quinta-feira, 23 de julho de 2015

Indústria naval do Amazonas perdeu quase R$ 700 milhões por falta de fiscalização

       A indústria naval do Amazonas sofreu prejuízo de R$ 694,1 milhões, ou 0,67% do faturamento de R$ 1,036 bilhão, por causa da falta de fiscalização durante o processo de construção de embarcações. Na tentativa de solucionar o problema, o Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval-AM) programou um encontro no dia 30 junto aos órgãos fiscalizadores como CREA-AM, Capitania dos Portos no Amazonas e Ipaam.
       O presidente do sindicato, Matheus Araújo, disse que alguns processos fabris navais acontecem livre de fiscalização. Ele relatou que enquanto os estaleiros trabalham regularmente, com base em projetos assinados por engenheiros navais e acompanhados, até a conclusão dos trabalhos, por empresas certificadoras, há proprietários de embarcações que utilizam a cópia de um projeto concluído para fabricar uma nova embarcação. 
       Apesar da atuação com regularidade, Araújo ressalvou que os estaleiros não recebem a presença de fiscais para checar o processo de produção, isso porque não há definição de um órgão que possa responder por essa atribuição. Somado à ausência de fiscais, o presidente contou que o interessado em construir um transporte fluvial delega um responsável pela construção. Essa pessoa chama profissionais que trabalham nos diversos estaleiros para prestar serviço de forma avulsa em um terreno alugado pelo pretenso dono da embarcação.
       O presidente explicou que é nesta hora que acontece o êxodo da mão de obra. “No estaleiro, um soldador, por exemplo, ganha em CLT em média R$ 2,3 mil mensalmente. Ao ser chamado para um trabalho avulso ele vai receber R$ 1 mil líquido. Para somar as rendas o trabalhador consegue um atestado médico que garante uma semana de afastamento e logo após retorna ao estaleiro, período em que outro soldador assume o cargo na função irregular”, observou Araújo.

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