Em resposta à taxação antidumping aplicada pelo Departamento de Comércio
dos Estados Unidos, a Suzano Papel e Celulose informou que não
planeja alterar a sua estratégia de exportação para os Estados Unidos,
enquanto não for proferida uma decisão final na investigação, prevista
para o primeiro trimestre de 2016.
Segundo a companhia, o caso
sob investigação não se refere a preços abaixo do custo de produção, mas
sim à avaliação dos valores praticados no mercado norte americano
comparados à atuação da empresa no mercado doméstico. Esta comparação,
segundo a Suzano, sofre forte influência cambial dependendo do período
de investigação.
Na quinta-feira, a empresa informou que o Departamento
de Comércio dos Estados Unidos proferiu no dia anterior decisão
preliminar, em processo de investigação de dumping nas importações de
certos tipos de papel não revestido provenientes da Austrália, Brasil,
China, Indonésia e Portugal. O papel não revestido é usado em envelopes e
páginas de livro, por exemplo.
órgão norte-americano fixou
preliminarmente uma taxação antidumping de 33,09% contra a Suzano, a ser
aplicada a partir da publicação oficial da decisão naquele país,
"impactando, assim, as exportações da Suzano para os EUA, exclusivamente
de papel não revestido cortado (folio e cut size)".
A Suzano
ressalta que sempre negociou os seus produtos de forma competitiva nos
mercados onde atua. A companhia reafirmou ainda que "entende que não
pratica dumping, o que pretende demonstrar ao longo do processo em curso
nos EUA."
Segundo relatório do BTG a clientes, a decisão é
marginalmente negativa para a Suzano, principalmente por ocorrer em um
momento de fraca demanda no Brasil. O mercado norte-americano representa
9% do total das exportações de papel. Com a aplicação de taxa de 33,09%
sobre a Suzano, o banco projeta um impacto negativo de R$ 100 milhões,
ou de 1% a 2%, no Ebitda de 2016. "Um impacto pequeno, mas ainda
marginalmente negativo."
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