O economista Raul Velloso disse que o
contingenciamento do orçamento anunciado ontem não surpreendeu. Ficou
dentro do esperado. As medidas deixaram outra certeza: de que o governo
terá mesmo dificuldades para cumprir a meta deste ano de superávit
primário (a economia para o pagamento da dívida pública), avaliou ele.
O governo se
comprometeu a fazer um superávit primário de 1,2% do Produto Interno
Bruto (PIB). Especialista em contas públicas Velloso afirmou que
ficou claro que a meta está mais distante porque a equipe do ministro da
Fazenda Joaquim Levy, não conseguiu cortar tudo o que precisava e
queria. "Ou em algum momento do ano o Levy vai se desgastar anunciando
outro contingenciamento ou teremos novos aumentos de carga tributária
para fechar a conta", previu.
O contingenciamento foi de
quase R$ 70 bilhões, mas precisava ser o dobro. Segundo Velloso, como as
despesas subiram muito em 2014, o parâmetro de corte adotado, ao que
tudo indica, foi o PIB de 2013. "Cortaram algo como 0,1 ponto porcentual
em relação ao PIB de 2013 - o que não é suficiente: seria necessário
fazer um corte de 0,7 ponto porcentual", argumentou.
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