quinta-feira, 21 de maio de 2015

Petrobras decide essa semana sobre plataformas que seriam construídas em Rio Grande

       A decisão da Petrobras sobre o destino das obras das plataformas P-75 e P-77 no estaleiro Honório Bicalho, em Rio Grande (RS), paralisadas desde fevereiro, deve sair ainda essa semana. A estatal reluta em firmar os aditivos exigidos pelo consórcio QGI Brasil (Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás), responsável pelo projeto, e por enquanto a tendência é que o contrato seja rescindido. Com isso, a construção teria de ser relicitada.

       A crise no QGI soma-se à do Estaleiro Rio Grande (ERG), da Ecovix, controlada do grupo Engevix, que foi contratado para construir oito cascos de plataformas, mas não consegue convencer a Caixa Econômica Federal a liberar parcela de financiamento retida e deve começar a demitir nesta semana. A dificuldade de liberação de recursos nos dois casos está ligada a denúncias na Operação Lava-Jato.

       Uma fonte ao par da negociação entre QGI e Petrobras disse que as duas partes chegaram a um impasse difícil de ser superado, apesar dos argumentos do consórcio de que as plataformas, quando em operação, vão gerar R$ 20 bilhões em receitas por ano. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Benito Gonçalves, informou que a última tentativa de acordo será feita em encontro nos próximos dias.

Segundo o secretário de desenvolvimento do governo do Rio Grande do Sul, Fábio Branco, que também acompanha o assunto e é de Rio Grande, além do aditivo financeiro está em discussão o prazo para a conclusão das obras. A P-75 teria que entrar em operação em 2016 e a P-77, no ano seguinte, mas o QGI quer que as duas fiquem para 2017. "O projeto todo está atrasado", comentou.

Conforme Branco, o projeto da QGI é "estratégico" para o Estado, principalmente porque permitirá a recontratação de trabalhadores dispensados depois que o próprio Honório Bicalho concluiu as plataformas P-63, P-55 e P-58, em 2013. Atualmente o estaleiro emprega menos de 300 pessoas, mas a expectativa da Petrobras era que no pico do projeto o número chegaria a 4,4 mil. Gonçalves, do Sindicato dos Metalúrgicos, calcula que hoje há mais de 7 mil desempregados do setor na cidade.

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