Ex-ministro da Agricultura e atual
coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, afirmou que a infraestrutura logística e de transportes e as políticas de renda e comercial são os grandes gargalos a uma maior expansão do agronegócio brasileiro. A afirmação foi feita durante o 34º Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), promovido pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), no Rio esde Janeiro (RJ).
“E todos eles são
gargalos cuja solução independe do Ministério da Agricultura. Ou pior do
que isso: passam ao largo do ministério”, ressaltou. O ex-ministro (no governo de Luís Inácio Lula da Silva) defendeu uma
estratégia articulada para permitir ao agronegócio avançar “tudo que se
espera dele”. Na avaliação de Rodrigues, não se trata apenas de um problema de
políticas oficiais de governo, mas de mudança de leis que estão
obsoletas e, sobretudo, de aceitação da sociedade.
Segundo Rodrigues, dados de 2014
revelam que o agronegócio representou 24% do Produto Interno Bruto (PIB)
do Brasil, respondendo por cerca de 30% dos empregos e por 43% do valor
da exportação total do país. Estudo da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), feito em 2011, projeta que a demanda
mundial por alimentos deverá crescer 20% até 2020, e o agronegócio do
Brasil terá de elevar a produção em 40% para atender a essa expansão,
oriunda do aumento da população e da renda nos países emergentes.
O ex-ministro avaliou que a produção brasileira de alimentos poderá crescer
mais do que 40%. “Pode crescer porque tem tecnologia, temos gente
competente no campo”, argumentou. Destacou que, de 1990 a 2014, a produção de
grãos do Brasil cresceu 234%, enquanto a área plantada evoluiu 50%. Lembrou ainda que o
país tem 61% de cobertura vegetal original,
contra 1% na Europa.
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