sábado, 22 de agosto de 2015

Suzano mantém exportação para os EUA até decisão sobre acusação de Washington de praticar dumping

       Em resposta à taxação antidumping aplicada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a Suzano Papel e Celulose informou que não planeja alterar a sua estratégia de exportação para os Estados Unidos, enquanto não for proferida uma decisão final na investigação, prevista para o primeiro trimestre de 2016.
       Segundo a companhia, o caso sob investigação não se refere a preços abaixo do custo de produção, mas sim à avaliação dos valores praticados no mercado norte americano comparados à atuação da empresa no mercado doméstico. Esta comparação, segundo a Suzano, sofre forte influência cambial dependendo do período de investigação.
       Na quinta-feira, a empresa informou que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos proferiu no dia anterior decisão preliminar, em processo de investigação de dumping nas importações de certos tipos de papel não revestido provenientes da Austrália, Brasil, China, Indonésia e Portugal. O papel não revestido é usado em envelopes e páginas de livro, por exemplo.
       órgão norte-americano fixou preliminarmente uma taxação antidumping de 33,09% contra a Suzano, a ser aplicada a partir da publicação oficial da decisão naquele país, "impactando, assim, as exportações da Suzano para os EUA, exclusivamente de papel não revestido cortado (folio e cut size)".
       A Suzano ressalta que sempre negociou os seus produtos de forma competitiva nos mercados onde atua. A companhia reafirmou ainda que "entende que não pratica dumping, o que pretende demonstrar ao longo do processo em curso nos EUA."
       Segundo relatório do BTG a clientes, a decisão é marginalmente negativa para a Suzano, principalmente por ocorrer em um momento de fraca demanda no Brasil. O mercado norte-americano representa 9% do total das exportações de papel. Com a aplicação de taxa de 33,09% sobre a Suzano, o banco projeta um impacto negativo de R$ 100 milhões, ou de 1% a 2%, no Ebitda de 2016. "Um impacto pequeno, mas ainda marginalmente negativo."

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