sexta-feira, 17 de julho de 2015

Advogado pede regulação do transporte marítimo internacional no Brasil

       O advogado Osvaldo Agripino criticou a recente mudança pela qual a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ficou subordinada à Secretaria Especial de Portos (SEP). “O Brasil, que tanto gosta de imitar os Estados Unidos, deveria ter seguido a linha do governo de Washington. Marinha Mercante é algo maior, ligado à soberania política e à receita de fretes e o tema acabou vinculado a um ministério de portos, que, com todo o respeito, tem espectro mais limitado do que o Ministério dos Transportes”, acusou.
 

      Pós-doutor em regulação pela Universidade americana de Harvard, Agripino lembrou que em 1960 o Brasil era responsável por 1,2% do comércio mundial e hoje está restrito a menos de 1%. A falta de navios próprios pode ser uma das causas dessa queda. Segundo Agripino, há denúncias de cobranças de até 20 itens acoplados aos fretes, como “demourrage” – atrasos causados pelos portos – exagerado. Quanto a Terminal Handling Charges (THC) – uma taxa de estiva – o advogado disse que o armador recebe indevidamente esse valor, paga uma parte aos terminais e fica com a sobra, sem declarar o lucro extra às autoridades.

       O jurista estudou 15 modelos e garante que não há saída exceto a regulação. No Brasil, mesmo que o governo não crie política de transporte, Agripino argumentou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem a obrigação de agir contra o que chama de cartel dos transportadores internacionais. “Temos debilidade institucional, o que causa preços altos e baixa qualidade de serviço dos gigantes mundiais da navegação”, ensinou.

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