A decisão da
Petrobras sobre o destino das obras das plataformas P-75 e P-77 no
estaleiro Honório Bicalho, em Rio Grande (RS), paralisadas desde
fevereiro, deve sair ainda essa semana. A estatal reluta em firmar os aditivos exigidos pelo
consórcio QGI Brasil (Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás), responsável
pelo projeto, e por enquanto a tendência é que o contrato seja
rescindido. Com isso, a construção teria de ser relicitada.
A
crise no QGI soma-se à do Estaleiro Rio Grande (ERG), da Ecovix,
controlada do grupo Engevix, que foi contratado para construir oito
cascos de plataformas, mas não consegue convencer a Caixa Econômica
Federal a liberar parcela de financiamento retida e deve começar a
demitir nesta semana. A dificuldade de liberação de recursos nos dois
casos está ligada a denúncias na Operação Lava-Jato.
Uma fonte ao
par da negociação entre QGI e Petrobras disse que as duas partes
chegaram a um impasse difícil de ser superado, apesar dos argumentos do
consórcio de que as plataformas, quando em operação, vão gerar R$ 20
bilhões em receitas por ano. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
de Rio Grande, Benito Gonçalves, informou que a última tentativa de
acordo será feita em encontro nos próximos dias.
Segundo o
secretário de desenvolvimento do governo do Rio Grande do Sul, Fábio
Branco, que também acompanha o assunto e é de Rio Grande, além do
aditivo financeiro está em discussão o prazo para a conclusão das obras.
A P-75 teria que entrar em operação em 2016 e a P-77, no ano seguinte,
mas o QGI quer que as duas fiquem para 2017. "O projeto todo está
atrasado", comentou.
Conforme Branco, o projeto da QGI é
"estratégico" para o Estado, principalmente porque permitirá a
recontratação de trabalhadores dispensados depois que o próprio Honório
Bicalho concluiu as plataformas P-63, P-55 e P-58, em 2013. Atualmente o
estaleiro emprega menos de 300 pessoas, mas a expectativa da Petrobras
era que no pico do projeto o número chegaria a 4,4 mil. Gonçalves, do
Sindicato dos Metalúrgicos, calcula que hoje há mais de 7 mil
desempregados do setor na cidade.
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