiros não recebem a presença de fiscais para checar o
processo de produção, isso porque não há definição de um órgão que possa
responder por essa atribuição. Somado à ausência de fiscais, o
presidente contou que o interessado em construir um transporte fluvial
delega um responsável pela construção. Essa pessoa chama profissionais
que trabalham nos diversos estaleiros para prestar serviço de forma
avulsa em um terreno alugado pelo pretenso dono da embarcação.
O presidente explicou que é nesta hora que acontece o êxodo da mão de obra. “No
estaleiro, um soldador, por exemplo, ganha em CLT em média R$ 2,3 mil
mensalmente. Ao ser chamado para um trabalho avulso ele vai receber R$ 1
mil líquido. Para somar as rendas o trabalhador consegue um atestado
médico que garante uma semana de afastamento e logo após retorna ao
estaleiro, período em que outro soldador assume o cargo na função
irregular”, observou Araújo.
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