quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sinaval adverte que se não for resolvida situação da Sete Brasil diversos estaleiros podem fechar as portas

       O Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval) advertiu que sem receberem um centavo desde novembro do ano passado com a interrupção dos pagamentos para a construção de sondas de exploração de petróleo encomendadas pela Sete Brasil, principal fornecedora da Petrobras no pré-sal, diversos estaleiros nacionais podem fechar as portas, caso a empresa não retome suas atividades em até 90 dias. Segundo a entidade, as mais de 11 mil demissões no setor até agora podem dobrar nos próximos meses se a reestruturação da companhia não for concluída e as encomendas, retomadas.

       Entre 2012 e 2013, a Sete Brasil encomendou a construção de 29 sondas de exploração do pré-sal em estaleiros brasileiros, mas uma dívida estimada em US$ 4 bilhões paralisou as atividades da empresa. Além disso, os desdobramentos da operação Lava-Jato prejudicam a tarefa da Petrobras em auxiliar a reestruturação de sua maior fornecedora.

       "A previsão de receitas para o setor da construção naval em 2015 era de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, considerando a Sete Brasil. Sem a empresa, a receita dos estaleiros cairá para menos da metade, ficando em R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões", afirmou o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha. Sem receber há seis meses, o setor não teria como suportar mais um trimestre sem a retomada dos pagamentos.

       "O processo de reestruturação da Sete Brasil precisa ocorrer rapidamente, mesmo que isso signifique uma redução significativa na quantidade de sondas planejadas. Pelo menos daria para rodar os estaleiros. O setor não suporta mais dois ou três meses sem pagamentos", alertou Rocha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário